Doença Coronariana Flashcards

1
Q

O que é a doença isquêmica do miocárdio?

A

Isquemia é um desbalanço entre a oferta e o consumo de O2, podendo ocorrer por diminuição na oferta e/ou aumento no consumo, culminando na diminuição da síntese de ATP e disfunção celular, podendo evoluir, se grave e persistente, para necrose. A doença isquêmica do miocárdio é, portanto, uma isquemia em uma ou mais porções do músculo cardíaco.

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2
Q

Qual a principal etiologia da doença isquêmica do miocárdio?

A

Aterosclerose das artérias coronárias. As outras causas (embolia, vasculite, dissecção coronariana) são bastante incomuns.

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3
Q

Quais as formas clínicas da doença isquêmica do miocárdio por aterosclerose coronariana?

A

Assintomática, aguda ou crônica.

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4
Q

Quais as particularidades clínicas e prognósticas do paciente com doença isquêmica do miocárdio assintomática?

A

Esse paciente apresenta fatores de risco para aterosclerose porém os indícios de isquemia miocárdica só conseguem ser detectados por exames complementares. Esses indivíduos, apesar de não possuírem queixas, possuem o mesmo prognóstico dos sintomáticos, sendo imperativo identificar essas pessoas e tratá-las.

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5
Q

Como se manifesta e quais os tipos de doença isquêmica do miocárdio aguda?

A

Também chamada de sd coronariana aguda (SCA), é um paciente que evolui em curto espaço de tempo com sinais e sintomas de isquemia miocárdica, se manifestanto até em REPOUSO. Pode ser angina instável (AI), IAM sem supradesnível de ST (IAMSST) e IAM com supradesnível de ST (IAMST).

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6
Q

Qual a causa da SCA?

A

A causa é a instabilidade da placa de ateroma, que sofre rupturas em sua superfície originando um trombo.

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7
Q

Como se manifesta a forma crônica da doença isquêmica do miocárdio e por que ocorre?

A

Se manifesta pela clínica de isquemia miocárdica apenas durante o esforço, havendo desaparecimento das manifestações no repouso. Não há instabilidade da placa de ateroma (é uma placa ESTÁVEL), porém ela é grande o suficiente para reduzir o fluxo sanguíneo e obstruir > 50% do lúmeno coronariano, produzindo isquemia em face a um aumento na demanda miocárdica (exercício físico). É a angina estável (AE) ou angina do peito (pectoris). É uma placa estável dentro da coronária (o core lipídico é pequeno e a capa fibrótica é grande).

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8
Q

Qual a evolução natural de qualquer doença isquêmica do miocárdio?

A

O infarto miocárdico da região suprida pelo vaso acometido.

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9
Q

O que é necessário para sair de uma SCC para uma SCA?

A

Essa placa deve instabilizar (aumento do core lipídico), podendo haver rompimento. Uma placa instável tende a evoluir para as SCAs (angina instável e IAM).

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10
Q

Qual a importância da doença isquêmica do miocárdio?

A

É a principal causa de óbito no Brasil!!!

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11
Q

Quais os principais fatores de risco para aterosclerose?

A

Dieta rica em forduras e calorias, sedentarismo, tabagismo = pandemia de obesidade, resistência insulínica e DM 2, sendo importantes FR para aterosclerose.

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12
Q

Como é a fisiologia do fluxo sanguíneo coronariano e o metabolismo de O2 pelo miocárdio?

A

O miocárdio apresenta uma peculiaridade que facilita a ocorrência de isquemia, que é uma taxa de extração de oxigênio MUITO elevada e relativamente fixa (cerca de 75%), fazendo com que não haja como o miocárdio extrair mais O2 na vigência de um hipofluxo, fazendo com que a única maneira de garantir mais O2 nos cardiomiócitos seja pelo aumento no fluxo. Uma forma de aumentar o fluxo é pela RESERVA CORONARIANA, que é a capacidade de as arteríolas pré-capilares em se dilatarem MUITO, aumentando absurdamente (até 6x) o fluxo de sangue. Essa dilatação se dá pela liberação de NO, ADP, lactato, H+ e K+ pelo endotélio local, substâncias liberadas na vigência de isquemia.

