Unidade 8 - Duas teorias do conhecimento Flashcards

1
Q

O que é a epistemologia?

A

A epistemologia é a área da filosofia que se dedica ao estudo dos problemas fundamentais relacionados com a “natureza do conhecimento”.

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2
Q

Como é que pode ser entendido o conhecimento?

A

O conhecimento pode ser entendido como uma relação entre um sujeito e um objeto, ou seja, uma relação entre aquele que conhece com aquilo que é conhecido.

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3
Q

Quantos tipos de conhecimentos existem e quais?

A

Pode existir 3 tipos de conhecimentos, sendo:

  • O conhecimento por contacto;
  • O conhecimento prático;
  • O conhecimento proposicional;
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4
Q

O que é o conhecimento por contacto?

A

O conhecimento por contacto é quando o nosso objeto de conhecimento é determinado quando estamos em contacto direto através dos nossos sentidos.

Exemplo: Ver uma cor, ouvir um som, etc…

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5
Q

O que é o conhecimento prático?

A

O conhecimento prático é quando o nosso objeto de conhecimento é uma dada atividade que sabemos executar corretamente.

Exemplo: Saber conduzir ou pilotar um avião.

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6
Q

O que é o conhecimento proposicional?

A

O conhecimento proposicional é quando o nosso objeto de conhecimento consiste numa proposição verdadeira acerca da realidade.

Exemplo: O Platão era grego; A Lua é um satélite natural da Terra;

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7
Q

Qual é o problema da definição de conhecimento proposicional?

A

O problema da definição de conhecimento proposicional pode ser explicado por:

Considerando que P é uma proposição e S um dado sujeito, em que condições S sabe que P?

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8
Q

O que é a definição tripartida de conhecimento?

A

A definição tripartida de conhecimento é uma das mais antiga tentativa de responder ao problema da definição do problema de conhecimento proposicional.

De acordo com a definição tripartida de conhecimento, S sabe P se e só se:

1- S acredita em P; (Crença)
2- P é verdade; (Verdade)
3- S tem uma justificação para acreditar em P; (Justificação)

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9
Q

Qual é a objeção à definição tripartida de conhecimeto?

A

Alguns autores consideração que a definição tripartida de conhecimento é demasiado abrangente, visto que há situações em que apesar de termos uma crença verdadeira justificada, e mesmo assim não termos conhecimento.

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10
Q

O que é o problema da possibilidade do conhecimento?

A

O problema da possibilidade do conhecimento é outro problema epistemológico e pode ser formulado como: “Será o conhecimento possível?”

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11
Q

O que é o Ceticismo?

A

O Ceticismo é uma perspetiva que considera que o conhecimento não é possível.

Como tal, devemos suspender o nosso juízo relativamente à verdade ou falsidade de qualquer proposição, visto que em geral, a nossa pretensão de que sabemos seja o que for não tem qualquer fundamento.

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12
Q

Qual é o argumento a favor do ceticismo e o que significa?

A

O argumento central a favor do ceticismo é o “argumento cético da regressão infinita” e significa que para justificarmos uma determinada crença, utilizamos outra crença e por sua vez essa também precisa de uma justificação e por ai sucessivamente. Logo, nunca há um “ponto final” nas justificações, e por isso mesmo, se não temos crenças justificadas o conhecimento não é possível.

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13
Q

O que é o Fundacionismo?

A

O fundacionismo é a resposta mais comum ao desafio levantado pelo ceticismo.

O fundacionismo afirma que há dois tipos de crenças, a crença básica e as crenças não básicas.

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14
Q

Qual é a diferença entre uma crença básica e uma crença não básica?

A

As crenças básicas são autoevidentes, ou seja, não podem ser postas em causas, visto que são tão evidentes que não precisam de justificações por outras crenças porque elas se justificam a si próprias.

Enquanto as crenças não básicas justificam-se como base de outras crenças.

