Sangramentos na 1ª metade da gestação Flashcards

(47 cards)

1
Q

Sangramentos de 1ª metade da gestação: idade gestacional de referência

A

20 semanas

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2
Q

3 principais hipóteses diagnósticas frente a um quadro de sangramento de primeira metade da gestação

A

○ Abortamento

○ Gravidez ectópica

○ Mola (Doença trofoblástica gestacional)

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3
Q

Definição de abortamento

A

INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO:

< 20 semanas

ou

Peso fetal < 500g

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4
Q

Classificação do abortamento quanto à IG, quanto à causa e quanto à frequência

A

IG:
○ Precoce: ≤ 12 semanas
○ Tardio: 13-20 semanas

CAUSA:
○ Espontâneo: sem causa aparente
○ Provocado: pela paciente ou por terceiros

FREQUÊNCIA:
○ Esporádico: uma perda isolada
○ Habitual (de repetição): ≥ 3 perdas

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5
Q

Principal tipo de abortamento (classificações)

A

Abortamento precoce e espontâneo

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6
Q

Duas hipóteses diagnósticas diante de um abortamento habitual (de repetição)

A

INCOMPETÊNCIA ISTMO-CERVICAL (IIC)

SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE (SAAF)

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7
Q

Investigação de uma paciente com história de migrânea, abortamentos de repetição, e história familiar de doenças coronarianas

A

○ Deficiência da antitrombina e das proteínas C / S

○ Mutações do gene da protrombina, do fator V de Leiden e dos genes da enzimas metilenotetraidrofolato redutase

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8
Q

Principal causa de abortamento

A

Anomalias cromossômicas (aneuploidias - trissomias)

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9
Q

Apresentação clínica da incompetência istmo-cervical

A

○ Abortamentos tardios (2º trimestre) e de repetição (com perdas cada vez mais precoces - 32, 30, 28…)

○ Ausência de contração uterina (o problema é mecânico e do colo)

○ Expulsão do feto com dilatação INDOLOR do colo

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10
Q

Tratamento clássico da IIC, IG ideal para sua realização, indicações conforme dilatação do colo e anatomia, nome da técnica, 3 situações que permitem a retirada dos pontos

A

CERCLAGEM

○ 12-16 SEMANAS
○ Dilatação ausente ou < 3 cm + sem protusão da bolsa amniótica
○ Técnica de McDonald - sutura em bolsa de tabaco ao redor do colo do útero, com fio grosso e INABSORVÍVEL
○ Retirada dos pontos: IG 36 semanas OU Trabalho de parto OU RPMO

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11
Q

Trombofilia autoimune adquirida, na qual há tromboembolismo venoso e arterial dos vasos placentários (restrição e óbito fetal)

A

SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE (SAAF)

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12
Q

A SAAF tem associação com qual doença?

A

LES

Pré-eclâmpsia grave / CIUR

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13
Q

Diagnóstico diferencial clínico entre SAAF e IIC

A

SAAF

Abortamentos de repetição com COLO NORMAL (na IIC há um problema mecânico no colo)

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14
Q

Critérios diagnósticos de SAAF

A

1 clínico + 1 laboratorial

CLÍNICOS:

1) HPP trombose
2) ≥ 3 abortamentos < 10 semanas de IG
3) Pelo menos 1 abortamento > 10 semanas de IG
4) Pelo menos 1 parto prematuro < 34 semanas de fetos morfologicamente normais, por pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária

LABORATORIAIS: 2 medidas com intervalo de 2 semanas

1) Anticardiolipina
2) Anticoagulante lúpico
3) Anti-beta2-glicoproteína-1

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15
Q

2 medicamentos utilizados no tratamento da SAAF

A

AAS + Heparina**

** Diagnóstico por critérios OBSTÉTRICOS = dose PROFILÁTICA

** HPP de trombose = dose TERAPÊUTICA

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16
Q

Primeira conduta que deve ser realizada no exame físico diante de um sangramento na gestação e uma outra conduta que possui contraindicação absoluta em uma situação específica

A

1º: Passagem do ESPÉCULO

2º: Toque vaginal → proscrito em quadros de placenta prévia

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17
Q

3 tipos de abortamento de acordo com a abertura ou não do colo (de cada um)

A

COLO FECHADO: “não passa CAR”

○ Completo
○ Ameaça de abortamento
○ Retido

COLO ABERTO: “consigo ver INside”

○ Incompleto
○ Infectado
○ Inevitável

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18
Q

Apresentação clínica / USG e conduta para cada exemplo de abortamento com colo aberto

A

COLO ABERTO: “consigo ver INside”

○ Incompleto: cólica e sangramentos mais intensos + útero menor + restos ovulares + endométrio heterogênio > 15mm

○ Infectado: febre + taquicardia + odor fétido + leucocitose + endométrio espesso e irregular

○ Inevitável: útero compatível com IG + embrião / feto presente

CONDUTA PARA TODOS: esvaziamento uterino

INFECTADO: + antibioticoterapia

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19
Q

Apresentação clínica / USG e conduta para cada exemplo de abortamento com colo fechado