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13
Q

Qual a fisiopatologia da doença isquêmica do miocárdio?

A

Em casos de oclusão hemodinamicamente significativa das coronárias (> 50%), há a requisição progressiva da reserva coronarian a fim de manter o equilíbro entre oferta e demanda de O2. Por isso acontecer mesmo no estado de repouso, a reserva coronariana acaba sendo esgotada, havendo pouca ou nenhuma para uma situação de aumento na demanda (exercício) ou diminuição na oferta (progressão da oclusão). É o que ocorre na SCA e AE: uma suboclusão grave e aguda (> 80%), mesmo com vasodilatação arteriolar máxima, é incapaz de suprir as necessidades miocárdicas do repouso, promovendo a isquemia e, posteriormente, o infarto (caso não haja circulação colateral bem desenvolvida ou esse miocárdio não seja reperfundido a tempo) = SCAs. Já no caso da AE, uma obstrução não tão grave e gradual (50-80%) faz com que a reserva coronariana seja capaz de suprir as necessidades de repouso, porém em uma situação de aumento na demanda (exercício físico), a reserva coronária já é incapaz de suprir todas as necessidades cardíacas, promovendo a AE.

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14
Q

Quais os determinantes da demanda miocárdica de O2? E os determinantes do aporte?

A

Da demanda são a FC, a contratilidade e a tensão na parede ventricular. Já do aporte, são o conteúdo arterial de O2 (trocas gasosas com os pulmões) e fluxo coronário.

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15
Q

Como ocorre a irrigação das coronárias?

A

Ela se dá predominantemente na diástole, pois durante a sístole, as coronárias estão sendo comprimidas (coração contraindo). Essa compressão e oclusão das coronárias na sístole se dá de forma mais proeminente na região subendocárdica.

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16
Q

Como os fatores da demanda de O2 e da oferta contribuem para produzir a doença isquêmica do miocárdio?

A

Frequentemente, os pacientes apresentam múltiplos fatores que promovem tanto o aumento na demanda quanto a diminuição no aporte, como é o caso de portadores de taquiarritmias, HVE, HAS descompensada associado com anemia, doença pulmonar, associando-se uma doença coronariana. Vale ressaltar, ainda, que esses pacientes podem apresentar isquemia mesmo na ausência de doença coronariana, como ocorre em aumentos absurdos do consumo (HVE grave, como na estenose aórtica) ou reduções abruptas no aporte (intoxicação por MO). Outra forma é um aumento no consumo + diminuição na oferta agudamente, como na intoxicação por cocaína (espasmo coronariano + aumento do tônus adrenérgico).

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17
Q

Quais as consequências mecânicas da isquemia miocárdica?

A

A isquemia promove redução nos níveis de ATP, prejudicando as funções mecânica e elétrica. A função mecânica ocorre, primeiramente, como disfunção diastólica e, então, disfunção sistólica, ocorrendo de forma progressiva e em 3 estágios evolutivos: 1) Hipocinesia: diminuição na contratilidade da região acometida; 2) Acinesia: a região acometida não se contrai mais (fica “imóvel”); 3) Discinesia: a região não se contrai e apresenta movimento paradoal de abaulamento em relação aos segmentos não isquêmicos.

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18
Q

Qual o resultado clínico das consequências mecânicas da isquemia miocárdica?

A

O resultado depende da localização, extensão e duração da isquemia, podendo se manifestar como: ICA (se > 40% da massa ventricular se tornar isquêmica), insuficiência mitral aguda (se houver acometimento do m. papilar) e infarto (se oclusão grave e > 20 minutos).

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19
Q

Quais as consequências elétricas da isquemia miocárdica?

A

A primeira manifestação elétrica da isquemia miocárdica são as alterações na repolarização ventricular, havendo, inicialmente, onda T alta, simétrica e pontiaguda (isquemia subendocárdica), evoluindo para onda T invertida, pontiaguda e simétrica (isquemia subepicárdica). Caso haja persistência do processo isquêmico, começa a ocorrer o infarto (necrose), havendo alterações no segmento ST, que é a corrente de lesão. Aparece inicialmente como um infradesnivelamento do segmento ST, que significa uma lesão não transmural (subendocárdica). Porém com o evoluir da necrose, o ST se torna supradesnivelado, denunciando uma lesão transmural (acomete toda a espessura da parede cardíaca).

