Pancreatite Crônica e Câncer de pâncreas Flashcards

1
Q

Qual é a fisiopatologia da pancreatite crônica?

A

Calcificação do parênquima do pâncreas com consequente perda de função pancreática.

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Q

Qual é a etiologia da pancreatite crônica?

A

Álcool

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3
Q

Qual é a tríade clássica da clínica da pancreatite crônica, embora NÃO esteja presente na maioria dos pacientes?

A
  1. Calcificação do pâncreas
  2. Esteatorreia (pela perda da função exócrina)
  3. Diabetes (pela perda da função endócrina)
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4
Q

Qual das manifestações da tríade é menos comum? Por que?

A

O diabetes, uma vez que o pâncreas tem uma elevada reserva endócrina. Se o paciente com pancreatite crônica tem diabetes, GERALMENTE é por outra causa! O diabetes causado por pancreatite crônica indica gravidade da pancreatite.

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Q

Quais outros achados clínicos geralmente estão presentes na pancreatite crônica, apesar de não fazerem parte da tríade (2)?

A
  1. Dor abdominal, principalmente após as refeições, causada pela “contração” de um pâncreas calcificado, na tentativa de eliminar o suco pancreático.
  2. Emagrecimento
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6
Q

Por que a pancreatite crônica pode causar emagrecimento (2 motivos)?

A
  1. Disabsorção
  2. “Medo” de comer, devido à dor abdominal que os pacientes sentem após as refeições.
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7
Q

Quais são os testes laboratoriais que podem auxiliar no diagnóstico da pancreatite crônica (2)?

A
  1. Teste da secretina
  2. Teste da elastase fecal
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8
Q

Qual valor da elastase fecal sugere insuficiência pancreática exócrina (pancreatite crônica)?

A

Elastase fecal < 200

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9
Q

Qual o melhor exame de imagem para avaliar a fase inicial da pancreatite crônica?

A

USG endoscópico (permite a identificação de pequenas calcificações pancreáticas)

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10
Q

Quais outros exames de imagem podem ser utilizados para avaliar pancreatite crônica (2)?

A
  1. TC ou RNM (geralmente colangioRNM). Visualizam calcificações no parênquima pancreático.
  2. CPRE. Visualiza trajeto tortuoso do ducto pancreático principal.
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11
Q

Em qual situação em que a realização de CPRE é obrigatória na avaliação da pancreatite crônica? Por que?

A

Quando há indicação de cirurgia para o tratamentonda pancreatite, uma vez que a CPRE permite escolher a melhor técnica operatória para o paciente.

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12
Q

Quais são as medidas incluídas no tratamento clínico da pancreatite crônica (5)?

A
  1. Cessar etilistmo E tabagismo (tabagismo é fator de risco para CA de pâncreas).
  2. Porcionar as refeições e fazer refeições pobres em gordura (ajudam a reduzir a dor abdominal).
  3. Analgesia escalonada (já começa com dose fixa e máxima e vai adicionando outras medicações se necessário)
  4. Enzimas pancreáticas + IBP (para “fazer a função” do pâncreas. O IBP é necessário porque as enzimas pancreáticas têm ação melhor em meio menos ácido)
  5. Insulina se necessário
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13
Q

Qual é a principal indicação de tratamento cirúrgico da pancreatite crônica?

A

Dor clinicamente intratável

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14
Q

Qual exame é obrigatório para avaliar a técnica cirúrgica ideal no tratamento cirúrgico da pancreatite crônica? O que esse exame vê, principalmente?

A

A CPRE, que vai avaliar o grau de dilatação do ducto pancreático principal.

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15
Q

Qual diâmetro caracteriza um ducto pancreático principal dilatado na CPRE? Como é chamada essa condição?

A

Diâmetro do ducto pancreático principal > 7 mm. Essa condição é chamada de doença de grande ducto

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16
Q

Qual a técnica cirúrgica empregada no tratamento da doença de grande ducto? Em que consiste essa técnica?

A

Pancreatojejunostomia látero-lateral em Y de Roux (cirurgia de Puestow-Partington-Rochelle). Essa técnica se baseia no fato de que, como o ducto está muito dilatado, ele não consegue reduzir seu diâmetro para “empurrar” o suco pancreático adiante até o duodeno. Assim, na cirurgia, uma alça intestinal é “levada” até o pâncreas e anastomosada ao ducto pancreático principal para que o suco pancreático caisa diretamente no intestino, sem que seja necessário contrair o ducto.

