Anemias megaloblásticas e Outras anemias macrocíticas Flashcards

1
Q

O que são anemias macrocíticas?

Em que subgrupos são divididas?

A

As anemias macrocíticas, caracterizadas por eritrócitos anormalmente grandes (VCM > 98 fL), têm várias causas podendo ser subdivididas em megaloblásticas e não megaloblásticas, de acordo com o aspecto dos
eritroblastos em desenvolvimento na medula óssea.

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2
Q

O que são Anemias megaloblásticas?

A

As anemias megaloblásticas constituem um grupo de anemias em que os eritroblastos na medula óssea mostram uma anormalidade característica - atraso da maturação do núcleo em relação à do citoplasma. O defeito básico responsável por essa assincronia é a síntese defeituosa de DNA, geralmente causada por deficiência de vitamina B12 ou de folato. Com menor frequência, anomalias do metabolismo dessas vitaminas e outros defeitos na síntese do DNA podem causar aspecto hematológico idêntico.

As células mais afetadas são aquelas que possuem renovação mais rápida, como as precursoras da Medula Óssea (MO) e as células da mucosa do trato gastrointestinal.

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3
Q

Anemia megaloblástica é o mesmo que anemia
macrocítica?

A

Não, anemia macrocítica é qualquer anemia com hemácias de tamanho e volume aumentado, ou seja, com VCM (Volume Corpuscular Médio) alto. Anemia megaloblástica é apenas uma das causas de anemia macrocítica! Dividimos as anemias macrocíticas em dois grupos: (1) anemia megaloblástica; e (2) anemias macrocíticas não megaloblásticas (ex.: anemias hemolíticas com reticulocitose acentuada, síndromes mielodisplásicas, anemia do alcoolismo, do hipotireoidismo etc.).

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4
Q

O que é a Megaloblastose?

A

O termo “Megaloblastose” não se refere a uma alteração no tamanho das hemácias circulantes, mas sim a uma anormalidade morfológica nos núcleos dos progenitores eritroides no interior da medula óssea. Os eritroblastos que desenvolvem essa alteração nuclear são reconhecidos como megaloblastos

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5
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

O que é a cobalamina ou vitamina B12?

A

A vitamina B12 ou cobalamina tem uma estrutura semelhante ao heme, mas, ao contrário deste último, não consegue ser sintetizada no corpo humano, devendo fazer parte da dieta (por isso, é uma vitamina).

A cobalamina (vitamina B12) existe em diferentes formas químicas. Todas essas formas têm um átomo de cobalto no centro de um anel de corrina. Na natureza, a vitamina encontra-se principalmente na forma de 2 desoxiadenosil(ato), localizado nas mitocôndrias. É o cofator para a enzima metilmalonil-coenzima A-mutase.

A outra principal cobalamina natural consiste na metilcobalamina, a forma existente no plasma humano e no citoplasma da célula, sendo o cofator para a metionina-sintase. Existem também quantidades mínimas de hidroxicobalamina, que são convertidas rapidamente em metil e adocobalamina por exposição à luz.

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6
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

FONTES DIETÉTICAS E NECESSIDADES

A

A cobalamina é sintetizada unicamente por microrganismos. Os ruminantes a obtêm a partir do intestino proximal, porém a única fonte para os humanos são os alimentos de origem animal, como a carne, os peixes e os laticínios. Legumes, verduras, frutas e outros alimentos de origem não animal não contêm cobalamina, a menos que estejam contaminados por bactérias. Uma alimentação ocidental normal contém 5 a 30 μg de cobalamina por dia. As perdas diárias em adultos (principalmente na urina e nas fezes) são de 1 a 3 μg (cerca de 0,1% das reservas corporais) e, como o corpo não tem a capacidade de degradar a cobalamina, as necessidades diárias também são de cerca de 1 a 3 μg. As reservas corporais são da ordem de 2 a 3 mg, suficientes para 3 a 4 anos se o fornecimento for completamente abolido.

Dessa forma, vegetarianos estritos, que não ingerem nenhum tipo de carne ou outros compostos
animais (como leite, ovos e queijo),
acabarão desenvolvendo deficiência de cobalamina
caso não utilizem suplementos multivitamínicos.

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7
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

ABSORÇÃO

A
**Existem dois mecanismos para a absorção da cobalamina. Um deles é passivo, ocorrendo igualmente nas mucosas bucal, duodenal e do íleo; é rápido, mas extremamente ineficiente, com absorção de \< 1% de uma dose oral por esse processo.**
O mecanismo fisiológico normal é ativo, ocorre pelo íleo e mostra-se eficiente para pequenas doses orais (poucos microgramas) de cobalamina, sendo mediado pelo fator intrínseco (FI) gástrico. A cobalamina dietética é liberada a partir de complexos proteicos por enzimas existentes no estômago, no duodeno e no jejuno, combinando-se rapidamente com uma glicoproteína salivar pertencente à família das proteínas que se ligam à cobalamina, conhecidas como **haptocorrinas (HCs**). No intestino, a HC é digerida pela tripsina pancreática, e a cobalamina é **transferida para o FI.**
O FI (gene localizado no cromossomo 11q13) é produzido nas **células parietais gástricas do fundo e do corpo do estômago**, e sua secreção acompanha paralelamente a do ácido clorídrico. Em condições normais, existe um grande excesso de FI. **O complexo FI-cobalamina passa para o íleo, onde o FI se liga a um receptor específico (cubilina) na membrana da microvilosidade dos enterócitos**. A cubilina também está presente no saco vitelino e no epitélio dos túbulos proximais renais. Ela parece transitar por meio de uma proteína receptora endocítica sem âmnio (AMN), que dirige a sublocalização e a endocitose da cubilina com seu complexo ligante FI-cobalamina. **O complexo cobalamina-FI entra na célula ileal, onde o FI é destruído.** Depois de cerca de 6 horas, a cobalamina aparece no sangue portal ligada à **transcobalamina (TC) II.**
Entre 0,5 e 5 μg de cobalamina entram diariamente na bile. A cobalamina liga-se ao FI, e uma grande parte da cobalamina biliar normalmente é reabsorvida em conjunto com a cobalamina derivada das células intestinais descamadas. **Devido à apreciável quantidade de cobalamina presente na circulação êntero-hepática, a deficiência de cobalamina desenvolve-se mais rapidamente em indivíduos que não a absorvem bem do que nos vegetarianos estritos (veganos), em que a reabsorção da cobalamina biliarse mantém intacta.**
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8
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

TRANSPORTE

A

Existem duas proteínas principais de transporte da cobalamina no plasma humano; ambas ligam-se à cobalamina – uma molécula para uma molécula. Uma HC, também conhecida como TC I, está estreitamente relacionada com outras HCs que se ligam à cobalamina no leite, no suco gástrico, na bile, na saliva e em outros líquidos. O gene TCNL está localizado no cromossomo 11q11-q12.3. Essas HCs diferem entre si apenas no componente de carboidrato da molécula. A TC I é derivada primariamente dos grânulos específicos dos neutrófilos. Normalmente, tem cerca de 66% de saturação com a cobalamina, à qual se liga firmemente. A TC I não aumenta a entrada da cobalamina nos tecidos. Os receptores da glicoproteína nas células hepáticas estão envolvidos na remoção da TC I do plasma, e esta última pode desempenhar um papel no transporte de análogos da cobalamina (que se ligam mais efetivamente à TC I do que ao FI) para o fígado, de modo que sejam excretados na bile.
A outra proteína de transporte importante da cobalamina no plasma é a TC, também conhecida como TC II. O gene encontra-se no cromossomo 22q11-q13.1. À semelhança do FI e da HC, existem nove éxons. As três proteínas provavelmente têm origem ancestral comum. A TC II é sintetizada pelo fígado e por outros tecidos, como os macrófagos, o íleo e o endotélio vascular. Normalmente, transporta apenas 20 a 60 ng de cobalamina por litro de plasma e imediatamente fornece cobalamina para a medula óssea, a placenta e outros tecidos, onde ela entra por meio do processo de endocitose mediada por receptor, envolvendo o receptor de TC II e a megalina (codificada pelo gene LRP-2). O complexo TC II-cobalamina é internalizado por endocitose por meio de depressões recobertas por clatrina. O complexo é então degradado, porém o receptor é provavelmente reciclado para a membrana celular, como no caso da transferrina. A exportação de cobalamina “livre” ocorre pelo transportador de fármacos de ligação ao cassete de ATP, a proteína 1 de resistência a múltiplos fármacos.

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9
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

Absorção e TRANSPORTE

A

O complexo vitamina B12-FI é resistente à degradação proteolítica e prossegue até o íleo distal, onde receptores específicos situados na borda em escova da mucosa ligam o complexo e possibilitam finalmente a absorção da vitamina. Além de evitar a degradação, o FI também funciona como um verdadeiro “guia” para a vitamina B12 alcançar o epitélio ileal. Cerca de 99% da absorção da vitamina B12 só se dá ligada ao FI. Uma pequena parcela (1%) é absorvida sem o FI, por difusão passiva por entre as células da mucosa intestinal. No interior da célula da mucosa ileal, a cobalamina (vit. B12) se liga a uma proteína transportadora, a transcobalamina II (TC-II), que a transporta para o plasma. Entretanto, a meia- -vida da TC-II é muito curta, e a cobalamina que se desprende do carreador recém-destruído passa a ser carreada pela TC-I (quantitativamente, o maior carreador de vitamina B12 no plasma) e TC-III.

