Demencias Flashcards

1
Q

Demência

Definição

A

Síndrome clínica caracterizada por declínio cognitivo e/ou por alterações comportamentais em relação a um nível prévio de desempenho, importantes o suficiente para interferir nas atividades de vida diária (capacidade funcional) e na independência, e que não são explicáveis por delirium ou doença psiquiátrica maior.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

DFT

Conceito

A

Sindrome clinica caracterizada por distúrbios no comportamento, personalidade e linguagem acompanhados por degeneração focal dos lobos frontal e/ou temporal. Abrange várias síndromes clínicas:
- Variante comportamental da FTD
- Afasia progressiva primária variante semântica e
- Afasia progressiva primária variante não fluente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

DFT

Epidemiologia

A

Uma das causas mais comuns de demência de início precoce
Ocorre com frequência semelhante à DA em <65 anos
A idade média de início da DFT é de aproximadamente 58 anos
H:M= 1:1
FTD é altamente hereditária: 30 a 50% dos pacientes com FTD têm pelo menos um parente com demência

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

DFT

Mutações genéticas causadoras + comuns

A

Mutação da proteína tau associada aos microtúbulos (MAPT),
Mutação do gene precursor da granulina (GRN)
Expansão de hexanucleotídeo no quadro de leitura aberta 72 do cromossomo 9 (C9orf72)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

DFT

Caracteristicas patológicas

A

Degeneração nos lobos frontal e/ou temporal
Microvacuolização e perda neuronal acompanhada por edema neuronal, perda de mielina e gliose astrocítica.
Despigmentação da substância negra surge em um subconjunto de casos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

DFT

subtipos principais com base na composição das inclusões proteicas

A
  1. Proteina Tau
  2. Proteína de ligação ao DNA TAR 43 (TDP-43)
  3. Proteínas FET.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

FTD - Variante comportamental

Como se apresenta

A

Subtipo clinico mais comum
Mudanças progressivas na personalidade e no comportamento no início do curso da doença:
* Desinibição.
* Apatia e perda de empatia: freqüentemente confundida com depressão.* Degeneração das regiões orbitofrontal direita e temporal anterior*
* Hiperoralidade:* degeneração orbitofrontal direita, insular, estriatal e hipotalâmica*
* Comportamentos compulsivos
Inicialmente não apresentam achados motores cranianos, sensitivos, cerebelares, piramidais e extrapiramidais. Sinais de liberação frontal podem ser vistos (pouco especificos). Nos estágios posteriores a desinibição e os comportamentos compulsivos diminuem à medida que os pacientes se tornam mais apáticos (maior degeneração no córtex frontal medial)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

DFT - variante comportamental

Doenças associadas

A
  • 15 a 20% dos pacientes com bvFTD desenvolvem doença do neurônio motor concomitante;
  • Síndrome corticobasal (CBS) ou Paralisia supranuclear progressiva (PSP): menor frequência
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

DFT variante comportamental

Testes neuropsicológicos

A

Geralmente pontuam bem nos testes neuropsicológicos no início do curso da doença. As medidas neuropsicológicas da função executiva testam amplamente as funções do lobo frontal referentes ao córtex pré-frontal dorsolateral, uma região que é poupada nos estágios iniciais da bvFTD.
Funções executivas, como mudança de cenário e fluência verbal, diminuem.
Memória e as funções visuoespaciais geralmente são poupadas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

DFT variante comportamental

Neuroimagem

A

Atrofia focal frontal ou temporal se manifesta em 50 a 65% dos pacientes e atinge a **ínsula anterior, o córtex cingulado anterior, a amígdala e córtex orbitofrontal. **
A atrofia pode afetar um hemisfério cerebral mais do que o outro; com o tempo, regiões homólogas no outro hemisfério degeneram.
SPECT, ressonância magnética de perfusão ou tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) demonstram hipoperfusão frontal ou frontotemporal ou hipometabolismo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

