Farmacologia das dislipidemias Flashcards

1
Q

Tipos de Lípidos

A

Ácidos gordos - triglicerídeos
Esteróides - colesterol
Fosfolípidos - emulsificadores e bicamada lipidica

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2
Q

Funções dos lípidos

A

Têm importância estrutural pois fazem parte de todas as membranas das nossas células;
Servem de reserva energética;
Formam uma barreira de isolamento elétrico para a produção do impulso nervoso;
São percursores de hormonas, ácidos biliares e vitamina D Estão envolvidos nos
processos de sinalização celular.

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3
Q

Transporte no plasma

A

Para os lípidos chegarem às células, têm de ser transportados no plasma, porque são insolúveis, este transporte ocorre através de lipoproteínas

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4
Q

Tipos de lipoproteínas

A

Quilomicra - maior volume, menor densidade
VLDL
LDL
HDL - menor volume, maior densidade

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5
Q

Funções das apolipoproteínas

A
  • Estabilização da lipoproteína;
  • Servem para serem reconhecidas pelos seus ligandos;
  • Cofatores enzimáticos;
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6
Q

Apolipoproteínas e lipoproteínas

A

Quimolicra - Apo B48, em circulação adquirem a Apo E e Apo C2
LDL, IDL, VLDL - Apo B100
HDL - Apo A1
Lipoproteína LPa - semelhante a LDL, só que apresenta uma ligação covalente da Apo B100 com uma Apo A

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7
Q

LPa

A

Sintetizada no fígado
Contém pontes de dissulfeto
Estruturalmente semelhante ao plasminigénio, impedindo a formação de plasmina, o que promove um estado pró-trombótico por redução da fibrinólise
O aumento da sua concentração constitui um factor de risco de doença coronária

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8
Q

Metabolismo das lipoproteínas

A

Via exógena - lípidos provenientes da dieta

Via endógena - colesterol sintetizado no fígado

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9
Q

Via exógena

A

Os lípidos da dieta são absorvidos no intestino delgado
MTTP (microsomal triglyceride transfer protein) é uma proteína presente no reticulo endoplasmático do
enterócito e que vai empacotar os ácidos gordos livres e colesterol, agora na forma de ésteres de colesterol e
triglicéridos - formando os quilomicra.
Estes passam para a linfa
As apolipoproteínas ativam a lipoproteína lípase que vai hidrolisando e libertando os ácidos gordos livres a partir dos triglicéridos.
Estes ácidos gordos livres vão ser distribuídos pelas várias células de todo o corpo
Resulta um remanescente de quimolicra
Esta partícula vai ser internalizada no fígado
Os seus triglicéridos podem ser utilizados para formar VLDLs e as apolipoproteína são incorporadas noutras lipoproteínas.

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10
Q

ACAT e LCAT

A

A LCAT e a ACAT ambas esterificam o colesterol. Uma atua na via exógena (ACAT) e outra na endógena (LCAT)

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11
Q

Via endógena

A

Ocorre no fígado
Atua a HMG-CoA redutase
O colesterol vai ser empacotado com triglicéridos e apolipoproteínas, como a ApoB100, formando VLDLs.
A ApoB100 ativa a lipoproteína lípase, ocorre a hidrolise e libertação de ácidos gordos livres dando origem a proteínas de densidade intermédia (IDL) ou remanescentes de VLDL.
Se perderem mais lípidos dão origem às LDL
Os recetores ligados à LDL são internalizados e depois reciclados

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12
Q

PCSK9

A

É uma protease que bloqueia a reciclagem dos receptores LDL e promove a degradação no lisossoma do receptor LDL, diminuindo assim a quantidade de receptores LDL

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13
Q

Transporte reverso de colesterol

A

Corresponde à remoção do colesterol e de alguns TAG dos tecidos extra-hepáticos, para serem transportados e devolvidos ao fígado, de forma a serem excretados ou para transformados, formando-se sais biliares e hormonas.

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14
Q

Mecanismo do transporte reverso do colesterol

A

A ApoA-1 é reconhecida pelos transportadores ATP, os ABCA1 ou ABCG1, que permitem que o colesterol livre passe para as HDL nascente. Antes, há ação das LCAT. Assim o colesterol, que inicialmente estava na sua forma livre, é então esterificado e passa para o interior das HDL. Originam-se as HDL maduras.
Estas são reconhecidas pelos scavenger receptors do tipo 1B (SR-BI) e são removidas da circulação para o hepatócito;
Sofrerem ação da CETP (proteína de transferência de ésteres de colesterol). A HDL dá esteres de colesterol
a todas as lipoproteínas que têm ApoB (LDL, VLDL ou IDL) e em troca recebe destes triglicéridos. Esta é a maneira que a HDL tem de se livrar de alguns ésteres de colesterol, ficando assim pronta para ir aos tecidos
extra-hepáticos receber mais.

