Choque Flashcards
Choque obstrutivo
Desordem da pós carga => dificuldade da saída de sangue
Causas choque obstrutivo
TEP maciço (maciço = choque circulatório)
Tamponamento cardíaco (câmaras direitas)
Pneumotórax hipertensivo
Fisiopatologia TEP maciço
Trombo geralmente em membro inferior ou pelve que se desloca até os pulmões
Tríade de Virchow: hipercoagulabilidade, estase venosa e alterações vasculares => probabilidade de trombose
* Estase venosa: insuficiência cardíaca, obesidade imobilidade, pós-operatório, trauma, gestação, neoplasia
* Hipercoagulabilidade: trombofilias, contraceptivos hormonais, reposição hormonal, pós-operatório, trauma, gestação, neoplasia, SAF
* Anormalidade nos vasos: vasculites, neoplasia, SAF
Sintomas e sintomas TEP maciço
Dispneia (tem ventilação, mas não tem perfusão)
* Dor torácica ventilatório-dependente
* Tosse
* Dor na perna
* Síncope
* Dor anginosa
Sinais
* Taquipneia
* Crepitações pulmonares
* Hipóxia
* Taquicardia
* Sinais clínicos e trombose venosa profunda (ex: edema)
Diagnóstico TEP maciço
Gasometria arterial
* Maioria com TEP tem hipoxemia (ventila, mas não perfunde) e hipocapnia
* Embora ausência de hipoxemia não exclui TEP, é um parâmetro pertinente para avaliar a gravidade do paciente
* **aumento da câmera direita => hipertensão pulmonar (dilata e fica disfuncional)
ECG
* Padrão mais frequente com ECG normal
* Padrão alterado mais comum é a taquicardia pulmonar
* Padrão S1Q3T3 não necessariamente é TEP (6-15% dos casos) => rotação do vetor do coração de modo a visualizar mais câmaras direitas (pode ocorrer normalmente em alguns indivíduos, não é patognomônico), mas pode sugerir sobrecarga direita
Radiografia de tórax
* Achados mais comuns são atelectasias laminares nas bases, elevação da cúpula diafragmática e derrame pleural (geralmente pequena)
Sinais clássicos
* Sinal de Westermark: Oligoemia (menos fluxo sanguíneo) regional (não dá pra ver trama vascular do pulmão)
* Sinal de Fleischner: Aumento das artérias pulmonares
* Cunha de Hampton: Opacidade/hipotransparência triangular na base pleural => infarto pulmonar (pode ser pneumonia)
D-dímero
* Produto da degradação de fibrina e marcador de fibrinólise
* Marcador muito sensível (95%), mas pouco específico
* Valor preditivo negativo alto (uso para exclusão, se der baixo/negativo, já exclui)
* Aumentado em outras causas: pós-operatório, gestação, câncer, doença renal crônica, sepse, etc
* Utilidade: Afastar TEP em casos de baixa probabilidade
Cintilografia
* Administrado por radiotraçador para avaliar perfusão pulmonar (e áreas de falhas perfusionais sugestivas de TEP) pareada a administração de um radiomarcador de ventilação
US de membros inferiores (Doppler)
* Pesquisa de TVP (se aparecer confirma TEP)
Ecocardiograma
Escore de Wells
* Probabilidade de ter TVP/TEP ou não
OBS: TVP: doppler
Tratamento para TVP e TEP: anticoagulante
TEP maciço/instabilidade hemodinâmica: trombolítico
Tamponamento cardíaco
Derrame com restrição diastólica nas câmaras direitas
Tríade de Beck
* Hipofonese de bulhas
* Turgência jugular a 45º (aumento dentro do átrio direito)
* Hipotensão arterial
Pneumotórax hipertensivo
Ar entre as duas camadas da pleura => empurra mediastino => empurra vasos da base => angulação dos vasos => dificulta passagem de sangue mesmo com pressão
Choque distributivo
Redução da resistência vascular sistêmica
Séptico, anafilático, neurogênico
Choque anafilático
Reação de hipersensibilidade potencialmente grave mediada por imunoglobulinas (IgE e IgG) após exposição a um antígenos em pessoas previamente sensibilizadas
Manifestações surgem cerca de 5-30 min após exposição , mas podem surgir até horas depois dependendo da via de exposição
Manifestações clínicas