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15
Q

Que tipos de fundacionistas é que existem e quais são?

A

Há dois tipos de fundacionistas.

  • Os racionalistas, que defendem que as crenças básicas provém da razão; e
  • Os empiristas, que defendem que as crenças básicas provêm da experiência.
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16
Q

Qual é a diferente entre o conhecimento a priori e o conhecimento a posteriori?

A

O conhecimento a priori é o conhecimento que pode ser adquirido apenas pelo pensamento, independentemente da experiência.

O conhecimento a posteriori é o conhecimento que não pode ser adquirido apenas pelo pensamento, necessita e só pode ser obtido pela experiência sensível.

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17
Q

Quem é René Descartes e que estrategia adotou?

A

René Descartes era um racionalista e a estrategia que Descartes utilizou para obter um conhecimento seguro e indubitável foi o método da “dúvida metódica”

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18
Q

O que é o método da Dúvida Metódica?

A

A dúvida metódica foi a estrategia de Descartes para comprovar que o ceticismo estava errado e o método da dúvida metódica resume-se a duvidar de tudo e mais alguma coisa. Seja da ilusão dos sentidos; a indistinção vigília-sono; os erros de raciocínio; e a hipótese do gênio maligno.

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19
Q

Qual foi a conclusão do método da dúvida metódica de Descartes?

A

A conclusão do método da dúvida metódica é que há algo que podemos saber com toda a certeza absoluta: “Penso, logo existo” (o cogito).

Logo a descoberta do cogito, é o triunfo sobre o ceticismo, adotando então como critério de verdade a clareza e a distinção.

20
Q

O que significa o critério de verdade de Descartes?

A

O critério de verdade de Descartes afirma que só devemos considerar verdadeiro aquilo que (à semelhança do cogito) concebemos de forma absolutamente clara e distinta.

Cogito: “Penso, logo exiso”

21
Q

Após Descartes definir o critério de verdade, o mesmo formula vários tipos de ideias, quantas e quais são?

A

Descartes formula 3 tipos de ideias:

  • Ideias adventícias;
  • Ideias factícias; e
  • Ideias inatas.
22
Q

O que são as ideias adventícias formuladas por Descartes?

A

As ideias adventícias são as ideias que não dependem da nossa vontade e parecem ser causadas por objetos físicos exteriores à mente.

Exemplo: Ouvir um ruído, ver o sol, sentir o calor do fogo…

23
Q

O que são as ideias factícias formuladas por Descartes?

A

As ideias factícias são as ideias inventadas pela nossa vontade e imaginação a partir de outras ideias.

Exemplo: sereias, unicórnios, centauros,

24
Q

O que são as ideias inatas formuladas por Descartes?

A

As ideias inatas são as ideias que não parecem ser causadas por objetos físicos exteriores à mente e não dependem da nossa vontade, ou seja não são frutos da nossa imaginação. As ideias inatas dependem apenas da nossa capacidade de pensar.

Exemplo: Correspondem a conceitos matemáticos - como o conceito de número, triângulo, círculo, etc… - e a conceitos metafísicos - como o conceito de substância, verdade, Deus.

25
Q

Qual é a ideia que se distingue entre as várias ideias de Descartes?

A

Das várias ideias de Descartes a ideia que se distingue é: a ideia de Deus, ou de um ser perfeito.

26
Q

Qual é o argumento que Descartes utiliza para provar que Deus existe?

A

Descartes utiliza o “argumento da marca” para provar a existência de Deus.

O argumento da marca afirma que Deus colocou uma espécie de “assinatura” ou de marca no momento de criação por ser um ser perfeito.

27
Q

Quais são as objeções ao racionalismo?

A

As principais objeções ao racionalismo são:

  • A objeção aos argumentos baseados em cenários céticos;
  • A objeção ao cogito;
  • As objeções ao argumento da marca;
  • Objeção do círculo cartesiano;
28
Q

O que é a objeção ao cogito contra o racionalismo?

