Cardiologia (6) Flashcards
(170 cards)
6 AS QUE AUMENTAM NÍVEIS DA SINVASTATINA
Principais medicações que, ao INIBIREM A ATIVIDADE DO CYP3A4, elevam os níveis séricos de sinvastatina, aumentado assim o risco de EA por essa medicação:
(A)miodarona; (A)antagonistas dos canais de cálcio; (A)zitromicina e outro macrolídeos; (A)ntidepressivo (fluoxetina); (A)ntagonistas de protease; (A)ntifúngico;
HEPATOTOXICIDADE COM USO DE ESTATINA
HEPATOTOXICIDADE COM USO DE ESTATINA:
> Evento RARO;
> Dosar TGO/ TGP e exames de FUNÇÃO HEPÁTICA apenas antes de iniciar o tratamento;
> NÃO se recomenda monitorar hepatotoxicidade com TGO/ TGP;
> O aumento isolado de TGO/ TGP não justifica sua suspensão.
> Se TGO/ TGP > 3x LSN, recomenda-se REDUZIR A DOSE, REPETIR O EXAME e INVESTIGAR OUTRAS CAUSAS;
> As estatinas só devem ser suspensas se evidência de hepatotoxicidade com alterações de BILIRRUBINAS (ou icterícia), TAP ou HEPATOMEGALIA;
DOSES DE ESTATINAS CONSIDERADAS DE ALTA POTÊNCIA
DOSES DE ESTATINAS CONSIDERADAS DE ALTA POTÊNCIA:
> Rosuvastatina 20 ou 40 mg;
> Atorvastatina 40 ou 80 mg;
> Sinvastatina 40 mg + ezetimiba 10 mg;
ESTATINA REDUZ O VOLUME DA PLACA ATEROSCLERÓTICA?
Vários estudos já demonstraram in vivo, utilizando o ultrassom intracoronário, ou post mortem, através de estudos com animais em laboratório, que o uso de estatina (principalmente em doses altas) INTERROMPE OU PELO MENOS DIMINUI A VELOCIDADE DE PROGRESSÃO DA ATEROSCLEROSE. Estudo publicado no JACC, em 2016, (Stable Triai) mostrou que, além de poderem mudar a evolução destas, as estatinas REDUZEM O VOLUME da placa aterosclerótica, principalmente naquelas mais “INSTÁVEIS” e INFLAMADAS.
MIOTOXICIDADE E ESTATINAS
MIOTOXICIDADE E ESTATINAS:
> Principal EA (10-2%);
> Quadro clínico de MIALGIA, CANSAÇO ou CÃIMBRAS;
> Região da COXA/ QUADRIL é a mais comum, seguida e panturrilhas e ombros;
> Diagnóstico diferencial é a MIOPATIA AUTOIMUNE NECROSANTE INDUZIDA POR ESTATINA;
EZETIMIBA (MECANISMO DE AÇÃO, DOSE, EFICÁCIA, ESTUDO)
EZETIMIBA:
MECANISMO DE AÇÃO:
> Inibe a absorção de colesterol na borda em escova do intestino delgado, atuando de forma seletiva nos rec. de NIEMANN-PICK C1 - like 1, reduzindo a oferta de colesterol via quilomícron ao FÍGADO, reduzindo os estoques hepáticos de colesterol, aumentando a expressão de RECEPTOR DE LDL (como estatinas e inib. da PCSK9) e portanto, aumentando a captação de LDL do sangue;
DOSE:
> Ezetimiba 10 mg 1xd;
EFICÁCIA:
> Isoladamente: reduz 10-25% de LDL-c;
> Em associação com estatina: efeito potencializado;
ESTUDO:
> O estudo IMPROVE-IT mostrou que a associação de estatina com ezetimiba apresendou redução significativa de eventos CV APÓS SCA;
INIBIDORES DA PCSK9 (MECANISMO DE AÇÃO, OPÇÕES, POSOLOGIA, EFICÁCIA E ESTUDOS)
