Roteiro 09- TORACOCENTESE E TORACOSTOMIA Flashcards

1
Q

Toracocentese - Introdução

A

Consiste na punção de coleções líquidas acumuladas no espaço pleural de um hemitórax

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2
Q

formação do líquido pleural se dá pelo gradiente de pressão entre a pleura____ (circulação sistêmica – alta pressão) e a pleura ______ (circulação pulmonar – baixa pressão), onde a maior parte do liquido é produzida pela pleural parietal e reabsorvida pela pleura visceral, mantendo uma fina camada de líquido no espaço pleural

A

parietal; visceral

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3
Q

O aspecto do líquido pode dar informações sobre a provável causa do derrame pleural: (6)

A

Amarelo-citrino – comum
Preto – infecção por Aspergillus
Hemático – trauma, neoplasia
Achcolatado – abscesso amebiano
Leitoso – quilotórax
Purulento – empiema

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4
Q

Análise do líquido pleural - A partir dos resultados obtidos, podemos ter algumas suspeições. Alguns exemplos: (8)

A
  • pH <7,2 – sugere derrame parapneumônico (pneumonia)
  • Glicose < 60 g/dl – sugere derrame parapneumônico/ neoplasia
  • Celularidade total < 1000/ mm3 – transudato
  • Celularidade total > 10000/mm3 – empiema, tuberculose, lúpus
  • Predomínio de Neutrófilos – empiema, infecção
  • Predomínio de Mononucleares – tuberculose, neoplasia
  • LDH > 200 – inflamação pleural - exsudato
  • Proteína > 3g/dl - exsudato
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5
Q

Transudato x exsudato

A

1: líquido baixa celularidade e baixo teor protéico

2: (infecções, inflamação), produzindo acúmulo de liquido com alta celularidade e alto teor protéico

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6
Q

Exemplos comuns de causas de transudatos (3)

A

Insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, síndrome nefrótica (hipoalbuminemia)

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7
Q

Exemplos comuns de exsudatos (3)

A

Pneumonia, neoplasias, embolia pulmonar

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8
Q

Critérios de Light

A
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9
Q

Toracocentese - Indicações (6)

A
  • Derrame pleural unilateral
  • Derrame pleural bilateral, com desproporcionalidade entre os lados;
  • Derrame pleural bilateral simétrico com dúvida diagnóstica ou falha de tratamento clínico;
  • Pleurites;
  • Derrame pleural com desconforto respiratório;
  • Pneumotórax hipertensivo – toracocentese de alívio;
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10
Q

Toracocentese - Materiais utilizados (13)

A
  • Luvas estéreis;
  • Gorro;
  • Máscara;
  • Compressas de gaze 10 × 10 cm;
  • Solução antisséptica (preferencialmente clorexidina alcoólica a 2%);
  • Campos estéreis fenestrados;
  • Lidocaína a 2%, 10 mL, sem vasoconstritor;
  • Agulhas anestésicas, calibre 10x4,5mm, 30x8mm e 30x10mm;
  • Seringas de 10 e 20 mL;
  • Equipo de macrogotas para soro;
  • Jelco calibres 14 e 16;
  • Três tubos/frascos (ou mais) de amostras com tampas/ a vácuo, pré-rotulados (se amostra para cultura, usar coletor estéril);
  • Curativo (esparadrapo ou micropore).
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11
Q

TORACOCENTESE - Técnica - Posição do paciente

A

Paciente apoia os cotovelos em uma mesa, costa ereta, inclinado para frente.

  • Pacientes em ventilação mecânica, a posição em decúbito lateral do lado acometido pelo derrame ou a posição semi-sentada no leito podem ser utilizadas.
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12
Q

Toracocentese - Local da punção

A

1 Espaço intercostal abaixo do nível do derrame
2 Na borda superior da costela inferior
3 Metade da distância entre a linha axilar posterior e os músculos paraespinhais

*Acima da 8º costela, o mais baixo possível no derrame
*Não se realiza a punção na 9ª costela para evitar
punção subdiafragmática

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13
Q

Toracocentese - Procedimento (antes de puncionar) (5)