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15
Q

Lipoproteína lipase (LPL)

A

Esta enzima hidrolisa TG em circulação e tem como cofactor a ApoC2, que ativa a LPL e é inibida pela ApoC3
Ancorada pelo sulfato de heparano dos proteoglicanos aos capilares
A sua sintese é estimulada pela insulina
Hidrolisa triglicerídeos circulantes em VLDL
O seu défice causa hiperlipoproteinémia tipo 1 e acumulação de quimolicra no plasma

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16
Q

Lipase hepática

A
Transforma HDL2 em HDL3
É sintetizada e secretada pelo fígado
A sua libertação é regulada pelo HDL
A deficiência de HL
causa um aumento das HDL e IDL e diminuição da LDL
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17
Q

LCAT

A

Sintetizada no fígado
Realiza a esterificação do colesterol, ou seja, dá um ácido gordo
Neste caso, quem dá esse AG é uma lectina
A ligação da LCAT ao HDL é mediada pela Apo A1
O défice desta enzima origina a opacificação da córnea, doença conhecida como “fish eye”

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18
Q

ACAT

A

Existem duas isoformas consoante a localização
ACAT1: macrófagos, neurónios
ACAT2: hepatócitos e enterócitos
Neste caso, quem dá um AG é a Acil-CoA

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19
Q

CETP

A

Esta enzima realiza a troca entre as HDL, que dão ésteres de colesterol às lipoproteínas com ApoB e recebem destas os triglicerídeos.
É um alvo terapêutico no metabolismo das lipoproteínas.

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20
Q

Tríade lipídica aterogénica

A
  • hipercolesterolemia;
  • níveis baixos de HDL;
  • hipertrigliceridemia;
21
Q

Aterosclerose

A

As LDL quando estão muito tempo em circulação acabam por entrar na camada íntima dos vasos e são oxidadas.
São, depois, reconhecidas pelos macrófagos e ocorre ativação imunológica
É um conjunto de fatores que originam as foam cells e que vão dar origem ao processo aterosclerótico.

22
Q

Propriedades anti-ateroscleróticas das HDL

A

As HDL normalmente são chamadas de bom colesterol porque vão retirá-lo dos tecidos extra-hepáticos e fazer o transporte reverso do colesterol.
Apresentam, ainda, funções anti inflamatórias, anti-oxidantes e anti trombótica.
A HDL impede a passagem dos monócitos para a íntima, inibindo a oxidação das LDL, as quais já não são reconhecidas pelos sacavenger receptors e não entram para o interior do macrófago.

23
Q

Tratamento das dislipidémias

A

A primeira opção é sempre não farmacológica!!! Retirar os factores de risco possíveis, pois caso contrário nem serve de nada dar apenas o fármaco.
Farmacologicamente:
Reduzir as LDL é o principal alvo terapêutico para o tratamento da dislipidemia;
O segundo alvo terapêutico é reduzir os níveis de lipoproteínas não HDL (VLDL, IDL)
Aumentar as HDL vem apenas como terceiro objetivo.

24
Q

Fármacos para o tratamento das dislipidémias

A

Inibidores da síntese de colesterol - estatinas
Inibidores da absorção dos sais biliares - sequestradores de ácidos biliares
Inibidores da absorção do colesterol
Fibratos
Niacina

25
Q

Estatinas

A

Inibidores competitivos da HMG-CoA Redutase
Atuam na via do mevalonato (síntese de colesterol- via endógena)
É utilizado em 1ª linha para baixar o LDL
Com a redução da síntese endógena do colesterol vai haver o aumento do SREBP, responsável pelo aumento da expressão de recetores de LDL no hepatócito - havendo mais recetores, temos maior remoção de colesterol da circulação - Causam up-regulation dos receptores das LDL
Administradas oralmente

26
Q

Efeitos pleiotrópicos das estatinas

A

São os efeitos protetores

Diminuição dos isoprostanóides (que têm um efeito pró-inflamatório)

27
Q

Efeitos das estatinas

A
Diminuem o LDL e aumentam o HDL
Diminuem os TAG, o stress oxidativo e a inflamação vascular
Aumento assintomática das transaminases
Estabiliza a placa aterosclerótica
Nota: deve ser tomado à noite
28
Q

Rosuvastatina

A

Tem um grupo metano-sulfanamida, é mais atrativa para a redutase, logo precisa de uma menor dose

29
Q

Reações adversas estatinas

A

Mialgias, miosite, rabdomiólise, neuropatia periférica, lúpus, diabetes mellitus
Toxicidade hepática e muscular
Metabolizado pelo CYP3A4 - interações medicamentosas
As mais lipofílicas causam mais reações adversas

30
Q

Sequestradores de ácidos biliares

A

Têm mais efeito quando combinados com estatinas
Estes fármacos são resinas catiónicas que atraem cargas negativas dos ácidos biliares e impedem a sua reabsorção pelo fígado, ligando-se não covalentemente e aumentando o seu tamanho (sendo excretados nas fezes)
Leva a que o colesterol hepático seja levado para a via de síntese de sais biliares
Aumenta a síntese de receptores LDL
O seu efeito é atenuado pela síntese de colesterol hepático, causada pela upregulation da HMG-CoA redutase

31
Q

Reações adversas sequestradores de sais biliares

A

Intolerância GI, naúseas, vómitos, meteorismo, diarreia, litiase vesicular,mal absorção de vitamina K

