PI Questões 2 Flashcards
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Temendo a expansão da influência iraniana no Oriente Médio, Israel e Arábia Saudita finalmente estabeleceram relações diplomáticas, em setembro 2020, com a assinatura do histórico Acordo de Abraão.
Errado. O Acordo de Abraão consiste no Tratado de Paz, Relações Diplomáticas e Normalização Total entre os Emirados Árabes Unidos e o Estado de Israel. A Arábia Saudita mantém certo distanciamento oficial de Israel, apesar de haver interesse comum em relação à projeção de poder do Irã na região.
Os Emirados Árabes Unidos foram o terceiro país árabe a normalizar relações diplomáticas com Israel, seguindo o Egito, que reconheceu o Estado judeu, em 1974, e a Jordânia, que o fez em 1994.
Certo. Após o Acordo de Abraão com os EAU, Israel também assinou acordos com Bahrein, Marrocos e Sudão.
Os acordos que normalizaram as relações diplomáticas de Israel com países árabes representam valiosa mudança no Oriente Médio e no Magrebe, pois expande o número de países que optaram pelo diálogo e entendimento no relacionamento com Israel.
Certo. Trata-se de aposta na prosperidade e na segurança das regiões. Os acordos possibilitam a preponderância da diplomacia e da negociação na solução de diferendos.
Para a diplomacia brasileira, que reconhece o Estado da Palestina desde 2010, os acordos não são bem-vindos para a tentativa de solucionar a questão israelo-palestina, pois reforçam a política expansionista de Israel e sua tentativa de buscar legitimidade internacional para seus objetivos territoriais.
Errado. Para o Itamaraty, os Acordos de Abraão podem representar desdobramento promissor para a questão israelo-palestina, ao criarem ambiente propício para diálogo que conduza à solução de dois Estados.
O governo russo anunciou a conclusão do gasoduto Nord Stream 2, que reforça sua presença em território ucraniano e amplia a dependência da Europa em relação ao gás exportado pela Rússia.
A construção do gasoduto Nord Stream 2, que passa pelo mar Báltico e liga a Rússia à Alemanha, teve início 2018 e se relaciona com a estratégia russa de reduzir a relevância geopolítica da Ucrânia em relação a suas exportações de gás para a Europa.
O Nord Stream 2 é o gasoduto submarino mais longo do mundo, custou 9,5 bilhões de euros (R$ 54,5 bilhões) e foi concluído em setembro de 2021, mas não chegou a entrar em funcionamento devido à falta de aprovação de órgãos reguladores alemães. O projeto acabou travado por tempo indeterminado como parte dos pacotes de sanções da Alemanha e dos Estados Unidos à Rússia pela invasão da Ucrânia.
Os Estados Unidos se posicionaram contra o projeto de construção do Nord Stream 2, por avaliar que o novo gasoduto apenas aumentará a dependência da Europa dos recursos energéticos russos.
Certo. O governo Trump chegou a impor sanções contra as empresas ligadas à obra, além de anunciar a redução das tropas norte-americanas lotadas na Alemanha. No entanto, o governo Biden vem flexibilizando a posição dos EUA em relação ao projeto.
Além do gasoduto Nord Stream 2, destinado a abastecer o mercado alemão, a Rússia vem expandindo a sua influência mundial no ramo energético, com a inauguração do gasoduto Força da Sibéria, em 2019, o qual fornece gás natural da região de Yakutia (Sibéria) para o norte da China.
Certo. O acordo é um fato importante para a geopolítica mundial do gás natural, na qual a Rússia exerce um papel central. China e Rússia também cooperam na construção do gasoduto Força da Sibéria 2, que também envolve a Mongólia.
A presença brasileira no Conselho de Segurança da ONU, no biênio 2022-2023, será importante para aumentar a articulação diplomática junto a Rússia que, juntamente com os Estados Unidos, não apoia o pleito brasileiro a um assento permanente no CSNU.
Errado. Dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Rússia, Reino Unido e França apoiam expressamente o pleito do Brasil a um assento permanente no CSNU.
Um dos aspectos mais relevantes do relacionamento entre Brasil e Líbano envolve questões migratórias. Os primeiros libaneses chegaram ao Brasil após a Primeira Guerra Mundial e constituem importante elemento cultural para a sociedade brasileira até os dias atuais.
Errado. É uma questão maldosa, mas, considerando a pertinência do tema para a prova de terceira fase que ocorreu no final de semana, é importante saber que os primeiros contingentes de migrantes libaneses, a grande maioria cristãos, chegaram ao Brasil em 1880.
O Brasil concentra a maior comunidade de libaneses e descendentes em todo o mundo.
Certo. Estima-se que haja entre 7 e 10 milhões de libaneses e descendentes aqui no Brasil. A atual comunidade brasileira no Líbano conta com mais de 17 mil residentes.
Em 1944, o governo brasileiro reconheceu a independência do Líbano, dando início às relações diplomáticas, e, em 1946, acreditou Ministro Plenipotenciário junto ao governo libanês. A Embaixada do Brasil em Beirute foi aberta em 1954.
Certo. O Brasil abriu Consulado em Beirute, ainda sob mandato francês, em 1920. Também em 1954, a Embaixada do Líbano foi aberta no Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
O relacionamento bilateral entre Brasil e Líbano beneficia-se de múltiplos canais. Ilustra essa percepção a cooperação no âmbito da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), cuja liderança da Força-Tarefa Marítima está, desde 2011, a cargo do Brasil.