A

COLO FECHADO: “não passa CAR”

○ Completo: sangramento vaginal + útero menor e vazio + endométrio regular < 15mm

CONDUT: tranquilizar e orientar

○ Ameaça de abortamento: ausência de cólica e sangramento (ou leves) + útero compatível com IG + BCF presente

CONDUTA: repouso relativo domiciliar + analgésico / antitérmico

○ Retido: útero menor + embrião presente + CCN > 7mm + BCF ausente + cessação dos sintomas de gravidez (repetir USG em 7-14 dias para evitar erros diagnósticos)

CONDUTA: expectante x esvaziamento

20
Q

Conceito de gestação anembrionada

A

Ausência de embrião à USGTV + diâmetro interno médio do saco gestacional (DMSG) ≥ 25mm

21
Q

Tratamento expectante: indicações, quando trocar para esvaziamento uterino e riscos

A

EXPECTANTE

○ Alternativa em abortos PRECOCES (6-8 semanas) + estabilidade hemodinâmica + sem sangramento excessivo

○ Expectante por 2-4 semanas, se não houver expulsão fetal está indicado o esvaziamento uterino

○ Riscos: SANGRAMENTO – INFECÇÃO – COAGULOPATIA

22
Q

2 tratamentos cirúrgicos para esvaziamento uterino, indicações de cada um de acordo com a IG e pontos positivos x negativos de cada um

A

AMIU (Aspiração Manual Intrauterina)

○ Método de escolha se < 12 semanas
○ + = sem necessidade de internação, menor risco de perfuração, menos traumático
○ - = eficácia reduzida em úteros maiores ou com grande quantidade de material

CURETAGEM UTERINA

○ Apenas se < 12 semanas (ainda não se formaram as espículas ósseas)
○ - = mais traumática, maior risco de perfuração, precisa de dilatação cervical (anestesia)

23
Q

Tratamento medicamentoso do abortamento: IG de escolha, motivo da IG de escolha, 2 medicamentos disponíveis com suas respectivas indicações

A

> 12 semanas (o feto já tem um pouco de espícula óssea, não podemos raspar o útero)

MISOPROSTOL

○ Preparo em colos fechados / Indução da expulsão fetal em perdas com IG mais avançada / Complementar com esvaziamento cirúrgico exceto se linha endometrial < 15mm ao USG

OCITOCINA

○ > 16 semanas (IG iniciais há poucos receptores miometriais de ocitocina)
○ Pode ser usada previamente a um esvaziamento cirúrgico, visando reduzir os riscos de perfuração uterina e de hemorragia

24
Q

Tratamento de escolha do abortamento < 12 semanas x ≥ 12 semanas

A

< 12 semanas: AMIU / curetagem com ou sem misoprostol prévio (alternativa)

≥ 12 semanas: expulsão fetal (ocitocina e/ou misoprostol) seguida de curetagem SN

