Climatério e SOP Flashcards

(94 cards)

1
Q

Quais são as fases da vida da mulher e as idades associadas ao climatério e senescência?

A

Infância, Puberdade, Menacme, Climatério (a partir dos 40 anos), Senescência (a partir dos 65 anos).

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2
Q

Qual a importância médico-social do climatério em termos de crescimento populacional no Brasil?

A

O número de mulheres acima de 40 anos está aumentando globalmente. No Brasil, 42 milhões de mulheres têm mais de 40 anos, 35% têm mais de 45 anos, e 31 milhões têm mais de 50 anos. A projeção é que em 2050, 75% das mulheres atinjam os 75 anos.

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3
Q

Quais fatores podem interferir na idade da menopausa?

A

Herança genética, raça, clima/altitude, estado civil, profissão, nutrição e fumo.

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4
Q

Descreva as alterações hormonais na pré-menopausa

A

Diminuição do número de folículos, diminuição da inibina, aumento do FSH (com estradiol normal). Isso leva a ciclos curtos, insuficiência lútea, anovulação e ciclos longos. A menopausa é caracterizada pela perda da função ovariana.

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5
Q

Quais são as principais produções estrogênicas no menacme (idade reprodutiva)?

A

Ovário (Estradiol, Estrona), Suprarrenal (Androstenediona) e Tecido Adiposo (Estrona).

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6
Q

Onde ocorre a produção estrogênica na pós-menopausa?

A

Suprarrenal (Androstenediona) e Tecido Adiposo (Estrona). O ovário não produz estrogênios na pós-menopausa.

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7
Q

Quais são as ações dos estrogênios nos tecidos reprodutivos?

A

Crescimento do endométrio e epitélio vaginal, desenvolvimento do folículo ovariano e glândula mamária, e transporte de espermatozoides.

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8
Q

Quais são as ações dos estrogênios nos tecidos não reprodutivos?

A

Diminui a taxa de reabsorção óssea, mantém a estrutura normal da pele, aumenta a coagulabilidade sanguínea, diminui o colesterol plasmático, aumenta o colesterol na bile, síntese hepática de proteínas de transporte, efeitos comportamentais e efeitos no trato urinário.

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9
Q

Cite as manifestações clínicas do climatério.

A

Irregularidade menstrual, sintomas vasomotores, alterações do humor e cognição, síndrome genitourinária, outras alterações (pele, mama, gordura, etc.) e aumento do risco de doenças crônicas.

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10
Q

Quais são os sintomas neurovegetativos no climatério?

A

Fogacho, sudorese, palpitação, cefaleia, vertigens, zumbido, insônia e amnésia.

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11
Q

Descreva o fogacho no climatério.

A

É um sintoma extremamente comum no período perimenopáusico (75%-80% das mulheres), caracterizado por calor, suor e vermelhidão intensos, transitórios e recorrentes, na parte superior do corpo e face, com sensação de “coração apertado”. É precedido por aumento de temperatura e frequentemente seguido de suor frio, incluindo suores noturnos. Podem durar de três a cinco anos.

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12
Q

Quais são as consequências dos fogachos?

A

Perturbação do sono, cansaço durante o dia, stress no trabalho, temperamento depressivo, ansiedade e diminuição da qualidade de vida.

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13
Q

Cite os sintomas emocionais do climatério.

A

Irritabilidade, ansiedade, depressão, nervosismo, labilidade humoral, tristeza e fadiga mental.

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14
Q

Quais são as alterações metabólicas associadas ao climatério?

A

Atrofia genital, sintomas urinários, prolapsos genitais, atrofia cutânea, alterações mamárias, osteoporose, aterosclerose, obesidade, artropatias, mialgias e neuralgias.

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15
Q

Descreva a atrofia da genitália externa (vulva) devido ao hipoestrogenismo

A

Achatamento do Monte de Vênus, diminuição dos grandes lábios, atrofia das glândulas de Bartholin, redução com proeminência dos pequenos lábios e do clitóris. Há diminuição da espessura da epiderme, adelgaçamento da derme, afinamento e ressecamento da mucosa, edema subepitelial e espessamento da camada córnea, podendo levar a distrofias vulvares.

