Aula 4 P3 Flashcards

(10 cards)

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Q

🦴 OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE

A

Ótimo, Caio! Vamos para a explicação completa e aprofundada dos slides sobre osteopenia e osteoporose, seguindo rigorosamente o que está escrito, com base principalmente no Robbins & Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.), além de outros autores de referência em fisiopatologia óssea.

🦴 OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE

🔹 Osteopenia
• Definição: É a redução da massa óssea, mas ainda não em grau suficiente para ser considerada osteoporose.
• Critério densitométrico: Densidade mineral óssea (DMO) entre -1,0 a -2,5 desvios-padrão (DP) abaixo da média de adultos jovens (T-score entre -1,0 e -2,5).
• O padrão-ouro para medir DMO é a densitometria óssea (DXA).
• O termo “osteopenia” é descritivo, não um diagnóstico clínico completo. Serve como marcador de risco futuro.

🔹 Osteoporose
• Definição: Redução da massa óssea suficiente para comprometer a resistência óssea, aumentando significativamente o risco de fratura.
• Critério densitométrico: Densidade óssea abaixo de 2,5 desvios-padrão da média de adultos jovens (T-score ≤ -2,5).
• Mesmo com valores menores que esse, o diagnóstico também pode ser feito se houver fratura por fragilidade, mesmo com T-score acima de -2,5.
• O osso na osteoporose apresenta estrutura histológica normal, mas quantidade diminuída.

📊 CATEGORIAS DE OSTEOPOROSE

🔸 Primária
1. Idiopática: Quando não se identifica causa específica.
2. Pós-menopausa:
• A perda de estrogênio pós-menopausa leva à aumento da reabsorção óssea via ativação dos osteoclastos.
• Estrogênio regula RANKL, que ativa osteoclastos – na ausência de estrogênio, RANKL é mais expresso.
3. Senil:
• Associada ao envelhecimento, com redução da replicação de células osteoprogenitoras, da atividade dos osteoblastos e da absorção de cálcio.

🔸 Secundária

Decorre de condições clínicas subjacentes:
• Doenças endócrinas: Ex. hipercortisolismo (síndrome de Cushing), hipertireoidismo, hiperparatireoidismo.
• Doenças gastrointestinais: Ex. doença celíaca, má absorção intestinal, cirurgias bariátricas.
• Fármacos: Ex. corticosteroides (mais clássico), anticonvulsivantes, heparina, quimioterápicos.
• Outros: alcoolismo, tabagismo, doenças hepáticas e renais crônicas.

🧬 PATOGÊNESE

Fatores Determinantes
1. Idade:
• Com o envelhecimento, há queda na atividade osteoblástica e aumento relativo da osteoclástica.
2. Atividade física:
• O estímulo mecânico promove remodelação óssea. Sedentarismo leva à perda óssea.
3. Fatores genéticos:
• Herança influencia massa óssea máxima (“peak bone mass”).
• Polimorfismos em genes como do receptor de vitamina D e colágeno tipo I.
4. Cálcio:
• A ingestão e absorção inadequadas, especialmente na juventude, impedem o alcance da massa óssea ideal.
5. Hormônios:
• Estrogênio (fator mais importante nas mulheres): inibe apoptose de osteoblastos e estimula a apoptose de osteoclastos.
• Paratormônio, vitamina D e cortisol também têm papel crítico.

🔍 Esquema de Robbins
• Menopausa:
• Redução do estrogênio → ↑ IL-1, IL-6 e TNF → ↑ expressão de RANK e RANKL → ↑ osteoclastos → reabsorção óssea.
• Aging (idade):
• Redução da atividade replicativa e sintética dos osteoblastos.
• ↓ fatores de crescimento ligados à matriz.
• Menor atividade física → menor estímulo osteoblástico.

🧠 MORFOLOGIA

🔹 Distribuição
• A perda óssea ocorre mais em ossos com maior proporção de osso trabecular:
• Vértebras: fraturas por compressão.
• Colo femoral: fraturas de quadril, risco de morbimortalidade elevado.

