Movimento Flashcards
(4 cards)
Como se relaciona o movimento de câmara com a história do cinema?
O movimento da câmara relaciona-se com a história do cinema pois a técnica cinematográfica, quando foi pela primeira vez usada, era muito limitadora sendo composta por planos únicos, câmara fixa e distante, ponto de vista único e cenas curtas de interesse intrínseco mas sem ligação entre cenários diferentes.
Com a evolução técnica cinematográfica o movimento de câmara libertou-se ao passar a ter vários planos, câmara fixo ou em movimento, integração narrativa, vários pontos de vista, cenas múltiplas com significados relacionais.
Que ordem de pensamento teórico gerou a presença (e a ausência) de movimento de câmara?
Para teóricos como André Bazin, a essência do cinema não estava na forma como se ligavam as imagens mas sim no movimento que existe dentro delas.
Teoria de Bazin- O movimento de câmara enfatiza o que é único no cinema enquanto forma artística; planos longos e profundidade de campo intensificam uma sensação de naturalismo ou realismo e encorajam a atividade perceptiva e mental do espectador; O realismo convoca a passagem do tempo que ocorre no mundo real, havendo ou não movimento de câmara, a passagem do tempo torna-se fulcral no cinema.
Que tipos de movimento de câmara existem?
Panorâmica; Tilt; travelling; Grua; steadicam; câmara à mão.
Que potencialidades oferece cada um destes tipos de movimento de câmara?
Para reenquadrar, para se afastar de um personagem e revelar outro elemento de importância narrativa, para descrever o espaço, para condicionar a perceção do espectador do espaço da ação aumentando a informação recebida sobre esse espaço, dando novas informações e criando uma relação entre o que está dentro de campo e fora.
Organiza e descreve o espaço de acordo com as qualidades intrínsecas do cinema enquanto arte temporal; Oferece perspetivas múltiplas sobre a ação dramática; Cria a ilusão de movimento de um objeto estático; Define relações espaciais entre dois elementos; Acentua dramaticamente uma personagem e pode ser expressão ou até estado mental dessa personagem; Tem uma função rítmica, por vezes, onírica; Produz perspetivas que não dependem das restrições físicas do corpo humano, permitindo ao realizador manipular e/fazer variar ângulo, nível, altura e distância da câmara.
Tokyo Story (1953), contenção formal: planos fixos e a uma câmara estática, frequentemente posicionada a uma altura baixa – conhecida como “tatami shot”. Esta escolha enfatiza a composição do enquadramento e a relação entre as personagens e o espaço doméstico, promovendo uma estética contemplativa e introspectiva. A ausência de movimentos de câmara acentua a sensação de imobilidade e reforça a dimensão emocional e dramática através da encenação minimalista.
Vertigo (1958), forma expressiva: A câmara é mobilizada para seguir os personagens em movimento, estabelecendo uma relação dinâmica com o espaço fílmico. Através de travelling, panorâmicas e gruas, Hitchcock constrói uma mise-en-scène que favorece a imersão espacial do espectador, enquanto utiliza técnicas como o “dolly zoom” (ou efeito Vertigo) para manipular subjetivamente a perceção de profundidade. Esta abordagem permite uma exploração mais ampla da profundidade de campo e uma descrição espacial mais fluida e psicológica, alinhada com os estados mentais das personagens.
Assim, enquanto Ozu utiliza a imobilidade da câmara para destacar a interioridade e o quotidiano das relações humanas, Hitchcock explora o movimento como extensão da psicologia e da tensão narrativa, resultando em estéticas cinematográficas profundamente distintas.
M : The camera does not align itself with any character. Further, it has a will of its own, directing us away from the action and making us imagine events off-screen through sound cues. Lang does not cut or move back to the children when they resume their game. Instead, the camera remains fixed on a frame empty of people. The high angle recalls other Lang compositions and operates here as it does in other films to create a strong sense of the camera as an observing presence outside the consciousness of any character. But never has a single shot so elegantly demonstrated the power of the camera frame as the border between the seen and the unseen.