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20
Q

Qual o resultado clínico das consequências elétricas da isquemia miocárdica?

A

A instabilidade elétrica, em que a região isquêmica apresenta uma eletrofisiologia diferente das regiões adjacentes não isquêmicas, apresentando período refratário e tempo de condução diferentes, predispondo à formação de circuitos de reentrada e podendo degenerar para taquiarritmias caso haja algum gatilho (extrassístole). Por isso que a ´rimeira manifestação de muitos pacientes da isquemia é a morte súbita por TV ou FV.

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21
Q

Quais os vasos das aa. coronárias e qual a importância deles?

A

CE: a descendente anterior irriga a maior parte do miocárdio do VE. A cx irriga a parede lateral. São as principais artérias acometidas por aterosclerose, principalmente em região de bifurcação. CD: irrida o VD.

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22
Q

O que é a AE? O que caracteriza ela?

A

É a forma sintomática de uma SC crônica. É caracterizada pela isquemia miocárdica transitória durante o esforço, melhorando com o repouso, sendo causada por uma obstrução > 50% do lúmen por placas estáveis (superfície íntegra e sem trombos).

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23
Q

O que é a dor torácica típica?

A

É a sensação de aperto/peso/pressão retroesternal (pode ser em queimação ou pontada), com início durante o esforço físico ou emoções e com alívio após o respouso ou o uso de nitrato SL (em 1-5 minutos).

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24
Q

Quando a dor torácica é dita atípica ou não anginosa?

A

Atípica: quando estão presentes apenas 2 componentes da dor torácica típica, sendo que a AE ainda é a principal hipótese diagnóstica. Essa forma é mais comum em idosos, idosos e diabéticos. Não anginosa: quando apenas um ou nenhum dos componentes está presente, sendo que, provavelmente, não é doença coronariana.

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25
Q

Como o paciente descreve a dor torácica típica?

A

Quando solicitamos que nos mostre o local, ele esfrega a mão difusamente ou coloca o punho cerrado sobre o meio do peito (sinal de Levine). *Caso o paciente consiga delimitar o exato local da dor, raramente é doença coronariana.

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26
Q

O que são equivalentes anginosos? Explique.

A

São manifestações em mulheres, idosos, diabéticos e receptores de transplante cardíaco que são diferentes da angina do peito, mas igualmente indicativos de isquemia miocárdica.

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27
Q

Dê exemplos de equivalentes anginosos.

A

Dispneia (queda na FE pelo VE levando à congestão pulmonar), fadiga/tonteira/sensação de desmaio (baixo DC), sopro transitório de regurgitação mitral (m. papilares), palpitações (taquiarritmias induzidas pela isquemia). Pode ocorrer também náusea, vômito, palidez e sudorese.

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28
Q

Qual a irradiação da dor anginosa?

A

Pode irradiar para QUALQUER região entre a mandíbula e a cicatriz umbilical, de qualquer lado do corpo!!! No entanto, o mais comum é a irradiação para MSE. *Um detalhe útil é que a dor anginosa NÃO se irradia para trapézio, fazendo com que uma dor torácica com essa irradiação sugira FORTEMENTE pericardite aguda (irritação do diafragma).

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29
Q

O que é o limiar para surgimento da angina?

A

É a quantidade de exercício que o paciente faz para desencadear a dor anginosa, podendo ser fixo ou variável (varia pela estação do ano, horário, dia). A variável é pior nas estações frias.

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30
Q

Como graduar a AE?

A

Classes: I - atividades ordinárias não desencadeiam (apenas se exercício intenso, duradouro ou muito rápidos). II - atividades ordinárias desencadeiam, porém com pouca limitação. III - atividades ordinárias desencadeiam, com limitação significativa. IV - qualquer atividade desencadeia.

