T9 - Infeções pelo Vírus do Grupo Herpes (1) Flashcards

1
Q

Família Herpesviridae?

A

● Infeção latente ou persistente após infeção primária. Todos eles têm a capacidade de ficarem latentes.
● Reactivação é mais provável durante períodos de imunodepressão. Todos eles têm capacidade de reativação, uma vez que ficam latentes, sendo que esta é mais provável nos períodos de imunodepressão.
● Tanto a infeção primária como a reativação da infecção latente são geralmente mais graves nos doentes imunodeprimidos
● Reservatório humano. Todos estes têm tropismo para o ser humano e causam doença no ser humano.

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2
Q

Vias de transmissão?

A

● HSV-1 - Secreções orais
– Seroprevalência geral principalmente determinada pelo estatuto sócio- económico e geralmente contato ocorre na infância
● HSV-2 - Secreções genitais, contacto próximo
– O principal determinante da seropositividade é o número de parceiros sexuais durante a vida.
● VZV - Via aérea (aerossóis) contacto próximo (um dos poucos agentes que se transmite por via aérea)
– Distribuição epidémica na infância (90% dos casos são em crianças com <13 anos) nas regiões temperadas; nas regiões tropicais mais frequente nos adultos.
● CMV - Secreções orais e genitais
– Infecção comum na infância, mas uma proporção significativa de mulheres em idade fértil susceptíveis; seroprevalência geral principalmente determinada pelo estatuto sócio-económico.
● EBV - Secreções orais
– Segundo pico de incidência no início da adolescência.

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3
Q

Vias de transmissão (2)?

A

● HHV-6 - Secreções orais
– Infecção comum na infância – pico de aquisição aos 2 anos
● HHV-7 - Secreções orais
– Infecção comum na infância – pico de aquisição aos 3 anos
● HHV-8 - Secreções orais e genitais
– MSM com SIDA têm a mais alta seroprevalência

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4
Q

Distribuição geográfica?

A

● Distribuição universal dos vírus herpes. Estes vírus distribuem-se por todo o globo, não têm áreas particulares de maior incidência, mas há algumas manifestações particulares de cada um destes vírus que estão associados a determinadas zonas do globo.
● Linfoma de Burkitt associado à infecção por EBV endémico na África tropical
● Carcinoma nasofaríngeo associado ao EBV é endémico no Japão e sul da China
● Varicela mais frequente em adultos de regiões tropicais

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5
Q

Latência?

A

● HSV-1 - Neurónio (gânglios trigémeos) logo a sua reativação mais comum é na área de inervação dependente destes gânglios
● HSV-2 - Neurónios (gânglios sagrados) por isso a reativação mais comummente também é na área genital ou na dependência de inervação por nervos ligados a estes gânglios sagrados
● VZV - Neurónios (gânglios das raízes dorsais, nervos torácicos e gânglios trigémeos) logo a reativação mais comum do VZV, conhecida por zona ou herpes-zoster ocorre frequentemente na dependência destes gânglios
● CMV - Monócitos, linfócitos e células epiteliais.
● EBV - Células B (células epiteliais da nasofarínge, e glândulas salivares submandibulares), isto vai explicar o seu envolvimento na patogénese de alguns linfomas
● HHV-6 e 7 - Células T
●HHV-8 - ?? Células T e B, células mononucleares

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6
Q

Vírus Herpes Simplex 1 e 2?

A

● Afecta geralmente a orofaringe e região genital. Orofaringe mais o HSV-1 e região genital mais o HSV-2, no entanto isto não é absolutamente exclusivo
● Geralmente o HSV-1 causa infecção acima da cintura e o HSV-2 abaixo da cintura
● Recorrência* após infecção primária
- 45% na infecção oral
- 60% na infecção genital
– Recorrências podem ser assintomáticas
● O número médio de episódios por ano é 1,6

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7
Q

HSV - Reactivação?

A

● Factores de risco:
o Stress psicológico ou físico
o Infeção – especialmente pneumocócica ou meningocócica
o Febre
o Irradiação (incluindo raios solares)
o Menstruação

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8
Q

HSV – Manifestações clínicas?

A

Estes vírus podem dar um grupo amplo de manifestações
● Gengivoestomatite aguda
- Manifestação habitual da infecção primária por HSV
- Dor e hemorragia gengival e úlceras orais com fundo necrótico
- Febre e adenopatias cervicais.
● Herpes labial são as reativações habituais do HSV-1
- Pródromo de 12h em que há parestesias que precedem o aparecimento das lesões e depois aparecem pápulas e vesículas na região labial
● Herpes genital
● Herpes ocular

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9
Q

HSV – Manifestações clínicas (2)?