🔹 Microscopia
• Osso microscopicamente normal, ou seja, a estrutura da matriz não está alterada.
• O problema está na quantidade: redução do número e da espessura das trabéculas ósseas → osso se torna mais frágil.
• Imagens histológicas mostram espaços aumentados e adelgaçamento trabecular.

🩺 CLÍNICA
• Fratura de colo femoral: comum em idosos, pode causar imobilização prolongada, trombose, pneumonia e óbito.
• Fratura de vértebras torácicas e lombares: causa dor crônica, perda de estatura e deformidades da coluna.
• Lordose e Cifoescoliose: alterações posturais secundárias às fraturas vertebrais.
• Densitometria óssea (DXA): exame de escolha para diagnóstico e monitoramento. Avalia principalmente coluna lombar e quadril.
• TC Quantitativa (QCT): alternativa para medir densidade mineral óssea, especialmente útil em pacientes com alterações degenerativas na coluna.

Se quiser, posso agora montar questões de revisão estilo PUCRS com gabarito comentado. Quer que eu siga com isso?

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Q

🦴 RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA

A

Perfeito, Caio! Agora vamos para a explicação completa dos slides sobre Raquitismo e Osteomalácia, com base nas principais referências, especialmente o Robbins & Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.). Abaixo está tudo o que tu precisa saber com profundidade:

🦴 RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA

🔹 DEFINIÇÕES GERAIS

Raquitismo
• Doença infantil causada por deficiência de vitamina D, levando a formação de matriz osteoide sem adequada mineralização.
• Isso ocorre antes do fechamento das cartilagens de crescimento (fise epifisária), o que resulta em deformidades esqueléticas, especialmente nos ossos longos e crânio.

Osteomalácia
• Ocorre em adultos, após o fechamento das cartilagens de crescimento.
• Também decorre da deficiência de vitamina D (ou fosfato) → resulta em acúmulo de matriz osteoide não mineralizada, levando à fraqueza óssea e tendência a fraturas, porém sem deformidades esqueléticas severas como no raquitismo.

🧠 RAQUITISMO – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
1. Anormalidades cranianas
• Deformações ósseas do crânio causadas por mineralização deficiente.
2. Craniotabes
• Áreas do osso craniano que se tornam finas e deprimíveis ao toque, como uma “bola de pingue-pongue”.
• É um dos primeiros sinais clínicos.
3. Bossa frontal
• Protuberância óssea visível da testa, formando aspecto “quadrado” do crânio.
4. Rosário raquítico
• Protuberâncias visíveis nas junções costocondrais, causadas pelo crescimento compensatório das cartilagens costais.
• Muito característico, como mostrado na imagem do slide.
5. Deformidade em peito de pombo
• Proeminência esternal causada pela projeção anterior do esterno, secundária ao aumento da pressão torácica pela fraqueza da caixa torácica.
6. Lordose lombar
• Exagero da curvatura lombar da coluna, como compensação postural frente às alterações pélvicas e das pernas.
7. Pernas arqueadas
• Uma das deformidades mais clássicas.
• Ocorre devido à incapacidade dos ossos das pernas sustentarem o peso corporal corretamente por falta de rigidez.

🔍 OSTEOMALÁCIA – CARACTERÍSTICAS
1. Ossos de contornos normais
• Como a osteomalácia afeta adultos, não há deformidades ósseas grosseiras como no raquitismo.
• O problema é a fraqueza estrutural do osso.
2. Maior vulnerabilidade a fraturas
• Os ossos ficam frágeis, mesmo mantendo sua forma externa.
3. Microfraturas
• Fissuras microscópicas que podem ser assintomáticas ou causarem dor difusa nos ossos.
4. Fraturas clinicamente manifestas
• Principalmente após pequenos traumas, podem ocorrer em locais com alta carga, como quadril e coluna.
5. Comprometimento de corpos vertebrais
• Pode levar à dor lombar crônica e achatamento dos corpos vertebrais.
6. Comprometimento do colo femoral
• O local mais comum de fratura clínica na osteomalácia.
• Alta morbidade e risco de limitação funcional.