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31
Q

Quais outros sinais e sintomas que me sugerem aterosclerose?

A

Por ser uma doença sistêmica, outros vasos do corpo também estarão acometidos: claudicação intermitente, histórica de AIT/AVC, massa abdominal pulsátil (AAA).

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32
Q

Quais os principais fatores de risco para aterosclerose?

A

Idade (H ≥ 45 M ≥ 55), LDL alto, HDL baixo (HDL > 60 é fator de proteção), tabagismo, HAS, DM, obesidade, sedentarismo, HF, dieta aterogênica, resistência insulínica, aumento de fatores pró-inflamatórios e trombóticos.

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33
Q

Quais achados denunciam que a angina pode ser instável (SCA)?

A

Angina em crescendo (o limiar de exercício vem diminuindo progressivamente), angina de início há no máximo 2 meses que evoluiu de forma rápida até a classe III e angina em repouso com > 20 monutos de duração (angina no repouso).

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34
Q

Quadro ddx AE.

A
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35
Q

Quais os achados de EF da AE?

A

No paciente assintomático, pode ser totalmente NORMAL. Porém, caso o paciente apresente sintomas durante o EF, pode estar presente B4, B3, sopro de regurgitação mitral, desdobramento paradoxal de B2 (BRE temporário) e estertoração pulmonar.

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36
Q

Qual a importância dos EC na SC?

A

Apesar de o diagnóstico poder ser facilmente presumido pela anamnese e EF, os EC DEVEM ser realizados para confirmar a suspeita e ESTRATIFICAR a gravidade do paciente.

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37
Q

Quais exames laboratoriais gerais devem ser pedidos no paciente com suspeita de SC e qual a importância deles?

A

TODO paciente em investigação para SC devem ser investigados para os exames laboratoriais dos fatores de risco para aterosclerose, como hemograma, lipidograma, glicemia, glicada, função renal. Um exame importantíssimo é a PCRQ, sendo que, mesmo se discretamente elevada, é um FR INDEPENDENTE para morbimortalidade CV em coronariopatas (quanto mais inflamado, maior o risco de instabilidade da placa).

38
Q

Qual exame é obrigatório realizar no paciente com suspeita de SC em repouso?

A

O ECG.

39
Q

Quais os achados de ECG da AE?

A

Pode ser completamente NORMAL, porém alguns achados denotam maior probabilidade de doença coronariana (não são capazes de confirmar o dx isoladamente): HVE, arritmias (eg, FA), distúrbios de condução. A presença de infartos prévios (onda Q patológica) confirma a presença de coronariopatia.

40
Q

O que são os testes provocativos e quando devo realizá-los?

A

São exames onde o coração é forçado a aumentar sua demanda metabólica, permitindo-nos visualizar o surgimento de alterações dinâmicas indicativas de isquemia, devendo ser usados no paciente em investigação de SC por serem capazes de confirmar a presença de SC.

41
Q

Quais os testes provocativos disponíveis?

A

Esgométrico, cintilografia de perfusão miocárdica, ecocardiograma de stress, RNM e coronariografia.

42
Q

Quais os usos do teste ergométrico?

A

Dx e estratificar o px.

43
Q

Explique a realização do teste ergométrico.

A

É o registro contínuo do ECG antes, durante e após um protocolo específico de esforço físico realizado na esteira ou bicicleta ergométrica. São monitorados também a FC, PA e os sintomas. O protocolo mais usado é o Bruce, que aumenta a velocidade a cada 3 minutos.

44
Q

Quando o teste ergométrico deve ser imediatamente suspenso?

A

Dispneia, desconforto precordial, tonteira, exaustão, depressão do ST > 2 mm, qued ana PA > 10 mmHg ou TVs.

45
Q

Qual o critério dx de SC no teste ergométrico?

A

A presença do infradesnivelamento do segmento ST ≥ 1 mm. *Alterações na onda T, distúrbios de condução e TVs SUGEREM o dx mas não confirmam. **Eu só posso dizer que foi negativo caso não haja o infra de ST ≥ 1 mm quando houver no mínimo 85% da FC máxima.