A

● Outras formas de herpes cutâneo (eritema multiforme)

Clinicamente mais graves:
● Meningite (ex: Meningite linfocítica recorrente) (HSV-2 principalmente)
● Encefalite.
- HSV-1 quando atinge o SNC dá quadros graves com meningoencefalite, com grande morbimortalidade e que importa reconhecer rapidamente
● Infecções viscerais (ex: Esofagite, pneumonite, hepatite)
● Herpes neonatal

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10
Q

HSV – Meningoencefalite?

A

● Complicação mais grave da infeção por HSV
● Forma neonatal: envolvimento global do cérebro, letalidade~100%
● Doença focal: mais frequentemente o lobo temporal
- Forma de apresentação nas crianças e adultos
- Casos de provável reactivação
- Alta letalidade (~70%) sem tratamento
● Importância do diagnóstico precoce. É importante o tratamento precoce com aciclovir por via EV (iniciar mesmo antes de resultados laboratoriais)
● Diagnóstico por PCR-DNA HSV no LCR

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11
Q

Herpes neonatal?

A

– Pode implicar um atingimento grave do neonato.
– Quando acontece a infeção primária, quer com HSV-1 quer com HSV-2, no periparto o risco de transmissão é muito alto, 25-50%.
– No entanto, quando estamos a falar de uma reativação o risco de transmissão é inferior a 1%.
– Em ambas circunstâncias se houverem lesões ativas há indicação para realizar uma cesariana;
– No caso de ser uma primoinfeção da mãe (que ocorreu há pouco tempo) poderá estar indicada terapêutica antivírica na criança; no caso em que é uma reativação essa terapêutica não está indicada.

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12
Q

Vírus Varicella-zoster - Formas clínicas?

A
  • Infecção primária: Varicela
  • Infecção latente: persistência do vírus nos gânglios raquidianos, quer dorsais associados aos nervos torácicos, quer ao gânglio trigémio (latência clínica e virulógica durante anos)
  • Infecção recorrente: Herpes zoster ou zona. Associado à possibilidade de reativação.
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13
Q

Varicela - Transmissão?

A

● Elevada contagiosidade
– Taxa de ataque secundária >90% nos contactos susceptíveis.
– Contacto próximo
▪ Partículas respiratórias
▪ Contacto com lesões cutâneas (vesículas)
▪ 48 antes do aparecimento do exantema até desaparecimento das vesículas com formação de crostas (5-7 dias).
● Período de incubação: 14 dias (10-21 dias).

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14
Q

Varicela – Manifestações clínicas?

A

● Fase prodrómica: 1-2 dias, as tais 48h antes do aparecimento do exantema
– Mal-estar, anorexia, inquietude. As crianças ficam mais irritadiças e inquietas.
– Febre / febrícula.

● Fase eruptiva
– Exantema pruriginoso. Depois aparece o exantema, que é altamente pruriginoso.
– Febre
▪ 38-39,5ºC durante 3-5 dias, mais comum nos adultos. A febre também pode aparecer na fase eruptiva, mais comum nos adultos e pode durar até 3-5 dias após o aparecimento do exantema.

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15
Q

Varicela – Manifestações clínicas - Fase eruptiva?

A

● Início na face e tronco - generalização centrífuga. Habitualmente, o exantema tem uma progressão crânio-caudal, tipicamente começa pela cabeça e depois vai-se generalizar da cabeça para baixo e alastra do centro para a periferia.
● Ocorrência de surtos de novas lesões sucessivos
– Aparecem lesões sucessivas a cada 2-4 dias
– Presença de lesões em diferentes fases de evolução, isto é que é característico e permite-nos fazer o diagnóstico de varicela (simultaneamente máculo-pápulas, vesículas e crostas)
– Intensidade variável
– Evolução benigna habitual na criança
– Queda das crostas em 1-2 semanas
– Áreas despigmentadas ligeiramente escavadas. Habitualmente não ficam grandes cicatrizes na área das lesões, mas é preciso haver algum cuidado com a exposição solar das lesões porque podem ficar com pigmentação distinta.

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16
Q

Varicela – Característica clínica da infecção (hallmark)?

A

Presença de lesões em diferentes fases de evolução ao mesmo tempo é característico da varicela
- Crosta
- Vesícula
- Mácula / Pápula

17
Q

Varicela – Complicações?

A

Mais frequentes:
● Infeção cutânea secundária é o mais comum, habitualmente associado à inoculação, através da nossa barreira cutânea, devido às lesões de coceira.
– Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus
● Pneumonia da varicela e bacteriana. Pode haver pneumonia quer pelo próprio vírus quer bacteriana.
● Encefalite / ataxia cerebelosa aguda. Pode haver atingimento do SNC.
● Síndrome de Reye
● Manifestações hemorrágicas

18
Q

Varicela – Complicações - Neurológicas?

