Introdução à reumato pt.3 Flashcards

(114 cards)

1
Q

O que são reagentes de fase aguda?

A

São proteínas plasmáticas cuja concentração aumenta (ou diminui) ≥25% em resposta à inflamação, sendo produzidas pelo fígado sob estímulo de citocinas inflamatórias como IL-1, IL-6 e TNF-α.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Quais são as principais citocinas envolvidas na indução hepática dos reagentes de fase aguda?

A

Interleucina 6 (IL-6) é a principal, seguida por IL-1 e TNF-α.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Qual é a finalidade clínica dos reagentes de fase aguda?

A

Medem indiretamente a intensidade da resposta inflamatória sistêmica, sendo úteis no acompanhamento de doenças infecciosas, inflamatórias, autoimunes e neoplásicas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Cite os principais reagentes positivos de fase aguda (aumentam na inflamação).

A

Proteína C reativa (PCR)

Fibrinogênio

Ferritina

Haptoglobina

α1-antitripsina

Ceruloplasmina

Complemento (C3, C4)

Amiloide A sérico (SAA)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Quais são os principais reagentes negativos de fase aguda (diminuem na inflamação)?

A

Albumina

Transferrina

Pré-albumina

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

A velocidade de hemossedimentação (VHS) é considerada reagente de fase aguda?

A

Sim, mas indiretamente. Não é proteína hepática, mas reflete o aumento de fibrinogênio e imunoglobulinas, promovendo agregação de hemácias e aumento da taxa de sedimentação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Qual é a diferença prática entre VHS e PCR na inflamação?

A

PCR: mais específica, aumenta e normaliza rapidamente (12–24h)

VHS: mais sensível, mas inespecífica, pode permanecer elevada por semanas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

A PCR é útil para diagnóstico de qualidades específicas de inflamação?

A

Sim. Muito usada para monitorar atividade de doenças reumatológicas (ex: AR, vasculites), avaliar infecções bacterianas, e acompanhar resposta terapêutica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Em quais doenças reumatológicas os reagentes de fase aguda são frequentemente utilizados?

A

Artrite reumatoide (PCR/VHS para atividade)

Vasculites (ex: arterite temporal, poliarterite nodosa)

Lúpus (VHS elevada; PCR pode estar normal, exceto em infecção associada)

Espondiloartrites (PCR como marcador de atividade inflamatória)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

O que é a velocidade de hemossedimentação (VHS)?

A

Medida da distância (em mm) que as hemácias sedimentam em um tubo vertical em 1 hora; reflete indiretamente a presença de proteínas plasmáticas inflamatórias (como fibrinogênio e imunoglobulinas).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

A VHS é um reagente de fase aguda?

A

Indiretamente, sim. Não é uma proteína, mas uma medida funcional influenciada por proteínas de fase aguda (ex: fibrinogênio), sendo altamente sensível, porém pouco específica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Qual é o principal fator bioquímico que acelera a sedimentação das hemácias?

A

Fibrinogênio, por ser uma proteína de carga assimétrica que promove agregação eritrocitária (rouleaux), aumentando o peso e facilitando a queda.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Quais são os valores de referência clássicos da VHS?

A

Homens: até 15 mm/h

Mulheres: até 20 mm/h

⚠️ Esses valores devem ser corrigidos por idade.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Como se faz a correção da VHS por idade e sexo?

A

Homens: idade ÷ 2

Mulheres: (idade + 10) ÷ 2
Ex: mulher de 50 anos → valor de referência corrigido = (50+10)/2 = 30 mm/h

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Cite condições clínicas comuns que cursam com aumento moderado a importante da VHS.

A

Doenças reumatológicas (ex: AR, LES, vasculites)

Infecções agudas e crônicas

Neoplasias (linfomas, mieloma múltiplo)

Inflamação intensa pós-trauma ou cirurgia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Em que situações VHS pode estar > 100 mm/h?