25
Indicação de antibioticoterapia no abortamento e o esquema preconizado
Abortamento INFECTADO Clindamicina + Gentamicina (7-10 dias) Esvaziamento uterino IMEDIATO - não precisa aguardar o tempo de latência do antibiótico
26
Pesquisa laboratorial que deve ser feita em toda gestante com sangramento, independente da causa desse sangramento, e conduta subsequente a depender de seu resultado (com posologia)
TIPAGEM SANGUÍNEA MATERNA Mãe Rh- → administrar imunoglobulina anti-D 300mcg IM
27
Critérios ultrassonográficos (USG-TV) diagnósticos ou de suspeita para abortamento (2 principais de certeza e principal da suspeita) e conduta diante da suspeita de abortamento pelo USG-TV
CERTEZA ("Certeza De abortamento") 1. CCN ≥ 7mm sem BCF 2. DMSG ≥ 25mm sem embrião 3. Saco gestacional sem vesícula vitelínica e ausência de embrião / BCF após 14 dias 4. Saco gestacional com vesícula vitelínica, porém sem embrião com BCF após 11 dias SUSPEITA ("Suspeita"): repetir USG 7-14 dias 1. Sem embrião ≥ 6 semanas de atraso menstrual 2. Âmnio vazio (membrana amniótica visualizada no SG, porém, sem embrião 3. VV hidrópica > 7mm 4. SG pequeno em relação ao embrião (< 5mm de diferença entre DMSG e CCN)
28
3 situações nas quais o abortamento é considerado judicialmente legal (descriminalizado) e as particularidades relacionadas a cada uma
AAA: ○ Abuso sexual (<20 semanas) NÃO EXIGE BO OU CORPO DELITO, APENAS TER IG COMPATÍVEL COM A DATA DO ESTUPRO ○ Anencefalia (>12 semanas) CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA > 12 SEMANAS (< 12 SEMANAS O SNC AINDA ESTÁ EM FORMAÇÃO) OUTRAS MALFORMAÇÕES LETAIS NECESSITAM DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ○ Alto risco materno LAUDO ASSINADO POR 2 MÉDICOS, SENDO PELO MENOS 1 OBSTETRA
29
Local mais comum da gestação ectópica
Terço médio da tuba uterina (região ampular)
30
Complicação importante e grave da gravidez ectópica
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO POR ROTURA DA GRAVIDEZ ECTÓPICA
31
Único local de prenhez ectópica capaz de desenvolver uma gestação acima de 20 semanas
ABDOMINAL Exame físico com palpação de partes fetais (DxD com rotura uterina)
32
Gestação heterotópica: definição e tipo de tratamento contraindicado nesse caso
GRAVIDEZ ECTÓPICA + TÓPICA Contraindicado qualquer tratamento medicamentoso
33
Pilares dos fatores de risco da gestação ectópica
Qualquer tipo de MANIPULAÇÃO DO TRATO REPRODUTOR FEMININO, com a formação de uma cicatriz na qual a implantação se faz de maneira mais fácil Fatores IMUNOLÓGICOS, AMBIENTAIS e as TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
34
Tríade clínica da gravidez ectópica
ATRASO MENSTRUAL + DOR ABDOMINAL + SANGRAMENTO VAGINAL
35
Apresentação clínica de uma ectópica rota (quadro geral e 4 sinais clínicos)
Sinais inespecíficos de abdome agudo hemorrágico ➔ irritação peritoneal, sinais de choque (dor, hipotensão, taquicardia, palidez) ○ Sinal de Blumberg (DBD+) ○ Sinal de Proust - Grito de Doulgas (abaulamento em fundo de saco posterior com dor à mobilização do colo e fundo do saco) ○ Sinal de Laffon (dor escapular por acometimento do nervo frênico) ○ Sinal de Cullen (equimose periumbilical)
36
Diagnóstico USG de gravidez ectópica
Útero vazio > 6 semanas
37
Diagnóstico por dosagem hormonal e seguimento
Beta-hCG > 1.500-2.000 ➔ tem que haver gestação (visualização de saco gestacional)! Seguimento: dosagem de beta-hCG seriado, pois em uma gestação tópica ele se eleva 35% a cada 48h (2 dias)
38
Reação endometrial que pode surgir na gravidez ectópica
ARIAS-STELLA - hipertrofia das glândulas secretoras endometriais A gestação ectópica geralmente não causa sangramento, porque não estimula o endométrio suficientemente. Quando há reação de Arias-Stella, é mais comum haver sangramento!
39
Gravidez ectópica: 3 condições para um tratamento expectante e seguimento
○ Estabilidade hemodinâmica ○ Ectópica íntegra ○ Beta-hCG declinante em 48h com nível inicial baixo (<2.000) SEGUIMENTO: Beta-hCG semanal declinante
40
Gravidez ectópica: tratamento medicamentoso de escolha e seu mecanismo de ação
METOTREXATO - antagonista do ácido fólico ➔ inativa a diidrofolato redutase, impedindo a proliferação trofoblástica
41
Gravidez ectópica: 5 condições de uso do tratamento medicamentoso
MTX "A E I O U" ``` A usência de BCF E stabilidade hemodinâmica I ntegra O beta-hCG ≤ 5.000 U saco gestacional < 3.5-4 cm ```
42
Gravidez ectópica: contraindicações ao tratamento medicamentoso
``` ○ Disfunção hepática ou renal ○ Imunodeficiência ○ Trombocitopenia < 100.000 ○ Leucopenia < 2.000 ○ Gestação tópica com BCF+ ○ Amamentação ```
43
Gravidez ectópica: seguimento do tratamento medicamentoso e quando consideramos sucesso do tratamento
Acompanhamento rigoroso e estreito dos níveis séricos de beta-hCG (risco de persistência do tecido trofoblástico) Dosagem de beta-hCG D0 (apenas para indicar o tto) - D4 - D7 Sucesso = QUEDA ≥ 15% entre D4 e D7
44
Gravidez ectópica: quando considerar o tratamento cirúrgico conservado após o tratamento medicamentoso?
APÓS 3 APLICAÇÕES DE MTX SEM SUCESSO, COM A PRESENÇA DE ECTÓPICA AINDA ÍNTEGRA
45
Cirurgia conservadora na gravidez ectópica e suas 4 indicações
SALPINGOSTOMIA VLP (preservação da tuba uterina, tira apenas a gestação) ○ Ectópica íntegra ○ Beta-hCG <5.000 ○ Estabilidade hemodinâmica ○ Desejo reprodutivo
46
Cirurgia radical na gravidez ectópica e suas indicações
SALPINGECTOMIA ``` ○ Ectópica rota (abdome agudo hemorrágico) ○ Prole constituída ○ Níveis de beta-hCG muito elevados ○ Lesão tubária irreparável ○ Episódio recorrente de ectópica ``` Laparoscópica (se estável) x laparotomia (se instável)
47
Principais indicações da laparotomia na gravidez ectópica
○ Choque hipovolêmico ○ Localização não-tubária (cervical, abdominal) ○ Massas anexiais grandes (> 5 cm) ○ Múltiplas aderências