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16
Q

Como o hipoestrogenismo afeta a genitália interna (cérvice, endométrio, miométrio, trompas)?

A

Na cérvice: atrofia, migração endocervical da JEC, estreitamento do canal, redução dos orifícios interno e externo, e atrofia das glândulas endocervicais. No endométrio e miométrio: diminuição da espessura. Nas trompas: redução do lúmen, perda da motilidade e ausência de secreção.

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17
Q

Quais são as alterações na vagina devido ao hipoestrogenismo (atrofia vaginal)?

A

Diminuição da velocidade sanguínea da vulva, diminuição da espessura da mucosa vaginal, aumento do pH e aumento do ressecamento, levando à vaginite atrófica (dispareunia, prurido, ardência, sangramento, leucorreia). A flora vaginal muda de Bacilos de Döderlein para Cocos.

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18
Q

Cite os sintomas da Síndrome Genitourinária da Menopausa (SGM).

A

Ardência, ressecamento vaginal, prurido, dispareunia, disúria, urgência urinária e infecções urinárias recorrentes. Acomete 24% a 84% das mulheres e causa grande impacto na qualidade de vida e função sexual.

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19
Q

Como o hipoestrogenismo afeta o trato gênito-urinário e quais as consequências?

A

Fraqueza do conjuntivo dos ligamentos cardinais, útero-sacros, fáscia vaginal e resistência do tecido elástico vaginal. Leva a prolapsos genitais, como cistocele, retocele e prolapso uterino.

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20
Q

Quais as consequências do hipoestrogenismo no tecido adiposo?

A

Aumento do tecido adiposo, alteração na deposição da gordura e aumento da gordura centrípeta.

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21
Q

Quais as alterações na mama devido ao hipoestrogenismo?

A

Redução de tamanho, alteração da estrutura, lipossubstituição, menor densidade mamográfica e flacidez dos ligamentos suspensores, levando à ptose mamária.

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22
Q

Quais as alterações na pele e anexos devido ao hipoestrogenismo?

A

Diminuição de colágeno, mucopolissacarídeos, fibras elásticas e ácido hialurônico, levando a enrugamento, ressecamento, afinamento e perda de elasticidade da pele.

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23
Q

Como a menopausa afeta os lípides e o risco de doença coronariana?

A

Dois anos após a menopausa, há aumento de 6% no colesterol total, 11% nos triglicerídeos, 10% no LDL e diminuição de 6% no HDL. O aumento de 1% no LDL, diminuição de 1% no HDL e aumento de 1% no colesterol total estão associados a um aumento de 2-4% no risco de doença cardiovascular.

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24
Q

Defina osteoporose e como ela se manifesta na menopausa.

A

Diminuição da massa óssea e alteração óssea estrutural, levando a fraturas. A densidade óssea atinge um pico por volta dos 35 anos e diminui após a menopausa. O remodelamento ósseo muda para um estado de maior perda óssea na pós-menopausa. A incidência de fraturas aumenta com a idade, especialmente após os 50 anos.