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10
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

Porque razão a deficiência de TC II causa anemia megaloblástica?

A

A deficiência de TC causa anemia megaloblástica, uma vez que a B12 não entra na medula óssea (e em outras células) a partir do plasma, porém o nível sérico de B12 na deficiência de TC é normal. Isso ocorre pelo fato de a maior parte da B 12 no plasma estar ligada a outra proteína de transporte, a haptocorrina (também chamada de transcobalamina I), uma glicoproteína amplamente sintetizada por granulócitos e macrófagos. Nas doenças mieloproliferativas, nas quais a produção de granulócitos é muito aumentada, os níveis de haptocorrina e B12aumentam de maneira considerável no soro. A B12 ligada à haptocorrina não se transfere à medula; ela parece funcionalmente “morta’’. Glicoproteínas estreitamente relacionadas à haptocorrina plasmática estão presentes no suco gástrico, no leite e em outros líquidos corporais.

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11
Q

FISIOLOGIA DA VITAMINA B12

Função bioquímica

A

A vitamina B12 é uma coenzima de duas reações bioquímicas:

na primeira, como metil-B12, é cofator da metionina-sintase, a enzima responsável pela metilação da homocisteína em metionina, usando metiltetra hidrofolato (metil-THF) como doador de metila ;

**na segunda, como desoxiadenosil
B12 (ado-B12), auxilia na conversão de metilmalonil-
coenzima A (CoA) em succinil-CoA.**

A cobalamina (vit. B12) é cofator de duas importantes
reações…
A primeira reação é extremamente ligada ao metabolismo do folato… O Metiltetraidrofolato (MTHF) é a forma circulante do folato que precisa ser convertida na forma celular, o Tetraidrofolato (THF), ou “folato ativo”. Isso é feito pela enzima metionina sintase, utilizando a cobalamina (vitamina B12) como cofator.
Perceba, portanto, que a deficiência de B12 impede a formação de THF a partir do MTHF, logo, reduz a forma ativa, intracelular, do folato.
Em outras palavras: a deficiência de B12 provoca um “estado de deficiência celular de folato”… É através deste mecanismo que a deficiência de B12 prejudica a síntese de DNA, e isso explica porque a reposição de altas doses de ácido fólico pode resolver parcialmente a anemia megaloblástica por carência de B12! Todavia, conforme veremos adiante, mesmo que altas doses de ácido fólico amenizem parcialmente as alterações hematológicas da carência de B12, as alterações neurológicas
persistem se a reposição de B12 não for realizada, pois tais alterações dependem de uma reação bioquímica diferente, que não tem qualquer
relação com o metabolismo do folato…
Na reação da metionina sintase, o grupamento metil do MTHF é transferido para a homocisteína (um aminoácido), formando a metionina.
Por isso, tanto na deficiência de folato, como na deficiência de cobalamina, esta reação fica prejudicada, aumentando os níveis celulares e plasmáticos de homocisteína. A hiper homocisteinemia é lesiva ao endotélio, podendo aumentar o risco de aterosclerose.
A segunda reação não é ligada ao folato. É a conversão do metilmalonil CoA em succinil CoA.
Na deficiência de B12 (mas não na de ácido fólico),os níveis séricos e urinários de ácido metilmalônico aumentam significativamente e isso pode ser utilizado para fins diagnósticos.

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12
Q

FOLATO

FOLATO DIETÉTICO

A

A maioria dos alimentos contém algum folato. As maiores concentrações são encontradas no fígado, nas leveduras, no espinafre, em outras verduras e nas nozes (> 100 μg/100 g).

O conteúdo total de folato de uma dieta ocidental média é de cerca de 250 μg diários, mas a quantidade varia muito de acordo com o tipo de alimento ingerido e o método de cozimento. O folato é facilmente destruído pelo calor, em particular em grandes volumes de água. A quantidade total de folato no corpo dos adultos é de cerca de 10 mg, estando a maior reserva no fígado. As necessidades diárias para os adultos são de cerca de 100 μg, de modo que as reservas são suficientes por apenas 3 a 4 meses nos adultos normais, que podem vir a ter deficiência grave rapidamente.

A necessidade mínima diária da vitamina gira em torno de 50-200 μg, entretanto, durante períodos de demanda metabólica, como gravidez, lactação ou hemólise, as necessidades podem aumentar para 200-800 μg/dia.

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13
Q

FOLATO

ABSORÇÃO

A

Os folatos são absorvidos rapidamente na parte superior do intestino delgado. A absorção dos folatos poliglutamatos é menos eficiente que a dos monoglutamatos; em média, são absorvidos cerca de 50% do folato contido nos alimentos. As formas poliglutamato são hidrolisadas em derivados monoglutamatos no lúmen ou na mucosa do intestino. Todos os folatos dietéticos são convertidos em 5-metil THF (5-MTHF) dentro da mucosa do intestino delgado antes de entrar no plasma portal. Os monoglutamatos são transportados ativamente através do enterócito por um transportador de folato acoplado a prótons (PCFT [de proton-coupled folate transporter], SCL46A1). Esse transportador localiza-se na borda em escova apical e demonstra maior atividade em pH de 5,5, que é aproximadamente o pH da superfície duodenal e jejunal. A ocorrência de mutações genéticas dessa proteína está na base da má absorção hereditária de folato. O ácido pteroilglutâmico, em doses > 400 μg, é absorvido praticamente inalterado e convertido em folatos naturais no fígado. Doses menores são convertidas em 5-MTHF durante a absorção pelo intestino.
Cerca de 60 a 90 μg de folato entram na bile a cada dia e são excretados no intestino delgado. A perda desse folato, em conjunto com o folato das células intestinais descamadas, acelera o surgimento de deficiência de folato em condições de má absorção.

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14
Q

FOLATO

TRANSPORTE

A

O folato é transportado no plasma; cerca de 33% se ligam frouxamente à albumina, e o restante não se liga. Em todos os líquidos corporais (plasma, líquido cerebrospinal, leite, bile), grande parte do folato, se não todo, é 5-MTHF na forma de monoglutamato.
Três tipos de proteína de ligação do folato estão envolvidos. O transportador de folato reduzido (RFC, SLC19A1) constitui a principal via de aporte de folato plasmático (5- MTHF) às células. Dois receptores de folato, FR2 e FR3, fixados na membrana celular por uma âncora de glicosil fosfatidilinositol, transportam o folato dentro da célula por meio de endocitose mediada por receptor. A terceira proteína, PCFT, transporta o folato em pH baixo da vesícula até o citoplasma da célula. O transportador de folato
reduzido também medeia a captação de metotrexato pelas células.

Logo após ser absorvido, o folato circula no plasma como Metiltetraidrofolato (MHTF) sob a forma de monoglutamato, ligado a proteínas.
Ao penetrar nas células, o grupamento metil é retirado por uma enzima dependente da vitamina B12 (metionina sintase), liberando no citoplasma o Tetraidrofolato (THF), já na forma de poliglutamato – a forma ativa da vitamina. O maior reservatório corpóreo de folato é o fígado, responsável por metade das reservas. O folato é secretado na bile, para ser reabsorvido no jejuno (ciclo êntero-hepático do folato), além de ser excretado na urina. O balanço negativo de folato geralmente é decorrente de uma dieta inadequada, da má absorção ou da utilização exagerada da vitamina. O estoque de folato dura pouco (como na maioria das vitaminas hidrossolúveis). Na maioria das vezes, os sinais clínicos de deficiência de folato se desenvolvem cerca de 4-5 meses após o início das perdas.

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15
Q

FOLATO

FUNÇÕES BIOQUÍMICAS

A
Os folatos (na forma dos derivados de poliglutamato intracelulares) atuam como coenzimas na transferência de unidades de carbono único.
Duas dessas reações estão envolvidas na síntese das purinas e uma na síntese das pirimidinas, necessárias à replicação do DNA e do RNA. O folato também é uma coenzima para a síntese da metionina, em que a metilcobalamina igualmente é envolvida, e o THF regenerado. O THF é o aceptor das unidades de um único carbono que acabaram de entrar no compartimento ativo via conversão da serina em glicina. A metionina, o outro produto da reação da metionina-sintase, é o precursor da Sadenosilmetionina (SAM), o doador metil universal envolvido em \> 100 reações com a metiltransferase

Durante a síntese do timidilato, o 5,10-metileno-THF é oxidado a DHF (dihidrofolato). A enzima DHF-redutase o converte em THF. Os fármacos metotrexato, pirimetamina e (principalmente em bactérias) trimetoprima inibem a DHF-redutase e, assim, impedem a formação de coenzimas THF ativas a partir do DHF. Uma pequena fração da coenzima folato não é reciclada durante a síntese do timidilato, porém é degradada na ligação C9-N10.

