TVP Flashcards
(37 cards)
Qual a definição de Trombose Venosa Profunda (TVP) e quais são os seis pontos primários de origem dos trombos, anatomicamente?
TVP é a formação aguda de trombos no sistema venoso. Os seis pontos primários de origem são: Veia ilíaca, Veia femoral comum, Veia femoral profunda, Veia poplítea, Veia tibial posterior e Veias intramusculares da perna.
Qual a prevalência e impacto epidemiológico do Tromboembolismo Venoso (TEV) na população geral e no SUS, incluindo mortalidade por Embolia Pulmonar (EP)?
O TEV tem uma incidência de 1 a 3 casos por 1.000 habitantes/ano, sendo a 3ª doença cardiovascular mais comum. Causa 300.000 a 600.000 internações/ano nos EUA, com mortalidade anual por EP de 50.000 pessoas. No SUS, são 28.000 internações/ano devido ao TEV, com 15% de óbitos. EP representa 19,1% das necropsias (HCFM Botucatu).
Como a idade e o uso de hormônios (pílula anticoncepcional) influenciam a incidência de TEV, e qual a porcentagem de pacientes que desenvolvem TVP após cirurgias ortopédicas de joelho e quadril?
A incidência de TEV aumenta significativamente com a idade (30 casos/100.000/ano entre 25-35 anos vs. 300-500 casos/100.000/ano entre 70-79 anos). O uso de pílulas anticoncepcionais aumenta o risco de 3 a 10 vezes. De 33% a 62% dos pacientes desenvolvem TVP após cirurgias ortopédicas de joelho e quadril.
Quais são os tipos de trombofilias hereditárias e adquiridas mais prevalentes associadas ao TEV, e como o polimorfismo do Fator V Leiden se destaca?
As trombofilias hereditárias mais prevalentes incluem Resistência à proteína C ativada (Leiden) (30-60%), Mutação do gene protrombina G20210A (5-15%), Deficiência da antitrombina III (4-10%), Deficiência de proteína C (3-6%) e Deficiência de proteína S (5-15%). A Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide é uma causa adquirida importante.
Em que situações clínicas a suspeita de trombofilias deve ser levantada, e quais são os fatores de risco para TEV em pacientes com câncer?
Deve-se suspeitar de trombofilias em eventos trombóticos recorrentes, eventos trombóticos espontâneos, trombose neonatal inexplicável, antecedentes familiares e antecedentes obstétricos ruins. Em pacientes com câncer, fatores de risco para TEV podem ser relacionados ao paciente, ao tumor e ao tratamento.
Descreva os principais sintomas e sinais clínicos da TVP, incluindo os sinais de Pratt, Holmans e Bandeira.
Os sintomas da TVP incluem edema, dor, empastamento muscular, cianose e aumento da temperatura, com evolução de horas. Sinais incluem: Veias sentinelas de Pratt, Sinal de Holmans e Sinal da Bandeira.
Quais são os parâmetros e valores do Teste D-dímero para o diagnóstico de TEV, e como o Escore de Wells para TVP é utilizado na predição de probabilidade?
O Teste D-dímero é classificado como: Negativo (<350 ng/mL ou <0,50 mg/L FEU) e Positivo (≥500 ng/mL ou ≥0,50 mg/L FEU). O Escore de Wells para TVP prediz a probabilidade: <2 pontos (TVP improvável) e ≥2 pontos (TVP provável).
Compare a acurácia do Eco Doppler colorido na TVP de veias proximais e distais, e quais as sensibilidade e especificidade desse exame?
O Eco Doppler colorido tem maior acurácia para veias proximais e menor para veias distais e de membros superiores, assim como em pacientes assintomáticos. Sua sensibilidade é de 96% e especificidade de 98-100%.
Qual o ‘padrão ouro’ para o diagnóstico de TVP, suas características de invasividade e contraste, e qual a alternativa menos invasiva para diagnóstico de EP?
A Flebografia é o ‘padrão ouro’ para o diagnóstico de TVP, sendo um exame invasivo que utiliza contraste iodado. Para Embolia Pulmonar, a Cintilografia Pulmonar (com contraste radioativo) e a Angiotomografia (minimamente invasiva, com contraste iodado) são utilizadas.
Quais as medidas gerais de tratamento inicial para TVP?
As medidas gerais de tratamento inicial para TVP incluem repouso no leito, elevação dos membros (posição de Trendelenburg) e aplicação de calor local.
Explique a evolução histórica dos anticoagulantes desde a década de 1930 até 2008, conforme a ‘Pirâmide dos Anticoagulantes’.
A pirâmide mostra a evolução: 1930s: Heparinas não fracionadas. 1940s: Antagonistas da Vitamina K. 1980s: HBPM. 1990s: Inibidores diretos do fator IIa (parenteral). 2000s: Inibidores indiretos do fator Xa (parenteral). 2008: Inibidores diretos do fator IIa (oral) e Inibidores diretos do fator Xa (oral).
Destaque as características farmacológicas dos Anticoagulantes Orais Diretos (DOACs) como Dabigatrana, Apixabana e Edoxabana em relação à sua depuração, interação com alimentos e meia-vida de eliminação.