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25
Quais são as ações do estrogênio sobre o osso?
Diretas: Diminui a atividade dos osteoclastos e aumenta a atividade dos osteoblastos. Indiretas: Aumenta a absorção gastrointestinal de cálcio, diminui a excreção renal de cálcio, aumenta a conversão de vitamina D e modula a ação do PTH.
26
Como é feito o diagnóstico do climatério?
Clínico (sintomas de hipoestrogenismo) e dosagem de FSH (indicada em caso de histerectomia, dúvida antes dos 45 anos, ou sintomas antes dos 40 anos).
27
Quais são os rastreamentos de doenças crônicas realizados na avaliação do climatério?
Doenças cardiovasculares, osteoporose e câncer.
28
Quais são os exames laboratoriais recomendados na avaliação do climatério?
Perfil lipídico, glicemia, hemograma, EQU, TSH (após 60 anos) e Vitamina D.
29
Quando a ultrassonografia transvaginal é indicada na avaliação do climatério?
Para sangramento anormal, sangramento pós-menopausa e dor/desconforto abdominal.
30
Quais são os critérios para rastreamento de osteoporose com densitometria óssea?
Mulheres com mais de 65 anos. Mulheres com menos de 65 anos em risco, como uso de corticoide por mais de 3 meses, baixo peso, tabagismo, artrite reumatoide, menopausa antes dos 45 anos, antecedente de fratura por fragilidade óssea, pais com fratura de quadril, ou etilismo.
31
Como é interpretado o T-Score na densitometria óssea?
Normal (até -1), Osteopenia (-1.1 a -2.4), Osteoporose (\le-2.5).
32
Quais são as recomendações para o rastreamento do câncer de mama em mulheres com risco habitual?
Exame clínico por profissional de saúde (recomendado), autoexame (recomendado), mamografia anual a partir dos 40 anos. A interrupção da mamografia é indicada quando a expectativa de vida é menor que 7 anos ou não há condições clínicas para diagnóstico/tratamento de exame alterado.
33
Quando se inicia o rastreamento de câncer colorretal e quais as opções?
A partir dos 50 anos. Opções incluem: sangue oculto nas fezes (anual ou bienal), colonoscopia (se sangue oculto positivo ou a cada 10 anos a partir dos 45 anos), retossigmoidoscopia flexível (a cada 5 anos), TC colonoscopia virtual (a cada 5 anos), teste fecal imunoquímico (anual), e DNA fecal (a cada 3 anos).
34
Quais são as orientações gerais de manejo no climatério?
Explicações sobre o climatério, dieta, atividade física, fumo, álcool, climatização, vestuário, lazer e terapia ocupacional.
35
Quais são as indicações para Terapia Hormonal (TH) no climatério?
Tratamento de sintomas vasomotores e síndrome urogenital, e prevenção de osteoporose.
36
Quais são as contraindicações absolutas para a Terapia Hormonal (TH)?
Trombose venosa, trombose arterial (AVC, IAM), sangramento vaginal não diagnosticado, câncer de mama e hepatopatia aguda ou crônica severa.
37
Qual a "janela de oportunidade" para iniciar a Terapia Hormonal (TH)?
Menos de 10 anos desde a menopausa OU antes dos 60 anos.
38
Quais os principais riscos da Terapia Hormonal (TH) em mulheres de 50 a 59 anos, de acordo com o estudo WHI (Estrogênio + Progesterona)?
Aumento de risco de TEV (+10.0/10.000), Doença Coronariana (+6.0/10.000), AVC (+5.0/10.000) e Câncer de Mama (+5.0/10.000).
39
Quais os principais benefícios da Terapia Hormonal (TH) em mulheres de 50 a 59 anos, de acordo com o estudo WHI (Estrogênio + Progesterona)?
Redução de todas as fraturas (-10.0/10.000), diabetes (-25.0/10.000) e morte por qualquer causa (-11.0/10.000).
40
Quais são os tipos de estrogênio para TH de ação sistêmica e local?
Ação Sistêmica: Estradiol, Valerato de estradiol, Estrogênios conjugados, Estetrol. Ação Local: Estriol, Promestrieno.
41
Quando é preferível a via transdérmica/percutânea para TH sistêmica?