A

Infecções bacterianas graves

Arterite temporal / polimialgia reumática

Lúpus sistêmico ativo

Neoplasias hematológicas (linfomas, mieloma)

Leishmaniose visceral

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Quais são as principais causas de VHS falsamente baixa ou extremamente baixa?

A

Afibrinogenemia

Agamaglobulinemia

Policitemia (Ht > 65%)

Aumento da viscosidade plasmática (ex: síndrome de hiperviscosidade)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Por que a VHS é considerada sensível, mas inespecífica?

A

Porque ela aumenta em qualquer processo inflamatório, infeccioso, neoplásico ou fisiológico (gravidez, idade avançada), não permitindo distinguir entre etiologias específicas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Em qual cenário clínico a VHS pode estar elevada e a PCR normal?

A

Lúpus eritematoso sistêmico ativo – PCR muitas vezes não se eleva proporcionalmente à inflamação, exceto na presença de infecção; VHS tende a se elevar de forma mais constante.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

O que é a Proteína C-reativa (PCR)?

A

É uma pentraxina de 5 subunidades (23 kDa) produzida principalmente pelo fígado em resposta à IL-6, com papel central como marcador precoce de inflamação sistêmica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Qual a cinética da PCR após um insulto inflamatório?

A

Início da elevação: 4 a 6 horas

Pico: 24 a 72 horas

Meia-vida: ~19 horas
→ Reflete com precisão a atividade inflamatória atual.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Quais as unidades mais comuns usadas para expressar valores de PCR?

A

mg/dL (valor padrão de referência < 1 mg/dL)

mg/L (10x o valor em mg/dL)
⚠️ Sempre verificar a unidade correta para evitar erros de interpretação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Quais são as faixas interpretativas da PCR e suas principais causas?

A

< 1 mg/dL: normal ou estímulos leves (exercício, gengivite, gravidez, obesidade, idade)

1–10 mg/dL: inflamação subaguda (pancreatite, IAM, neoplasias, doenças do tecido conjuntivo)

> 10 mg/dL: infecção bacteriana aguda, trauma maior, vasculites

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Quando preferir PCR em vez de VHS?

