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Características importantes da endometriose
A endometriose é uma doença ginecológica crônica, benigna, embora aumente o risco para alguns tipos de câncer, estrogênio dependente e multifatorial. É mais prevalente em mulheres em idade reprodutiva, os sintomas tendem a melhorar após a menopausa.
Sintomas:
○ Dismenorreia, dor pélvica e dispareunia de profundidade
§ Lembrar dos D’s para facilitar.
§ Disúria e disquezia vai depender se há alterações endometrióticas na
bexiga ou no TGI.
CA 125 não tem nenhum significado para DIAGNÓSTICO!
Tratamento:
● Tratamento clínico – primeira linha:
○ Objetivo: controle de dor pélvica:
§ Sempre primeira escolha, exceto se indicações absolutas para procedimento cirúrgico.
§ Progestagênio contínuo – oral, injetável, SIU-LNC ou implante subdérmico;
§ Anticoncepcional combinado – sem consenso sobre administração
contínua ou cíclica, ou forma de administração (oral, injetável, adesivo
ou anel vaginal);
§ Danazol – inibe a liberação de LH e esteroidogênese, aumenta a testosterona livre;
§ Análogo de GnRH – muitos efeitos colaterais;
§ AINEs;
§ Acupuntura, fisioterapia pélvica, psicoterapia, uso de Gabapentina e
Amitriptilina.
Características importantes da Doença inflamatória pélvica aguda
É uma IST
O diagnóstico é clínico!!!
● Critérios clínicos: todos os critérios maiores + 1 critério adicional
○ Obrigatórios (maiores):
§ Dor pélvica;
§ Dor em região anexial.
§ Dor à mobilização do colo uterino
○ Adicionais (menores):
§ Febre;
§ Secreção vaginal patológica;
§ Marcadores inflamatórios aumentados ou leucocitose;
§ Agentes etiológicos (gonococo, clamídia ou micoplasma) isolados em
secreção endocervical.
● Critérios elaborados: qualquer um estabelece diagnóstico.
○ Exame de imagem: USG transvaginal, RNM pélvica sugerindo a
presença de abscesso tubo-ovariano;
○ Biópsia endometrial com endometrite;
○ Laparoscopia com sinais de infecção pélvica.
Quando internar?
○ DIP complicada:
§ Abscesso tubo-ovariano;
§ Imunossupressão;
§ Falha de antibioticoterapia VO, após 48-72 horas;
§ Instabilidade hemodinâmica ou sepse;
§ Gestação;
§ Dúvida diagnóstica: apendicite? Gravidez ectópica?
§ Associação com DIU: controverso!
Tratamento:
○ Antibioticoterapia:
§ Ceftriaxone 500 mg IM, em dose única.
+
§ Doxiciclina 100 mg 12/12h por 14 dias ou Azitromicina (no 1° dia: 1g; seguido com 500 mg nos dias seguintes) por 7 dias.
§ Podemos ou não associar o metronidazol
● DIPa complicada:
○ O tratamento deve ser hospitalar;
○ Opções:
§ Ceftriaxona 1g 12/12h EV + metronidazol 500 mg EV 8/8h OU clindamicina 900 mg EV 8/8h;
● Principalmente se a imagem for sugestiva de abscesso tubo-ovariano.
Deve-se cobrir germes anaeróbios.
§ Clindamicina 900 mg EV 8/8h por 14 dias + gentamicina IM ou EV (dose de ataque: 2mg/kg; dose de manutenção: 3-5 mg/kg/dia por 14 dias)
§ Ampicilina + sulbactam 3g EV 6/6h por 14 dias + doxiciclina 100 mg 12/12h por 14 dias.
Transição menopáusica
Período no qual a mulher pode apresentar sintomas climatéricos. A duração é variável (5-20 anos).
SÍNDROME CLIMATÉRICA principal causa (fisiologia)
A síndrome climatérica é causada principalmente pelo hipoestrogenismo.
§ Ovários - estradiol (mais potente)
§ Tecido - estrona (moderado)
● Em pacientes obesas, os sintomas climatéricos são atenuados por
conta da produção de estrona pelo tecido adiposo.
§ A placenta fornece o estriol
● Transição menopausal
○ Irregularidade menstrual devido a variabilidade hormonal,
ovulação inconstante.
○ Diminuição de folículos -> queda do estradiol -> níveis de E2 -> insuficiência para gerar pico de LH -> anovulação
○ Sem formação de corpo lúteo, sem progesterona.
§ Proliferação endometrial sem contrabalanço de progesterona: risco de
CA de endométrio
Sintomas climatéricos e diagnóstico
Sintomas vasomotores:
○ Fogachos;
○ Irregularidade menstrual: ciclos infrequentes -> amenorreia;
○Caracteriza pelo índice de Kupperman
Síndrome urogenital:
○ Secura vaginal, dispareunia, disuria, prurido, urgência miccional, infecção recorrente do trato urinário;
○ Uretra e bexiga também tem receptores de estrogênio, urotelio também fica atrófico;
○ Responde bem a estriol tópico.
Disfunção sexual:
○ Diminuição de libido, irritabilidade, insônia.