INIBIDORES DA PCSK9:
MECANISMO DE AÇÃO:
> São anticorpos monoclonais que levam à destruição da PCSK9 que são proteases que degradam os receptores de LDL na superfície das células hepáticas;
OPÇÕES (aprovados para o Brasil):
> ALIROCUMABE (Praluent);
> EVOLOCUMABE (Repatha);
POSOLOGIA:
> Adm. SC a cada 2-4 sem;
EFICÁCIA:
> Reduzem em média 60% quando em comparação com placebo. Mesmo em paciente em uso de DOSE MÁXIMA DE ESTATINA, a associação com inib. de PCSK9 pode reduzir, de FORMA ADICIONAL, até 75% da LDL;
ESTUDOS:
> Demonstrou-se redução de desfechos CV com o FOURIER (2017) e com ODYSSY (2018);
FIBRATOS (MECANISMO DE AÇÃO, EFICÁCIA)
FIBRATOS:
MECANISMO DE AÇÃO:
> Aumentam a produção e ação da LIPASE LIPOPROTEICA;
EFICÁCIA:
> Reduzem triglicérides de 30-60% e aumentam a HDL-c de 7-11%;
> Não há evidências de que o tratamento farmacológico diminua o RISCO DE EVENTOS CV. Medica-se, portanto, para reduzir o risco de PANCREATITE, em geral, quando >500 mg/dL;
ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3
ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3:
ORIGEM:
> Derivados de ÓLEOS DE PEIXES de ÁGUA FRIA;
EFICÁCIA:
> Em altas doses (4-6 g/dia), reduzem TG e elevam discretamente a HDL-c;
> As diretrizes atuais recomendam apenas uso em associação a outras terapias redutoras de TG para tratar HIPERTRIGLICERIDEMIA GRAVE;
ÁCIDO NICOTÍNICO (MECANISMO DE AÇÃO E EFICÁCIA)
ÁCIDO NICOTÍNICO:
MECANISMO DE AÇÃO:
> Reduz a LIPASE TECIDUAL nos adipócitos, levando à redução da liberação de AG livres e consequente menor produção hepática de TG;
EFICÁCIA:
> Reduz LDL-c em 5-25% e TG em 20-50% e aumenta HDL-c em 15-35%;
> Como não houve benefício na redução dos desfechos CV, atualmente é um MEDICAMENTO EM DESUSO. Seu uso é recomendado em casos restritos como, por exemplo, associado a fibratos quando TG > 1.000 mg/dl.
INIBIDORES DA CETP
INIBIDORES DA PROTEÍNA COLESTERIL ÉSTER TRANSFERASE:
OPÇÕES:
> ANACETRAPIBE
> TORCETRAPIBE (retirado do mercado por aumentar eventos CV, possivelmente por ELEVAÇÃO DA PA);
ESTUDOS:
> DEFINE: avaliou o ANACETRAPIBE. Não tinha número suficiente para mostrar impacto em desfechos comparados com placebo (N= 1.623 pacientes em prevenção secundária, todos já em uso de estatina). A associação do anacetrapibe reduziu em 36% a LDL e aumentou a HDL em 138% (não houve desfechos clínicos nesse estudo). Ele mostrou que essa NOVA DROGA É SEGURA. Não houve elevação de ALDOSTERONA nem de PA.
> REVEAL (2017): avaliou a eficácia e segurança da adição de ANACETRAPIBE versus placebo a doses eficazes de atorvastatina em mais de 30 mil indivíduos acima de 50 anos e alto risco CV. O ensaio mostrou redução de desfechos, porém com NNT ALTO.