O folato tem como função primordial transferir “fragmentos de 1 carbono” (metileno) para aceptores, que darão origem a bases nitrogenadas (purinas e pirimidinas), constituintes do DNA. O folato “doador” é o tetraidrofolato –THF (na forma de poliglutamato) – Não é difícil imaginar que, sem a metilação adequada do DNA, os precursores hematopoiéticos começam a ter dificuldades na maturação do núcleo. É exatamente o que ocorre na deficiência de ácido fólico! Ao doar grupamentos metileno, o THF é convertido em diidrofolato – DHF. Para regenerar novamente o THF, a partir do DHF, é necessária a ação de uma importante enzima celular, denominada diidrofolato redutase.

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16
Q

Quando é que os níveis séricos e urinários de ácido metilmalônico aumentam significativamente?

A

Na deficiência de B12 (mas não na de ácido fólico),os níveis séricos e urinários de ácido metilmalônico aumentam significativamente e isso pode ser utilizado para fins diagnósticos.

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17
Q

Qual a fisiopatologia do quadro neurológico do féfice de B12?

A

O quadro neurológico, próprio da carência de B12, deve se provavelmente a dois mecanismos:
(1) os níveis aumentados de metilmalonil CoA promoverão a síntese de ácidos graxos não fisiológicos, que irão se incorporar aos lipídios neuronais;

(2) a metionina, quando não formada adequadamente, promove uma diminuição da produção de fosfolipídios contendo colina, que são elementos fundamentais na formação da bainha de mielina.

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18
Q

BASE BIOQUÍMICA DA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA

A

A característica em comum de todas as anemias megaloblásticas é um defeito na síntese do DNA que afeta rapidamente as células em divisão na medula óssea. Todas as condições que dão origem a alterações megaloblásticas têm em comum uma disparidade na taxa de síntese ou na disponibilidade dos quatro precursores imediatos do DNA: os trifosfatos de desoxirribonucleotídeo (dNTPs) − dA(adenina)TP e dG(guanina)TP (purinas), dT(timina)TP e dC(citosina)TP (pirimidinas). Nas deficiências de folato ou cobalamina, ocorre falha na conversão do monofosfato de desoxiuridina (dUMP) em monofosfato de desoxitimidina (dTMP), o precursor do dTTP . Isso ocorre porque o folato é necessário na forma da coenzima 5,10-metileno-THF poliglutamato para a conversão de dUMP em dTMP; a disponibilidade de 5,10-metileno-THF fica reduzida na deficiência de cobalamina ou de folato. Uma teoria alternativa para a anemia megaloblástica na deficiência de
cobalamina ou folato é a incorporação errônea da uracila no DNA por causa do acúmulo de trifosfato de desoxiuridina (dUTP) na forquilha de replicação do DNA em consequência do bloqueio na conversão de dUMP em dTMP.

Outras causas congênitas ou adquiridas de anemia megaloblástica (p. ex., tratamento com antimetabólitos) inibem a síntese de purina ou de pirimidina em uma ou outra etapa. O resultado é a diminuição do suprimento de um ou outro dos quatro desoxirribonucleotídios necessários à síntese de DNA.

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19
Q

RELAÇÕES DA COBALAMINA COM O FOLATO

A

O folato é necessário para muitas reações nos tecidos dos mamíferos. Pelo que se sabe, apenas duas reações no corpo precisam de cobalamina. A isomerização da metilmalonil-coenzima A (CoA) requer adocobalamina, enquanto a metilação da homocisteína em metionina exige tanto metilcobalamina quanto 5-MTHF .
Essa reação é a primeira etapa na via pela qual o 5 MTHF, que entra na medula óssea e em outras células a partir do plasma, é convertido em todas as coenzimas folato intracelulares. As coenzimas são todas ligadas a poliglutamatos (o tamanho maior ajuda a retê-las na célula), mas a enzima folato poliglutamato-sintase pode usar apenas o THF, não o MTHF, como substrato. Na deficiência de cobalamina, o MTHF acumulase no plasma, e as concentrações intracelulares de folato caem, devido à falha na formação de THF, o substrato a partir do qual são elaborados os poliglutamatos de folato. Isso foi designado como inanição de THF ou aprisionamento do metilfolato.

Essa teoria explica as anormalidades no metabolismo do folato que ocorrem na deficiência de cobalamina (folato sérico alto, folato celular baixo, excreção do precursor de purina aminoimidazol carboxamida ribonucleotídeo [AICAR]; e também a razão pela qual a anemia da deficiência de cobalamina responde a doses elevadas de ácido fólico.

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20
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A

Muitos pacientes assintomáticos são descobertos pelo achado de um volume corpuscular médio (VCM) elevado em um hemograma de rotina.

As principais manifestações clínicas nos casos mais graves são de anemia. Em geral, a anorexia é acentuada, podendo haver perda de peso, diarreia ou constipação intestinal. Glossite, queilose angular, febre baixa nos pacientes com anemia mais grave, icterícia (não conjugada) e hiperpigmentação cutânea reversível também podem ocorrer nos casos de deficiência de folato ou de cobalamina. A trombocitopenia às vezes acarreta equimoses, o que pode ser agravado por deficiência de vitamina C ou pelo álcool em pacientes subnutridos. A anemia e uma leucometria baixa podem predispor a infecções, em particular dos tratos respiratório ou urinário. A deficiência de cobalamina também foi associada ao comprometimento da função bactericida dos fagócitos.

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21
Q

EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

A
  1. Superfícies epiteliais
  2. Complicações da gravidez
  3. Defeitos do tubo neural
  4. Doença cardiovascular
  5. Neoplasia maligna
  6. Manifestações neurológicas
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22
Q

EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

Superfícies epiteliais

A

Depois da medula óssea, os próximos tecidos mais frequentemente acometidos são as células epiteliais da superfície da boca, do estômago e do intestino delgado, bem como dos tratos respiratório, urinário e genital feminino.
As células exibem macrocitose, com o aumento do número de células multinucleadas e mortas. As deficiências podem causar anormalidades no esfregaço cervical.

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23
Q

EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

Complicações da gravidez

A

As gônadas também são acometidas, sendo comum a infertilidade tanto em homens quanto em mulheres com ambas as deficiências. A deficiência materna de folato foi implicada como causa de prematuridade, e tanto a deficiência de folato quanto a de cobalamina foram envolvidas na perda fetal recorrente e em defeitos do tubo neural

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24
Q

EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

Defeitos do tubo neural

A

Suplementos de ácido fólico na época da concepção e nas primeiras 12 semanas de gravidez diminuem em cerca de 70% a incidência de defeitos do tubo neural (DTNs) (anencefalia, meningomielocele, encefalocele e espinha bífida) no feto. A maior parte desse efeito protetor pode ser conseguida com uma dose diária de 0,4 mg de ácido fólico na época da concepção.
A incidência das fendas palatina e labial também pode ser reduzida pela profilaxia com ácido fólico. Não há uma relação nítida simples e clara entre o estado materno relativo ao ácido fólico e tais anormalidades fetais, embora quanto mais baixo o nível total de folato materno, maior o risco para o feto. Os DTNs também podem ser causados por fármacos antifolato e antiepilépticos.
Uma anormalidade materna subjacente do metabolismo do folato também foi postulada. Foi identificada uma anormalidade: uma redução da atividade da enzima 5,10-metileno-THF-redutase (MTHFR) (Fig. 128.1), causada por um polimorfismo comum C677T no gene MTHFR. Em um estudo, foi constatada uma maior prevalência desse polimorfismo do que em controles nos pais de fetos com DTN e nos próprios fetos: foi detectada uma homozigosidade para a mutação TT em 13% dos casos, em comparação com 5% nos indivíduos de controle. O polimorfismo codifica uma forma termolábil de MTHFR. O estado homozigoto resulta em um nível sérico médio e eritrocitário baixo de folato, em comparação com o dos indivíduos de controle, bem como níveis séricos significativamente maiores de homocisteína. Os testes para mutações em outras enzimas possivelmente associadas aos DTNs, como a metioninasintase e a serina-glicina-hidroximetilase, foram negativos.

Os níveis séricos de vitamina B12 também estão mais baixos em mães de lactentes com DTN do que nos controles. Além disso, polimorfismos do receptor de TC II materno foram associados a um risco aumentado de nascimentos com DTN. Entretanto, não existem estudos que tenham demonstrado uma redução da incidência de DTNs com o enriquecimento da dieta com vitamina B12.

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EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

Doença cardiovascular

A

Crianças com homocistinúria grave (níveis sanguíneos ≥ 100 μmol/L) decorrente de deficiência de uma das três enzimas – metionina-sintase, MTHFR ou cistationina-sintase – apresentam doença cardiovascular, como cardiopatia isquêmica, doença cerebrovascular ou embolia pulmonar na adolescência ou no início da idade adulta. Foram detectadas elevações menores da homocisteína sérica e concentrações séricas baixas de folato, bem como mutações herdadas homozigóticas de MTHFR, associadas a doenças cerebrovascular, vascular periférica e coronariana e à trombose venosa profunda. Entretanto, ensaios clínicos randomizados
prospectivos de redução dos níveis de homocisteína com suplementos de ácido fólico, vitamina B12 e vitamina B6, em comparação com placebo, no decorrer de um período de cinco anos em pacientes com doença vascular ou diabetes melito não mostraram uma redução do primeiro infarto do miocárdio fatal ou não fatal, e tampouco esses suplementos diminuíram o risco de doença cardiovascular recorrente após infarto agudo do miocárdio. Uma metanálise mostrou redução de 18% dos casos de acidente vascular encefálico, porém sem qualquer prevenção significativa da morte por qualquer causa. Foi relatado que a trombose venosa é mais frequente em indivíduos com
deficiência de vitamina B12 do que em controles. Isso foi atribuído a níveis plasmáticos elevados de homocisteína na deficiência de vitamina B12.

