Leucemias Mieloides: Aguda e Crônica Flashcards

(14 cards)

1
Q

LMA:

A

-neoplasia maligna de origem mieloide, marcada por um bloqueio de maturação que aprisiona as células anômalas sob a forma de mieloblastos.

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Q

Fisiopatologia: LMA

A
  • A LMA resulta da diferenciação bloqueada e proliferação descontrolada de mieloblastos na medula óssea.
    Esse processo ocorre devido a mutações genéticas adquiridas que afetam a proliferação, diferenciação e apoptose das células progenitoras mieloides.
    Esse acúmulo anômalo de blastos leva à falência medular, infiltração de tecidos e manifestações clínicas graves.
  • Dessa forma, essas células não amadurecem adequadamente, acumulam-se e suprimem a hematopoiese normal.
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3
Q

Quadro Clínico: LMA

A

A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) costuma se instalar rapidamente, podendo evoluir de forma subaguda por algumas semanas. A tríade clássica da leucemia aguda é composta por astenia, hemorragia e febre, todas relacionadas à insuficiência da medula óssea. A anemia, geralmente normocítica e normocrômica, causa cansaço desproporcional ao grau de queda da hemoglobina. Infecções são comuns devido à neutropenia, e a plaquetopenia leva a sangramentos como epistaxe, gengivorragia, petéquias e equimoses. Em cerca de 5% dos casos, pode haver formação de sarcoma mieloide (cloroma), caracterizado por infiltração de blastos em diversos órgãos. A infiltração leucêmica pode causar hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia, hipertrofia gengival, dor óssea e sintomas neurológicos como cefaleia, convulsões e alterações visuais.

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4
Q

Diagnóstico: LMA

A

O diagnóstico da LMA se diferencia da LLA principalmente pelos achados laboratoriais. Os mieloblastos, embora compartilhem características com blastos linfoides, como núcleo arredondado e citoplasma escasso, apresentam nucléolos visíveis, grânulos citoplasmáticos e, às vezes, bastonetes de Auer — inclusões específicas da LMA. No hemograma, é comum encontrar anemia e plaquetopenia (bicitopenia), sendo a anemia geralmente moderada a grave, normocítica, normocrômica e sem reticulocitose. A plaquetopenia pode ser severa, com 25% dos pacientes apresentando menos de 20.000 plaquetas/mm³. A leucocitose é frequente, com presença de blastos circulantes e neutropenia associada; em 10-20% dos casos, os leucócitos ultrapassam 100.000/mm³, aumentando o risco de leucostase. Para confirmar o diagnóstico, é necessário encontrar pelo menos 20% de blastos na medula óssea. A imunofenotipagem por citometria de fluxo identifica marcadores da linhagem mieloide (MPO, CD13, CD33), e a avaliação citogenética pode revelar alterações típicas da LMA, como t(8;21), inv(16), t(16;16) e t(15;17).

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5
Q

Tratamento:LMA

A
  • A terapia da LMA se divide em duas fases, a:
    Indução de remissão: visando promover remissão hematológica completa;
    Consolidação da remissão: prolongar a remissão completa, através da prevenção da recaída da doença, maximizando a chance de cura.
  • A remissão completa é definida por:
    Desaparecimento dos blastos do sangue periférico;
    Medula óssea com menos de 5% de blastos;
    Ausência de células com bastonetes de Auer;
    Recuperação hematopoiética: hemograma com mais de 1.000/mm³ neutrófilos e mais de 100.000/mm³ plaquetas.
    indução: citarabina + daunorrubicina (7-3 dias) (1 ou 2 ciclos)
    consolidação: altas doses de citarabina (3 a 7 dias) (2 a 4 ciclos)
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6
Q

Tratamento: Paciente Adulto Jovem

A

-Na indução de remissão, o regime mais comumente adotado, denominado “3+7”, consiste em 1 ou 2 ciclos de um agente antracíclico (Daunorrubicina 60 ou 90 mg/m²/dia, por três dias, ou Idarrubicina 12 mg/m²/dia, também por três dias) associado a Citarabina 100 ou 200 mg/m²/dia em infusão contínua por sete dias.
.A Idarrubicina geralmente é utilizada em pacientes jovens, pelo maior índice de remissão completa.
.Em geral, entre 70 e 80% dos pacientes com idade que varia de 18 e 60 anos alcançam remissão completa após um ou dois ciclos de terapia de indução.
.Se após a administração do primeiro ciclo não houver remissão completa, repete-se mais um ciclo com o mesmo esquema, sendo a Citarabina administrado em cinco dias e a Daunorrubicina ou a Idarrubicina em 2 dias (esquema 5 + 2).
- A consolidação pode ser feita com dois a quatro ciclos de Citarabina em altas doses (superiores a 1g/m²/dia, em ciclos duram entre três e sete dias) ou com o transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas.
.Uma remissão duradoura (> 5 anos) é atingida em 30-50% dos pacientes com cariótipo favorável que haviam atingido a remissão completa, com grande chance de cura.