A

Quando se deseja monitoramento preciso e rápido da inflamação

Evitar falso-positivos por hipergamaglobulinemia

Avaliação de resposta terapêutica precoce

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Quais doenças reumatológicas típicas cursam com PCR elevada proporcional à atividade inflamatória?
Artrite reumatoide Espondiloartrites Febre reumática Vasculites sistêmicas (ex: arterite temporal)
26
Em quais doenças reumatológicas a PCR pode estar normal mesmo em atividade?
Lúpus eritematoso sistêmico (LES) Esclerose sistêmica → PCR elevada nesses casos deve levantar suspeita de infecção concomitante.
27
Por que pacientes em uso de anti-IL-6 (tocilizumabe) têm PCR muito baixa mesmo em atividade inflamatória?
Porque o tocilizumabe bloqueia a IL-6, principal indutora hepática da PCR, o que inibe sua produção independentemente da atividade inflamatória real.
28
Como corrigir o valor da PCR por idade e sexo?
Homem: idade ÷ 50 Mulher: (idade + 30) ÷ 50 → Valores acima disso podem refletir inflamação verdadeira em idosos.
29
Em que contextos clínicos a PCR elevada pode não refletir doença reumatológica?
Neoplasias Infarto do miocárdio Pancreatite Infecção de mucosas ou bacterianas → Avaliação sempre deve ser contextualizada clinicamente.
30
Qual célula é a principal responsável pela produção de PCR?
O hepatócito, estimulado principalmente por IL-6, embora monócitos, linfócitos, neurônios e placas ateroscleróticas também possam produzir pequenas quantidades.
31
A PCR aumenta quantas vezes em resposta a uma infecção aguda?
A PCR pode se elevar de 1.000 a 10.000 vezes acima dos níveis basais durante infecção bacteriana aguda.
32
Qual é o método laboratorial mais utilizado para dosagem da PCR?
Imunonefelometria, técnica rápida e sensível para detecção de proteínas plasmáticas.
33
Cite condições fisiológicas ou subclínicas que podem causar elevação discreta da PCR (<1 mg/dL).
Exercício extenuante Frio Gravidez Gengivite Convulsão Depressão Diabetes Obesidade Idade avançada
34
Como interpretar PCR persistentemente alta (>10 mg/dL) em um paciente com artrite reumatoide?
Suspeitar de infecção bacteriana associada, vasculite sistêmica ativa, ou, menos comumente, neoplasia avançada.
35
Em pacientes tratados com bloqueadores de IL-6, a PCR é confiável para avaliar atividade de doença?
Não. Esses fármacos (ex: tocilizumabe) inibem diretamente a produção de PCR, resultando em níveis falsamente baixos, mesmo com inflamação ativa.
36
Qual a vantagem da PCR sobre a VHS em termos de resposta ao tratamento?
A PCR reflete mudanças mais rápidas (meia-vida curta), ao passo que a VHS pode demorar dias ou semanas para se normalizar, mesmo após resolução do processo inflamatório.
37
A PCR elevada pode ser usada para acompanhar vasculites sistêmicas?
Sim. Em arterite temporal e polimialgia reumática, por exemplo, a PCR acompanha bem a atividade inflamatória e resposta terapêutica.
38
Como diferenciar PCR elevada por infecção x por LES ativo?
No LES, a PCR costuma estar normal ou discretamente elevada. PCR francamente alta (>10 mg/dL) geralmente indica infecção bacteriana concomitante.
39
Quando se deve desconfiar que uma PCR elevada não reflete doença inflamatória verdadeira?
Em pacientes idosos, obesos, com diabetes, gravidez ou condições subclínicas (ex: gengivite, estresse), valores entre 1-3 mg/dL podem não ter relevância patológica direta.
40
A meia-vida da PCR muda de acordo com a natureza do estímulo inflamatório?
Não. A meia-vida da PCR é constante (~19 horas) independentemente de ser uma condição fisiológica, inflamatória, infecciosa ou tumoral.
41
Além do fígado, quais são outras fontes menores de produção de PCR?
Linfócitos, monócitos, neurônios e placas ateroscleróticas também podem secretar pequenas quantidades de PCR.
42
Qual é a cinética da PCR após um estímulo inflamatório agudo?
Elevação: inicia-se em 4–6 horas Pico: entre 24 e 72 horas Queda: com meia-vida de ~19 horas após resolução