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EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

Neoplasia maligna

A

Em alguns estudos, mas não em todos eles, foi constatado que a profilaxia com ácido fólico durante a gravidez diminui a incidência subsequente de leucemia linfocítica aguda (LLA) em crianças. Também se encontrou uma associação negativa significativa entre o polimorfismo do MTHFR C677T e as leucemias com translocações de leucemia de linhagem mista (LLM), porém uma associação positiva com hiperdiploidia em lactentes com LLA ou leucemia mielocítica aguda ou com a LLA da infância. Um segundo polimorfismo no gene MTHFR, A1298C, também está fortemente associado à leucemia hiperdiploide. Existem várias associações positivas e negativas entre os polimorfismos nas enzimas dependentes de folato e a incidência de LLA em adultos. Acredita-se que o polimorfismo C677T leve a um aumento dos reservatórios de timidina e a uma “melhor qualidade” da síntese do DNA ao desviar os
grupos de um carbono para a síntese da timidina e da purina. Talvez isso explique a associação ao menor risco de câncer colorretal. A maioria dos estudos, mas não todos, sugere que o ácido fólico profilático também possa proteger contra adenomas de colón.
Outros tumores que foram associados a polimorfismos ou níveis de folato incluem o linfoma folicular, o câncer de mama e o câncer gástrico. Uma metanálise de 50.000 indivíduos aos quais foram administrados ácido fólico ou placebo em ensaios clínicos de prevenção de adenoma cardiovascular ou de colón verificou que a suplementação de ácido fólico não aumentou nem diminuiu substancialmente a incidência de câncer em locais específicos durante os primeiros cinco anos de tratamento. Como o ácido fólico pode “nutrir” os tumores, ele provavelmente deve ser evitado em pacientes com tumores estabelecidos, a não ser que tenham anemia megaloblástica grave devido à deficiência de folato.

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EFEITOS GERAIS DAS DEFICIÊNCIAS DE COBALAMINA E DE FOLATO SOBRE OS TECIDOS (6)

Manifestações neurológicas

A

A deficiência de cobalamina pode causar uma neuropatia periférica bilateral ou degeneração (desmielinização) dos tratos posterior e piramidal da medula espinal, assim como, com menor frequência, atrofia óptica ou sintomas cerebrais.
O paciente, com mais frequência do sexo masculino, apresenta-se com parestesias, fraqueza muscular ou dificuldade de caminhar e, às vezes, demência, transtornos psicóticos ou comprometimento visual. A deficiência nutricional prolongada de cobalamina na infância prejudica o desenvolvimento cerebral e o intelectual. Sugeriu-se que a deficiência de folato cause doença nervosa orgânica, mas isso é incerto, embora a injeção de metotrexato no líquido cerebrospinal possa causar dano cerebral ou à medula espinal.
Um problema clínico importante é o paciente não anêmico com anormalidades neurológicas ou psiquiátricas e um nível sérico baixo ou limítrofe de cobalamina. Em tais pacientes, é necessário procurar estabelecer se existe uma deficiência significativa de cobalamina, por exemplo, mediante exame cuidadoso do esfregaço de sangue, testes
para o nível sérico de gastrina e para anticorpos contra o FI ou as células parietais, em conjunto com determinação do nível sérico de ácido metilmalônico (AMM), quando disponível. Uma tentativa terapêutica com cobalamina durante três meses pelo menos geralmente também é necessária para verificar se os sintomas melhoram.
A base bioquímica da neuropatia causada pela deficiência de cobalamina continua obscura. Sua ocorrência na ausência de acidúria metilmalônica, na deficiência de TC II, sugere que a neuropatia está relacionada com o defeito na conversão de homocisteínametionina.
Foi sugerido o acúmulo de S-adenosil-homocisteína no cérebro, que resulta na inibição das reações de transmetilação. A ocorrência de transtorno psiquiátrico é comum, tanto na deficiência de folato quanto na de cobalamina. Como a neuropatia, isso foi atribuído a uma falha na síntese de SAM, necessária à metilação das aminas biogênicas (p. ex., dopamina), bem como das proteínas, dos fosfolipídeos e dos neurotransmissores no cérebro. Há relatos de associações entre níveis séricos mais baixos de folato ou cobalamina e níveis mais elevados de homocisteína e o desenvolvimento de redução da função cognitiva e demência na doença de Alzheimer. Entretanto, uma metanálise de ensaios clínicos randomizados, controlados por placebo, de suplementação de vitaminas B para redução da homocisteína em indivíduos com e sem comprometimento cognitivo mostrou que a suplementação de vitamina B12, vitamina B6 e ácido fólico, isoladamente ou em combinação, não melhorou a função cognitiva. Não se sabe se o tratamento prolongado com essas vitaminas B poderia reduzir o risco de demência em um estágio mais avançado da vida.

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Deficiência de Vitamina B12

A
  1. Manifestações Hematológicas
  2. Manifestações Digestivas
  3. Manifestações Neurológicas
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Deficiência de Vitamina B12

Manifestações Hematológicas

A

Decorrem de queixas referentes à anemia, como palpitações, fraqueza, cefaleia, irritabilidade
etc.
É interessante notarmos que estes pacientes são capazes de tolerar baixíssimos níveis de hemoglobina, pois a anemia megaloblástica é uma anemia de instalação insidiosa…
Eventualmente, notamos petéquias e púrpuras devido à presença de trombocitopenia.

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Deficiência de Vitamina B12

Manifestações Digestivas

A

Podemos observar diarreia e perda ponderal, ambos decorrentes de má absorção. Os pacientes muitas vezes queixam-se de uma sensação dolorosa na língua, que se mostra avermelhada e com atrofia de papilas (glossite).

A queilite angular, semelhante à observada na anemia ferropriva, também pode ser encontrada.

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31
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Deficiência de Vitamina B12

Manifestações Neurológicas

A

Estas podem ocorrer com o hemograma absolutamente normal e somente com a vitamina B12 sérica baixa. Entretanto, na maioria dos casos, existe anemia megaloblástica associada.
Os achados neurológicos ou, melhor dizendo, neuropsiquiátricos, incluem:

(1) parestesia em extremidades (alteração mais precoce) decorrente de uma polineuropatia;

(2) diminuição da sensibilidade profunda (proprioceptiva e vibratória);

(3) desequilíbrio, marcha atáxica, sinal de Romberg, refletindo a perda da propriocepção inconsciente nos membros inferiores;

(4) fraqueza e espasticidade nos membros inferiores, com sinal de Babinski, hiperreflexia profunda, refletindo uma síndrome piramidal nos membros inferiores;

(5) deficits cognitivos, demência e psicoses.

O acometimento da sensibilidade profunda (cordão posterior da medula espinhal) associado ao comprometimento dos feixes piramidais dá o nome de “síndrome dos sistemas combinados” ou “mielinose funicular” ao deficit neurológico da carência de B12.

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32
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Deficiência de Vitamina B12

Manifestações Neurológicas

Instituição do tratamento

A

É importante termos em mente que as manifestações neuropsiquiátricas só respondem à reposição de cobalamina se esta for iniciada de maneira precoce, de preferência dentro dos primeiros seis meses após o início dos sintomas! Reposições iniciadas mais tardiamente costumam apresentar uma resposta parcial ou ausência de resposta. No entanto, mesmo nos pacientes que não apresentam melhora clínica, a vitamina B12 deve sempre ser reposta, já que evita a progressão da doença…

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33
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Deficiência de Ácido Fólico

A

Os pacientes com deficiência de folato geralmente estão mais desnutridos do que aqueles deficientes em cobalamina. As manifestações clínicas são semelhantes às da anemia por deficiência de vitamina B12, exceto por dois fatores importantes:

(1) os achados do aparelho digestivo são mais exuberantes; e

(2) não ocorrem manifestações neurológicas.

A deficiência de folato (e a deficiência de cobalamina também) pode cursar com hiperpigmentação difusa da pele, ou somente das pregas cutâneas.

34
Q

Causas de Deficiência de Ácido Fólico

A

A deficiência de ácido fólico é vista em indivíduos que não se alimentam adequadamente, alcoólatras, gestantes e portadores de síndromes disabsortivas no jejuno proximal, como a doença celíaca e o espru tropical. O alcoolismo predispõe à deficiência de folato por dois mecanismos: (1) como o álcool tem alto valor calórico, o alcoólatra geralmente consome poucos alimentos, inclusive os ricos em folato; (2) o álcool
dificulta a absorção e recirculação de folato
através do ciclo êntero-hepático. Anticonvulsivantes (fenitoína, ácido valproico, primidona) e barbitúricos prejudicam a absorção, enquanto pirimetamina, trimetoprim em altas doses e metotrexate inibem o metabolismo da vitamina.
Condições como gestação, anemia hemolítica crônica (qualquer causa), câncer e doenças cutâneas esfoliativas (ex.: psoríase) predispõem à carência de ácido fólico simplesmente por aumentarem a utilização desta vitamina.