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7
Q

Tratamento: paciente idoso LMA

A
  • Da mesma forma que nos adultos jovens, a base do tratamento da LMA nos idosos é a combinação de antracíclicos e Citarabina, porém a intensificação do tratamento na consolidação não resultou em aumento da sobrevida como observado no grupo mais jovem.
  • Isso ocorre, pois os pacientes idosos não costumam tolerar o esquema de altas doses de Citarabina.
  • Dessa forma, devem receber a consolidação com 2 a 4 ciclos do mesmo esquema da indução (Citarabina na dose padrão + Daunorrubicina, no esquema 7 + 3). Como consequência, a chance de cura é menor.
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8
Q

LMC:

A

-neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação descontrolada de células mieloides maduras.

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9
Q

Fisiopatologia: LMC

A
  • O evento gênico central da LMC consiste na translocação cromossômica recíproca t(9,22)(q34;q11) na célula progenitora hematopoética.
  • Isso resulta na criação do cromossomo Filadélfia (Ph) e leva à fusão dos genes BCR (cromossomo 22) e ABL1 (cromossomo 9).
    Essa fusão gera a proteína BCR-ABL1, uma tirosina quinase constitutivamente ativa, que promove proliferação celular descontrolada, inibição da apoptose e alteração da adesão celular na medula óssea.
  • Dessa forma, o cromossomo Filadélfia, resultado da t(9;22), ocasiona a LMC por meio de estímulo à mieloproliferação pela geração da BCR-ABL1, proteína que permite que as células leucêmicas se proliferarem descontroladamente.
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10
Q

Quadro clínico:LMC

A

A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) evolui em três fases. Na fase crônica, predominam sintomas constitucionais como fadiga, febrícula, perda de peso, palidez e esplenomegalia, que pode causar desconforto abdominal e compressão de vísceras ocas. Na fase acelerada, que dura alguns meses, há resistência à terapia citorredutora, aumento da esplenomegalia, basofilia, elevação do número de blastos, trombocitose ou trombocitopenia, mielofibrose e evolução clonal citogenética; sintomas como febre, sudorese noturna, perda de peso e dores ósseas tornam-se mais frequentes. A crise blástica é definida pela presença de mais de 20% de blastos no sangue periférico ou na medula óssea, indicando bloqueio completo da maturação celular. Nessa fase, cerca de 50% dos casos apresentam mieloblastos, 25% linfoblastos e o restante células indiferenciadas ou bifenotípicas. Os sintomas incluem febre, sudorese noturna, anorexia, perda de peso, dores ósseas, aumento da esplenomegalia e infiltração extramedular, principalmente em linfonodos, pele, ossos e sistema nervoso central.

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11
Q

Diagnóstico: achados laboratoriais LMC

A

Na LMC, a maioria dos pacientes apresenta anemia normocítica e normocrômica devido à eritropoiese comprometida, além de trombocitose leve, pois os megacariócitos também derivam da linhagem mieloide. A principal característica é a proliferação intensa da série granulocítica, com produção de células em todos os estágios de maturação (de mieloblastos a neutrófilos maduros), gerando leucocitose elevada, muitas vezes acima de 100.000 células/mm³. Observa-se desvio à esquerda não escalonado, com neutrofilia, basofilia e eosinofilia — achados que ajudam a diferenciar a LMC de uma crise leucemoide. A hiperuricemia é frequente devido ao metabolismo aumentado das células, mas o risco de síndrome de lise tumoral espontânea é baixo, já que as células maduras não tendem à apoptose.

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12
Q

Diagnóstico: Mielograma e biópsia de medula LMC

A

A medula óssea do paciente com LMC será tipicamente hipercelular, mostrando grande aumento da linhagem mieloide (hiperplasia mieloide).

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13
Q

Diagnóstico: Exames Moleculares (RT-PCR ou FISH) LMC

A
  • Os exames moleculares (RT-PCR ou FISH) são utilizados como principal instrumento diagnóstico para identificar a proteína de fusão BCR-ABL, no sangue periférico ou na medula óssea.
  • O diagnóstico da LMC é confirmado pela combinação dos achados típicos de sangue periférico (leucocitose com desvio escalonado) e de detecção da proteína BCR-ABL por testes moleculares.
    -Identificação do cromossomo Filadélfia
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14
Q

Tratamento:LMC

A

No tratamento da LMC, agentes citostáticos como Hidroxiureia (30–40 mg/kg/dia) e Bussulfano (4–6 mg/dia) são usados de forma paliativa, inibindo a proliferação mieloide por bloqueio da síntese de DNA e alquilação do DNA, respectivamente. O α-interferon pode induzir remissão hematológica em 90% dos casos na fase crônica. A base do tratamento é o uso de inibidores de tirosina quinase, como o Imatinibe, e, em casos de resistência, os de segunda geração, Dasatinibe (300x mais potente) e Nilotinibe (30x mais potente). O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é reservado para casos refratários ou em crise blástica.

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