43
A PCR pode aumentar mesmo em processos não patológicos?
Sim. Condições como exercício, gengivite, gravidez, obesidade e envelhecimento podem elevar discretamente os níveis de PCR.
44
A VHS pode estar elevada em situações fisiológicas?
Sim. Exemplos incluem gravidez, sexo feminino, idade avançada e pós-parto – essas condições elevam VHS sem representar inflamação real.
45
O hipotireoidismo influencia o valor da VHS?
Não. É uma das poucas condições clínicas que não alteram a VHS. Outros fatores, como inflamação, anemia, idade e sexo, sim.
46
Qual achado laboratorial pode explicar uma VHS muito elevada (>100 mm/h), mesmo na ausência de infecção?
Mieloma múltiplo, devido à hipergamaglobulinemia e aumento da viscosidade plasmática, pode causar elevação intensa da VHS.
47
A presença de anemia influencia o valor da VHS?
Sim. A redução da massa eritrocitária favorece a sedimentação mais rápida das hemácias, elevando a VHS.
48
Como interpretar uma VHS elevada em gestante assintomática?
A elevação pode ser fisiológica e esperada. Deve-se sempre correlacionar com quadro clínico e outros exames (ex: PCR, leucograma).
49
A correção da VHS por idade e sexo é válida em quais contextos?
Deve ser feita principalmente em idosos e mulheres, para evitar falsos positivos em triagens de doenças inflamatórias crônicas.
50
O que é a alfa-1-glicoproteína ácida (GPA)?
É uma glicoproteína de fase aguda, localizada na fração alfa-1 da EFPS, cuja dosagem substituiu as antigas mucoproteínas. Eleva-se precocemente (12h) após dano tecidual.
51
A GPA é mais específica que quais exames?
Mais específica que mucoproteínas e VHS, sendo útil para avaliação de inflamação aguda.
52
Qual é a principal vantagem da GPA em relação à PCR?
Pode se elevar mais precocemente (12h) e oferece uma visão complementar quando associada à fração alfa-1 da EFPS.
53
O que é a Eletroforese de Proteínas Séricas (EFPS)?
Exame que separa proteínas do soro com base na carga elétrica, produzindo cinco frações principais: albumina, alfa-1, alfa-2, beta e gama.
54
Como é feita a EFPS?
Por aplicação de soro em gel de agarose submetido a corrente elétrica, que promove migração seletiva das proteínas.
55
Qual fração da EFPS representa a maior concentração de proteínas plasmáticas?
A fração da albumina, responsável por ~60% das proteínas séricas em condições normais.
56
Onde se localiza a PCR na EFPS?
Na fração alfa-2. Seu aumento é característico em processos infecciosos e inflamatórios agudos.
57
Onde se localiza a GPA na EFPS?
Na fração alfa-1, sendo marcador precoce e útil de inflamação aguda.
58
Quais frações se elevam na inflamação aguda?
Alfa-2 (PCR) e alfa-1 (GPA). Há também redução de albumina.
59
Quais frações aumentam em inflamação crônica?
Alfa-2, gamaglobulina e, em menor grau, redução da albumina. Caracteriza um padrão policlonal.
60
O que significa um padrão policlonal na EFPS?
Aumento difuso da fração gama, indicando resposta imune policlonal típica de doenças autoimunes crônicas, como LES ou síndrome de Sjögren.
61
Qual o significado de um pico monoclonal na EFPS?
Produção excessiva e clonal de uma paraproteína monoclonal, típico de mieloma múltiplo ou gamopatias monoclonais.
62
Como diferenciar graficamente pico monoclonal vs policlonal?
Monoclonal: pico estreito, alto e bem definido na região gama Policlonal: base alargada e distribuição difusa da gama
63
O que acontece com a albumina em processos inflamatórios agudos e crônicos?
Reduz-se em ambos os casos, por ser um reagente negativo de fase aguda.
64
Em qual fração está o fibrinogênio na EFPS?
Fibrinogênio não aparece na EFPS convencional com soro, pois é consumido na coagulação. Está presente apenas em eletroforese de plasma.
65
Como a EFPS ajuda na diferenciação entre processos inflamatórios e neoplásicos hematológicos?
Policlonal → doenças inflamatórias crônicas Monoclonal → neoplasias produtoras de imunoglobulina (ex: mieloma)
66