Pancreatojejunostomia latero-lateral em Y de Roux
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17
Q

Como é chamada a condição em que o ducto pancreático principal não está dilatado na CPRE (< 7 mm)?

A

Doença de pequeno ducto. Nessa condição, o problema não está no ducto pancreático principal, mas sim na quantidade de calcificações que está causando a dor do paciente.

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18
Q

Qual a técnica cirúrgica empregada no tratamento da doença de pequeno ducto?

A

Dependerá da localização da calcificação

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19
Q

Qual a técnica cirúrgica empregada quando a calcificação se localiza predominantemente na cabeça do pâncreas?

A

Duodenopancreatectomia: cirurgia de Wipple modificada (é “modificada” pq preserva o piloro).

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20
Q

Qual a técnica cirúrgica empregada quando a calcificação se localiza predominantemente no corpo/cauda do pâncreas?

A

Pancreatectomia subtotal distal: cirurgia de Child.

21
Q

Qual é a principal complicação da pancreatite crônica?

A

Trombose da veia esplênica.

22
Q

Quais os achados encontrados no paciente com trombose da veia esplênica (2)?

A
  1. Esplenomegalia
  2. Varizes de fundo gástrico (uma vez que parte do fundo gástrico também drena para a veia esplênica).
23
Q

Qual é o principal diagnóstico diferencial da trombose de veia esplênica? Qual dado permite fazer essa diferenciação?

A

A hipertensão porta por cirrose, uma vez que a clínica é parecida, bem como a epidemiologia dos pacientes (etilistas crônicos). A diferenciação é feita porque, por causar uma hipetensão portal SEGMENTAR, a trombose de veia esplênica cursa com varizes ISOLADAS em fundo gástrico, SEM varizes esofágicas!.
Obs: o tratamento depende da extensão da trombose.

24
Q

Sobre o câncer de pâncreas, qual o tipo histológico mais comum? E qual a localização mais comum?

A
  1. Tipo histológico mais comum: adenocarcinoma ductal
  2. Localização mais comum: cabeça do pâncreas (é um tumor periampular)
25
Q

Quanto à epidemiologia do adenocarcinoma de pâncreas, qual a faixa etária mais acometida? E qual sexo?

A

Idosos do sexo masculino

26
Q

Quais os principais fatores de risco para o adenocarcinoma de pâncreas (2)?

A
  1. Tabagismo (mais importante)
  2. Obesidade
27
Q

Quais os principais achados clínicos do adenocarcinoma da cabeça do pâncreas (5)?

A
  1. Icterícia colestática verdínica (podendo estar associada a outros sintomas da síndrome colestática)
  2. Sinal de Courvoisier Terrier: vesícula palpável, mas indolor.
  3. Perda ponderal
  4. Dor abdominal
  5. Linfonodo supraclavicular E (de Virchow)
28
Q

Quando presentes, o que os achados clínicos citados anteriormente indicam?

A

Indicam que o adenocarcinoma, provavelmente, já está em fase avançada e provavelmente é irressecável.

29
Q

Qual o marcador tumoral do adenocarcinoma de pâncreas?

A

CA 19-9

30
Q

O CA 19-9 é específico do câncer de pâncreas? Quando ele diminui após o tratamento do câncer, o que isso indica? E quando aumenta?

A

O CA 19-9 não é específico do câncer de pâncreas.
Quando diminui após o tratamento: bom prognóstico.
Quando aumenta após o tratamento: possível recidiva

31
Q

Quais os principais exames de imagem utilizados no diagnóstico e avaliação do adenocarcinoma de pâncreas (2)?

A
  1. USG endoscópico
  2. TC
Acima: USG endoscópico. Abaixo: TC evidenciando colédoco dilatado (bolinha em hiposinal)
32
Q

Qual a vantagem do USG endoscópico no contexto do adenocarcinoma de pâncreas?

A

Permite a realização de biópsia transduodenal, quem vem se mostrando mais segura do que a percutânea. Logo, é um excelente exame para diagnóstico histológico.

