sindromes Mieloproliferativas Flashcards

(25 cards)

1
Q

O termo neoplasias mieloproliferativas (ver Apêndice) des- creve

A

um grupo de condições que surgem das células-tronco da medula óssea e caracteriza-se por proliferação clonal de um ou mais componentes hematopoéticos na medula óssea e, em muitos casos, também no fígado e no baço. São, também, designadas doenças ou distúrbios mieloproliferativo

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2
Q

Os três principais distúrbios não leucêmicos desse grupo são:

A

Trombocitemia essencial (TE);
Policitemia vera (PV);
Mielofibrose primária (MFP)

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3
Q

Os distúrbios mieloproliferativos são estreitamente rela- cionados e ocorrem formas transicionais com evolução de uma entidade para outra durante o curso da doença

A
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4
Q

Eles estão associados com anormalidades clonais envol- vendo genes que codificam as proteínas tirosinoquinases, Janus quinase 2 (JAK2) associada, MPL (o receptor para trombocitopenia) ou calreticulina (CALR)

A
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5
Q

Mutações genéticas em distúrbios mieloproliferativos

A

Leucemia mieloide crônica
ABL1
Policitemia vera
JAK2
Mielofibrose primária
JAK2, CARL, MPL
Trombocitemia essencial
JAK2, CARL, MPL

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6
Q

Célula-tronco da medula óssea>
Anormalidade adquirida>

Proliferação celular principal
Precursores eritroides
Policitemia vera > 30% vira mielofibrose primaria 5% vira leucemia mieloide aguda

Mega- cariócitos
Trombocitemia essencia > 10-20% vita mielofibrose primaria

Mega- cariócitos > Fibrose reacional> Mielofibrose primária> 10% vira leucemia mieloide aguda

A
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7
Q

As três doenças são caracterizadas pelas mutações JAK2 ou CALR em proporção variável de casos

A
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8
Q

Poliglobulia definição

A

Poliglobulia* (policitemia) é definida como um aumento da concentração de hemoglobina acima do limite superior do intervalo de referência para a idade e o sexo do paciente. Para conter esse excesso de hemoglobina, o hematócrito necessa- riamente também estará aumentad

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9
Q

Classificação de poliglobulia

A

A poliglobulia é classificada conforme sua fisiopatologia, mas a principal subdivisão é em poliglobulia absoluta ou real, na qual há aumento da massa eritroide in vivo (volemia eri- troide) acima de 125% do valor previsto para a massa corpo- ral e o sexo, e a muito mais frequente poliglobulia relativa ou pseudopoliglobulia, na qual a massa eritroide é normal, mas o volume plasmático é reduzido

Estabelecida a presença de poliglobulia absoluta, esta deve ser subclassificada em poliglobulia primária, na qual há uma hiperatividade intrínseca da medula óssea, ou em poliglobu- lia secundária, na qual a medula óssea está estimulada por um aumento de eritropoetina, como resultado de fatores como tabagismo ou altitude

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10
Q

Policitemia vera

A

Na PV, o aumento da massa eritroide circulante é causado por transformação maligna clonal de uma célula-tronco da medula óssea

Embora o aumento dos valores do eri- trograma seja o achado diagnóstico, em muitos pacientes também há superprodução de granulócitos e plaquetas

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11
Q

Diagnóstico

A

Estabelecer o diagnóstico de PV em um paciente que se apre- senta com poliglobulia pode ser difícil

Policitemia vera JAK2-positiva
A1
Hematócrito (> 52% em homens e > 48% em mulheres) ou aumento da massa eritroide (> 25% acima da prevista)*
A2
Mutação em JAK2
O diagnóstico exige ambos os critérios acima

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12
Q

Aspectos clínicos

A

A PV é uma doença de idosos com incidência igual em ambos os sexos. Os aspectos clínicos resultam de hiperviscosidade sanguínea, hipervolemia, hipermetabolismo ou trombose.

Cefaleia, dispneia, visão turva e sudorese noturna. Pru- rido, caracteristicamente depois de banho quente, pode ser um problema sério.
2 Aparência pletórica: cianose rubra

Esplenomegalia

Gota, como resultado de aumento de produção de ácido
úrico

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13
Q

Achados laboratoriais

A

Há aumento dos valores do eritrograma: contagem de eri- trócitos, hemoglobina e hematócrito. A volemia eritroide total está aumentada

Cerca de metade dos pacientes têm trombocitose

O ácido úrico plasmático quase sempre está aumentado; a
desidrogenase láctica é normal ou um pouco aumentada.