A Dabigatrana tem depuração renal predominante e é impactada por alimentos e IBP/antiácidos. O Apixabana tem depuração mista e não é impactado por alimentos. A Edoxabana tem depuração renal e não é impactada por alimentos. Suas meias-vidas de eliminação variam, influenciando a posologia.
Quais são os principais fatores de risco para sangramento maior em pacientes em uso de anticoagulantes, e como o score IMPROVE Bleeding avalia esse risco em 14 dias?
Fatores de risco para sangramento maior incluem história de sangramento nos 3 meses anteriores, plaquetas <30.000, idade >40 anos, TFG <30 mL/min, presença de úlcera péptica, cateter venoso central e doença hepática. O score IMPROVE Bleeding atribui pontos a esses fatores para estimar o risco de sangramento em 14 dias.
Descreva a conduta para TVP proximal não complicada com DOACs, especificando as doses e esquemas para Rivaroxabana e Apixaban.
Para TVP proximal não complicada, os DOACs são a primeira escolha. Rivaroxabana: 15mg 12/12h por 21 dias, seguido de 20mg 1x/dia do 22º dia em diante. Apixaban: 10mg 12/12h por 7 dias, seguido de 5mg 12/12h do 8º dia em diante.
Em casos graves de TEV, qual a conduta inicial de anticoagulação parenteral com Heparina Não Fracionada (HNF) e Enoxaparina, incluindo doses e monitoramento?
Em casos graves, é indicada internação e anticoagulação parenteral. HNF: 80 U/kg em bolus EV, seguido de 18 U/kg/h em bomba EV, com monitoramento de KPTT (1,5 a 2,5x normal) ou Anti Xa. Enoxaparina: 1mg/kg 12/12h SC, sem necessidade de monitorização, com dose máxima de 100mg SC 12/12h.
Quando a trombectomia aspirativa é indicada no tratamento de formas graves de TVP, e quais são os dispositivos utilizados?
A trombectomia aspirativa é indicada na ausência de resposta à heparina, sendo a primeira escolha em TVPs ilíaco-femorais em jovens. Deve-se manter a heparina parenteral. Dispositivos utilizados incluem Angiojet e Penumbra.
Descreva o regime de trombólise química para TVP grave, incluindo dose de t-PA e a importância da heparina concomitante e monitoramento.
A trombólise química é indicada na ausência de resposta em 24-48h à heparina, que deve ser mantida (KPTT 1,5-2x normal). O regime de t-PA para PA é 0,05-0,1 mg/kg/h; para r-tPA: 10 a 15mg em bolus 1mg/h. A heparina concomitante é para profilaxia de retrombose e trombose pericateter, mas aumenta o risco de sangramento.
Diferencie as gerações de fibrinolíticos, citando exemplos para cada uma.
Primeira geração: obtidas por métodos de purificação (ex: estreptoquinase, uroquinase). Segunda geração: maior especificidade pela fibrina, obtidas por DNA recombinante (ex: t-PA, scu-PA, APSAC). Terceira geração: meia-vida prolongada, permitindo administração em bolus (ex: reteplase, lanoteplase, monteplase, palmiteplase, estafiloquinase).
Quais são as contraindicações absolutas e relativas maiores para a fibrinólise no TEV?
Contraindicações absolutas incluem sangramento interno ativo, AVC hemorrágico (<2m), ou patologia intracraniana conhecida. Contraindicações relativas maiores incluem cirurgia/trauma importante recente (3 semanas), sangramento gastrointestinal recente, úlcera péptica ativa e hipertensão descontrolada.
Quais são as principais complicações da fibrinólise, e como deve ser manejado o sangramento grave?
A principal complicação é o sangramento, sendo o sangramento intracraniano fatal o mais importante. Em caso de sangramento, deve-se interromper a infusão e administrar Plasma Fresco Congelado ou Crioprecipitado. Não se deve usar antifibrinolítico. Reações alérgicas são raras.
No tratamento da TVP grave, qual o esquema de transição da heparinização para a anticoagulação oral com Varfarina?
Após heparinização ou procedimento, a anticoagulação oral com Varfarina segue o esquema 2:2:1:1:1 (5mg): 1º dia: Heparina; 2º e 3º dias: Heparina + 2 comp. de Warfarina; 4º e 5º dias: Heparina + 1 comp. de Warfarina (com ajuste pelo TAP/INR). Suspender heparina e dar alta se INR entre 2 e 3.
Quais são os principais grupos de alimentos que devem ser evitados por pacientes em uso de Varfarina, devido ao seu teor de vitamina K?
Alimentos com alto teor de vitamina K que devem ser evitados incluem: acelga, agrião, couve-flor, espinafre, figado, mostarda, pepino e repolho cru.
Como o Escore de Wells para Embolia Pulmonar (EP) auxilia na predição clínica e qual a probabilidade de EP para cada faixa de pontuação?
O Escore de Wells é um modelo de predição clínica para EP. Probabilidade: baixa (<2pts), moderada (2-6pts) e alta (>6pts).
O que o Escore PESI simplificado determina em pacientes com EP, e como ele é utilizado no pronto-socorro?
O Escore PESI simplificado determina o risco de mortalidade em 30 dias da EP. É mais fácil de usar no pronto-socorro. 0 pontos indicam baixo risco de complicações ou morte, enquanto ≥1 ponto indica alto risco.