33
Q

Qual a vantagem da TC no contexto do adenocarcinoma de pâncreas?

A

Permite avaliação da presença de invasão vascular, acometimento linfonodal e metástases. Logo, é um excelente exame para diagnóstico e ESTADIAMENTO do câncer de pâncreas.

34
Q

Qual o principal problema da biópsia percutânea dos tumores de pâncreas?

A

A possibilidade de deixar implantes neoplásicos no peritôneo, pelo trajeto intra-abdominal da agulha.

35
Q

Qual método de biópsia tem se mostrado mais seguro, por não apresentar esse problema?

A

A biópsia transduodenal, guiada por USG endoscópico.

36
Q

Em realção à invasão vascular do tumor de pâncreas, qual achado da TC o classifica como irressecável?

A

Invasão > 180° de vasos do tronco celíaco ou da artéria mesentérica superior.
Essa definição corresponde ao T4 do estadiamento TNM.

37
Q

Qual outro achado indica neoplasia irressecável?

A

Metástase à distância

38
Q

A maioria dos casos de adenocarcinoma de pâncreas é diagnosticada sem possibilidade de tratamento curativo. Quando é possível, qual a cirurgia utilizada no adenocarcinoma da cabeça do pâncreas, visando a um tratamento curativo?

A

Duodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple

39
Q

A maioria dos casos de adenocarcinoma de pâncreas é diagnosticada sem possibilidade de tratamento curativo. Quando é possível, qual a cirurgia utilizada no adenocarcinoma em corpo/cauda do pâncreas, visando a um tratamento curativo?

A

Pancreatectomia subtotal distal (cirurgia de Child)

40
Q

No tratamento cirúrgico do adenocarcinoma de pâncreas, a linfadenectomia estendida tem impacto na sobrevida do paciente?

A

Não. Na maioria das vezes NÃO se faz a linfadenectomia estendida.

41
Q

Além do tratamento cirúrgico, podem ser utilizadas terapias neoadjuvantes e adjuvantes no tratamento do câncer de pâncreas. Para quais pacientes está indicada a quimioterapia adjuvante para tratamento do câncer de pâncreas?

A

Para TODOS os pacientes, independentemente do estadiamento do tumor.

42
Q

A quimioterapia NEOadjuvante também é indicada, antecendendo a cirurgia, no adenocarcinoma de pâncreas?

A

Sim, na maioria dos casos.

43
Q

Em quais pacientes a quimioterapia NEOadjuvante pode ser “dispensada” (paciente vai direto para a cirurgia)?

A

Paciente com tumor pequeno (< 2 cm), sem acometimento linfonodal (e, obviamente, sem metástase).

44
Q

Nos pacientes com adenocarcinoma de pâncreas avançado, deve-se instituir obtratamento paliativo, com o objetivo de aliviar as principais complicações decorrentes do tumor. Quais são essas complicações (2)?

A
  1. Obstrução da via biliar (com consequente colestase e icterícia).
  2. Obstrução do duodeno (com consequente dilatação do estômago e dificuldade de esvaziamento gástrico)
45
Q

No paciente em tratamento paliativo COM condição cirúrgica, qual a cirurgia indicada para tratar a obstrução da via biliar?

A

Coledocojejunostomia (tb chamada de anastomose biliodigestiva). Consiste em seccionar o colédoco em uma porção acima da acometida pelo tumor e anastomosá-la ao jejuno.

46
Q

No paciente em tratamento paliativo COM condição cirúrgica, qual a cirurgia indicada para tratar a obstrução do duodeno?

A

Gastrojejunostomia. Consiste em seccionar o estômaco acima do ponto de obstrução duodenal e anastomosá-lo no jejuno.

47
Q

No paciente em tratamento paliativo SEM condição cirúrgica, o que pode ser feito para aliviar os sintomas causados pela obstrução da via biliar e do duodeno? Qual o problema dessa técnica?

A

Colocação de stents dentro do colédoco e do duodeno, para “esgarçar” e reverter a obstrução.
O problema dessa técnica é que o stent é frequentemente invadido pelo tumor, e o paciente evolui, novamente, com obstrução.

48
Q

Qual outro tratamento deve ser feito para os pacientes em tratamento paliativo?

A

QT adjuvante