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14
Q

Tratamento

A

O tratamento visa a manutenção de um hemograma próximo ao normal. O hematócrito deve ser mantido em torno de 45%

Sangrias terapêuticas (venessecção)
́indicada para pacientes mais jovens e para aqueles com doença leve. A deficiência de ferro resultante pode limitar a eritropoese. Infelizmente, as sangrias não controlam a contagem de plaquetas.

Hidroxicarbamida (hidroxiureia)
́ indicada se houver baixa tolerância a sangrias repetidas, esple- nomegalia sintomática ou progressiva, trombocitose elevada, perda de peso ou suores noturnos. O uso diário de hidroxicar- bamida é eficaz no controle dos valores hematimétricos e pode ser necessário mantê-lo durante muitos anos

A mutação JAK2 afeta a função plaquetária, causando susce- tibilidade a hemorragia e trombose,

Efeitos colaterais da hidroxicarbamida incluem mielossupressão, náusea e toxici- dade à pele em áreas expostas à luz ultravioleta.

Inibidores de JAK2
Fármacos como ruxolitinibe (lestaurtinibe, pacritinibe e mome- lotinibe estão sendo testados) inibem a atividade de JAK2 e são eficazes em muitos pacientes. Atualmente, o ruxolitinibe é usado em pacientes que não conseguem ser controlados adequadamente, ou têm efeitos colaterais com hidroxicarbamida e acredita-se que, em breve, será considerado como tratamento de primeira linha.

Interferon
O interferon-α suprime a proliferação excessiva na medula ós- sea e produz boas respostas hematológica
Pode ser particularmente valioso no controle do pru- rido. É algumas vezes usado em pacientes com idade inferior a 40 anos para evitar exposição precoce a fármacos citotóxicos.

́cido acetilsalicílico
́cido acetilsalicílico diário, em baixa dose, reduz as compli- cações trombóticas sem aumento significativo do risco de he- morragias sérias. É usado em quase todos os pacientes

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15
Q

Trombose e hemorragia são os principais problemas clínicos. Aumento da viscosidade sanguínea, es- tase vascular e trombocitose com alteração de função pla- quetária podem contribuir para trombose, ao passo que a função plaquetária defeituosa pode favorecer hemorragia.

A
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16
Q

Poliglobulia secundária

A

As causas adquiridas são as várias condições que produ- zem aumento do nível de eritropoetina

Hipoxia causada por tabagismo ou por doença pulmonar obstrutiva crônica é a causa mais comum, e a medida da saturação de oxigênio no sangue arterial (gasometria arterial) é o exame básico

17
Q

Poliglobulia relativa

A

É vista particularmente em homens jovens ou de meia-idade e pode associar-se a pro- blemas cardiovasculares, como hipertensão e ataques isquêmi- cos cerebrais transitórios. O tratamento com diuréticos, taba- gismo pesado, obesidade e consumo exagerado de álcool são associações frequentes

18
Q

Trombocitemia essencial

A

Neste distúrbio, há aumento sustentado da contagem de plaquetas por excessiva proliferação megacariocítica e su- perprodução de plaquetas. A série eritroide é normal

A biópsia da medula óssea não mostra fibrose colágena.

A contagem persistente de plaquetas > 450 × 103/mL é a característica principal do diagnóstico, mas outras causas de trombocitose, sobretudo carência de ferro, doença inflamató- ria ou neoplásica e mielodisplasia devem ser excluídas antes de se concluir esse diagnóstico.

Estes pacientes costumam ser mais jovens

19
Q

Diagnóstico

A

Os critérios diagnósticos sugeridos para trombocitemia essencial são:
A1 Trombocitose persistente > 450 × 103/mL.
A2 Presença de uma mutação adquirida patogenética (p. ex.,
em JAK2 ou CALR).
A3 Ausência de outra neoplasia mieloide maligna: PV, MFP,
LMC ou síndrome mielodisplásica.
A4 Ausência de causa de trombocitose reacional e reservas
normais de ferro.
A5 Histologia de biópsia da medula óssea, mostrando nú-
mero aumentado de megacariócitos

20
Q

Achados clínicos e laboratoriais

A

Os aspectos clínicos dominantes são trombose e hemorra- gia, mas a maioria dos casos é assintomática e diagnosticada em hemograma de rotina

Plaquetas grandes anormais e fragmentos de megacarió- citos podem ser vistos à microscopia

21
Q

Prognóstico e tratamento

A

A finalidade é a redução do risco de trombose e hemorragia, que são os maiores problemas clínicos. Fatores usuais de risco cardiovascular, como colesterol, tabagismo, diabetes, obesi- dade e hipertensão, devem ser identificados e tratados. Dose diária de 75 mg de ácido acetilsalicílico é recomendada em todos os casos.