Em mulheres com risco cardiovascular moderado (5-10%) em 10 anos, e até 10 anos desde a menopausa.
42
Qual a dose inicial de estrogênio para TH sistêmica?
Iniciar com baixa ou ultrabaixa dose e aumentar se necessário.
43
Quais os esquemas de administração de TH sistêmica para mulheres com útero, de acordo com o desejo de menstruar?
Quer menstruar: Esquema Cíclico (Estrogênio 25 dias, Progesterona 10 dias). Não se importa se menstruar: Esquema Cíclico-Contínuo (Estrogênio contínuo, Progesterona 14 dias). Não quer menstruar: Uso Contínuo (Estrogênio contínuo + Progesterona contínua OU Tibolona).
44
Qual o tratamento para a Síndrome Genitourinária da Menopausa (SGM)?
Estrogênio de ação local (Estriol, Promestrieno, Estradiol < 10 mcg), hidratantes e lubrificantes vaginais, laser e radiofrequência.
45
Quais são as diretrizes atuais da Terapia Hormonal (TH)?
A TH é o tratamento mais efetivo para sintomas vasomotores e SGM, além de prevenir perda óssea e fraturas. É indicada para mulheres sintomáticas, com menos de 60 anos ou menos de 10 anos de pós-menopausa. A dose, via, duração e regime devem ser individualizados, e não há razões para limitar a duração da TH.
46
Cite exemplos de tratamento não hormonal para sintomas do climatério.
Inibidores da recaptação de serotonina (Paroxetina), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (Venlafaxina), inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina (Bupropiona), Sulpirida, Clonidina, Gabapentina, Cinarizina e terapias alternativas.
47
Quais são os fitoterápicos mencionados para o climatério?
Isoflavonas, Cimicifuga racemosa (Black cohosh), Trifolium pratense (trevo vermelho) e Erva-de-São-João (Hipericum perfuratum).
48
Qual a prevalência e classificação da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)?
É a endocrinopatia mais comum, afetando de 5% a 15% da população feminina.
49
Quais são os pontos cardeais da SOP?
Hiperandrogenismo e disfunção ovariana.
50
Cite as manifestações clínicas da SOP.
Ciclos menstruais irregulares, aumento de peso/obesidade, sinais de excesso de androgênios e infertilidade.
51
Qual a etiologia da SOP?
É multifatorial e não completamente conhecida, provavelmente genética, multigênica, modulada por fatores ambientais.
52
Quais são as teorias da etiologia da SOP?
Disfunção ovariana (síntese de androgênios), disfunção hipotalâmica (elevação de LH) e origem metabólica (resistência à insulina).
53
Descreva a fisiopatologia da SOP em relação à resistência à insulina.
O aumento da liberação de insulina pelo pâncreas leva à hiperglicemia, afetando o fígado e o músculo estriado, resultando em elevação de ácidos graxos livres, citocinas e PAI-1. O aumento do tecido adiposo também libera ácidos graxos livres.
54
Como a hipófise e os ovários são afetados na fisiopatologia da SOP?
A hipófise apresenta redução de FSH e aumento de LH. Os ovários policísticos têm androgênios elevados e redução na produção de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais).
55
Quais são as consequências do hiperandrogenismo na fisiopatologia da SOP?
Leva ao aumento da oleosidade da pele, acne, hirsutismo e queda de cabelos. Cria um ambiente intraovariano hiperandrogênico, resultando em retrocontrole inadequado do eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano (HHO) e anovulação crônica, o que causa parada do desenvolvimento folicular, infertilidade, oligo-amenorreia e morfologia policística dos ovários.
56
Quais são os critérios diagnósticos para SOP?
Presença de pelo menos 2 de 3 critérios (sem outras doenças associadas): irregularidade menstrual (oligo ou amenorreia), hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial), e ovário policístico (ultrassonografia) OU AMH (Hormônio Antimülleriano) elevado.