A

Alguns autores consideram que o cogito não é algo absolutamente certo e indubitável, visto que não havia condições de afirmar que havia um “Eu”, isto é, uma única pessoa em que aqueles pensamentos podiam pertencer. Esses pensamentos podiam ser simplesmente coisas que acontecem no mundo, tal como as trovoadas.

29
Q

O que é a objeção ao argumento da marca contra o racionalismo?

A

O argumento da marca é alvo de várias objeções, tais como:

  1. Não podemos compreender a perfeição de Deus;
  2. Duvidar é mais perfeito do que saber;
  3. Causas mais simples podem originar coisas mais complexas;
  4. Podemos formar a ideia de perfeito por oposição á ideia de imperfeito, sem que isso implique a existência de um ser perfeito.
30
Q

O que é a objeção do círculo cartesiano contra o racionalismo?

A

A objeção do círculo cartesiano consiste na acusação que Descartes incorre numa petição de princípio, visto que para estabelecer a existência de Deus racionalizando a partir de ideias claras e distintas, mas admite que só podemos estar certos que as nossas ideias claras e distintas são verdadeiras porque Deus existe.

31
Q

Quem é David Hume e que estrategia adotou?

A

David Hume é um empirista e adotou o estatuto de crenças básicas às crenças que provém da nossa experiência sensível imediata.

Exemplo: “Estou neste momento a ter uma experiência da cor azul”

32
Q

Para Hume as percepções (o conteúdo das nossas mentes) podem ser de quantos tipos e quais?

A

Há dois tipos de percepções:

  • As impressões: são os dados da nossa experiência imediata, como ter a experiência da cor azul, ter uma dor de dentes, sentir calor, etc…
  • As ideias: que são cópias enfraquecidas das impressões, tal como recordar da cor azul, da dor de dentes ou do sentimento de calor.
33
Q

As ideias, segundo Hume, podem ser divididas de quantas formas e quais?

A

Segundo Hume, as ideias podem ser divididas em duas formas:

  • Ideias simples, que correspondem a impressões simples (que não podem ser decompostas) como por exemplo, a cor azul.
  • Ideias complexas, que correspondem à combinação de duas ou mais ideias simples, como, por exemplo, uma bola azul.
34
Q

As ideias complexas podem ter que origens, segundo Hume?

A

As ideias complexas podem ter origem na:

  • Memória: é quando têm a mesma configuração que tinham na experiência;
  • Imaginação: é quando podem aparecer juntas duas ideias que na experiência estavam separadas, como acontece, por exemplo, com a ideia de sereia.
35
Q

O que é o princípio de cópia, segundo Hume?

A

De acordo com Hume, o princípio de cópia afirma que todas as ideias são, direta ou indiretamente, cópias de impressões.

36
Q

Que argumento Hume utilizou para justificar o princípio de cópia?

A

Hume utilizou o “argumento do cego de nascença” para justificar o princípio de cópia.

O argumento afirma que, se as ideias não são cópias das impressões então é possível um cego de nascença ter a ideia da cor azul, contudo o cego não pode ter essa ideia, logo as ideias são cópias das impressões.

37
Q

Hume, reduz todo o conhecimento humano a dois tipos, quais e o que significam?

A

Humo reduz o conhecimento humano em dois tipo, sendo:

  • As relações de ideias: que correspondem ao tipo de conhecimento que pode ser obtido apenas mediante a análise do significado dos conceitos envolvidos.
  • As questões de facto: que correspondem ao tipo de conhecimento que só pode ser obtido diretamente através das impressões, ou seja, da experiência, e que nos fornece informação verdadeira acerca do mundo.
38
Q

Qual é a diferença da perspetiva de Hume com a de Descartes?

A

A diferença de perspetiva de Hume é que ele afirma que o conhecimento acerca do mundo tem necessariamente de ter um fundamento a posteriori, ao contrario de Descartes que acreditava na possibilidade de haver conhecimento a priori acerca do mundo.

