Ventilação, ARDS, SAOS Flashcards
(48 cards)
ARDS
Síndrome clínico
Insuficiência Respiratória aguda com hipoxémia
Lesão endotelial, epitelial e edema pulmonar
não cardiogénico
- Edema pulmonar e intersticial (líquido e proteínas)
- Colapso/atelectasia alveolar
- ↑ Shunt
- ↓ Compliance pulmonar
Clínica ARDS
Dispneia \+ - Taquipneia - Taquicardia - Diaforese - Cianose - Tiragem - Fervores difusos
Tríade clínica de ARDS
Dispneia
Hipoxémia (não reversível com aumento de FiO2)
Infiltrados pulmonares bilaterais
Critérios de Berlim
Diagnóstico de exclusão
- Acute onset:
- Início < 1 semana após insulto conhecido
OU
- sintomas respiratórios de novo OU agravados - Imagiológicos:
- Opacidades alveolares difusas bilaterais
NÃO são derrames, nódulos, consolidações ou atelectasia - NÃO CARDIOGÉNICO: Exclusão de causa cardíaca e sobrecarga hídrica
- HIPOXÉMIA: PaO2 / FiO2 ≤ 300
200-300 - Ligeiro
100 - 200 - Moderado
≤ 100 - Grave
Mnemonica ARDS
A - Abnormal x-ray
R - Respiratory failure < 1 week after a known or suspected trigger
D - Decreased PaO2/FiO2
S - Should exclude CHF or fluid overload as a potential cause of respiratory distress.
Imagiologia ARDS vs EAP cardiogénico
ARDS:
Opacidades alveolares difusas, bilaterais, heterogéneas Mais pronunciadas nas porções dependentes do pulmão (efeito da gravidade)
Opacidades de cima para baixo
Edema pulmonar cardiogénico: ↑ Pressão venosa pulmonar = pressão no átrio drt = Sinais de IC direita (IVJ, ascite, edema periférico) Auscultação + exuberante:ádo tempo expiratório, sibilos, fervores, S3 Cardiomegália - aumento do índice cardio-torácico Espessamento intersticial (linhas B de Kerley) Infiltrados alveolares peri-hilares menos heterogéneos Derrame - apagamento dos seios costo-frénicos Opacidades do centro para a periferia
GSA de ARDS
Insuficiência respiratória tipo 1 (hipoxémica)
Alcalose respiratória (↑pH e ↓ PaCO2) por hiperventilação/taquipneia
Pode evoluir para: hipoxémia → fadiga muscular → hipoventilação → Insuficiência Respiratória tipo 2
Acidose respiratória (↑ PaCO2; ↓ pH)
Tratamento da ARDS
Ventilação mecânica invasiva - PROTETORA
Com benefício na mortalidade:
- Volume corrente baixo - Vt ≤ 6 mL/Kg
- Bloqueio neuromuscular precoce (rocurónio) - melhora a sincronia doente-ventilador
- Proning (decúbito ventral) - redistribuição do edema e melhoria da compliance
- Minimizar pressões de enchimento AE - Restringir a administração de fluidos (evitar a sobrecarga hídrica)
Sem benefício da mortalidade:
5. PEEP alta - recrutamento de mais alvéolos e por consequência redução do shunt
> > A low tidal volume and low plateau pressure are the principles of lung-protective ventilation!
Lowest FiO2 that maintains the oxygen saturation above 90%
Prognóstico
Mortalidade de 50%
Dos que sobrevivem, a maioria recupera uma função pulmonar normal ou quase normal após 6-12 meses
Complicação a longo prazo - FIBROSE pulmonar - doença pulmonar restritiva
Alterações ácido-base na GSA:
Mnemónica - SMORE
SMORE: change of pCO2 in the Same direction as pH → Metabolic disorder; change of pCO2 in the Opposite direction of pH → REspiratory disorder
Acidose VS acidémia
Alcalose VS alcalémia
Acidose - condição que predispõe à acidificação do sangue (↑ H+ ou ↓ HCO3-)
Acidémia - pH < 7.35
Alcalose - condição que predispõe à alcalinização do sangue (↓ H+ ou ↑ HCO3-)
Alcalémia - pH > 7.45
Ou seja, uma acidose não tem, necessariamente de estar associada a uma acidémia uma vez que, por exemplo, num caso de existir uma acidose respiratória e uma alcalose metabólica, o pH sanguíneo manter-se-ia constante
Gradiente A-a
Diferença entre pressão de O2 alveolar e arterial
Gradiente A-a = PAO2 - PaO2
PaO2 N: 75–100 mm Hg - adquirido através da GSA
PAO2: calculado através de equação
Representa uma misura de oxigenação
N: 5–10 mm Hg para jovens; 15–20 mm Hg adultos
> > Qualquer mismatch V/Q provoca alteração no gradiente
V/Q (ventilação/perfusão)
Fenómeno de Shunt e Espaço Morto
O ideal é V/Q = 1, mas geralmente é 0,8.