Em quais doenças reumatológicas o padrão policlonal pode aparecer?
Síndrome de Sjögren Lúpus eritematoso sistêmico (LES) Doença mista do tecido conjuntivo (DMTC)
67
Por que EFPS pode ser superior a PCR/VHS na avaliação de inflamações crônicas?
Porque detecta alterações estruturais e persistentes nas proteínas séricas, como aumento de gamaglobulina, que PCR/VHS não captam diretamente.
68
O que significa um aumento isolado da fração alfa-1 na EFPS?
Sugere elevação da alfa-1-glicoproteína ácida (GPA), compatível com inflamação aguda precoce.
69
A EFPS é útil no monitoramento de atividade de doença em Reumatologia?
Sim. A presença de pico policlonal ou alterações das frações alfa-2/gama podem ajudar a estimar atividade inflamatória e resposta terapêutica.
70
Qual o principal uso da ferritina em Reumatologia?
Atua como reagente de fase aguda inespecífico, com destaque diagnóstico na artrite idiopática juvenil sistêmica (AIJ sistêmica) e síndrome de ativação macrofágica (SAM).
71
Quais níveis de ferritina são sugestivos de SAM ou AIJ sistêmica?
>1.000 ng/mL, podendo chegar a valores muito mais altos em casos severos.
72
Quais condições não reumatológicas cursam com ferritina elevada, mas sem os níveis extremos da SAM?
Doença hepática Insuficiência renal crônica Neoplasias Hemocromatose
73
Por que a ferritina não é solicitada rotineiramente como marcador inflamatório?
Por sua baixa especificidade e ampla elevação em condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e metabólicas.
74
O que é a síndrome de ativação macrofágica (SAM)?
Forma grave de hiperinflação imune com ativação de histiócitos e macrófagos, levando à citopenias, ferritina altíssima, hipofibrinogenemia e disfunção multiorgânica.
75
Qual marcador laboratorial pode ajudar a diferenciar AIJ sistêmica ativa de SAM sobreposta?
Fibrinogênio: Aumentado na AIJ sistêmica isolada Diminuído (hipofibrinogenemia) na SAM
76
Qual o valor da ferritina para triagem da SAM em paciente com AIJ sistêmica?
Ferritina persistentemente >10.000 ng/mL com queda simultânea de fibrinogênio sugere fortemente SAM.
77
Qual o paradoxo laboratorial observado na SAM em relação à VHS?
Apesar da intensa inflamação, a VHS pode cair devido à redução do fibrinogênio, que é necessário para hemossedimentação.
78
Por que a queda de fibrinogênio reduz a VHS?
O fibrinogênio é um reagente de fase aguda positivo e facilita a agregação eritrocitária, aumentando a VHS. Sua queda na SAM reduz essa capacidade, diminuindo a VHS paradoxalmente.
79
Quando a hipofibrinogenemia é esperada em contexto reumatológico?
Principalmente na síndrome de ativação macrofágica, sendo um achado relevante para o diagnóstico diferencial com outras síndromes inflamatórias graves.
80
Qual é o papel clássico do fibrinogênio como reagente de fase aguda?
É uma proteína hepática que aumenta durante inflamação aguda e contribui para elevação da VHS.
81
Como diferenciar AIJ sistêmica isolada de AIJ sistêmica com SAM?
AIJ sistêmica: VHS e fibrinogênio elevados SAM: Ferritina muito elevada + fibrinogênio e VHS diminuídos
82
Qual o risco de não reconhecer a queda de VHS na SAM?
Pode levar a subdiagnóstico da síndrome, que é potencialmente fatal se não tratada precocemente com imunossupressão agressiva.
83
Como interpretar fibrinogênio aumentado em reumatologia?
Indica atividade inflamatória aguda, especialmente em doenças como AIJ sistêmica, febre reumática e vasculites.
84
A ferritina pode ser usada para monitorar resposta ao tratamento na SAM?
Sim. Redução progressiva da ferritina é sinal de melhora clínica e laboratorial na SAM.
85
Ferritina alta e fibrinogênio baixo em um paciente febril com pancitopenia sugerem?
Síndrome de ativação macrofágica (SAM). Requer investigação imediata e tratamento imunossupressor.
86
A ferritina é mais sensível ou mais específica para inflamação grave?
Extremamente sensível, mas pouco específica – valores extremos (>10.000 ng/mL) aumentam a especificidade para SAM.
87