35
Q

Reposição de ácido fólico na grávida?

A

Na gestação, a reposição de ácido fólico também é recomendada para a prevenção dos Defeitos do Tubo Neural (DTN). A dose recomendada para prevenção de DTN é de 400 μg/dia de folato, não se devendo ultrapassar a dosagem de 1 mg/dia, pois essa quantidade poderia mascarar uma deficiência de vitamina B12, retardando seu tratamento e podendo desencadear lesões neurológicas. Estudos têm demonstrado que a suplementação de ácido fólico, desde três meses antes da concepção até a 12a semana da gestação, pode prevenir a DTN no feto. A razão para a administração antes da gestação se deve ao fato do tubo neural se formar entre o 25º e 27º dia após a concepção, antes que a maioria das mulheres se dê conta de que está grávida.

36
Q

Suplementação de ádico fólico nos lactentes?

A

Lactentes: as reservas de folato são reduzidas ao nascimento, e podem ser rapidamente depletadas em função do crescimento acelerado nessa fase… Na criança prematura as necessidades são ainda mais elevadas, uma vez que a maior parte do armazenamento de folato ocorre ao final da gestação. A concentração de ácido fólico no leite materno depende das reservas de folato da mulher e da duração da lactação. Comparado com o colostro, o leite maduro possui uma maior concentração desta
vitamina. O folato do leite humano se encontra em maior proporção como monoglutamato, que seria mais bem absorvido, o que explicaria o melhor estado nutricional de ácido fólico de crianças alimentadas com o leite materno. A suplementação de ácido fólico (50 μg/dia) e ferro é indicada em regiões onde a prevalência de anemia carencial na infância supera os 40%. Outra situação na qual a suplementação ou fortificação torna-se necessária para evitar a
deficiência de folato é nos lactentes sem aleitamento materno e com intolerância ao leite de vaca, cuja única fonte alimentar passa a ser o leite de cabra, que possui quantidades muito reduzidas de ácido fólico.

37
Q

Causas de Deficiência de Vitamina B12

A

A deficiência de cobalamina pode resultar de causas diversas. Veja as principais: (1) acloridria gástrica quando não ocorre a separação da vitamina B12 das proteínas alimentares; (2) deficiência de Fator Intrínseco (anemia perniciosa, gastrectomia total); (3) insuficiência exócrina pancreática (pancreatite crônica), em que não há a separação do complexo vitamina B12-Ligante R no lúmen duodenal; (4) micro- -organismos competitivos (hiperproliferação bacteriana), que geralmente ocorre em “alças cegas” – pós gastrojejunostomias e em alças atônicas, como observamos na esclerodermia e no diabetes melito; (5) doença primária ou ausência da mucosa ileal (doença de Crohn, linfoma intestinal e ressecção ileal) e (6) vegetarianos e populações de baixa renda, que não consomem, ao longo de anos, alimentos de origem animal, como carne, ovos e laticínios, em quantidades adequadas.

Em nosso meio, a Anemia Perniciosa é a doença que mais comumente causa deficiência de cobalamina, enquanto que o alcoolismo, a gestação e a desnutrição figuram como os principais fatores associados à carência de folato (baixa ingestão de frutas e vegetais).
Uma causa de má absorção de B12 rara no Brasil é a infestação pela “tênia do peixe” Diphyllobothrium latum, mais frequente em países escandinavos. Este parasita consome a B12 alimentar presente no lúmen intestinal.

38
Q

Causas de deficiência grave de vitamina B12

A
39
Q

Causas de deficiência de folato

A

Resulta frequentemente de dieta pobre em folato, isolada ou em combinação com uma condição em que haja aumento de utilização ou má absorção de folato. Um turnover celular excessivo, de qualquer tipo, incluindo gravidez, é a principal causa de aumento das necessidades de folato, pois mais moléculas de folato se degradam quando há aumento da síntese de DNA e de timidilato. O mecanismo pelo qual os anticonvulsivantes e os barbitúricos causam deficiência ainda e controverso.

40
Q

Outras causas de deficiência de vitamina B12

A

Ausência congênita ou anormalidades do FI, em geral, são notadas em torno dos 2 anos de idade, quando os estoques de B12 derivados da mãe in utero foram consumidos. A má absorção específica de B12 deve-se à mutação genética do receptor FI-B12, cubilina, ou de amnionless. Em geral, apresenta-se na infância e está associada à proteinúria em 90o/o dos casos.
Graus menores de deficiência de B12, com B12 sérica subnormal, mas quase sempre sem anemia megaloblástica, podem resultar de ingestão insuficiente, má absorção da B12 alimentar, sobretudo em idosos com gastrite atrófica, e associada ao uso prolongado de fármacos inibidores da bomba de cátions ou metformina.

41
Q

Base bioquímica da anemia megaloblástica

A

O DNA é formado pela polimerização dos quatro trifosfatos de desoxirribonucleotídios (adenina, guanina, citosina, timina). Supõe-se que a deficiência de folato provoque anemia megaloblástica por inibir a síntese de timidilato, um passo limitante da síntese de DNA, no qual é sintetizado o monofosfato de timidina (dTMP). Essa reação requer o 5,10-metileno- THF-poliglutamato como coenzima. O papel da vitamina B12 na síntese de DNA é indireto. A B12 é necessária à conversão de metil-THF, que entra na medula e nas demais células a partir do plasma, para o THF. O THF (mas não metil-THF) é o substrato para a síntese de poliglutamato de folato no interior das células. Os poliglutamatos de folato, incluindo o 5,10-metileno THF-poliglutamato, são as coenzimas intracelulares de folato. A deficiência de B12, portanto, reduz indiretamente o suprimento da coenzima crítica do folato envolvida na síntese de timidilase. Outras causas congênitas ou adquiridas de anemia megaloblástica (p. ex., tratamento com antimetabólitos) inibem a síntese
de purina ou de pirimidina em uma ou outra etapa. O resultado é a diminuição do suprimento de um ou outro dos quatro desoxirribonucleotídios necessários à síntese de DNA.

42
Q

Redução de folato

A

Durante a síntese de dTMP, a coenzima de poliglutamato de folato sofre oxidação do estado de THF, transformando- se em di-hidrofolato (DHF). A regeneração do THF ativo exige a enzima DHF redutase. Os inibidores dessa enzima (p. ex., o metotrexato) inibem todas as reações de coenzima de folato e, assim, a síntese de DNA (Figura 5.5). O metotrexato é um fármaco útil, principalmente no tratamento de doenças malignas (p. ex., leucemia linfoblástica aguda [ver p. 192]) e doenças inflamatórias com excessivo turnover celular (p. ex., artrite reumatoide, psoríase). A pirimetamina, o antagonista mais fraco, é utilizada principalmente contra malária. O trimetoprim, ativo contra a DHF- redutase bacteriana, mas com ação muito fraca contra a enzima humana, é utilizado só ou em combinação antibacteriana com uma sulfonamida, como o cotrimoxazol. A toxicidade causada pelo metotrexato e pela pirimetamina é revertida com a administração do f o lato reduzido, o ácido folínico (5-formil-THF)

43
Q

O que é a Anemia Perniciosa?

A

A anemia perniciosa é uma doença caracterizada pelo desenvolvimento de autoanticorpos que atacam as células do corpo e fundo gástricos (células parietais), reduzindo tanto a produção de ácido e pepsina quanto de Fator Intrínseco. O resultado é o desenvolvimento de hipocloridria e anemia megaloblástica por má absorção de B12.

E causada por agressão autoimune à mucosa gástrica, levando à atrofia do estômago. A parede do estômago torna-se delgada, com infiltrado de linfócitos e plasmócitos na lâmina própria.
Pode ocorrer metaplasia intestinal, há acloridria, e a secreção de fator intrínseco (FI) torna-se ausente ou quase ausente. A gastrina sérica aumenta. A infecção por Helicobacter pylori pode iniciar uma gastrite autoimune: em pacientes jovens, apresenta-se como anemia ferropênica; em idosos, como anemia pern1c1osa.

44
Q

Epidemiologia da Anemia perniciosa

A

O acometimento é maior no sexo feminino (1,6: 1), com pico de ocorrência aos 60 anos, podendo haver doença autoimune associada, particularmente da tireoide.

A doença é encontrada em todas as raças, mas é mais comum nos norte-europeus e tem certa incidência familiar. olhos azuis e que possuem cabelos brancos precocemente.

Também há aumento de incidência de carcinoma de estômago (aproximadamente 2-3°/o de todos os casos de anemia perniciosa).

45
Q

Anemia perniciosa: condições associadas

A
46
Q

Anemia perniciosa: Anticorpos

A

Os anticorpos anticélulas parietais estão presentes em 90% dos pacientes, enquanto os anticorpos anti-Fator Intrínseco são encontrados em 60%, inibindo a ligação do FI com a vitamina B12. Alguns apresentam uma outra variedade de anticorpo, que age bloqueando a molécula de fator intrínseco em seu sítio de ligação ileal. A anemia perniciosa está associada a outras afecções autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto (hipotireoidismo), o vitiligo, a insuficiência suprarrenal idiopática (doença de Addison), o hipoparatireoidismo e a doença de Graves.
Além dos fenômenos imunológicos, a própria hipocloridria resultante dificulta a liberação de vitamina B12 da proteína alimentar para união com o Ligante R, etapa anterior à sua captação pelo fator intrínseco.