COLESTIRAMINA (MECANISMO DE AÇÃO, EFICÁCIA, VANTAGENS, DESVANTAGENS, EFEITOS COLATERAIS)
COLESTIRAMINA (RESINA DE TROCA)
MECANISMO DE AÇÃO:
> RESINA que SEQUESTRA ÁCIDOS BILIARES, reduzindo sua absorção e, consequentemente, do colesterol;
EFICÁCIA:
> Reduzem em média 20% da LDL-c;
> Tem seu efeito potencializado em associação com a estatina;
VANTAGENS:
> CRIANÇAS, podem ser usadas em crianças;
> MULHERES EM PERÍODO REPRODUTIVO (único hipolipemiante liberado para essa população);
DESVANTAGENS:
> AUMENTO DE TG, devendo ser evitadas em HTG graves;
EFEITOS COLATERAIS:
> INTOLERÂNCIA GASTROINTESTINAL;
> Redução da absorção de VIT LIPOSSOLÚVEIS;
QUANDO SUSPEITAR DE DISLIPIDEMIA PRIMÁRIA
QUANDO SUSPEITAR DE DISLIPIDEMIA PRIMÁRIA:
- LDL >190 mg/dL;
- CT >310 mg/dL;
- HDL<10 mg/dL;
- TG >500 mg/dL;
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR (HERANÇA GENÉTICA, MUTAÇÕES, FORMAS, QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO)
HERANÇA GENÉTICA:
> Autossômica DOMINANTE;
MUTAÇÕES:
> Receptor de LDL (85-90%) - forma clássica;
> Apoliproteína B (1-12%);
> PCSK9 (2-4%);
FORMAS:
> Heterozigótica (1:250 pessoas);
> Homozigótica (1:400.000 pessoas);
QUADRO CLÍNICO:
> DAC precoce;
> XANTOMAS PLANARES;
> XANTOMAS TENDÍNEOS (depósitos de colesterol), geralmente localizados nos TENDÕES DO TRÍCPES, PATELA, EXTENSORES DOS DEDOS ou no tendão de AQUILES (são pouco sensíveis, mas muito específicos);
> XANTELASMA (não específicos e não sensívies);
> ARCO CORNEANO (anel de coloração azul-acinzentada ou esbranquiçada circundando a córnea), é sugestivo quando <45 anos;
DIAGNÓSTICO:
> CLÍNICOLABORATORIAL: existem 3 escores, que são os da MEDPED (americano [mais prático], holandês [mais completo] e britânico);
> GENÉTICO: devido alto custo, pouca disponibilidade, rua realização de rotina é pouco viável. Sugere-se sua realização em casos com diagnóstico de HF confirmada ou provável, com o objetivo de faciliar o RASTREAMENTO FAMILIAR. Sua limitação é de que detecta apenas alguns tipos de mutações, sendo que existem mais de 1600 mutações documentadas, portanto o teste negativo, não afasta o diagnóstico;
CAUSAS SECUNDÁRIAS DE DISLIPIDEMIA (DOENÇAS, DROGAS E ESTILO DE VIDA)
CAUSAS SECUNDÁRIAS DE DISLIPIDEMIA: (1) DOENÇAS: > DM; > Hipotireoidismo; > Síndrome nefrótica; > Doença renal crônica; > Doença colestática (p.e. cirrose biliar 1ª); > Obesidade; > Doença de Cushing;
(2) DROGAS: > Betabloqueadores (menor com CARVEDILOL ou BISPROLOL); > Diuréticos (princ. TZD); > ACH, estrógenos ou progesterona, TRH, anabolizantes; > Corticoide; > Inib. de protease; > Isotretinoína; > Ciclosporina;
(3) ESTILO DE VIDA:
> Vida sedentária;
> Tabagismo;
> Etilismo;
SACADA: HF COM HIPERTRIGLICERIDEMIA
Pacientes com HF possuem geralmente TRIGLICÉRIDES NORMAIS OU POUCO ELEVADOS. O aumento significativo dos TG associado ao do LDL-c deve levantar a possibilidade de outros diagnósticos, como a HIPERLIPIDEMIA FAMILIAR COMBINADA ou presença de outras CONDIÇÕES ASSOCIADAS (diabetes, obesidade e alcoolismo);
QUANDO PENSAR EM HF HOMOZIGÓTICA?
QUANDO PENSAR EM HF HOMOZIGÓTICA?
