PROVA TJ/SE - CONSTITUCIONAL Flashcards
(85 cards)
Qual é a natureza jurídica dos Tribunais de Contas em relação ao Poder Legislativo?
Embora auxiliem o Poder Legislativo no controle externo, os Tribunais de Contas são órgãos independentes com autonomia administrativa e financeira, não sendo subordinados a nenhum dos três Poderes. Possuem função constitucional própria de fiscalização.
Os Tribunais de Contas possuem iniciativa legislativa? Em quais matérias?
Sim, os Tribunais de Contas possuem iniciativa legislativa privativa em matérias relacionadas à sua organização, funcionamento, criação de cargos e fixação de remuneração de seus servidores, por aplicação analógica do art. 96 da Constituição Federal.
A sanção do Governador pode convalidar vício de iniciativa legislativa?
Não. Segundo jurisprudência pacífica do STF, a sanção do Chefe do Poder Executivo não tem o condão de convalidar o vício de iniciativa legislativa, sendo tal vício insanável.
É constitucional a alteração na sistemática remuneratória dos servidores públicos que mantém o valor global dos vencimentos?
Sim, é constitucional a alteração da sistemática remuneratória que apenas reorganiza verbas mantendo o valor global, desde que respeitada a irredutibilidade de vencimentos e a não-supressão de parcelas que já se incorporaram ao patrimônio dos servidores.
O recebimento de proposição legislativa pela Assembleia Legislativa pode sanar eventual vício de iniciativa?
Não. O recebimento da proposição pela Assembleia Legislativa não tem o poder de transferir a iniciativa legislativa ou sanar eventual vício de iniciativa, que é um vício formal insanável.
Quem pode realizar o controle concentrado de constitucionalidade no âmbito estadual?
O Tribunal de Justiça do Estado realiza o controle concentrado de constitucionalidade no âmbito estadual, analisando a compatibilidade de leis estaduais e municipais frente à Constituição Estadual.
Quem são os legitimados para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade no âmbito estadual?
Os legitimados são definidos pela Constituição Estadual, geralmente incluindo: Governador do Estado, Mesa da Assembleia Legislativa, Procurador-Geral de Justiça, Conselho Seccional da OAB, partidos políticos com representação na Assembleia, entidades de classe de âmbito estadual, entre outros.
Quais prerrogativas do Poder Judiciário se aplicam aos Tribunais de Contas?
Conforme o art. 73 da CF/88, aplicam-se aos Tribunais de Contas, no que couber, as mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos dos membros do Poder Judiciário, incluindo autonomia administrativa e financeira e iniciativa de leis sobre sua organização.
Quais são os limites constitucionais para alterações na sistemática remuneratória dos servidores públicos?
As alterações devem respeitar: (1) irredutibilidade de vencimentos;
(2) direito adquirido;
(3) não podem suprimir vantagens já incorporadas ao patrimônio do servidor;
(4) observância do teto constitucional; e
(5) necessidade de previsão orçamentária.
O que é analisado na constitucionalidade formal de uma lei?
Na constitucionalidade formal, analisa-se a compatibilidade do processo de elaboração da lei com as normas constitucionais, verificando:
(1) competência do ente federativo;
(2) iniciativa legislativa;
(3) quórum de aprovação;
(4) procedimento adequado; e
(5) sanção/promulgação conforme previsto constitucionalmente.
Qual tribunal é competente para julgar recurso ordinário em causa entre Município brasileiro e organismo internacional julgada em primeira instância?
Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme art. 105, II, “c” da CF: “Compete ao STJ julgar, em recurso ordinário, as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.”
Quando um Tribunal de Justiça denega mandado de segurança em única instância, qual tribunal é competente para julgar o recurso ordinário?
Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme art. 105, II, “b” da CF: “Compete ao STJ julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, quando denegatória a decisão.”
Em quais hipóteses o STF julga recurso ordinário em mandado de segurança?
O STF julga recurso ordinário em mandado de segurança quando este foi decidido em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM), se denegatória a decisão, conforme art. 102, II, “a” da CF.
Qual a diferença de competência entre STF e STJ quanto aos recursos ordinários em mandado de segurança?
O STF julga recursos ordinários de MS denegados pelos Tribunais Superiores (art. 102, II, “a” da CF), enquanto o STJ julga recursos ordinários de MS denegados pelos Tribunais de Justiça Estaduais e pelos Tribunais Regionais Federais (art. 105, II, “b” da CF).
Quando cabe Recurso Extraordinário ao STF em matéria de mandado de segurança?
Cabe Recurso Extraordinário ao STF contra decisões de única ou última instância quando a decisão contrariar dispositivo da Constituição Federal, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, ou julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição (art. 102, III da CF).
Em quais hipóteses cabe Recurso Especial ao STJ em matéria de mandado de segurança?
Cabe Recurso Especial ao STJ contra decisões de TJs e TRFs, em única ou última instância, quando a decisão contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; ou der a lei federal interpretação divergente da de outro tribunal (art. 105, III da CF).
Em que hipótese a União tem interesse jurídico em causa envolvendo Município e organismo internacional?
A União tem interesse quando o organismo internacional possui acordo de sede ou tratado firmado com o Brasil, onde a União assumiu a responsabilidade por eventual descumprimento das obrigações por parte de outros entes da federação, justificando a competência da Justiça Federal (art. 109, II da CF).
Qual é o juízo competente originariamente para julgar causas envolvendo Município e organismo internacional?
Juízo federal de primeira instância (Juiz Federal), conforme art. 109, II da CF, que estabelece competência da Justiça Federal para causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil.
Qual é o juízo competente originariamente para julgar mandado de segurança contra ato de Prefeito Municipal?
Tribunal de Justiça do Estado, conforme definido nas Constituições Estaduais e Leis de Organização Judiciária que geralmente atribuem competência originária ao TJ para julgar mandados de segurança contra atos de Prefeitos.
Quando o Tribunal de Justiça concede mandado de segurança em única instância, qual o recurso cabível?
Recurso Extraordinário para o STF, se houver questão constitucional, e/ou Recurso Especial para o STJ, se houver questão federal infraconstitucional (arts. 102, III e 105, III da CF), não cabendo recurso ordinário neste caso, que é específico para decisões denegatórias.
Quais são os requisitos constitucionais para a edição de Medidas Provisórias pelo Presidente da República?
Relevância e urgência, conforme estabelece o art. 62, caput, da Constituição Federal: “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.”
Sobre quais matérias é vedada a edição de Medidas Provisórias?
Conforme o art. 62, §1º da CF, é vedada a edição de MPs sobre:
- nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
- direito penal, processual penal e processual civil;
- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, carreira e garantia de seus membros;
- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais (exceto os extraordinários);
- matéria reservada a lei complementar;
- matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção/veto;
- detenção ou sequestro de bens, poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
- matéria já disciplinada em medida provisória rejeitada ou que tenha perdido eficácia na mesma sessão legislativa.
Qual é o procedimento constitucional para a conversão de uma Medida Provisória em lei?
A MP deve ser submetida imediatamente ao Congresso Nacional, que pode aprová-la na íntegra, aprová-la com modificações (projeto de lei de conversão) ou rejeitá-la. Se aprovada com modificações, o projeto de lei de conversão é enviado ao Presidente da República para sanção ou veto, como ocorre com projetos de lei ordinária.
Qual é o prazo de vigência de uma Medida Provisória e quais são as possibilidades de prorrogação?
O prazo inicial é de 60 dias, prorrogável uma vez por igual período (totalizando 120 dias), caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas do Congresso Nacional. A prorrogação ocorre automaticamente.