Noventa por cento dos pacientes têm, no soro, anticorpos contra células parietais, dirigidos contra a H +/K+-ATPase gástrica.
A anemia perniciosa distingue-se de gastrite atrófica ou gastrite autoimune simples pela presença no soro de anticorpos ao FI; 50°/o dos pacientes têm um anticorpo que inibe a ligação do FI à vitamina B12• Um segundo anticorpo, bloqueandoa ligação do FI a seu sítio receptor no íleo é menos frequente.
Os anticorpos anti-FI também ocorrem no suco gástrico. São praticamente específicos para a anemia perniciosa, porém, como estão presentes no soro apenas na metade dos pacientes, a falta deles não exclui o diagnóstico. O anticorpo mais comum contra células parietais é menos específico, pois é
comum em idosos (p. ex., 16o/o das mulheres normais com idade acima de 60 anos), sem anemia perniciosa.

47
Q

Efeitos da deficiência de vitamina 812 ou de folato

A
48
Q

Achados laboratoriais

Hemograma

A

O VCM está caracteristicamente aumentado, podendo atingir valores de até 140 fL. Embora existam outras causas de macrocitose que não a anemia megaloblástica, quando nos deparamos com um VCM superior a 110 fL, o diagnóstico é bem provável, quando além de 120 fL, praticamente não há outro diagnóstico.
O CHCM encontra-se com valores normais, uma vez que a síntese da hemoglobina continua e muitas vezes preenche toda a célula. É comum a anisocitose, com aumento do RDW. Uma análise dos hemogramas anteriores frequentemente revela aumento progressivo do VCM ao longo de meses ou anos… É importante salientarmos que o VCM pode permanecer elevado por um longo período (meses a anos), sem que tenhamos anemia propriamente dita. Por outro lado, é possível também que um paciente com anemia megaloblástica apresente VCM normal (entre 80-100 fL). Este último fenômeno pode ser observado na coexistência de deficiência de ferro com deficiência de vit. B12 e/ou ácido fólico, ou então na associação entre anemia megaloblástica e talassemia…
A neutropenia e a trombocitopenia podem se associar à anemia (pancitopenia), mas geralmente são de intensidade leve a moderada.

49
Q

Achados laboratoriais

Sangue Periférico

A

A alteração mais característica de anemia megaloblástica no esfregaço de sangue periférico é a chamada hipersegmentação do núcleo dos neutrófilos, que pode ser definida pelos seguintes critérios: (1) achado de apenas um neutrófilo contendo seis ou mais lobos; e (2) presença de pelo menos 5% de neutrófilos com cinco lobos. O achado desses neutrófilos plurissegmentados é quase patognomônico de anemia megaloblástica.
Outras alterações incluem presença de anisocitose e poiquilocitose e dos macroovalócitos, que são eritrócitos grandes e ovais, completamente hemoglobinizados. Os macrócitos das outras anemias não possuem essa característica…
Quando o hematócrito está muito baixo, frequentemente podemos encontrar hemácias nucleadas no sangue periférico. Nesses casos, a morfologia nuclear megaloblástica pode ser evidenciada sem o aspirado ou a biópsia de medula óssea.

50
Q

Achados laboratoriais

Medula Óssea (mielograma)

A

A medula geralmente é hipercelular, com uma diminuição da relação mieloide/eritroide. Podemos identificar ferro corável em teores expressivos.
As alterações morfológicas megaloblásticas (nucleares) costumam ser vistas em todos os tipos celulares, porém são mais intensas e frequentes na linhagem vermelha. Os eritroblastos estão aumentados de volume, com importante assincronia núcleo/citoplasma, isto é, um atraso na maturação do núcleo quando comparado ao citoplasma. O núcleo imaturo apresenta uma cromatina granulada, ou com aspecto “em peneira”, enquanto que o citoplasma encontra-se desproporcionalmente hemoglobinizado. Observamos também alterações nos precursores dos granulócitos e plaquetas.

51
Q

Achados laboratoriais

Dosagem de Cobalamina e Folato Séricos

A

Os teores de vitamina B12 e folato no sangue devem ser solicitados. Níveis normais de vitamina B12 encontram-se entre 200 e 900 pg/ml.
Uma B12 sérica acima de 300 pg/ml torna improvável o diagnóstico de carência da vitamina, enquanto que uma dosagem abaixo de 200 pg/ml praticamente o confirma.

Entre 200- 300 pg/ml (normal baixa) é a faixa de incerteza.
A dosagem da B12 pode sofrer influência de artefatos provocados pelo radioimunoensaio e por hepatopatia crônica – valores falsamente elevados.

A presença de mieloma, gravidez, deficiência concomitante de folato, anemia aplástica e altas doses de vitamina C nos fornecem valores falsamente baixos.

O folato sérico apresenta níveis de 2,5 a 20 ng/ ml. Um folato sérico abaixo de 2 ng/ml torna provável o diagnóstico de carência de folato, enquanto que acima de 4 ng/ml, em termos práticos, exclui este diagnóstico.

O folato sérico deve ser colhido sempre em jejum e em pacientes sem história de anorexia, caso contrário, não é um exame confiável (o folato sérico varia agudamente com a alimentação).
Mais uma vez há uma faixa de incerteza: entre 2-4 ng/ml. Neste caso, dosamos o folato eritrocitário (mais confiável). Devemos lembrar, também, que a deficiência de vitamina B12 pode levar a aumentos do folato no sangue: como a cobalamina é necessária para a manutenção do folato no interior das células, em sua ausência, este se “desvia” para o soro.
É importante que seja realizada a dosagem sérica das duas vitaminas, pois não é incomum haver carência concomitante de ambas (25%
dos casos).

52
Q

Dosagem de Ácido Metilmalônico e Homocisteína

A

Estas dosagens laboratoriais, ainda pouco empregadas em nosso meio, são o melhor parâmetro para o diagnóstico e diferenciação entre as deficiências de vitamina B12 e ácido fólico.
O ácido metilmalônico encontra-se elevado
apenas na deficiência de cobalamina.
Seus valores normais situam-se entre 70 e 270 nmol/L.
Em pacientes deficientes em cobalamina, podemos encontrar níveis de 3.500 até 2.000.000 nmol/L. Os valores podem estar falsamente baixos em pacientes com carência de vitamina B12, quando são utilizados antibióticos de amplo espectro.
A homocisteína (n = 5-14 nmol/L) tem seus valores elevados tanto na deficiência de cobalamina quanto na de folato. Níveis de até 50 a 250 nmol/L podem ser encontrados em estados de carência dessas vitaminas. A insuficiência renal e a depleção do volume intravascular podem ocasionar elevação nos valores de homocisteína e ácido metilmalônico.
Lembramos que as elevações da homocisteína e do ácido metilmalônico só fazem o diagnóstico de deficiência de ácido fólico e vitamina B12 na vigência de manifestações clínicas e/ou hematológicas compatíveis! A homocisteína, por exemplo, também pode estar elevada no hipotireoidismo e em distúrbios primários de seu metabolismo.

53
Q

Outros Achados

DD AH

A

Os níveis de LDH e bilirrubina indireta encontram- se aumentados, pois estamos diante de uma destruição aumentada de precursores das células vermelhas no interior da medula óssea (eritropoiese ineficaz). Devemos tomar cuidado na interpretação desses dados e não confundi-los com aqueles da anemia hemolítica, já que esta última pode ser também macrocítica, caso a medula lance muitas formas jovens de hemácia (reticulócitos) na periferia.
Por incrível que pareça, a anemia megaloblástica é aquela que mais eleva os níveis de LDH, mais do que a própria hemólise periférica. Enquanto nas anemias hemolíticas a média está em torno de 580 U/ml, na megaloblastose encontra- -se um LDH ao redor de 3.800 U/ml (normal = até 240 U/ml). Embora tenha níveis elevados de LDH e de bilirrubina indireta, a anemia megaloblástica possui contagem de reticulócitos normal ou baixa, diferenciando-a definitivamente das anemias hemolíticas macrocíticas…

54
Q

Diagnóstico de deficiência de vitamina 8 12 ou de folato

A

Dosagens de vitamina B12 e de folato séricos são rotineiras. A vitamina B12 sérica é baixa na anemia megaloblástica e na neuropatia causada por deficiência de B12• O folato sérico e o eritrocitário estão baixos na anemia megaloblástica causada por deficiência de folato. Na deficiência de B12, o folato sérico tende a aumentar, mas o eritrocitário diminui. Quando não há deficiência de B12, o folato eritrocitário é um guia mais preciso do status do folato tecidual do que o folato sérico.A dosagem de ácido metilmalônico sérico é um teste para a deficiência de B12; a de homocisteína, para a deficiência de folato ou de B12• Não são resultados específicos, há dificuldade
no estabelecimento de valores de referência nos diversos grupos etários e não são testes amplamente disponíveis.

55
Q

Orientação para o Diagnóstico

(Por onde começar?)