46
Q

Como o TE estima o prognóstico da SC?

A

Quanto mais precoce, duradoura e intensa forem as alterações isquêmicas (clínicas e/ou ECG), pior o prognóstico.

47
Q

Quais as situações em que o TE não deve ser solicitado?

A

Por certas lmitações: ECG basal com alterações que impeçam detecção do critério de isquemia (WPW, BRE, marca-passo, infra ST prévio), paciente incapaz de se exercitar (sequelas ortopédicas, neurológicas) ou CI específica.

48
Q

Explique a cintilografia de perfusão miocárdica (CPM).

A

Certos radiotraçadores se concentram no miocárdio, mas não no isquêmico. O teste é feito durante o stress e no repouso. O stress pode ser esforço físico ou uso de fármacos (dipiridamol ou adenosina). Compara-se, então, defeitos perfusionais no stress com o repouso, reversíveis ou fixos. O primeiro significa isquemia e o segundo IAM prévio.

49
Q

Quando evitar o dipiridamol e usar a adenosina?

A

Em asmáticos e DPOCíticos, pois pode promover broncoespasmo.

50
Q

Qual o fármaco usado no eco com stress?

A

A dobutamina.

51
Q

Comente sobre a dobutamina.

A

É um agonista beta-1 adrenérgico que estimula a contratilidade cardíaca, aumetnando o consumo miocárdico de oxigênio.

52
Q

Qual o método padrão-ouro para dx da doença coronariana?

A

O CATE (coronariografia).

53
Q

Quais pacientes com AE apresentam indicação de CATE?

A

Refratariedade ao tratamento clínico, angina pós PCR abortada ou angina + ICC TE: Isquemia no estágio 1 de bruce, infra ≥ a 2 mm, arritmia ventricular, abre um distúrbio de condução (BR, BAV), déficit inotrópico (queda na PAS), demora mais que 5 minutos para recuperar o infra.

54
Q

Como escolher o teste provocativo de isquemia para dx da AE?

A

Devo primeiro definir se a pessoa CONSEGUE fazer exercício. Se ela consegue, devo me perguntar se durante o exercício eu vou conseguir identificar a isquemia no ECG (e para isso eu preciso ter um ECG de base fora do esforço que seja sem alterações muito características que permitam que eu visualize a isquemia durante o exame). Ou seja, eu só vou usar o teste ergométrico desde que oo ECG basal seja normal e que ele consiga fazer o exercício. Se o ECG apresentar sobrecarga ventricular esquerda (HVE) ou um BRE, ficará difícil de identificar o desnível do seguimento ST. Se o ECG for anormal, eu vou verificar a isquemia durante o exercício através do exame de imagem (cintilografia ou eco). Caso o paciente não consiga fazer exercício, eu estresso o coração através de droga (teste do estresse farmacológico), usando drogas que aumentam o consumo miocárdico de oxigênio. Como a cintilogarfia com dipiridamol (pode induzir broncoespasmo - CUIDADO COM ASMÁTICO - usar adenosina nesses pacientes) ou adenosina. Outro exame é o eco com a dobutamina.

55
Q

Algoritmo dx de AE.

A
56
Q

Comente sobre a isquemia silenciosa.

A

Sabe-se que a AE é a ponta do iceberg da isquemia miocárdica, pois a maioria dos episódios de isquemia se dá de forma ASSINTOMÁTICA. Isso pode ser explicado pela variação de endorfinas que alguns pacientes apresenta (e no DM pela neuropatia). A presença dessa isquemia envolve a maior incidência de eventos fatais e não fatais coronarianos. O tratamento deve ser individualizado (CATE? BB para pacientes que já tiveram IAM), dependendo da idade, ocupação, dados px pelos testes provocativos, condição clínica, etc.

57
Q

O que é a angina microvascular?

A

Também chamada de síndrome X, é uma entidade definida pela presença de angina e isquemia nos testes provocativos associada a uma CATE normal, tendo prognóstico bom apesar de os sintomas poderem ser limitantes e de difícil tto.

58
Q

Por que ocorre e como tratar a síndrome X?