A
  1. Colocar luvas estéreis e pedir que um assistente abra a bandeja de toracocentese;
  2. Uma vez que o paciente esteja adequadamente posicionado e o local da punção demarcado, realizar antissepsia com iodopovidona ou clorexidina degermante, retirar excesso e pintura com iodopovidona ou clorexidina alcoólica (em todo o hemitórax);
  3. Aspirar a lidocaína na seringa de 5 mL. Usar a agulha pequena (25G, 1,5 cm) para criar um botão anestésico (cerca de 1 mL) no local de inserção, diretamente sobre a costela;
  4. A agulha maior (22G, 1,2 cm) então é colocada na seringa e a ponta da agulha é inserida na borda superior da costela inferior. Uma pequena quantidade (cerca de 1 mL) de anestésico é administrada e a ponta da agulha é retirada e redirecionada acima da costela, até que a superfície pleural seja atingida. Alguns autores defendem a administração da lidocaína após passar a costela superior a cada 2 mm de inserção da ponta da agulha;
  5. O líquido pode ser aspirado ao atingir a pleura. Após a detecção do líquido, tracionar discretamente a agulha e administrar o restante do anestésico. Observar a profundidade da inserção da agulha para atingir a pleura. Remover a agulha de anestesia e colocá-la de volta na bandeja.
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14
Q

Todos os planos devem ser anestesiados (4)

A

pele, tecido subcutâneo, espaço intercostal e pleura parietal

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15
Q

Toracocentese - Procedimento (Punção) (6)

A
  1. Após adequadamente realizada a anestesia, nova punção deve ser realizada no local previamente anestesiado, porém desta vez com jelco selecionado (calibre 14 ou 16) acoplado à seringa de 20 ml.
  2. Deve-se introduzi-lo lentamente sob aspiração negativa.
  3. Após aspiração do líquido pleural, e, portanto, confirmação do dispositivo no espaço interpleural, deve-se retrair um pouco a agulha metálica, deixando o jelco, e coletar cerca de 40 ml para estudo (pode ser necessário mais);
  4. Após coleta do material, retrair todo o mandril metálico e acoplar o equipo ao cateter plástico estando a ponta distal do equipo dentro do frasco para coleta da secreção a ser drenada.
  5. Interrompa o procedimento após retirada de cerca de 1000 ml a 1500 ml de líquido ou após o paciente apresentar tosse (edema de reexpansão).
  6. Faça um curativo com gaze e esparadrapo no local da punção.
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16
Q

Toracocentese - Complicações (8)

A
  • Pneumotórax (incidência de 3-19%): pode ser ocasionado por inexperiência do médico, uso de agulhas muito grossas, retirada de grandes volumes de líquido pleural, múltiplas perfurações com a agulha, DPOC, toracocenteses repetidas e existência de loculações;
  • Hemotórax: decorrente da laceração de vasos no momento da punção;
  • Desencadeamento do reflexo vago-vagal: sudorese, desconforto geral e sensação de desmaio;
  • Tosse: distensão abrupta dos espaços aéreos após a retirada de líquido;
  • Dor no local da punção;
  • Infecção;
  • Edema de reexpansão (tosse, dor torácica, piora da dispneia);
  • Lacerações hepáticas ou esplênicas inadvertidas.
17
Q

Toracostomia/ Drenagem de tórax - Introdução

A

é um procedimento cirúrgico que consiste na introdução de um dreno tubular através da parede torácica, para a retirada de líquido ou ar acumulado de forma anômala na cavidade pleural

18
Q

Toracostomia - Indicações (7)

A
  • Hemotórax;
  • Pneumotórax;
  • Quilotórax;
  • Empiema;
  • Derrames pleurais de grandes dimensões ou complicado;
  • Traumas torácicos;
  • Pós-óperatório de toracotomia
19
Q

Toracostomia - Materiais utilizados (13)

A
  • Lap cirúrgico, luvas estéreis, gorro, mascara, óculos;
  • Solução de clorexidina ou iodopovidona;
  • Gazes;
  • Lidocaína 1%;
  • Seringa de 10mL e agulhas de 22 e 25 para anestesia;
  • Seringa de 10mL e agulha para toracocentese;
  • Fios para sutura;
  • Pinça Kelly (2 grandes e 2 médias);
  • Tesoura Metzembaum;
  • Cuba para desinfecção;
  • Compressas esterilizadas;
  • Sistema de drenagem e aspiração com nível líquido apropriado;
  • Tubo de drenagem (12 a 42 Fr).
20
Q

Toracostomia - Técnica clássica (5) (1/2)

A

01 – Posicionar o braço do lado afetado do paciente, sobre sua cabeça, além de elevar a cabeceira do leito 30 a 60 graus. Identificar o locar da inserção do dreno que, geralmente, é no 4º ou 5º espaço intercostal, em linha axilar anterior ou média, atrás da borda lateral do músculo peitoral maior (fig.9). Nos homens, será imediatamente lateral ao mamilo. O dreno deverá ser inserido direcionado superiormente e posteriormente na cavidade torácica.
→ Cuidado para não direcionar o dreno para o mediastino, pois pode resultar em pneumotórax contralateral. Além disso, deve-se ter cuidado para posicionar o paciente corretamente e não inserir o dreno muito baixo, pois pode acontecer laceração de fígado, baço ou diafragma.