32
Q

Fármacos sequestradores de sais biliares

A

Colestiramina
Colestipol
Colesevalam

33
Q

Inibidores da absorção de colesterol

A

Atua na proteína de transporte NPC1L1
Inibidor seletivo da absorção intestinal de colesterol e fitoesteróis
Aumento dos receptores LDL
Síntese compensatória de colesterol por parte do fígado - são utilizados em conjunto com as estatinas, reduzindo a dose necessária e as RAs

34
Q

Fármacos Inibidores da absorção de colesterol

A

Ezetimibe

Esteróis vegetais - efeito mínimo, sendo necessária doses muito elevadas

35
Q

Fármacos Fibratos

A
Gemfibrozil
Bezafibrato
Ciprofibrato
Fenofibrato
(3ª geração, sendo que os restantes foram retirados do mercado)
36
Q

Fibratos

A

São agonistas do PPARa (peroxisome proliferator-activated receptors) – recetor nuclear
Ligam-se aos PPARa, formando um heterodímero
Aumentam o metabolismo das lipoproteínas:
Estimulam a oxidação de ácidos gordos, aumentam a expressão de Apo A1 e A2 (aumentam HDL), reduzem a expressão de Apo CIII, aumentam a síntese de LPL (diminui VLDL)
Diminuição ligeira das LDL (efeito não significativo)

37
Q

Reações adversas fibratos

A

Intolerância GI, miosite, litiase vesicular
Ligam-se à albumina
Inibem o CYP3A4, interferindo na metabolização de estatinas aumentando a toxicidade e potenciam a ação de anticoagulantes orais
CI: grávidas, crianças e doentes com IR

38
Q

Indicações dos fibratos

A

Hipertrigliceridémia
Disbetalipoproteinémia
Associação com estatinas nas dislipidemias mistas

39
Q

Niacina

A

É uma vitamina B3, usada na síntese de NAD e NADPH
Alvo terapêutico: receptor GPR109A
Inibe o transporte de AG para o fígado, inibindo a síntese hepática de TAG e consequentemente, de VLDL e LDL
Aumenta a atividade da lipoproteína lipase
Único fármaco que diminui a LPa
Aumenta a HDL mas não a sua função antioxidante
Induz a produção de prostaciclinas, principalmente na forma de libertação rápida
Aumenta a concentração de HDL-C através da diminuição da degradação da Apo A-I

40
Q

Reações adversas niacina

A

Hepatotoxicidade
Hiperuricémia
Hiperglicémia
Flushing e prurido - pois o receptor GPR109A existe nas células da derme e vai fazer com que haja uma libertação de prostaglandinas, que vai levar a uma vasodilatação, fazendo com que estes doentes fiquem com a cara vermelhíssima e com comichão

41
Q

Inibidores de CETP

A

Esta proteína (CETP - Cholesteryl ester transfer protein) transfere o colesterol da HDL para as VLDL e LDL em troca de triglicéridos.
Não resultou
Torcetrapib

42
Q

Outros fármacos

A

Inibidores da síntese de Apo B100
Inibidores da síntese da Apo A
Inibidores da síntese da Apo CIII

43
Q

Locais de produção das lipoproteínas

A

Quimolicra - intestino
VLDL - fígado
LDL - vêm das VLDL
HDL - intestino

44
Q

Exceção das estatinas

A

São todas administradas na forma de HMG-CoA redutase, excepto a lovastatina e sinvastatina, que são pró-fármacos

45
Q

Mecanismos das estatinas

A

O tempo de semi-vida é 1-5 horas em todas excepto, na Pitavastatina, Rosuvastatina e Atorvastatina, em que a semi-vida é maior.
A síntese endógena do colesterol é à noite, logo com baixa semi-vida estas têm de ser tomadas à noite.
A absorção de alimentos aumenta a da Lovastatina, reduz a da Fluvastatina e Pravastatina, e
não tem alteração na Sinvastatina, Atorvastatina, e Rosuvastatina.
Todas tem uma elevada afinidade para proteínas plasmáticas, excepto a Pravastatina
Pode haver polimorfismos dos transportadores de Estatinas (OATP1B1) ou inibição farmacológica por
ciclosporina e inibidores da protéase

46
Q

Fármacos anti PCSK9

A

Alirocumab
Evolucumab
Usados na hipercolesterolémia familiar
Vai aumentar os receptores de LDL, logo aumenta a captação dos mesmos e diminui os LDL em circulação

47
Q

Resumindo a ação dos fármacos

A

LDL:
Todos diminuem
TG:
Todos diminuem excepto os sequestradores de sais biliares que aumentam ou mantêm
HDL:
Todos aumentam excepto os sequestradores de sais biliares que não alteram
Colesterol (síntese):
Os sequestradores de sais biliares e os inibidores da absorção de colesterol aumentam
Lpa:
Só é afetado pela niacina, que diminui

48
Q

Fibratos + Estatinas

A

A toma combinada de fibratos e estatina está indicada para o tratamento de dislipidémias graves, mas aumenta o risco de rabdomiólise.

49
Q

Tiazida + espironolactona

A

Evita a depleção de potássio