A

Ocorre por um mecanismo de hipersensibilidade visceral associada a uma baixa reserva coronariana secundária a uma patologia microvascular (patologia endotelial que dificulta a vasodilatação da microcirculação - aterosclerose que promove remodelamento coronariano). Difícil tto: BCC, BB, ADTs.

59
Q

Qual o tratamento da doença isquêmica do miocárdio?

A

TODOS os pacientes com doença aterosclerótica devem tomar medidas para mudanças nos HÁBITOS DE VIDA (tratamento não farmacológico), visando reduzir a progressão da doença.

60
Q

Quais as mudanças nos hábitos de vida para tto da doença isquêmica do miocárdio?

A

Parar de fumar, dieta, emagrecer, exercício físico regular, controle da PA, controle de LDL (< 70 para alto risco e < 100 para risco intermediário) e HDL (> 50), controle do DM, reduzir obesidade, vacinação contra influenza.

61
Q

Comente sobre a atividade física no paciente com doença isquêmica do miocárdio.

A

Devem ser analisadas caso a caso (o TE pode ser usado para estimar a capacidade de realizá-las). Atividades competitivas e extenuantes devem ser PROIBIDAS e a atividade sexual equivale a 7 METs (nem todos pacientes estarão aptos a realizá-la). A frequência ideal é 7x/semana de atividade aeróbica (no mínimo 5), com duração de, no mínimo, meia hora.

62
Q

Comente sobre o nitrato SL no paciente com doença isquêmica do miocárdio.

A

Pode ser usado 15-30 minutos antes da atividade física para melhorar a queixa anginosa. Além disso, ele deve andar com o nitrato SL no bolso para quando ocorrer a angina. Caso a dor não passe em 15 minutos, ele deve procurar o hospital pois pode se tratar de IAM ou AI.

63
Q

Quais drogas podem ser usadas no paciente com AE?

A

Antiagregantes plaquetários, anticoagulantes orais, estatinas e antianginosos.

64
Q

Qual o uso do AAS na AE?

A

O AAS em dose antiagregante plaquetária (75-325 mg em dias alternados) é capaz de reduzir significativamente o risco de eventos CV, reduzindo IAM, AVC e morte cardíaca.

65
Q

Como o AAS atua?

A

Inibe irreversivelmente a COX-1 das plaquetas, fazendo com que a agregação delas esteja prejudicada por toda sua vida (7-10 dias).

66
Q

Qual o uso do AAS na prevenção PRIMÁRIA de eventos CV (pacientes sem doença conhecida)?

A

O AAS pode ser indicado em alguns casos para prevenção primária, havendo benefício em: 50-69a, risco CV em 10 anos > 10% (desde que não haja fatores de alto risco para sangramento e esteja disposto a usar a medicação por pelo menos 10 anos). *O AAS em doses baixas reduz a incidência do câncer colorretal.

67
Q

Quais os efeitos adversos do AAS?

A

DUP, hemorragia digestiva, outros sangramentos, alergia.

68
Q

Quais antiagregantes plaquetários, além do AAS, podem ser usados na AE e qual seu mecanismo de ação?

A

As tienopiridinas (clopidogrel, ticlopidina), sendo potentes agentes anti-ADP, inibindo a ativação da GP IIb/IIIa.

69
Q

Qual tienopiridina é de escolha para AE e quando usar?

A

O clopidogrel, sendo usado em casos de CI ao AAS, angioplastia (AAS + clopidogrel por 30d).

70
Q

Qual anticoagulante oral pode ser usado na AE e quando usar?

A

O warfarin, podendo ser usado em associação ao AAS em coronariopatas com alguma indicação para anticoagulação (FA, pós-IAM anterior extenso, trombo intramural). A dose é para manter INR entre 2-3.

71
Q

Quais as classes de fármacos para tratar a dislipidemia e qual a mais importante na AE?

A

Estatinas (mais importante - mais potentes inibidores do LDL depois dos iPCSK9), fibratos, ácido nicotínico, quelantes intestinais dos sais biliares, inibidores da absorção de colesterol (ezetimiba) e inibidores PCSK9. *A ezetimiba e os quelantes podem ser usados juntos com a estatina caso as metas lipêmicas não sejam atingidas. **Os inibidores PCSK9 são usados em dislipidemia familiar grave.