02 – Deve-se montar o sistema de selo d’água colocando 500 ml de soro (para um frasco de 2000 ml, conectando o dreno a uma entrada do frasco de forma que a ponta do dreno fique submersa aproximadamente 2 cm, e a saída deixada aberta (suspiro). O frasco deve ficar a 50 cm abaixo do nível da entrada do dreno no tórax, normalmente no chão ou a pouco centímetros do chão

03 – Fazer a antissepsia do local e colocar o campo. Escolher uma agulha 25G e uma seringa de 10mL para anestesiar o local da incisão com solução de lidocaína a 1% e epinefrina. A incisão será um espaço intercostal abaixo do espaço escolhido para o dreno.

04 - Na borda superior da costela, inserir a agulha infiltrando livremente o tecido subcutâneo e os músculos intercostais, inclusive o tecido acima do aspecto medial da costela inferior ao espaço no qual a entrada pleural irá ocorrer e abaixo para a pleura parietal. Aspira a cavidade para ver se há presença de fluido ou ar e, caso não haja nenhum dos dois, deverá alterar o local da inserção.

05 - A incisão transversa deve ser feita na pele e no subcutâneo, sobre o espaço intercostal, medindo 2 a 3cm. A incisão continua com a pinça Kellly, por dissecação fechada na fáscia em direção a borda superior da costela acima da incisão. Ao alcançar a borda superior da costela acima, deve-se fechar a Kelly e girar, empurrando-a através da pleura parietal com pressão consistente e firme. Após isso, irá abrir e fechar a pinça, no intuito de alargar o espaço para a colocação do dreno. Depois fecha-se a pinça e retira.

21
Q

Toracostomia - Técnica clássica (5) (2/2)

A

06 - Para verificar se o espaço pleural foi realmente penetrado, deve-se inserir o dedo indicador a fim de reconhecimento das estruturas

07 – Para inserção do dreno, ele deverá clampeado por pinça Kelly, com sua ponta ultrapassando a ponta da pinça. No momento da introdução, o dedo indicador deverá acompanhar o percurso da pinça e do dreno, como forma de guiar. O dreno deverá ser introduzido até que o seu último orifício lateral esteja 2,5 a 5cm para dentro da parede torácica para, então, conectá-lo ao sistema de drenagem/aspiração montado anteriormente.
Através da palpação, vai verificar o posicionamento do dreno torácico, com todos os orifícios de drenagem no espaço pleural. Para confirmar a localização correta do dreno, deve-se visualizar a condensação dentro do dreno com a respiração ou fluido pleural drenado dentro do seu interior. Uma forma de confirmação do local certo do dreno, é pedir que o paciente tussa e observar se houve formação de bolhas acompanhado de oscilação na coluna do selo d’água. Caso não ocorra nenhuma dessas coisas, pode-se considerar que o dreno não está na cavidade pleural

08 – Para fixação do dreno, deverá suturar no local, de forma que os tecidos moles sejam puxados em direção a ele, no intuito de vedar a passagem de ar. Utilizar fio não absorvível (seda, nylon). A primeira sutura pode ser em U (Wolf) ou em bolsa, em volta do dreno, relizando os 3 seminós

09 – Após a primeira sutura, as pontas do fio devem dar duas voltas no dreno e novamente realizar os 3 seminós. Repetir esse passo no mínimo mais duas vezes (nó de “bailarina”)

10 - Após a fixação do dreno, pegar duas compressas de gaze e fazer um corte do meio de uma das bordas, até o centro. Fixá-la em torno do dreno, no local de contato com a pele, com esparadrapo (fig 18). Após esse procedimento, solicitar um raio X com incidência póstero-anterior (PA), para confirmar a posição do dreno e a quantidade de fluido ou ar logo após a sua colocação.

22
Q

Toracostomia - Complicações (11)

A
  • Lesão de coração, fígado, pulmões ou grandes vasos;
  • Perfuração do diafragma;
  • Colocação subdiafragmática do dreno;
  • Perfuração do parênquima pulmonar;
  • Enfisema subcutâneo;
  • Hemorragia, principalmente em artéria intercostal;
  • Colocação subcutânea;
  • Infecção
  • Choque cardiogênico;
  • Vazamento de ar (escape aéreo)
  • Obstrução
23
Q

Toracostomia - Quando retirar o dreno (2)

A

O dreno poderá ser retirando quando a drenagem de líquido estiver resolvida (hemotórax/ empiema) e/ou o pulmão estiver expandido (pneumotórax).
Critérios de retirada:

  • Drenagem de líquido claro < 50ml/24h
  • Pulmão expandido – visualizado no Rx de tórax