* Vias aéreas: congestão e prurido nasal, estridor, edema de laringe e orofaringe, disfonia, rouquidão, tosse, dispneia, taquipneia, sibilância, sensação de aperto no peito, utilização de musculatura acessória e cianose
* Alterações cardiovasculares: lipotimia (sensação de desmaio) e palpitações. São frequentes, no choque anafilático, o desenvolvimento de taquicardia, arritmias e distúrbios da condução, anormalidades da onda T, hipotensão e isquemia miocárdica
* Manifestações cutâneas: eritema maculopapular, prurido, urticária, angioedema e diaforese
Choque neurogênico
Lesão SNC (medular) => perda do tônus simpático=> vasodilatação acentuada e hipotensão arterial
Choque séptico
Sepse: disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção
Choque séptico: sepse com acometimento circulatório importante no qual persiste hipotensão arterial, apesar da ressuscitação volêmica adequada, requerendo vasopressores para manutenção de PAM ≥ 65 mmHg e com lactato sérico > 2 mmol/L (18 mg/dL)
SOFA >/2 ( avaliação dos principais sistemas: respiratório, coagulação, hepático, cardiovascular, SNC, renal)
qSOFA ≥ 2 (mais rápido, beira leito, de risco)
* FR ≥ 22 irpm
* PAS ≤ 100 mmHg
* Alteração do nível de consciência (Glasgow < 15)
Suspeita de infecção + ≥ 2 sinais de SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica)
SIRS:
* Temperatura > 38,3°C ou < 36,0°C (Temperatura central);
* FC > 90 bpm;
* FR > 20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica;
Leucócitos > 12.000/mm ou < 4.000/mm ou > 10% de formas imaturas
Choque hipovolêmico
Desordem da pré-carga
Fisiopatologia
Débito Cardíaco = Volume sistólico x FC
Volume sistólico depende
* Pré-carga
* Inotropismo
* Pós-carga
Tipos
Hipovolêmicos
* Hemorrágico
Cardiogênico
* Problema no coração, na bomba
* Lesão direta, IAM, ruptura de válvula, etc
* Caso de pessoas afogadas => ausência de O2
Obstrutivo
* Causa extrínseca => tamponamento, pneumotórax, etc
Distributivo
* Neurogênico => choque medular, ressecção do SNS
Perde tônus, vasodilatação => perde pressão, perfusão
- Anafilático
Alergias (hipersensibilidade)
Inflamação disseminada => aumenta permeabilidade => extravasamento de líquido para o terceiro espaço => alteração do volume vascular - Séptico
Origem infecciosa
Lembrar
- Definido pela má perfusão tecidual, independente da causa
- Fluxo sanguíneo inadequado para suprir as necessidades celulares
- Denominador comum de todos os tipos de choque é a redução da pressão de enchimento capilar => desequilíbrio entre demanda de O2 e nutrientes => acúmulo de metabólitos de excreção celular como CO2 por insuficiência de remoção
- Apesar da hipoperfusão não necessariamente irá cursar com hipotensão arterial e débito cardíaco diminuído
Choque hipovolêmico
Redução do volume sanguíneo (hipovolemia)
Tipo mais frequente
Pode ser por hemorragia => tipo mais frequente => perda de eritrócitos e plasma ou perda isolada de plasma
Queda de PEC ou pressão hidrostática
Pode ser por hemorragia externa (traumas, etc) ou interna (úlcera perfurada)
Recuperação da perfusão
Ativação simpática
* Contração das arteríolas => aumenta resistência vascular periférica (RVP)
* Contração das veias => aumenta retorno venoso => aumenta pré-carga
* Efeitos cardíacos diretos => aumento da FC (efeito cronotrópico positivo), aumento da força de contração (efeito inotrópico positivo)
Tais efeitos contribuem para o aumento da PA (DC x RVP)
DC = DS (débito sistólico) x FC
DS: volume de sangue ejetado a cada batimento cardíaco => sofre influência da contratilidade cardíaca e do retorno venoso
Pode ser facilmente diagnosticados caso haja sinais claros de instabilidade hemodinâmica ou se perda de sangue for evidente
Caso contrário pode ser confundido com outro tipo de choque ou nem ser diagnosticado como choque