72
Q

Como agem as estatinas?

A

Inibição da enzima HMG-CoA redutase, responsável pela síntese do colesterol nos hepatócitos, fazendo com que o colesterol intracelular reduza e aumente a captação hepática de LDL, fazendo com que o fígado depure o excesso de LDL na circulação. Outro mecanismo provavelmente implicado é o efeito anti-inflamatório das estatinas (a aterosclerose é uma doença inflamatória crônica do endotélio), aumentando a estabilidade da placa apesar de produzir pequena redução dela.

73
Q

Qual a estatina mais potente? Qual sua posologia?

A

A rosuvastatina (52-63% de redução). 5-40 mg/dia.

74
Q

Qual a segunda estatina mais potente? Qual sua posologia?

A

A atorvastatina (10-80 mg/dia). Compõe, junto com a rosuvastatina, o grupo das estatinas de alta potência. *Não requer ajuste de dose em DRC (escolha nesses pacientes). **Dose 80 mg logo após dx reduz de forma significativa a mortalidade CV.

75
Q

Comente sobre a sinvastatina (potência, dose, usos).

A

É a 3a mais potente (5-80 mg/dia), porém a dose máxima deve ser evitada pelo risco de miotoxicidade. Recomenda-se o uso de até 40 mg/dia (potência intermediária).

76
Q

Quais os efeitos colaterais das estatinas? Explique cada um.

A

1) Disfunção hepática: devo dosar TGP basal, após 3m do início e sempre que aumentar a dose (não preciso fazer de forma periódica). O aumento das transaminases só deve suspender o uso das estatinas se persistir > 3x LSN sem outra causa aparente. Qualquer hepatopatia aguda deve suspender temporariamente as estatinas. A mais segura nos hepatopatas é a pravastatina (se a meta não for alcançada, associar quelantes dos sais biliares). 2) Miopatia: podem ocorrer mialgia, miosite e rabdomiólise (risco aumentado se associação com fibratos, hipotir, DRC e colestase - usar pravastatina). Dosar CK antes do início. 3) DM 2: risco discreto. *São os hipolipemiantes com maior incidência de efeitos adversos.

77
Q

Qual o objetivo do tratamento com estatinas?

A

Coronariopatas de alto risco: LDL < 70; intermediário: < 100.

78
Q

Quais drogas antianginosas podem ser usadas na AE?

A

Nitratos, BB, BCC, IECA/BRA, outros (trimetazidina, ivabradina, alopurinol).

79
Q

Qual o uso dos antianginosos na AE?

A

São capazes de reduzir a isquemia miocárdica, controlando a angina ou aumentando o limiar anginoso (melhora da classe funcional do paciente). Melhoram a qualidade de vida, porém sem evidência de prevenção de IAM, evento isquêmico agudo ou morte cardíaca (exceto os BB).

80
Q

Qual o mecanismo de ação dos nitratos e quais seus efeitos?

A

Aumentam a produção endotelial de NO (poderoso vasodilatador), produzindo redução da pré-carga e pós-carga e vasodilatação coronariana direta.

81
Q

Quais os nitratos? Quais os usos?

A

Ação rápida: isossorbida - adm SL ou spray oral, começando a agir em 5 mintuos e durando 30-45 minutos. Usados para tratamento abortivo das crises anginosas. Tomar sentado (ortostase aumenta risco de hipotensão e síncope). Ação longa: mononitrato e dinitrato de isossorbitol. Não são mais recomendados como antianginosos de primeira linha (pioram a mortalidade na AE - a vasodilatação persistente aumenta a resposta adrenérgica). Usados quando o paciente é refratário à BB + BCC.

82
Q

Qual o efeito dos BB na AE e quando devem ser usados?

A

Promovem bloqueio dos beta-1 cardíacos, reduzindo o inotropismo e cronotropismo. São as drogas de escolha para prevenir a angina de esforço. *O bloqueio dos receptores beta-2 coronarianos pode levar à vasoconstrição em raras situações (angina de Prinzmetal).