A

● Encefalite: 1-2 por 1000 casos de varicela. É relativamente raro.
- Vasculopatia que pode afectar pequenos e grandes vasos
- Febre, cefaleias, vómitos, alterações da consciência, convulsões. Vai dar um quadro típico de infeção do SNC. Tem uma letalidade alta.
- Evolução de 2 semanas
- Letalidade: 10%
- Sequelas: 15%
- Maior gravidade em imunodeprimidos
● Ataxia cerebelosa aguda: 1 por 400 casos de varicela até aos 15 anos.
- Início agudo 1-3 semanas após o exantema
- Febre, cefaleias, vómitos, ataxia, perturbações da fala, sinais meníngeos positivos, vertigem, tremor.
- LCR claro (não tem um aspeto turvo); pleocitose discreta; proteínorraquia elevada (80-100 mg/dl)
- Diagnóstico: identificação do vírus no LCR por PCR
- Resolução completa em 2 a 4 semanas

19
Q

Varicela – Complicações - Neurológicas (2)?

A

● Síndrome de Reye
- Aparecimento na fase terminal da doença
- Encefalopatia com degenerescência gorda do fígado
- Pode ser um quadro muito grave, mas felizmente é muito raro, sobretudo se não for utilizado o AAS e está contraindicado o seu uso na varicela (sem o seu uso é raríssimo acontecer).

20
Q

Varicela – Complicações - Hemorrágicas e Respiratórias?

A

● Varicela hemorrágica é uma situação gravíssima com um prognóstico terrível
● Púrpura trombocitopénica
● Diátese hemorrágica

● Pneumonia por vírus Varicella zoster
- Mais frequente em adultos (1/400 casos) e imunodeprimidos com elevada mortalidade associada (10-30%)
- Ocorrência entre o 3o e 5o dia de doença
- Evolução sub-clínica frequente
- Maior gravidade na grávida no 2o e 3o trimestres.
- Fatores de risco: tabagismo, imunossupressão, sexo masculino
● Pneumonia bacteriana
- Características clínicas e radiológicas idênticas às da pneumonia da comunidade
- Etiologia mais frequente: S. aureus, S. pneumoniae, H. influenza.

21
Q

Varicela no adulto?

A

● Maior gravidade
● Maior risco de complicações (pneumonia e complicações neurológicas)
● Maior letalidade: 23-29 por 100 000 casos (comparativamente com cerca de 1 por 100 000 casos nas crianças).

22
Q

Varicela no imunodeprimido?

A

● Maior morbilidade e mortalidade
– Exuberância das lesões, base hemorrágica. Lesões mais exuberantes e que demoram mais a cicatrizar.
– Cicatrização cerca de 3 vezes mais lenta
– Atingimento visceral frequente: 30 a 50%
. Pneumonia. O atingimento pulmonar (pneumonia por varicela) é bem mais comum no imunodeprimido.

● Maior incidência de complicações
▪ Infecção bacteriana secundária das lesões cutâneas
▪ Síndrome de choque tóxico estreptocócico
▪ Sépsis em neutropénicios

23
Q

Varicela Congénita?

A

● Varicela materna às 8 - 20 semanas de gestação
● Rara: A varicela congénita é relativamente rara, se houver uma varicela na gravidez as principais complicações são para a mãe e não para a criança, mas pode dar algumas malformações, a criança pode ficar com cicatrizes e outras alterações.
● Cicatrizes cutâneas
● Hipoplasia dos membros
● Alterações oculares (catarata, coriorretinite, microoftalmia)
● Alterações do SNC (atrofia cortical, convulsões, atraso de desenvolvimento)

24
Q

Varicela neonatal?

A

● Letalidade elevada: 25%
● Doença materna 5 dias antes do parto até 2 dias após
● A letalidade é elevada devido ao atingimento visceral frequente (pneumonia, hepatite e meningoencefalite)
● Varicela pós-natal (que não acontece logo no período peri parto) do 10º ao 28º dia de vida: habitualmente menos grave do que a neonatal
● Possibilidade de infecção nosocomial
● Maior risco de infecção em recém-nascido prematuros (transferência de anticorpos IgG maternos durante o 3º trimestre de gravidez

25
Q

Varicela - Prevenção?

A

$$ Imunização passiva : Através da administração de imunoglobulina específica para a varicela e isto deve ser feito em pessoas que sejam expostas à varicela e não tenham imunidade conhecida.
— IGVZ / VariZIG
- Imunodeprimidos (sobretudo se menos de 15 anos)
- Recém-nascidos expostos 5 dias antes do parto e até 2 dias após
- Grávidas

$$ Isolamento dos doentes
— Importante na prevenção da infecção nosocomial.
— Medidas de isolamento de via aérea (idêntico ao isolamento para sarampo e tuberculose)

$$ Imunização activa
— Vacina contra a varicela é uma vacina viva atenuada bastante imunogénica
- Estirpe Oka – vacina viva atenuada
- Imunogénica:
. seroconversão 89-100% em imunodeprimido; 94-100% em imunocompetentes
— Inócua