São considerados pacientes de alto risco os que têm mais de 60 anos, com trombose prévia ou com contagens de pla- quetas acima de 1.500 × 103/mL; estes devem ser tratados com hidroxicarbamida ou anagrelide para reduzir a contagem de plaquetas.

São de baixo risco os pacientes com menos de 40 anos; para estes, o ácido acetilsalicílico é um tratamento suficiente. O controle ótimo para pacientes de médio risco (40-60 anos) é incerto.

A hidroxicarbamida provavelmente é o fármaco mais usado no tratamento; é bem tolerado, embora alguns pacien- tes desenvolvam ulcerações cutâneas ou pigmentação. O ana- grelide é um bom fármaco para segunda escolha, mas tem mais efeitos colaterais que a hidroxicarbamida, sobretudo so- bre o sistema cardiovascular, além de ser caro. Causa preocu- pação, também, a suspeita de que ele possa aumentar o risco de evolução para mielofibrose.

O interferon-α também é eficaz e tem sido usado em pacientes jovens ou du- rante a gravidez

22
Q

Mielofibrose primária

A

Tem como característica predominante uma fibrose genera- lizada e progressiva da medula óssea, associada a desenvolvi- mento de hematopoese no baço e no fígado (conhecida como metaplasia mieloide). Clinicamente, esse conjunto causa ane- mia e considerável esplenomegalia (Figura 15.10b). Alguns pacientes desenvolvem osteosclerose.

A fibrose da medula óssea é secundária à hiperplasia de megacariócitos anormais

23
Q

Características clínicas

A

1 Começo insidioso com sintomas de anemia é comum em idosos.
2 Sintomas resultantes de grande esplenomegalia, como desconforto abdominal, dor e indigestão, são fre- quentes. Esplenomegalia é o principal achado clínico (Figura 15.10b).
3 Sintomas de hipermetabolismo, como perda de peso, anorexia, febre e suores noturnos, são comuns.
4 Problemas de sangramento, dor óssea e gota ocorrem em uma minoria dos paciente

24
Q

Achados laboratoriais

A

1 Anemia é comum, porém um nível de hemoglobina nor- mal ou alto pode ser encontrado em alguns pacientes.

2 As contagens de leucócitos e plaquetas quase sempre são
altas na ocasião do aparecimento da doença. Posterior- mente, leucopenia e trombocitopenia são comuns.

O hemograma caracteriza-se por quadro leucoeritroblás- tico. Os eritrócitos mostram pecilócitos característicos em forma de “gota” ou “lágrima” (dacriócitos)

̀ aspiração da medula óssea raramente se obtém mate- rial celular (punção branca). A histologia de biópsia com trefina (Figura 15.7b) mostra uma medula hipercelular, fibrótica; com frequência, há aumento de megacariócitos

25
Tratamento
O tratamento é paliativo e dirigido para a redução dos efeitos da anemia e da esplenomegalia Transfusões de glóbulos filtrados e tratamento regular com ácido fólico são usados em pacientes intensamente anêmi- cos. O ruxolitinibe é um inibidor oral de JAK2 que reduz as dimensões do baço, melhora os sintomas sistêmicos e a qualidade de vida e prolonga a sobrevida A hidroxicarbamida também é útil para diminuir a esplenomegalia e os sintomas de hipermetabolismo A esplenectomia deve ser considerada em pacientes com sintomas decorrentes de grande esplenomegalia – desconforto mecânico, trombocitopenia, hipertensão portal e necessidade excessiva de transfusões. Alopurinol é indicado para evitar gota e nefropatia por urato, devidas à hiperuricemia. O trans- plante de células-tronco alogênicas pode ser curativo em pa- cientes jovens.