Errado. O Brasil deixou a liderança da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL em 2020.
A atuação de liderança do Brasil na UNIFIL traz grandes dividendos ao país tanto no âmbito bilateral, pois reforça os laços políticos e sociais com os libaneses, quanto no âmbito multilateral.
Certo. As credenciais multilaterais do Brasil junto às Nações Unidas são reforçadas quando o país se engaja em missões de grande porte como a UNIFIL. Exemplo disso é a recondução do Brasil para mais um mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023.
Na esteira dos laços políticos, as relações econômicas entre Brasil e Líbano também avançam. O Líbano é hoje o maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio e responde por 35% do consumo de carne de aves na região.
Errado. A Arábia Saudita é o principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio e responde por 45% das importações brasileiras na região. Os Emirados Árabes Unidos são o principal destino das exportações brasileiras, com 23% do total exportado pelo Brasil para o Oriente Médio, sobretudo carnes de aves, carnes bovinas açúcares e melaços. O comércio bilateral com o Líbano é pouco expressivo, com grande superávit favorável ao Brasil.
Outro aspecto relevante das relações econômicas entre Brasil e Líbano foi a entrada em vigor, em novembro de 2020, do Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e o Líbano.
Errado. O ALC entre o MERCOSUL e o Líbano ainda não foi concluído. O Brasil é quem coordena as negociações pelo bloco sul-americano com o Líbano. Para o Itamaraty, a expectativa é a de que o acordo possa ser concluído em 2022.
O Brasil fornece mais da metade do café, do frango, da carne suína e da carne bovina consumidos no Líbano, o que demonstra o potencial de crescimento de um mercado ainda deprimido e que passa por problemas econômicos.
Certo. De acordo com dados do Itamaraty, o Brasil fornece ao Líbano 70% de seu consumo de café e frango, além de 60% de seu consumo de carne suína e bovina. O total do comércio bilateral em 2020 ficou em apenas US$160 milhões.
Além da tradicional cooperação Sul-Sul, o Brasil tem histórico engajamento em ações de cooperação humanitária, cujo maior exemplo recente foi o envio de ajuda ao Líbano, após a explosão no porto de Beirute, em 2020.
Certo. No dia 12 de agosto de 2020, duas aeronaves brasileiras transportaram um total de 6,5 toneladas de alimentos, remédios, suprimentos e equipamentos médico-hospitalares doados pelo governo brasileiro e pela comunidade libanesa no Brasil, em missão liderada pelo ex-Presidente Michel Temer, ele mesmo descendente de libaneses.
No plano cultural, desde 2011, o Brasil mantém o Centro Cultural Brasil-Líbano na sua Embaixada em Beirute. O Centro trabalha pela promoção e difusão da língua portuguesa e da cultura brasileira.
Há exatos 10 anos, o Brasil inaugurou o Centro Cultural Brasil-Líbano, com o objetivo de reforçar sua presença cultural no país do Oriente Médio. Essa medida faz parte do importante aspecto de soft power da diplomacia brasileira, que contribui para a projeção internacional do país.
Após os ataques terroristas do 11 de setembro, o Brasil propôs a convocação do órgão de consulta do TIAR e recordou que o êxito na luta contra o terrorismo não pode depender apenas da eficácia da autodefesa ou do uso da força militar.
Certo. Para o Brasil, os ataques às torres gêmeas representaram um ataque a todo o sistema americano. No entanto, a diplomacia brasileira defende uma abordagem multilateral para os problemas que envolvem o terrorismo transnacional.
Em 2003, a diplomacia brasileira demonstrou apoio aos Estados Unidos nas ações que culminaram na invasão do Iraque e na deposição de Saddam Hussein.
Errado. O Brasil criticou a ação norte-americana de invasão do Iraque, realizada em descumprimento à Carta da ONU.
No âmbito do tratamento da agenda de segurança na ONU, o Brasil cunhou o princípio da “responsabilidade de proteger”.
Errado. O Brasil patrocinou o conceito de “responsabilidade ao proteger”. Diferentemente do princípio “R2P”, que prevê a responsabilidade subsidiária da comunidade internacional na proteção dos cidadãos de um país. O conceito da “RwP” defende que antes de empenhar-se em uma ação militar, espera-se que a comunidade internacional realize uma análise abrangente e criteriosa de todas as consequências que daí podem decorrer.
O Brasil é, historicamente, entusiasta do desarmamento e dos meios pacíficos de solução de controvérsias. Nesse contexto, o país assinou e ratificou o Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA).
Certo. Desde novembro de 2018, o Brasil é Estado parte no TCA. O país assinou o tratado em 2013, juntamente com outros 60 países.
O Brasil voltará a ocupar assento não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023. Será a décima primeira vez que o país integrará o mais importante órgão responsável pela segurança internacional.
Certo. O Brasil voltará a ocupar assento não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023. Será a décima primeira vez que o país integrará o mais importante órgão responsável pela segurança internacional.
Rompendo com a política externa do ex-presidente Donald Trump, Joe Biden promoveu o acordo de paz entre os Estados Unidos e o Talibã, o que possibilitou a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, após quase duas décadas de conflito.
Errado. O governo responsável por assinar o acordo de paz com o Talibã foi o governo Trump, em fevereiro de 2020. Com a posse de Joe Biden, em janeiro de 2021, os EUA intensificaram o processo de retirada de suas tropas do país da Ásia Central.