🔬 FISIOPATOLOGIA BÁSICA
• A vitamina D é essencial para a absorção intestinal de cálcio e fosfato.
• Sua deficiência gera hipocalcemia, que estimula o paratormônio (PTH) → isso piora a perda óssea e o quadro clínico.
• No raquitismo, isso afeta ossos em crescimento; na osteomalácia, leva a acúmulo de matriz osteoide não mineralizada nos ossos já formados.

Se quiser, posso montar agora duas questões PUCRS estilo prova para esse tema, com gabarito comentado. Quer que eu siga com isso?

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Q

🧠 HIPERPARATIREOIDISMO

A

Perfeito, Caio! Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática do slide sobre Hiperparatireoidismo, cobrindo cada item com base no Robbins & Cotran – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.) e outros textos fundamentais de patologia médica.

🧠 HIPERPARATIREOIDISMO

🔹 CAUSAS

  1. Hiperparatireoidismo Primário
    • Ocorre por produção autônoma excessiva de PTH (paratormônio) pelas glândulas paratireoides.
    • Principais causas:
    • Adenoma de paratireoide (85-95% dos casos).
    • Hiperplasia paratireoidiana.
    • Carcinoma de paratireoide (raro).
    • Efeito: Aumento da reabsorção óssea, reabsorção tubular de cálcio, e ativação da vitamina D → hipercalcemia.
  2. Hiperparatireoidismo Secundário
    • Ocorre por hipocalcemia crônica, geralmente devido a:
    • Doença renal crônica (principal causa): perda da função renal → ↓ ativação da vitamina D → ↓ absorção de cálcio.
    • Má absorção intestinal.
    • Deficiência de vitamina D.
    • A hipocalcemia estimula cronicamente as paratireoides a produzir mais PTH → hiperplasia paratireoidiana compensatória.

🔸 CONSEQUÊNCIAS ÓSSEAS

🦴 Osteoporose
• PTH estimula osteoclastos indiretamente, aumentando a reabsorção óssea e levando à perda progressiva de massa óssea → predisposição a fraturas.
• A perda é especialmente significativa em osso cortical, como vértebras e ossos longos.

🟤 Tumor marrom do hiperparatireoidismo
• Não é um tumor verdadeiro (neoplasia), mas uma lesão reativa.
• Ocorre devido a:
• Hemorragia + fibrose + proliferação de células gigantes multinucleadas.
• Cor marrom → devido à hemossiderina de sangramentos prévios.
• Pode simular neoplasias ósseas em exames de imagem, mas é reversível com o tratamento do hiperparatireoidismo.

🦴 Osteíte fibrosa cística generalizada
• Também chamada de doença óssea de von Recklinghausen (não confundir com neurofibromatose tipo I!).
• Representa o estágio mais grave e avançado das lesões ósseas no hiperparatireoidismo.
• Características:
• Reabsorção óssea intensa, especialmente subperióstica.
• Formação de espaços císticos no osso, preenchidos por tecido fibroso e células gigantes (macrófagos e osteoclastos).
• Pode coexistir com tumores marrons.
• Importante diferencial com osteoporose, pois na osteíte há também fibrose medular e alterações estruturais mais agressivas.

🧫 IMAGEM DO SLIDE

A imagem mostra um osso com lesão extensa, marrom-avermelhada, típica de tumor marrom do hiperparatireoidismo. O aspecto esponjoso e hemorrágico é resultado de:
• Reabsorção óssea intensa.
• Substituição da medular por tecido fibroso e sangramentos prévios.
• Acúmulo de células gigantes e produtos de degradação do sangue (como hemossiderina).