Cite dois biomarcadores laboratoriais com comportamento oposto na AIJ sistêmica vs SAM.
Fibrinogênio: ↑ na AIJ / ↓ na SAM VHS: ↑ na AIJ / ↓ na SAM (pelo fibrinogênio baixo)
88
Qual o valor da VHS esperado na SAM e por quê?
Pode estar baixa, mesmo com inflamação intensa, devido à queda do fibrinogênio plasmático.
89
Quando a dosagem de ferritina e fibrinogênio deve ser solicitada em conjunto?
Na suspeita de síndrome de ativação macrofágica em pacientes com AIJ sistêmica ou LES com febre persistente, pancitopenia ou transaminases elevadas.
90
Qual é a principal indicação para análise do líquido sinovial?
Investigação diagnóstica de monoartrite aguda, especialmente para afastar artrite séptica.
91
Quais são os 3 principais diagnósticos diferenciais frente a uma monoartrite aguda?
Artrite séptica Artrites microcristalinas Trauma
92
Quais exames devem ser solicitados obrigatoriamente na análise do líquido sinovial?
Os “3 Cs”: Citologia Cultura + Gram Cristais (luz polarizada)
93
O que determina a viscosidade do líquido sinovial?
A concentração de hialuronato, produzido pelos sinoviócitos tipo B. Inflamação destrói o hialuronato → menor viscosidade.
94
Qual é o aspecto normal do líquido sinovial?
Incolor, transparente, viscoso como clara de ovo, com <200 células/mm³ e <10% de PMNs.
95
Qual valor de contagem celular e PMNs classifica um líquido como inflamatório?
2.000–50.000 leucócitos/mm³, com 20–75% de polimorfonucleares.
96
Qual valor de celularidade é típico de artrite séptica?
>50.000 até 100.000 células/mm³ com >75% de PMNs.
97
O líquido séptico sempre perde a viscosidade?
Não necessariamente. Pode manter viscosidade apesar da infecção.
98
Como classificar um líquido com 5.000 leucócitos/mm³ e 55% de PMNs?
Inflamatório. (Intervalo típico: 2.000–50.000 / 20–75% PMNs)
99
Um líquido com 1400 células e 10% de PMNs é classificado como?
Não inflamatório. Faixa esperada: 200–2.000 / <20% PMNs.
100
O que caracteriza um líquido hemorrágico?
Presença de hemácias, aparência xantocrômica. Causas: trauma, hemartrose, punção traumática.
101
O que indica um líquido turvo, purulento, >75% PMNs?
Forte suspeita de artrite séptica.
102
A pesquisa de cristais é feita com qual técnica?
Microscopia de luz polarizada.
103
Qual cristal é agulhado, com birrefringência negativa e coloração amarela?
Monourato de sódio – típico da gota.
104
Qual cristal é romboide, birrefringência positiva fraca, cor azul?
Pirofosfato de cálcio – típico da pseudogota (CPPD).
105
O estudo de Gram tem alta sensibilidade para artrite séptica?
Não. Sensibilidade ~50%. Um resultado negativo não exclui infecção.
106
Como diferenciar gonococo de S. aureus no Gram?
S. aureus: cocos Gram-positivos (roxo) Gonococo: diplococos Gram-negativos (vermelho)
107
Qual o valor diagnóstico da cultura no líquido sinovial?
Alta sensibilidade para S. aureus (~90%) Baixa para gonococo (~50%)
108
Quais parâmetros são mais úteis na diferença entre séptico e microcristalino?
Citologia (↑PMNs na séptica) Gram/cultura (positivos na séptica) Cristais (presentes na microcristalina)
109
Um líquido com cor amarela, viscosidade baixa e 60.000 leucócitos com 90% PMNs indica?
Artrite séptica.
110
Quando NÃO devemos infiltrar corticoide intra-articular?
Nunca infiltrar em articulação suspeita de infecção antes de excluir artrite séptica com análise do líquido.
111
Monoartrite com febre e derrame articular: qual conduta imediata?
Punção articular + 3 Cs + início empírico de antibiótico, se suspeita de infecção.
112
Como está o líquido na osteoartrite?
Leucócitos: 200–2.000 PMNs <20% Transparente a levemente turvo → Não inflamatório
113
Qual achado ajuda a confirmar que a punção foi traumática (e não hemorrágica verdadeira)?
Desproporção entre hemácias e ausência de outros achados inflamatórios + melhora na repetição da punção.
114
A análise bioquímica do líquido sinovial (glicose, DHL) é essencial?
Não é obrigatória. Pode auxiliar em infecção bacteriana, mas é pouco específica.