*Sintomas vasomotores e urogenitais são decorrentes da falta de estrogênio. Já a disfunção sexual é decorrente da falta de androgênios!
Diagnóstico: Clinico – 01 ano após a data da última menstruação se > 40 anos:
○ Sintomas + idade >40 anos, amenorreia > 1 ano.
● Laboratorial
○ FSH > 40 mUI/mL
○ Estradiol < 20 pg/mL
Tratamento da Síndrome Climatérica
● Objetivos do tratamento
○ Melhorar a qualidade de vida
§ Atividade física reduz a frequência e intensidade dos sintomas motores, melhora qualidade de vida, não é superior à TRH.
§ Estimular dieta saudável
§ Diminuir o estresse
§ Roupas frescas e arejadas
○ Prevenir riscos
§ Avaliar osteoporose, vitamina D
● Sistêmico
○ Terapia hormonal: estrogênio + progesterona (proteção endometrial em
pacientes com útero)
○ Se HAS, tabagista, hipertrigliceridemia = preferir via trans dérmica
○ IRSS melhora os fogachos (em caso de contraindicação para terapia hormonal).
○ Isoflavona, cramberry, vitamina E, cinarizina -> sem evidência
● Tópico
○ Se queixa apenas a síndrome geniturinária, administrar estrogênio tópico, sem absorção sistêmica significativa.
○ A substância usada é o promestrieno (estriol).
Benefícios da TRH
● Benefícios:
○ Redução do risco cardiovascular (aumenta HDL e diminui LDL), de DM2 e controle glicêmico.
○ Redução do risco de CA colorretal
○ Melhora os sintomas vasomotores e síndrome urogenital
○ Prevenção de osteoporose e fraturas
○ Melhora dos sintomas depressivos e insônia
Riscos da TRH
● Riscos:
○ Aumenta o risco de CA de mama (menos de 1% ao ano)
○ Pequeno aumento do risco para TEV
○ Sem aumento no risco de hiperplasia/neoplasia endometrial se associar
com progesterona
Contraindicações (mesmas dos ACO) da TRH
● Contra indicações a TH com estrogênio:
○ Câncer de mama
○ Câncer de endométrio
○ Evento tromboembólico prévio
○ Doença sistêmica descompensada
○ LES/SAAF
○ Doença cardiovascular estabelecida
○ Sangramento genital ou nódulo mamário não investigados
○ Meningioma (apenas progesterona)
Como fazer e qual TRH fazer?
● A TH é feita na janela de oportunidade:
○ Iniciar em até 5-10 anos da menopausa. Esse conceito surgiu após analises de estudos como o WHI.
○ WHI (estudo): introdução de TH em mulheres de qualquer idade, muitas com doença cardiovascular já estabelecida: aumento significativo
no número de óbitos do grupo da TH.
● Tibolona
○ Derivado da 19-nortestosterona, propriedades progestagênica, estrogênica
e androgênica.
○ Ajuda no alívio dos sintomas climatéricos e síndrome geniturinária, prevenção da perda de massa óssea e efeitos positivos sobre a sexualidade e humor.
○ Pode piorar a dislipidemia.
*Ajuda contra endometriose (na menacme)!
Características da INSUFICIÊNCIA OVARIANA PREMATURA
Perda de atividade ovariana antes dos 40 anos
● Amenorreia primária: IOP antes do processo puberal
● Causa de hipogonadismo hiper gonadotrófico
● Causas
○ Autoimunes: 30% dos casos
○ Genéticas: 15% dos casos
○ Síndrome de Turner, disgenesia gonadal pura, trissomia do X, deleções, translocações ou mutações no cromossomo X, Síndrome do X frágil, ou defeitos genéticos autossômicos.
○ Iatrogênicas: dano causado por RT, QT ou cirurgias
○ Infecciosa: parotidite, rubéola, varicela, herpes-zóster, CMV, tuberculose,
malária e Shigella.
○ Idiopática
○ Tabagismo: aumenta o risco
● Diagnóstico
○ Dosagem hormonal é mais relevante
○ Dosagem de FSH > 25 mUI/mL em duas dosagens com intervalo de 4 semanas.
● Tratamento
○ Trata os sintomas do paciente
○ Reposição estrogênica – preferencialmente estrogênio natural (verificar contraindicações) até 50 anos, pelo menos
○ Oral ou transdérmico
○ Iniciar progestagênio 2 anos após, se pré púbere
○ Sempre realizar oposição com progestagênio
○ Se desejo reprodutivo – ovodoação (somente 10-15% engravidam
espontaneamente)
Definição de Incontinência Urinária Mista
Caracterizada pela perda involuntária associada à urgência (SENSIBILIDADE AUMENTADA) e também ao esforço, espirro ou tosse.
Definição de Incontinência Urinária Insensível
Dá-se pela perda involuntária contínua de urina. Independente das atividades da paciente.
Indicação de Rastreamento de CA de colo de útero
Mulheres entre 25 e 64 anos que já iniciaral vida sexual (penetração)
O rastreio é feito anualmente, se dois exames consecutivos normais a frequência pode passar a ser trienal. 1->2->3 (para lembrar, 1 = anual, 2 =
após dois exames normais, 3 = trienal).
Gestante = recomendação de não gestantes