⚠️ RESUMO ESSENCIAL PARA PROVA
• Hiperparatireoidismo primário → hipercalcemia.
• Hiperparatireoidismo secundário → hipocalcemia persistente.
• Complicações ósseas:
• Osteoporose.
• Tumor marrom (lesão reacional com células gigantes e hemossiderina).
• Osteíte fibrosa cística (forma severa com fibrose medular e cistos ósseos).
• Tudo isso é mediado pela ação excessiva de PTH, que estimula osteoclastos e causa destruição óssea.

Se quiser, posso seguir com duas questões PUCRS sobre isso agora. Posso mandar?

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Q

🧠 OSTEODISTROFIA RENAL

A

Excelente, Caio. Agora vamos para a explicação completa, profunda e didática dos slides sobre Osteodistrofia Renal, utilizando como base principal o Robbins & Cotran – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.), além de fisiopatologia básica.

🧠 OSTEODISTROFIA RENAL

🔹 Definição
• Conjunto de alterações ósseas secundárias à insuficiência renal crônica (IRC).
• Ocorrem por distúrbios na homeostase do cálcio, fosfato, PTH e vitamina D, além de alterações no metabolismo ósseo.
• Termo guarda-chuva que inclui várias manifestações clínicas e histológicas.

🔬 PATOGÊNESE

  1. Disfunção tubular → acidose metabólica
    • A acidose crônica da IRC aumenta a solubilidade da hidroxiapatita, levando à dissolução do osso mineralizado.
    • Isso contribui para osteopenia (redução da densidade óssea).
  2. Disfunção tubular e glomerular → hipofosfatemia e hipocalcemia
    • A retenção de fosfato (hiperfosfatemia) inibe a ativação da vitamina D (1,25(OH)₂D).
    • Isso reduz a absorção intestinal de cálcio → hipocalcemia.
    • A hipocalcemia estimula a produção de PTH → hiperparatireoidismo secundário.
    • O PTH elevado causa reabsorção óssea aumentada, com possível evolução para osteíte fibrosa.
  3. Redução de substâncias renais reguladoras

A insuficiência renal reduz a produção de:
• Vitamina D ativa (1,25 OH₂ D₃) → reduz absorção de cálcio.
• BMP-7 (bone morphogenetic protein 7) → importante para a osteogênese.
• FGF-23 (fibroblast growth factor 23) → regula o fosfato e a vitamina D.
• Klotho: cofator do FGF-23 e modulador de envelhecimento e homeostase mineral.
• Resultado: mineralização óssea deficiente e osteomalácia.

🧬 ESQUEMA DO SLIDE (Resumo visual da fisiopatologia)

A figura resume os efeitos renais e seus impactos ósseos:
• Acidose → ↑ RANKL → ativa osteoclastos → osteopenia.
• ↓ Vitamina D ativa → ↓ absorção de cálcio → osteomalácia.
• ↑ Fosfato → estimula PTH → hiperparatireoidismo secundário.
• ↓ FGF-23 e ↓ Klotho → desregulação adicional do metabolismo fosfo-cálcico.
• Todos os caminhos convergem para dano ósseo multifatorial.

🔸 MANIFESTAÇÕES DA OSTEODISTROFIA RENAL

🦴 Osteopenia
• Redução da densidade mineral óssea (DMO).
• Resultado da acidose metabólica crônica e ativação osteoclástica via RANKL.

🦴 Osteoporose
• Perda óssea mais severa, por desequilíbrio entre reabsorção e formação óssea, agravada por imobilidade, desnutrição e deficiência de vitamina D.

🦴 Osteomalácia
• Mineralização deficiente da matriz osteoide por deficiência de vitamina D ativa.
• Presença de matriz não mineralizada, com fragilidade óssea e microfraturas.

🦴 Hiperparatireoidismo secundário
• Estímulo crônico das paratireoides por hipocalcemia e hiperfosfatemia.
• Leva a:
• Osteíte fibrosa.
• Tumores marrons.
• Possível progressão para hiperparatireoidismo terciário.