83
Q

Qual o efeito dos BCC na AE e quando devem ser usados? Comente sobre o efeito de cada BCC.

A

Exercem efeito vasodilatador coronariano e sistêmico (melhora da perfusão miocárdica e redução da pós-carga, reduzindo o consumo cardíaco de O2). São os antianginosos de 2a escolha. 1) Anlodipino e anlodipino: vasodilatação coronariana. Podem ser associados aos BB. 2) Verapamil: cardiosseletivo, produzidno efeito bradicardizante e inotrópico negativo. 3) Diltiazem: efeito intermediário entre os di-hidro e o verapamil, produzindo coronariodilatação, bradicardia e inotropismo negativo. *Verapamil e diltiazem não podem ser usados com BB (grande efeito bradicardizante).

84
Q

O que é a revascularização miocárdica (RM)?

A

É o procedimento que reestabelece o aporte sanguíneo ao miocárdio sob risco.

85
Q

Quais as indicações de RM na AE?

A

AE refratária ao tto clínico otimizado (ou intolerante a este) e em situações de ALTO RISCO mesmo na ausência de sintomas.

86
Q

Qual escore avalia a complexidade e extensão das lesões ateroscleróticas coronarianas? Qual seu uso?

A

O SYNTAX. Permite auxiliar na escolha entre a cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) e a intervenção coronariana percutânea (ICP). Ou seja, SYNTAX ≤ 22 (doença pouco extensa/complexa) indica ICP por menor morbimortalidade a curto prazo (benefício igual à CRVM) e SYNTAX ≥ 33 se beneficiam amis da CRVM.

87
Q

Quando a CRVM é superior à ICP?

A
  • Tronco de coronária com obstrução mair/igual a 50% (hoje tem feito ICP nesses pacientes também) ou lesão grave da origem da DA ou circunflexa, - IVE e/ou DM e/ou isqumia > 10% do miocárdio e doença bivascular sendo que uma é obstrução da DA maior igual a 70%. Ou se ele é trivascular. - Se CI à angioplastia ou refratariedade. *Quanto mais lesão em tronco de coronária esquerda, quanto mais DM, quando mais músculo em risco, quanto mais IC = mais se beneficia da cx. **A CRVM é de escolha na DRC por tradição (sem estudos sobre a ICP nesses pacientes).
88
Q

Qual a forma de RM no paciente com CRVM prévia?

A

A ICP.

89
Q

Quando usar ponte de safena e quando usar a ponte de mamária (torácica interna)?

A

A de safena para anastomose de cx e CD e a torácica interna para DA (padrão-ouro).

90
Q

Qual a vantagem da torácica interna para a safena? E as desvantagens?

A

Praticamente livre de aterosclerose, menor risco de oclusão (50% das safenas estarão ocluídas em 10 anos e o resto estará subocluído, enquanto que 85% das mamárias estarão patentes em 10 anos), menor reincidência de angina, IAM, necessidade de reoperação e morte. Porém, a mamária envolve maior tempo operatório e maior dificuldade técnica.

91
Q

Qual a relação da cirurgia de RVM e a aterosclerose?

A

Após a cirurgia, há progressão até 6x mais rápido da aterosclerose, sendo que não é indicada a RVM em pacientes com artéria levemente obstruída (sem evidência de isquemia nos testes provocativos), pois há risco de oclusão do enxerto e aterosclerose acelerada. Por isso, após a cirurgia de RVM, deve-se fazer controle rigoroso da aterosclerose: estatinas, AAS, TABAGISMO (!!!)

92
Q

Quando o CATE é mais indicado na investigação da DAC?

A

Determinadas profissiões onde, naquela profissão, se ele interromper aquela função ele possa trazer risco para si ou para outros (ex: piloto de avião), eu devo ser AGRESSIVO na investigação - por isso o CAT é importante nessas situações. Paciente com IAM prévio faz com que, na investigação de uma nova AE, os exames de imagem não sejam adequados, sendo melhor realizar o CAT (na impossibilidade de teste ergométrico).