A

Sempre que suspeitamos de anemia megaloblástica, seja pelos achados no hemograma e no esfregaço do sangue periférico, ou pelas manifestações clínicas descritas acima, devemos solicitar a dosagem sérica de vitamina B12 e folato. Se o sangue periférico não for diagnóstico, um mielograma deve ser providenciado (padrão-ouro para confirmar a megaloblastose…).
Uma B12 sérica inferior a 200 pg/ml e um folato sérico inferior a 2 ng/ml confirmam, em termos práticos, o diagnóstico de carência de B12 e o de folato, respectivamente. Uma B12 sérica entre 200-300 pg/ml não afasta a deficiência da vitamina, ao mesmo tempo que um valor do folato sérico entre 2-4 ng/ml também não exclui a carência de ácido fólico. Nesses casos, a confirmação deve ser realizada pela dosagem do ácido metilmalônico no soro ou urina e pela pesquisa do folato eritrocitário. Só para lembrar: o ácido metilmalônico só aumenta na deficiência de B12 e não na de folato!!! Este é considerado o exame de maior acurácia diagnóstica para tal carência vitamínica… A homocisteína sérica pode também ser
solicitada, mas estará elevada nas duas deficiências
(mais na de folato…).
Como os baixos níveis séricos de folato podem gerar uma “falsa queda” da vitamina B12 nos exames laboratoriais, o achado concomitante de baixos níveis séricos de cobalamina e folato indicam a solicitação da dosagem do ácido metilmalônico.
A presença de níveis aumentados do ácido metilmalônico confirmaria a deficiência de B12 (simultânea à de ácido fólico), enquanto o achado de níveis normais fala a favor de uma “falsa queda” da vitamina B12 provocada pelos baixos níveis de ácido fólico.
Esses exames bioquímicos têm substituído, na maioria dos casos, o aspirado de medula óssea, por possuírem uma elevada especificidade para o diagnóstico.
A distinção entre a deficiência de cobalamina e de folato é de capital importância, porque o uso de folato pode corrigir as anormalidades hematológicas, mas não as neurológicas da deficiência de cobalamina, podendo até agravá-las.

56
Q

Exames para identificação da causa de deficiência de vitamina B12 ou de folato

A

Eles são principalmente relacionados à avaliação da função gástrica e à pesquisa de anticorpos contra antígenos gástricos. Em todos os casos de anemia perniciosa, deve ser feita endoscopia para confirmação de atrofia gástrica e exclusão de carcinoma do estomago.

Para a deficiência de folato, a história dietética é mais importante, embora seja difícil estimar com precisão a ingestão de folato. Também devem ser consideradas a possibilidade de enteropatia induzida por glúten e a presença de outras doenças subjacentes

Uma vez estabelecido o diagnóstico de anemia megaloblástica por carência de vitamina B12, o diagnóstico de anemia perniciosa deve ser pesquisado através da dosagem do anticorpo antifator intrínseco. A sensibilidade deste marcador é de 50-70%, e sua especificidade beira os 100% (quer dizer, quando positivo essencialmente confirma o diagnóstico). O anticélula parietal é mais sensível (presente em 90% dos pacientes), porém, menos específico (isoladamente não confirma o diagnóstico).
A biópsia gástrica não é obrigatória (por possuir pouca especificidade), mas quando realizada revela a existência de uma gastrite atrófica tipo A (atrofia acentuada da mucosa do corpo e do fundo gástrico)…

57
Q

Teste de Schilling

A

O primeiro passo consiste na administração de 1.000 μg de cianocobalamina intramuscular, a fim de saturar os sítios receptores no organismo. Isso se torna necessário, pois em indivíduos com reservas baixas de vitamina B12, se administrássemos somente a cobalamina marcada (1a fase do teste), esta poderia ser incorporada para suprir as próprias deficiências corpóreas, não sendo excretada na urina e dando a falsa impressão de não ter sido absorvida.
Alguns autores recomendam que se inicie o tratamento dois meses antes do teste.
Duas horas após, administra-se de 0,5 a 2 μg de
cianocobalamina por via oral marcada radioativamente.
A radioatividade é avaliada e medida na urina de 24 ou de 72 horas. Se, após a ingestão de cianocobalamina marcada por via oral, obtivermos cerca de pelo menos 34% da dose em análise urinária, consideramos o teste normal. Em casos associados à baixa radioatividade excretada na urina (0,5 a 8%), devemos afastar a possibilidade de má absorção intestinal, insuficiência pancreática exócrina, hiperproliferação bacteriana e, principalmente, de anemia perniciosa (deficiência de FI), sempre a etiologia mais provável para a carência de B12.
Para isso, prosseguimos a 2ª fase do teste, que é dividida em três etapas: na primeira, administramos vitamina B12 marcada ligada ao FI. Se a vitamina B12 marcada for detectada na urina, diagnostica-se anemia perniciosa, e o teste está concluído. Se, mesmo com a administração de FI, obtivermos contagens urinárias de vitamina B12 radioativa baixa, o problema não deve ser a carência desse fator… Devemos então realizar a
segunda etapa, que consiste na ingestão de vitamina B12 marcada junto com extrato pancreático (seis a oito comp. ou três caps. com cobertura entérica). Se a vitamina B12 marcada for detectada na urina, estamos diante de um caso de insuficiência pancreática exócrina, mas, caso ela ainda não consiga ser detectada na urina, não se trata nem de anemia perniciosa nem de insuficiência pancreática… Nesse ponto, para afastarmos a suspeita de hiperproliferação bacteriana, partimos para a terceira etapa e iniciamos tratamento empírico com metronidazol (250 mg, de
8/8h) + cefalexina (250 mg de 6/6h), e o teste com a vitamina B12 oral marcada deve ser repetido depois de quatro dias de antibioticoterapia. Se a contagem urinária baixa a indetectável de vitamina B12 radioativa persistir, devemos finalmente suspeitar de lesão dos receptores ileais, como ocorre na doença de Crohn, linfoma, ressecção ileal, tuberculose extensa do íleo, etc.
O teste de Schilling, no entanto, só é solicitado quando a origem da deficiência de cobalamina não é esclarecida nas avaliações iniciais, o que é raro. A dosagem dos anticorpos antifator intrínseco e anticélulas parietal costuma esclarecer o diagnóstico de anemia perniciosa.

58
Q

TRATAMENTO

Deficiência de Cobalamina

A

Na grande maioria dos pacientes com deficiência de cobalamina o problema está na má absorção dessa vitamina. Assim, a via de administração tradicional é a parenteral. A vitamina B12 é prescrita sob a forma de cianocobalamina ou hidroxicobalamina.
Existem vários esquemas de reposição parenteral, todos eles muito parecidos. O mais clássico consiste numa dose intramuscular de 1.000 μg (1.000 unidades), inicialmente uma vez ao dia durante sete dias, seguida da mesma dose uma vez por semana por quatro semanas, e daí em diante uma dose mensal para o resto da vida do paciente.
Já foi descrito também um tratamento bem sucedido com a forma oral de cobalamina, a vitamina B12 cristalina, 2 mg (2.000 μg) por dia, baseando- se no princípio de que 1% da vitamina é absorvido mesmo na ausência do FI. Estudos recentes demonstraram respostas satisfatórias…
Quando a carência de vitamina B12 e anemia
megaloblástica são decorrentes de supercrescimento bacteriano, devemos indicar a antibioticoterapia.
Nos pacientes com diagnóstico de anemia perniciosa, deve ser feito acompanhamento regular com endoscopia, pelo risco de desenvolvimento de Ca de estômago a partir da gastrite atrófica.
A resposta ao tratamento é fantástica! Logo após seu início e, mesmo alguns dias antes de uma resposta hematológica evidente, o paciente sente-se melhor disposto.

59
Q

TRATAMENTO

Deficiência de Folato

A

A deficiência de folato é tratada com terapia de reposição, na dose usual de 1-5 mg/dia por via oral. Se o problema estiver na absorção, doses de até 15 mg/dia podem ser utilizadas, sendo rara a necessidade do folato parenteral. A duração da terapia depende do grau de deficiência. A dieta deve ser corrigida, para que não haja recidiva do quadro carencial após o fim do tratamento.
Os pacientes com necessidades continuamente aumentadas (anemia hemolítica ou má absorção) devem continuar recebendo ácido fólico oral indefinidamente, juntamente com uma dieta rica em folato.

60
Q

Qual é o acompanhamento laboratorial da
resposta à reposição de vitamina B12 ou de
folato?

A

Assim como na anemia ferropriva, em indivíduos que respondem à reposição observamos um pico reticulocitário dentro de 5-7 dias. O pico varia de 10 50% (sendo maior quanto mais grave for a anemia…), comparado a um discreto pico de 5-10% no tratamento da anemia ferropriva. A anemia começa a melhorar após dez dias da reposição e regride completamente após 1-2 meses. Os níveis elevados de ácido metilmalônico (na carência de B12) e de homocisteína (na carência de ambos) começam a reduzir em 48h e retornam ao normal dentro de 5-10 dias do
início da terapia. Caso o aumento dos reticulócitos não ocorra, ou se ele for pouco expressivo, devemos pesquisar outras causas capazes de contribuir para a anemia, como infecções, deficiência simultânea de folato ou hipotireoidismo.
O quadro neurológico possui uma resposta mais lenta, melhorando após 4-6 meses. Como já dito, podem ocorrer sequelas neurológicas irreversíveis se o tratamento for tardio!