DFT variante comportamental

Diagnóstico

A

Possível bvFTD requer uma combinação de três das seis características clínicas:
● Desinibição
● Apatia/inércia
● Perda de simpatia/empatia
● Comportamentos perseverantes/compulsivos
● Hiperoralidade
● Perfil neuropsicológico disexecutivo e relativa preservação de memória episódica e de habilidades visuoespaciais
Provável FTD requer os mesmos critérios clínicos, além de declínio funcional demonstrável e achados de imagem: atrofia do lobo frontal e/ou temporal, hipometabolismo ou hipoperfusão
DX definitivo: biopsia ou identificação de mutação patogenica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

DFT variante comportamental

Dx diferencial

A

●Transtornos psiquiátricos – Depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno bipolar.
●Demência com corpos de Lewy – delírios e alucinações são mais sugestivos de demência com corpos de Lewy. A psicose, incluindo alucinações e delírios, é atípica para FTD.
●Doença de Alzheimer: os pacientes com DA têm pior desempenho nas medidas de função cognitiva referentes aos lobos temporais mediais (isto é, memória episódica) e lobos parietais (isto é, habilidades visuoespaciais e apraxia) do que aqueles com bvFTD. Os pacientes com DA geralmente têm desempenho ruim nas medidas da função executiva e não exibem perda proeminente da cognição social como uma característica inicial da doença.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

AFASIA PROGRESSIVA PRIMÁRIA

A

Síndrome clínica caracterizada pelo início insidioso e progressão gradual de um distúrbio de fala ou linguagem manifestado por déficits na apraxia da fala, na descoberta de palavras, no uso de palavras, na compreensão de palavras ou na construção de frases.
Variantes:
* não fluente/agramática,
* semântica e
* logopênica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

APP variante não fluente/agramática

Caracteristicas

A
  • Deficit motor da fala caracterizado pela produção esforçada das unidades lingüísticas de som (fonemas): Dificuldade articulatória, caracterizada por fala difícil e interrompida com erros e distorções e agramatismos inconsistentes na produção da linguagem.
  • Apraxia da fala (dificuldade de programação e planejamento das seqüências dos movimentos motores da fala) testada fazendo o paciente repetir uma palavra como “lagarta” ou “artilharia” (difíceis de articular), levando à distorções sonoras e dificuldade de pronuncia
  • Compreensão normalmente poupada para palavras isoladas e frases simples, porém com dificuldade com frases complexas
  • Comportamento social, memória, habilidades visu- espaciais e outras habilidades cognitivas são normalmente preservadas no momento da apresentação
  • Atrofia no giro frontal inferior esquerdo e fronto-insula posterior.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

APP variante não fluente/agramática

Padrões de atrofia

A

A atrofia surge no córtex fronto-insular posterior esquerdo.
● A maioria dos casos está associada a FTLD tau-positivo (FTLD-tau)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Semântica

Definição

A

Componente do sentido e da interpretação das palavras.

17
Q

APP - Variante semântica
(Demencia semantica ou Afasia progressiva fluente)

A

Prejuízo na compreensão de uma única palavra e na nomeação de objetos, porém com fluência, repetição e gramática preservadas.
A dificuldade em encontrar palavras, é o sintoma mais precoce, e há perda progressiva do conhecimento das características dos objetos. No início, os pacientes podem exibir uma discrepância entre a capacidade de entender frases completas, que tende a ser preservada, e a capacidade de entender palavras unicas, que é prejudicada. À medida que a doença progride, o deficit na compreensão da linguagem torna-se mais global.
Parafasias: produção de determinada palavra no lugar de outra – a palavra-alvo. (ex: caneta>lapis)
Circunlocuções: exprimir por muitas palavras aquilo que poderia ser dito em poucas (ex: usado para cortar>tesoura)
dislexia superficial ou disgrafia

18
Q

Parafasias

Tipos

A
  1. Parafasia fonemica: erro fonético, e a palavra dita é similar à correta. Ex: Láfis (lápis)
  2. Parafasia semântica: o pct enuncia uma palavra que pertence à mesma categoria da palavra alvo: Ex: caneta>lápis
19
Q

Anomias

Definição e tipos

A

Incapacidade de nomeação
1. Anomia fonológica: o paciente sabe o significado do objeto;
2. Anomia semântica: o paciente não sabe o significado do objeto
3. Agnosia visual: o paciente não reconhece o objeto pela visão, mas pode identificar pelo tato.
- Avaliado pedindo ao paciente que nomeie objetos, ou pela bateria breve ou MEEM.