57
Defina irregularidade menstrual na SOP em diferentes fases da vida.
Oligo/amenorreia: Anovulação. 1º ano após a menarca: Normal (transição puberal). 1 a 3 anos após a menarca: Ciclos com > 45 dias. A partir de 3 anos após a menarca até a perimenopausa: Ciclos com mais de 35 dias ou menos de 9 ciclos por ano. > 1 ano após a menarca: > 90 dias para qualquer ciclo. A SOP deve ser considerada quando os ciclos são irregulares
58
Qual o principal indicador clínico de excesso de androgênio e como é avaliado?
Hirsutismo, avaliado pela Escala de Ferriman-Gallwey. Níveis normais são <4-6, leve 6-15, moderado 16-25, e severo >25. É importante notar que 10-50% das mulheres hirsutas não têm SOP, e 40-60% das mulheres com SOP não têm hirsutismo.
59
Além do hirsutismo, quais outros sinais de hiperandrogenismo clínico são observados?
Acne e alopécia, com atenção ao impacto psicossocial negativo.
60
Quais são as avaliações mais efetivas para o diagnóstico bioquímico de hiperandrogenismo na SOP?
Testosterona livre calculada e Índice de Androgênio Livre (FAI = (testosterona total / SHBG) x 100). Outros exames incluem testosterona total, DHEAS e androstenediona.
61
Quais lembretes importantes sobre a avaliação bioquímica de hiperandrogenismo?
É mais útil quando os critérios clínicos não são claros ou ausentes. Não é possível avaliar durante o uso de hormônios (ACOs devem ser parados). A testosterona livre identifica mais casos de hiperandrogenismo bioquímico (50-60%) do que a testosterona total (20-30%). É recomendado usar valores calculados.
62
Quais os critérios para morfologia de ovário policístico por ultrassom?
Por ultrassom endovaginal (preferível): presença de 20 ou mais folículos de 2-9 mm em qualquer ovário, OU volume ovariano > 10 ml em qualquer ovário, na ausência de folículo dominante, corpo lúteo ou cistos. Por ultrassom abdominal: volume ovariano > 10 ml.
63
Em quais situações o ultrassom para diagnóstico de SOP não é indicado ou pode ser alterado?
Não usar o ultrassom para diagnóstico de SOP com menos de 8 anos após a menarca (alta incidência de ovário multifolicular). O uso de ACO pode alterar a morfologia do ovário.
64
Quais são os diagnósticos diferenciais para SOP com hiperandrogenismo?
Tumor ovariano produtor de androgênio (TESTOX2), tumor adrenal (produtor de androgênio) (DHEASX2), hiperplasia adrenal congênita (17OH) e síndrome de Cushing (CORTISOL).
65
Quais são os diagnósticos diferenciais para SOP sem hiperandrogenismo?
Outras causas de anovulação crônica (Hipotalâmica FSH), hiperprolactinemia (PRL) e hipotireoidismo (TSH).
66
Cite os quatro fenótipos da SOP.
A: Irregularidade menstrual, Hiperandrogenismo e Ovário Policístico ou AMH elevado. B: Irregularidade menstrual e Hiperandrogenismo. C: Hiperandrogenismo e Ovário Policístico ou AMH elevado. D: Irregularidade menstrual e Ovário Policístico ou AMH elevado.
67
Como é o diagnóstico de SOP em mulheres adultas com ciclos irregulares e hiperandrogenismo clínico?
Excluir outras causas e diagnóstico de SOP.
68
Como é o diagnóstico de SOP em mulheres adultas com ciclos irregulares SEM hiperandrogenismo clínico?
Teste para hiperandrogenismo bioquímico. Se SIM, excluir outras causas e diagnóstico de SOP. Se NÃO, ultrassom com MOP ou AMH elevado. Se SIM, excluir outras causas e diagnóstico de SOP.
69
Como é o diagnóstico de SOP em mulheres adultas com hiperandrogenismo clínico E ciclos regulares?
Teste para hiperandrogenismo bioquímico. Se SIM, excluir outras causas e diagnóstico de SOP. Se NÃO, ultrassom com MOP ou AMH elevado. Se SIM, excluir outras causas e diagnóstico de SOP.
70
Quais os critérios diagnósticos de SOP em adolescentes e o que NÃO é indicado?