61
Q

Complicações do Tratamento

A

A hipocalemia é um achado laboratorial que sobrevém durante a reposição, devido ao consumo de potássio pelas células hematológicas em multiplicação exagerada. Devemos ficar atentos, repondo e acompanhando o potássio sérico na primeira semana de tratamento, especialmente nas primeiras 48h, em que a queda pode chegar a 2 mEq/L.

A reposição de B12 parenteral pode provocar uma retenção de sódio, que eventualmente pode descompensar um paciente cardiopata

A principal complicação da reposição de ácido fólico é a falsa melhora do paciente que, na verdade, possui deficiência de B12. Embora o quadro hematológico possa melhorar, o distúrbio neurológico não responde e costuma piorar progressivamente, caso a reposição de B12 não seja iniciada

62
Q

Prova Terapêutica

A

Este assunto é muito explorado na prova de Residência e também nos traz uma situação comum da prática médica: Imagine um paciente com diagnóstico de anemia megaloblástica, internado num hospital público, sem os exames necessários para diferenciação entre a carência de B12 e/ou de folato… O que fazer para descobrir?!
Aí está o papel da prova terapêutica… Para entender os princípios dessa prova terapêutica, é importante compreender o seguinte fato: pela inter-relação entre o metabolismo da B12 e o do folato, “a reposição de altas doses de um pode corrigir parcialmente a anemia causada pelo outro”. Esse fenômeno é mais característico quando repomos doses farmacológicas de folato (1-5 mg/dia) em pacientes com deficiência de B12. Essa prática é extremamente perigosa, pois, embora a anemia seja parcialmente corrigida (inclusive com resposta reticulocitária), o quadro neurológico continua progredindo, podendo se tornar irreversível.
Por isso, a prova terapêutica deve ser feita com B12 em BAIXAS DOSES (10 μg/dia intramuscular)!! As doses mais altas (terapêuticas) de B12 (100-1.000 μg/dia) podem corrigir parcialmente a anemia por carência de folato, atrapalhando o diagnóstico. Enfim: o paciente que não responder a baixas doses parenterais de B12 não deve ter carência dessa vitamina – neste caso, é provável que o problema seja a deficiência de folato.
Mais uma coisa importante: os pacientes que responderam a doses baixas parenterais de B12, embora esteja confirmado o diagnóstico de carência de B12, devem também ser submetidos em seguida à prova terapêutica com baixas doses de folato (200-400 μg/dia), para averiguar se eles não possuem dupla deficiência (B12 + folato). Isso é observado em 25% de
todos os pacientes com anemia megaloblástica.

63
Q

Profilaxia

A

Existem três situações para as quais é recomendada, de rotina, a reposição profilática de vitamina B12:
1. Em todos os vegetarianos é recomendada a reposição de cobalamina em baixas doses (5-10 μg/d);
2. RN e lactentes filhos de mães deficientes em cobalamina;
3. Pacientes com disabsorção crônica de vitamina B12 (gastrectomizados, com anemia perniciosa, acloridria ou insuficiência pancreática). Aqui, para compensar a disabsorção, as doses são maiores, cerca de 2.000 μg/d.
A reposição profilática de ácido fólico está indicada em todas as gestantes e em mulheres em idade reprodutiva que façam uso de anticonvulsivantes, na dose de 400 μg/d. Portadores de hemólise crônica e doenças mieloproliferativas devem receber 1 mg/d de ácido fólico.
O ácido folínico deve ser usado de rotina em pacientes que usam metotrexato, pirimetamina ou trimetoprim, pois este composto não é metabolizado na via da diidrofolato redutase, enzima inibida por essas drogas. A dose é de 1 mg/d.

64
Q

Causas de macrocitose além da anemia megaloblástica

A
65
Q

Diagnóstico diferencial das anemias macrocíticas

A

A história clínica e o exame físico podem sugerir deficiência de B12 ou de folato como causa da anemia macrocítica. Dieta, uso de fármacos, ingestão de álcool, história familiar, história sugestiva de má absorção, presença de doenças autoimunes ou outras associações com anemia perniciosa e doenças e cirurgias gastrointestinais prévias são importantes.Icterícia, glossite ou neuropatia também são indicações valiosas de anemia megaloblástica.
Características laboratoriais de particular importância são a forma dos macrócitos (ovais na anemia megaloblástica), a presença de neutrófilos hipersegmentados, leucopenia e trombocitopenia
a anemia megaloblástica e o aspecto da medula óssea. Dosagens séricas de B12 e de folato são essenciais. Exclusão de alcoolismo (sobretudo se o paciente não estiver anêmico), provas de função hepática e tireoidiana, exame da medula óssea para mielodisplasia, aplasia ou mieloma são importantes na investigação de macrocitose não causada por deficiência de B12 ou de folato.

66
Q

Por que na anemia
megaloblástica temos hemácias
aumentadas de tamanho?

A

Na anemia megaloblástica temos uma alteração da síntese do DNA. Com isso, o núcleo da célula amadurece de forma lenta, e a divisão celular se dá mais t rdiamente. Entretanto, o citoplasma não sofre
a terações e “cresce” à espera da divisão celular, que não vem…

67
Q

O que quer dizer exatamente “megaloblastose”?

A

É uma alteração no núcleo dos precursores eritroides (que só pode ser observada na medula óssea).

68
Q

Quando pensamos em anemia megaloblástica, quais são as principais etiologias?

A

Deficiência de vitamina B12 (Cobalamina) e Ácido Fólico.

69
Q

Qual é a alteração no sangue periférico que mais sugere anemia megaloblástica?

A

Além da macrocitose, existe outra alteração clássica:
A hipersegmentação do núcleo dos neutrófilos – como a alteração básica da anemia megaloblástica é nuclear e nem as hemácias nem as plaquetas têm núcleo, no sangue periférico só poderíamos procurá-la nos leucócitos…

70
Q

A anemia perniciosa

Qual é a sua importância?

A

É a causa mais comum de deficiência de vitamina B12.

71
Q

A anemia perniciosa

Qual é o grupo tem maior chance de
desenvolvê-la?

Qual é seu mecanismo patogênico?

Quais são os principais autoanticorpos?

A

Mulheres brancas de meia-idade.

É uma condição autoimune – destruição e atrofia
da mucosa do estômago, levando à redução da
produção de FI.

Anticélula parietal: 90% dos casos.
Anti-FI: 60% dos casos.

72
Q

A anemia perniciosa

Existe associação a alguma doença
neoplásica?

Existe associação a outras doenças
autoimunes?

A

Sim, com o câncer gástrico.

Sim, com a doença de Graves, Hashimoto, vitiligo,
insuficiência adrenal idiopática e hipoparatireoidismo.

73
Q

Existem outras causas de
macrocitose que não a anemia
megaloblástica?

A

Sim. As principais são: mielodisplasias, anemia aplástica
(eventualmente), anemia sideroblástica (forma
secundária), anemia da hepatopatia, alcoolismo, hipotireoidismo,
anemia hemolítica grave e toxicidade de
algumas medicações.

74
Q

Quando, então, devemos pensar em
anemia megaloblástica?

A

Em toda anemia macrocítica, principalmente aquelas
que cursam com o VCM muito aumentado (VCM > 120
fL é virtualmente patognomônico de megaloblastose).

Em toda anemia associada a manifestações do TGI ou SNC.

75
Q

Qual é o achado no sangue
periférico considerado quase
patognomônico de anemia
megaloblástica?

Quais são os outros achados
laboratoriais?

A

Neutrófilos plurissegmentados.

Leucopenia, trombocitopenia, elevação da LDH e bilirrubina indireta.

76
Q

O ácido metilmalônico está elevado na…
A homocisteína está elevada na…

A

…deficiência de Cobalamina.
…deficiência de Cobalamina e Folato.

77
Q

Como devemos acompanhar a
resposta à terapia de reposição
com vitamina B12?

A

Através da contagem de reticulócitos. Ela começa a subir
por volta do 4º ou 5º dia após o início da terapia e atinge um pico no 7º dia.

78
Q

Qual é a posologia de vitamina
B12 a ser administrada?

A

1.000 μg IM por dia por sete dias, em seguida, semanal, durantequatro semanas, e depois, mensal, indefinidamente (na maioria dos pacientes).

79
Q

Quais são as principais complicações da reposição de vitamina B12?

A

Hipocalemia.
Congestão volêmica.

80
Q

Qual é a razão da diminuição do potássio?

A

As células novas que estão se formando em resposta à vitamina B12 captam potássio para o seu citoplasma – afinal, ele é o principal eletrólito do meio intracelular.

81
Q

Qual é o perigo da
administração de folato
em pacientes com anemia
megaloblástica?

A

Se o diagnóstico estiver errado ou incompleto, e o paciente apresentar deficiência de cobalamina, as anormalidades hematológicas podem ser corrigidas enquanto as manifestações neurológicas não melhoram e podem progredir. Dessa forma, a reposição de ácido fólico pode “mascarar” uma deficiência de vitamina B12.