20
Q

APP - Variante semântica
(Demencia semantica ou Afasia progressiva fluente)

Padrões de atrofia

A

Atrofia assimétrica dos pólos temporais nos estágios iniciais,&raquo_space; lado contralateral:
Com envolvimento bilateral, surgem sintomas comportamentais (rigidez comportamental, parcimônia de fala, perda de empatia e hipergrafia)
Quando se espalha para os córtices temporais mesiais, a memória episódica pode diminuir,
Permanecem relativamente intactas as habilidades visuoespaciais e a função executiva
Mais frequentemente ligada a** FTLD-TDP tipo C**

21
Q

APP - Variante logopênica

A

tipicamente associada à patologia de Alzheimer e não está incluída como uma das três síndromes clínicas de FTD.
A fala “vazia”, no sentido de que um paciente pode contar uma história vagamente ou com palavras que carecem profundamente de detalhes descritivos.
Os **déficits de memória fonológica de curto prazo **na variante logopênica manifestam-se como dificuldade com frases longas e gramaticalmente complexas, embora a repetição de uma única palavra seja poupada.
Fala com ritmo lento com pausas frequentes para encontrar palavras e erros parafásicos
Atrofia de córtex temporal posterior esquerdo predominante e atrofia parietal

22
Q

Afasia Progressiva Primária

Testes neuropsicológicos

A

Bom desempenho em testes de memória episódica, função executiva e função visuoespacial nos estágios iniciais da doença
O exame de linguagem (avaliação da articulação, gramática, fluência e praxia da fala) ajuda a diferenciar entre as variantes não fluentes, semânticas e logopênicas.

23
Q

Afasia Progressiva Primária

Diagnóstico

A

Um diagnóstico de APP requer todos os seguintes:

● A característica clínica mais proeminente é a dificuldade com a linguagem
● Os déficits de linguagem são a principal causa de comprometimento das atividades da vida diária
●A afasia é o déficit mais proeminente no início dos sintomas e nas fases iniciais da doença

24
Q

APP - Variante semântica
(Demencia semantica ou Afasia progressiva fluente)

Diagnóstico

A

Critérios obrigatórios:
1. Nomeação prejudicada
2. Compreensão de uma única palavra prejudicada
Pelo menos 3 dos seguintes devem estar presentes:
- Conhecimento de objetos prejudicado
- Dislexia superficial ou disgrafia
- Repetição poupada
- Produção de fala poupada (gramática e fala motora)

25
Q

DFT

Tratamento

A

Não tem tratamento
Para sintomas comportamentais: pode ser feito teste terapeutico com baixas doses de serotoninergicos (citalopram ou outros ISRS, trazodona)
Medicamentos antipsicóticos atípicos (ex, olanzapina, quetiapina, aripiprazol) podem ajudar com sintomas neurocomportamentais . Porém, devem ser considerados como último recurso somente após tentativas de modificações comportamentais e ISRSs devido aos efeitos adversos e aumento do risco de mortalidade
Preparações de depósito, agentes antipsicóticos típicos e risperidona devem ser evitados
Estimulantes (metilfenidato): evidência limitada em pacientes, podem precipitar delirium.
A memantina não é recomendada: eventos adversos cognitivos mais frequentes
Anticonvulsivantes: sem eficácia comprovada
Papel limitado de inibidores da colinesterase, porem pode ser feito se duvida dx
Parkinsonismo – Pacientes com FTD que têm parkinsonismo normalmente não respondem a medicamentos dopaminérgicos, porém pode ser feito teste terapeutico.

26
Q

Funções executivas
Definição

A

Conjunto de habilidades e capacidades que permite o sujeito executar ações necessárias para atingir um objetivo. São:
- Memória de trabalho
- Inibição/autocontrole
- Flexibilidade mental