Infecções Na Gestação Flashcards
(37 cards)
Quais as formas de transmissão materno-fetal (TMF)?
Transplacentária (principal), mas pode ocorrer também durante o parto.
Qual a relação da IG e a infecção fetal?
Quanto maior a IG, mais vascularizada é a placenta e, consequentemente, maiores as taxas de contaminação fetal. Porém, como com o passar da gestação mais maduro está os fetos e mais completa está sua organogênese, apesar de maior taxa de infecção, menores são as consequências e sequelas fetais quanto maior a IG.
Quais as consequências fetais da toxoplasmose?
RCF, óbito fetal, prematuridade e toxoplasmose congênita.
Quais as formas que podemos encontrar o T. gondii no organismo?
Taquizoítos (fase aguda, sangue) e bradizoítos (cistos, principalmente no MEE, retina e sistema nervoso central).
Imagem ciclo toxo.
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Quais as formas de transmissão da toxoplasmose?
Ingestão via oral de cistos com bradizoítos (contato com fezes de gatos, ingestão de carne crua ou mal passada, ingestão de frutas/legumes/vegetais), transplante de órgãos ou tecidos, transfusão sanguínea, exposição ocupacional em laboratório.
Quais as consequências maternas da infecção pelo Toxoplasma gondii?
90% é assintomático. Das sintomáticas (10%), os principais achados são: linfadenopatia generalizada (2-4 semanas após infecção), febre, fadiga, mialgia, …
As consequências maiores da toxoplasmose é quando há imunossupressão com consequente reativação dos cistos.
Como é feito o diagnóstico laboratorial da toxoplasmose materna?
É realizada a sorologia na primeira consulta de pré-natal e repete essa sorologia mensalmente em gestantes suscetíveis.
O IgM surge na primeira semana de infecção podendo permanecer positivo até depois de 1 ano.
O IgG surge após 1-2 semanas de infecção e permanece titulável por vários anos.
Quais as possibilidades de resultado da sorologia para toxoplasmose materna?
IgM e IgG -: mãe suscetível
IgM- e IgG+: mãe soroconvertida, não imunizada.
IgM+ e IgG+: deve-se realizar o teste de avidez do IgG, pois não sabemos se essa infecção é recente ou não. Sabe-se que a avidez do IgG torna-se alta após cerca de 14 semanas de infecção.
IgM+ e IgG-: pode ser um falso positivo de IgM, mas deve-se acompanhar essa mãe para ver se o IgM permanece constante ou aumenta a titulação.
Quando ocorre transmissão da toxopalsmose para o feto?
Apenas durante a primoinfecção, sendo que por reativação é extremamente rara a TMF.
Quais as chances de TMF da toxo segundo o trimestre de gestação?
1° tri: 15%
2° tri: 45%
3° tri: 70%.
Quais os achados fetais na toxoplasmose congênita em casos graves?
Quando o caso é grave, verifica-se áreas de necrose na placenta com parasitas, necrose cerebral com calcificações (visualizadas na TC), hidrocefalia, microcefalia.
Onde os cistos se desenvolvem no feto na toxo congênita?
Nos MEEs e cardíaco, cérebro e retina. A ruptura desses cistos após vários anos pode levar a episódios transitórios de resposta inflamatória com cicatrização posterior.
Qual a diferença entre infecção congênita e assintomática de toxoplasmose?
A congênita geralmente é aquela adquirida até o 2° trimestre de gestação, apresentando consequências mais graves. A assintomática geralmente é quando há acometimento fetal no 3° trimestre e as manifestações aparecem após meses ou anos do nascimento.
Qual a tríade clássica da toxoplasmose congênita?
Coriorretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia.
Quais os achados USG na toxo congênita?
Calcificações intracranianas, dilatações ventriculares, microcefalia, hepatoesplenomegalia, ascite, RCF, placentomegalia.
Como deve ser feito o esquema de tratamento em caso de primoinfecção materna de toxoplasmose?
Deve-se realizar amniocentese para verificar se há a presença de protozoários no LA.
Se o feto não for acometido: espiramicina até o fim da gravidez (é uma droga parasitostática -> diminui o T. gondii na circulação).
Se o feto tiver sido acometido (PCR positivo na amniocentese): pirimetamina + sulfadiazina + ácido folínico. O esquema tríplice só pode ser iniciado após 14 semanas pelo potencial teratogênico da pirimetamina e sulfadiazina.
Por que não se utiliza espiramicina em caso de infecção fetal comprovada?
Pois a espiramicina é um parasitostático (não mata o protozoário) e não atravessa a barreira hematoplacentária.
Imagem tto toxo.
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Por que a infecção por parvovírus B19 é de grande relevância clínica?
Pois esse vírus apresenta um grande tropismo celular por eritrócitos, sendo capaz de promover uma anemia fetal importante com consequente hidropsia fetal.
É comum a gestante se infectar pelo parvovírus?
Não, pois geralmente esse vírus não causa infecção em imunocompetentes, mas quando a gestante adquire a doença, pode ser desastroso.
Comente sobre a patogenia da parvovirose fetal.
O vírus, por apresentar tropismo por eritrócitos, promove lise dessas células com consequente anemia. Esta, por sua vez, promove diminuição da viscosidade sanguínea, diminuindo sua pressão oncótica e perdendo líquido para o 3° espaço (graus variados de hidropsia fetal). Além disso, a baixa viscosidade promove hipoperfusão tecidual, criando um estado hiperdinâmico no feto (aumento do DC), o que pode ser identificado pela dopplervelocimetria de ACM.
Quais os achados USG da hidropsia fetal na parvovirose?
Derrame pericárdico, ascite, edema subcutâneo, hipertrofia miocárdica, cardiomegalia, placentomegalia, alterações no volume do LA.
Qual o tto da parvovirose fetal?
Deve-se realizar o parto (se gestação a termo) ou fazer uma transfusão intrauterina (TIU) por cordocentese caso necessário.