📉 Retardo de crescimento
• Particularmente importante em crianças com doença renal crônica.
• Alterações esqueléticas e hormonais interferem no crescimento linear.

📌 IMPORTANTE PARA PROVA
• A osteodistrofia renal não é uma única doença, mas um espectro de alterações ósseas associadas à insuficiência renal.
• As manifestações dependem da gravidade da IRC, da duração da doença, e do controle de cálcio, fósforo e PTH.
• Um paciente pode apresentar mais de uma alteração óssea simultaneamente (ex: osteomalácia + osteíte fibrosa).

Se quiser agora, posso montar duas questões PUCRS sobre esse conteúdo, com gabarito comentado. Quer que eu siga com isso?

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🦴 FRATURAS

A

Perfeito, Caio. Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática dos slides sobre Fraturas e Cicatrização Óssea, com base no Robbins & Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.) e textos clássicos de ortopedia e patologia óssea.

🦴 FRATURAS

🔹 Definição
• Fratura é a perda da integridade estrutural do osso, causada por:
• Trauma direto (queda, pancada, acidente).
• Ou por resistência óssea diminuída, como em osteoporose, tumores ósseos, raquitismo etc.

🔸 Tipos de Fratura
1. Fratura Simples:
• A pele permanece intacta.
• Menor risco de infecção.
• Exige atenção apenas ao realinhamento e à consolidação óssea.
2. Fratura Composta ou Exposta:
• O osso atravessa a pele, criando uma porta de entrada para infecção.
• Situação de emergência ortopédica → risco de osteomielite.
3. Fratura Cominutiva:
• Osso fragmentado em múltiplos pedaços.
• Mais difícil de tratar, pode exigir cirurgia com fixadores.
4. Fratura Deslocada:
• Alinhamento anormal das extremidades ósseas.
• Pode comprometer função e vascularização → necessidade de redução (reposicionamento).
5. Fratura por Estresse:
• Desenvolve-se por sobrecarga física repetitiva.
• Comum em atletas e militares.
• Osso normal submetido a esforço excessivo.
6. Fratura em “Galho Verde”:
• Fratura incompleta, típica em crianças, cujo osso é mais flexível.
• Uma parte rompe, e a outra apenas entorta.
7. Fratura Patológica:
• Acontece em osso previamente fragilizado por doença, como:
• Metástase óssea.
• Osteoporose.
• Osteomielite.
• Doença de Paget.

🩸 FASES DA CICATRIZAÇÃO DA FRATURA

  1. Hematoma (imediato)
    • Ocorre ruptura de vasos sanguíneos locais → formação de coágulo.
    • Esse hematoma recruta:
    • Plaquetas, que liberam PDGF e TGF-β.
    • Citocinas inflamatórias, que iniciam o reparo.
    • Início da proliferação de fibroblastos e células osteoprogenitoras.

  1. Pró-calo ou calo de tecidos moles (≈ 1 semana)
    • O hematoma é substituído por tecido de granulação, que se transforma em calo mole com:
    • Fibras colágenas.
    • Condrócitos.
    • Osteoblastos.
    • Formação de cartilagem e tecido osteoide imaturo.

  1. Calo ósseo (≈ 2 semanas)
    • Calo mole se mineraliza → forma-se osso imaturo (ou primário).
    • Cresce sobre a fratura, unindo os fragmentos.
    • Radiologicamente, já pode ser visível como ponte óssea entre as extremidades fraturadas.

  1. Formação de osso lamelar (remodelação)
    • O osso primário é substituído gradualmente por osso lamelar organizado.
    • O canal medular é reconstituído.
    • Pode levar semanas a meses, dependendo da idade, tipo de fratura e vascularização local.