39
Q

Hume, considera que há 3 princípios de associação de ideias, quais são e o que significam?

A

Há 3 princípios de associação de ideias, sendo:

  • A semelhança: consiste na associação de duas ideias que são de algum modo parecidas. Exemplo: de um retrato e da pessoa retratada.
  • A contiguidade: consiste na associação de duas ideias que correspondem a coisas ou acontecimento contíguos no espaço ou no tempo. Exemplo: se é costume jantar depois do pôr-do-sol, é natural pensar em comida cada vez que o sol se põe.
  • A causalidade: consiste na relação causa-efeito, sempre que acontece algo, é normal pensarmos nos efeitos. Exemplo: se pensarmos em uma ferida, é natural pensar na dor que a mesma causará.
40
Q

Quando é que ocorre uma relação causal, ou conexão necessária, entre dois acontecimentos?

A

Existe uma relação causal, ou uma conexão necessária, entre dois acontecimentos quando a ocorrência de um deles torna necessária que ocorra o outro acontecimento.

41
Q

O que é o ceticismo mitigado (ou moderado)?

A

O ceticismo mitigado (ou moderado) é a filosofia final de Hume em relação à natureza do conhecimento, pois apesar não ter forma de justificar racionalmente a crença “a indução é fiável” e “existe um mundo exterior às nossas mentes”, Hume considera que não podemos viver sem assumir que essas crenças são verdadeiras.

42
Q

Quais são as objeções contra o empirismo de Hume?

A

Hume, enfrenta 3 grandes objeções contra o empirismo.

  • O contraexemplo do tom de azul desconhecido;
  • Objeção à conceção humeana de causalidade;
  • Objeção baseada na argumentação a favor da melhor explicação;
43
Q

O que é a objeção do “O contraexemplo do tom de azul desconhecido” contra o empirismo de Hume?

A

A objeção do “O contraexemplo do tom de azul desconhecido” contra o empirismo de Hume, é o exemplo que se tivermos cartões com várias tonalidades da cor azul, do mais escuro para o mais claro, e se tirarmos um desses cartões, é possível saber a ausência desse tom mesmo que nunca tenha vivenciado a experiência desse tom de azul.

Logo, todas as nossas ideias não dependem das cópias de impressões.

44
Q

O que é a “Objeção à conceção humeana de causalidade” contra o empirismo de Hume?

A

A “Objeção à conceção humeana de causalidade” contra o empirismo de Hume explica que a causalidade entre dois acontecimentos não é uma condição suficiente nem necessária, visto que:

Não é suficiente, porque existem acontecimentos que sucedem constantemente sem que sejam causa um do outro. Exemplo: O dia e a noite.

Não é necessária, porque existem acontecimentos que se encontram numa relação, embora não surjam constantemente associados. Como acontece quando se trata da primeira ocorrência da mesma. Exemplo: A origem do universo.

45
Q

O que é a “Objeção baseada na argumentação a favor da melhor explicação” contra o empirismo de Hume?

A

A “Objeção baseada na argumentação a favor da melhor explicação” contra o empirismo de Hume, consiste que a sua ideia de “fundamento racional” (ou racionalmente justificável) é demasiado restrita.

Para Hume nenhuma crença está racionalmente justificada, a menos que exista uma prova definitiva da sua verdade. Contudo para Russel, pode ser racional acreditar numa crença, mesmo na ausência deste tipo de prova, pois pode simplesmente acontecer de entre as alternativas disponíveis para explicar a nossa experiência, exista uma hipótese mais plausível do que todas as outras.

Esse argumento é conhecido por “argumentação a favor da melhor explicação”

46
Q

De acordo com Hume, as nossas expectativas acerca da regularidades futura devem-se ao que?

A

De acordo com Hume, as nossas expectativas acerca da regularidades futura devem-se aos hábitos ou ao costume.