Ápices pulmonares V/Q = 3 (V>Q)
Bases pulmonares V/Q = 0,6 (Q>V)
↑ V/Q = Espaço morto → alvéolos ventilados e não perfundidos
ex: obstrução do fluxo sanguíneo: TEP, choque cardiogénico
↓V/Q = Shunt → alvéolos perfundidos mas não ventilados
ex: Obtrução das vias aéreas - corpo estranho,
pneumonia, atelectasias, FQ, Edema pulmonar
Administrar 100% de O2 melhora que mismatch V/Q?
↑ V/Q, espaço morto, ex: TEP - melhora PO2
↓V/Q, shunt, obstrução da via aérea ex: corpo estranho - não melhora a PO2
Alterações V/Q
↑ A-a:
- idade
- ↑ FiO2
- Shunt drt - esquerdo
- Fluído dentro dos alvéolos (pneumonia, ARDS, CHF)
- Mismatch V/Q
- ↓ difusão dos gases através da memb alveolar: fibrose, doença pulmonar intersticial, edema
A-a N:
- Hipoventilação por causa central (SNC)
- Défices neuromusculares
- Altas altitudes (apesar de ↓ O2 inalado)
Complience pulmonar: quando está ↑ ou ↓?
↑ Compliance:
- Idade - loss of elastic recoil
- Enfisema
- ↓ surfactante
↓ Compliance (increased lung stiffness)
- fibrose pulmonar
- edema pulmonar
- pneumoconioses
- ARDS
NOTA IMPORTANTE: Compliance pulmonar é diferente de compliance da parede torácica!
Nos idosos: ↑compliance pulmonar MAS ↓ compliance torácica
Qual é o principal drive respiratório (fator controlador da ventilação)?
> > ↓ pCO2 (e não pO2!)
Outros
- ↓ pH (à custa do CO2)
- ↑ Metabolismo (febre, sépsis, etc)
- Se hipercápnia crónica → tolerância dos quimioreceptores centrais → torna-se a ↓ pO2 o prinicpal drive respiratório
ex: DPOC
> > Uma hipercápnia crónica (ex: DPOC) INIBE o centro respiratório em vez de o estimular!
Receptores ventilatórios
Quimioreceptores centrais: ↑ pCO2 e ↓ pH
(CO2 atravessa BHE → altera pH do LCE
Quimioreceptores periféricos:
↓ pO2 (< 60 mmHg), ↑ pCO2, e ↓ pH
Na aorta e carótidas
Mecanoreceptores nas VAs e músculos respiratórios
> > Só quando a PaO2 desce <50mmHg é que a ventilação aumenta significativamente, níveis baixos de O2 são lidos no corpo carotídeo e não no centro respiratório cerebral
Mecanismo Euler-Liljestrand
Vasocontrição hipoxémica:
Vasoconstrição de vasos alveolares pulmonares de alvéolos mal ventilados (shunt) para redirecionar o fluxo arterial a alvéolos bem ventilados
Tipos de insuficiência respiratória
Tipo 1: Hipoxémica
- PaO2 < 60 mmHg ou SatO2 < 90%
- Parcial
- Mais comum
Tipo 2: Hipercápnica
- PaCO2 > 45 mmHg
- Global
- Hipoventilação
Como é que uma hipercápnia leva a hipoxémia?
Porque os gases ocupam espaço: logo, ↑ CO2 no espaço alveolar → impede a entrada de O2 no espaço alveolar → ↓ PaO2
Relação ventilação - oxigenação
Uma hipoventilação → ↑ pCO2 → ↓ pO2 (porque gases ocupam espaço)
da mesma forma, Hipoxémia → fadiga muscular (maior necessidade mas menor aporte de O2) → hipoventilação
Todas as condições que causam acidémia respiratória também são causas de HIPOventilação!
Todas as condições que causam alcalémia respiratória também são causas de HIPERventilação!
Diferença espaço morto anatómico VS fisiológico
Espaço morto
Anatómico - VAs de condução que não participam nas trocas (traqueia-brônquios não respiratórios)
Fisiológico - alvéolos arejados mas não perfundidos
Síndrome de Obesidade-Hipoventilação
= Síndrome de Pickwickian
O diagnóstico requer 3 critérios:
- IMC ≥ 30 Kg/m2
- Hipoventilação alveolar DIURNA - GSA realizada durante o dia
- Exclusão na ausência de outras causas de hipercápnia
nota: em 90% dos casos associa-se a SAOS!