> LDL >500 mg/dL em pacientes sem tratamento OU >300 mg/dL nos com tratamento otimizado;
> XANTOMAS em <10 anos;
> Níveis elevados de LDL compatíveis com HF HETEROZIGÓTICA NO PAI E NA MÃE;
OBSERVAÇÃO:
- Níveis de LDL<500 mg/dL não excluem o diagnóstico de HF homozigótica, principalmente em crianças;
- Geralmente relacionada a CONSAGUINIDADE;
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR (ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO - CONSIDERAÇÕES)
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR:
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO - CONSIDERAÇÕES:
- O risco é muito HETEROGÊNEO, enquanto que uns apresentam eventos CV precoces e graves, outros, com mesmo nível de colesterol, apresentam poucos eventos, sendo necessária uma ESTRATIFICAÇÃO ADICIONAL (dosagem de Lp(a) e CAC podem auxiliar);
- Os escores de risco clássicos como o de Framingham, ASCVD, de Reynolds e o SCORE não devem ser utilizados, pois SUBESTIMAM o risco CV dos portadores de HF;
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR (ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO - HF GRAVE)
HF GRAVE (severe familial hypercholesterolaemia), um subgrupo dentre os pacientes de HF com maior risco de eventos CV e deverá ter um tratamento mais agressivo):
> LDL >400 mg/dL;
> LDL>310 mg/dL + 1 fator de risco;
> LDL >190 mg/dL + 2 fatores de risco;
FATOR DE RISCO:
- Estigmas cutâneos e arco corneano;
- Lp(a} elevada >50-60 mg/dL;
- HAS;
- DM2
- Tabagismo
- HF de DAC precoce
- HDL-c baixo
- Idade
= ALVO IDEAL = LDL <100 mg/dL ou >=50% de redução no LDL;
Se +
DOENÇA ATEROSCLERÓTICA SUBCLÍNICA AVANÇADA:
- CAC >100 Agatston ou > percentil 75 para idade e sexo;
- Angio TC de coronárias com lesão >50% ou placas não obstrutivas em mais de um vaso;
OU
DOENÇA CV ATEROSCLERÓTICA ESTABELECIDA:
- IAM/ angina/ RVM;
- AVEi/ AIT aterotrombótico;
- Claudicação intermitente/ DAOP;
= ALVO IDEAL = LDL <70 mg/dL ou >=50% de redução no LDL;
CAUSAS DE FALHA DE CAPTURA
CAUSAS DE FALHA DE CAPTURA:
> Output baixo;
> Deslocamento do eletrodo;
> Bateria baixa;
INIBIDORES DA PCSK9
OPÇÕES DE INIBIDORES DA PCSK9:
> Alirocumab;
> Evelocumab;
INCLISIRAN (MECANISMO DE AÇÃO, FARMACOCINÉTICA E VANTAGENS)
MECANISMO DE AÇÃO:
> O INCLISIRAN é composta por duas estruturas:
(1) Gal-NAc: se liga ao receptor de membrana do hepatócito ASGPR. Confere especificidade a droga pelos hepatócitos, pois os recp. ASGPR só existem no fígado;
(2) siRNA (small interfering RNA ou RNA de interferência), que consiste em uma dupla fita: fita guia e fita passageira (funciona como uma pró-droga, que suporta a geometria necessária para carregar para dentro do RISC (RNA-induced silencing complex ou complexo que induz o silenciamento do RNA);
> Quando o RNA de interferência entra dentro da célula, a fita passageira é removida e a fita guia entra no RISC, hibridiza com o RNAm PCSK9 e o quebra, prevenindo a produção proteica.
> Down-regulation do PCSK9, uma proteína envolvida na degradação dos recep. de LDL-c, resulta no up-regulation dos níveis de recep. de LDL-c na superfície dos hepatócitos, reduzindo de forma eficiente os níveis séricos de LDL-c.
FARMACOCINÉTICA:
> PICO SÉRICO ocorre em ~4 horas;
> Excreção RENAL;
> Indetectável após 24-48h da aplicação, ou seja, ela circula por pouco tempo no sangue. Isso é uma justificativa para a BAIXA PRODUÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-DROGA após uso do inclisiran (o que poderia comprometer sua biodisponibilidade ou desencadear reação inflamatórias);
> Seu efeito se reduz 2% ao mês, ou seja, pode persistir por até 2 anos;
VANTAGENS:
> MELHOR ADERÊNCIA TERAPÊUTICA, devido a aplicações espaçadas (day 1, day 90 - 3 meses - e depois a cada 6 meses), além de ser aplicada por PROFISSIONAL DA SAÚDE;
> Com uma dose anual de 300-500 mg, acredita-se que terá um CUSTO MENOR que os anticorpos monoclonais.
ONDA P NEGATIVA EM DI
ONDA P NEGATIVA EM DI:
> Troca de cabos;
> Ritmo atrial ectópico: onda P negativa também em V6;
> Dextrocardia: regressão de onda R em precordiais;
TRIALS DA DISLIPIDEMIA
TRIALS DA DISLIPIDEMIA: > Estatinas: 4S e WOSCOPS; > Ezetimiba: SEAS, SHARP e IMPROVE-IT; > Inib. da PCSK9: FOURIER (2017), ODYSSY (2018) e SPIRE 1 e 2; > E-EPA: REDUCE-IT (2018); > Inibidores da CETP: REVEAL e DEFINE; > Inclisiran: ORION 9, 10 e 11 (2020); > Ácido bempedoico: CLEAR Harmony;