Oligoamenorreia + Hiperandrogenismo. Ultrassom e AMH NÃO SÃO INDICADOS.
71
Quais são as repercussões clínicas da SOP a curto e longo prazo?
Curto prazo: Irregularidade menstrual, hirsutismo, acne, obesidade, infertilidade, diminuição da qualidade de vida. Longo prazo: Pré-diabetes e diabetes, hiperplasia e câncer endometrial, doença cardiovascular, hepatopatia metabólica não alcoólica.
72
Quais são os impactos da SOP na qualidade de vida?
Alta prevalência de ansiedade e depressão, impacto negativo sobre a imagem corporal, aumento de prevalência de disfunção sexual (hirsutismo e imagem corporal), e aumento de prevalência de distúrbios alimentares.
73
Qual o maior desafio no controle de peso em mulheres com SOP?
Embora não haja evidências de diferenças no estilo de vida em relação ao peso, mecanismos subjacentes levam a maior ganho de peso longitudinal e IMC mais alto, sendo o maior desafio para controle de peso.
74
Quais são os objetivos do tratamento da SOP?
Perda de peso, redução de androgênios, lípides e resistência à insulina.
75
Quais são as recomendações para manejo do estilo de vida em mulheres com SOP?
Foco vitalício na prevenção de ganho de peso para mulheres com maior peso, e foco no estilo de vida e prevenção de ganho excessivo de peso para mulheres sem excesso de peso. Devem ser estabelecidos objetivos realistas e personalizados.
76
Há evidências para recomendar um tipo de dieta específico para SOP?
Não há evidências para recomendar um tipo de dieta em detrimento de outro para fins antropométricos, metabólicos, hormonais, reprodutivos ou psicológicos. A dieta deve estar em acordo com as diretrizes populacionais para alimentação saudável e sustentável, evitando dietas restritivas.
77
Quais são as recomendações sobre atividade física para mulheres com SOP?
Não há evidências que mostrem que um tipo de exercício seja melhor que outro. Deve-se estimular a prática sustentável baseada nas preferências individuais e em concordância com as diretrizes gerais da população.
78
Quais drogas antiobesidade são recomendadas para SOP em adultas?
Agonistas do receptor do GLP-1 (Liraglutida, Semaglutida) e Orlistat. São recomendados para perda/controle de peso em adultas, associados à intervenção no estilo de vida, e não há dados sobre uso em adolescentes.
79
Quais os benefícios da cirurgia bariátrica/metabólica na SOP?
Aumenta a perda de peso, reduz hipertensão e diabetes (prevenção e tratamento), hirsutismo e irregularidade menstrual, e aumenta taxas de ovulação e gravidez. A indicação segue as diretrizes da população geral (IMC > 35 para condições metabólicas).
80
Qual a recomendação de anticoncepção após cirurgia bariátrica em mulheres com SOP?
Manter anticoncepção adequada até estabilização do peso (geralmente um ano) devido ao rápido retorno da fertilidade e risco de complicações na gravidez.
81
Qual a abordagem de tratamento para SOP com e sem desejo de gestar?
Com desejo de gestar: Perda de peso, indução da ovulação. Sem desejo de gestar: Perda de peso, restauração da função menstrual, melhora cosmética, melhora das alterações metabólicas, prevenção de doenças.
82
Qual a primeira linha de tratamento para manejo das alterações menstruais na SOP?
Anticoncepcionais Combinados Orais (ACOs), sendo a primeira linha para mulheres adultas e adolescentes. Preparações com doses mais baixas (20-30 mcg EE) são preferíveis.
83
Quais as opções para manejo do hiperandrogenismo na SOP?
1. Anticoncepcionais Combinados Orais (ACOs). 2. Associação ACOs com Antiandrogênios (após 6 meses de ACO e terapia cosmética sem resultados, ou para alopécia). 3. Antiandrogênios isolados (Espironolactona, Acetato de Ciproterona, Finasterida, Eflornitina tópica). 4. Medidas Cosméticas (Laser, eletrólise, depilação mecânica, descoloração).
84
Quais são os antiandrogênios citados e seus efeitos/doses?
Espironolactona: antagonista do receptor androgênico e inibidor da 5a redutase (50-200 mg/dia, geralmente 100 mg/dia). Acetato de Ciproterona: bloqueia secreção de gonadotrofinas, receptor androgênico, e inibe 5a redutase (50-100 mg/dia por 10 dias no início do ciclo, geralmente com ACO). Finasterida: inibe 5a redutase (5 mg/dia), com efeito teratogênico (feminização de fetos masculinos). Eflornitina tópica: bloqueador enzimático, reduz e afina o pelo. Flutamida: proibida no Brasil por hepatotoxicidade.
85
Quais os benefícios do Anticoncepcional Combinado Oral (ACO) para condições metabólicas na SOP?
Aumento de SHBG, diminuição de Testosterona, FAI, Androstenediona e DHEAS. Diminui hiperandrogenismo e hirsutismo, regulariza o ciclo e reduz risco de câncer de endométrio.
86
Qual o papel da Metformina no tratamento da SOP e sua posologia?
É um sensibilizador da ação insulínica, reduz glicogênese, aumenta captação de glicose e retarda sua absorção. Indicado para mulheres com IMC \ge 25~kg/m^2 com bons resultados antropométricos e metabólicos. Dose máxima diária de 2500 mg (2000 mg para adolescentes). Iniciar com doses baixas (500 mg) e preparações de liberação prolongada para minimizar efeitos gastrointestinais. É segura para uso a longo prazo, mas pode associar-se a baixos níveis de vitamina B12.
87
Quando a associação de Metformina + Anticoncepcional é benéfica?
Para pacientes de alto risco metabólico, incluindo mulheres com IMC > 30~kg/m^2 ou com fatores de risco para diabetes.
88
Qual o papel do Inositol no tratamento da SOP?
Atua como mensageiro secundário na sinalização da insulina, promovendo captação da glicose. Envolvido nas vias mediadas pelo FSH, impactando proliferação e maturação das células da granulosa. Aumenta a síntese de aromatase nas células da granulosa, reduzindo andrógenos. Pode ser considerado pois não oferece risco e tem potencial de melhorar medidas metabólicas.
89
Qual a primeira escolha para indução da ovulação na SOP?
Letrozol (inibidor da aromatase). Forma de uso: 2,5 a 5,0 mg/dia, por 5 dias, iniciando do 2º ao 5º dia do ciclo. Ovulação: 60-80%; Gestação: 15-30%.
90
Qual a segunda opção para indução da ovulação e como é usado?
Citrato de Clomifene (SERM, antiestrogênio). Forma de uso: 50-150 mg/dia, por 5 dias, iniciando do 2º ao 5º dia do ciclo. O citrato de clomifene associado à metformina é superior ao uso isolado de clomifene.
91
Quais as vantagens e desvantagens do Drilling Ovariano para indução da ovulação?
Vantagens: Longa duração, restabelece ciclos monofoliculares, reduz risco de gestação múltipla, reduz risco de SHO, reduz custo. Desvantagens: Morbidade relacionada ao procedimento, formação de aderências, falência ovariana, risco de abortamento (?).
92
Quando a Fertilização In Vitro (FIV) é indicada para infertilidade na SOP?
É a 3ª linha de tratamento, na falha das anteriores.
93
Quais são os desfechos gestacionais adversos associados à SOP?
Maior ganho de peso, abortamento, hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, restrição de crescimento, prematuridade, PIG (pequeno para a idade gestacional) e baixo peso.
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Como a SOP está mudando os paradigmas da saúde da mulher em relação à idade?
Em mulheres mais jovens, manifesta-se como desordens reprodutivas (alteração menstrual, hirsutismo, contracepção, saúde sexual, infertilidade). Em mulheres mais velhas, evolui para doença metabólica (complicações da gravidez, qualidade de vida, diabetes tipo 2, doença cardiovascular, risco de câncer). A abordagem é multidisciplinar.