🔎 IMAGENS DO SLIDE
• As radiografias mostram o processo:
• Primeira imagem: fratura visível com descontinuidade cortical.
• Segunda imagem: calo ósseo formado, início de ponte de consolidação.
• Terceira imagem: formação de osso mais maduro e progressiva consolidação.

⚠️ Fatores que interferem na consolidação
• Boa vascularização = cicatrização mais rápida.
• Idade avançada, má nutrição, tabagismo, uso de corticosteroides e infecção local = atraso.
• Fraturas patológicas ou cominutivas podem exigir intervenção cirúrgica.

Se quiser, posso agora montar algumas questões PUCRS para revisar esse tema, com gabarito e comentário. Quer que eu mande?

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🦠 OSTEOMIELITE

A

Perfeito, Caio. Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática dos slides sobre OSTEOMIELITE, com base no Robbins & Cotran – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.), cobrindo etiologias, morfologia, manifestações clínicas e tipos específicos (piogênica, micobacteriana e sifilítica).

🦠 OSTEOMIELITE

🔹 Definição
• É a inflamação do osso, envolvendo o compartimento cortical, medular e periosteal, geralmente de origem infecciosa.
• Pode ser:
• Aguda ou crônica.
• Bacteriana (piogênica), micobacteriana (tuberculose) ou sifilítica.

🔸 Principais apresentações clínicas
1. Piogênica: mais comum, por bactérias supurativas (sobretudo S. aureus).
2. Micobacteriana: geralmente por Mycobacterium tuberculosis.
3. Sifilítica: associada a Treponema pallidum ou T. pertenue.

🧬 OSTEOMIELITE PIOGÊNICA

Etiologia
• Principal agente: Staphylococcus aureus.
• Outros possíveis:
• E. coli, Klebsiella, Pseudomonas (em imunossuprimidos e usuários de drogas IV).
• Salmonella em pacientes com anemia falciforme.
• Neisseria gonorrhoeae em adultos jovens sexualmente ativos.

Vias de infecção
1. Hematogênica (mais comum em crianças):
• Disseminação de foco infeccioso distante (ex: amígdalas, pele).
2. Contiguidade:
• Extensão de infecção de partes moles, articulações ou feridas infectadas.
3. Implantação direta:
• Fraturas expostas, cirurgias, procedimentos ortopédicos.

🔬 MORFOLOGIA

Fase aguda
• Proliferação bacteriana rápida → reação inflamatória intensa:
• Infiltrado neutrofílico.
• Formação de pus medular e subperiosteal.
• Necrose óssea → por compressão vascular.
• Forma-se o sequestro: segmento de osso necrosado e separado do osso viável.

Fase crônica
• Infiltrado inflamatório linfomononuclear (linfócitos, plasmócitos, macrófagos).
• Reabsorção óssea, fibrose medular e neoformação óssea reacional (tentativa de reparo).
• Formação de invólucro: nova camada óssea que envolve o sequestro.

Lesões especiais
• Abscesso de Brodie: coleção crônica de pus contida no osso.
• Osteomielite esclerosante de Garré: espessamento reacional do osso sem supuração.

🧪 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Quadro agudo
• Dor localizada intensa.
• Febre, calafrios, mal-estar geral.
• Leucocitose.
• Em crianças, pode haver claudicação e limitação de movimento.

Imagem
• Lesões líticas com bordas escleróticas (reação do osso ao processo destrutivo).

Complicações crônicas
• Fratura patológica (em osso enfraquecido).
• Amiloidose secundária (inflamação crônica).
• Sepse.
• Endocardite infecciosa.
• Transformações malignas:
• Carcinoma epidermoide em fístula crônica.
• Sarcoma (excepcional, mas grave).

🧫 OSTEOMIELITE MICOBACTERIANA

Frequência
• Corresponde a 1 a 3% dos casos de tuberculose extrapulmonar.

Vias de infecção
• Hematogênica: via mais comum.
• Contiguidade: pode ocorrer a partir de pleura, linfonodos ou tecidos adjacentes.

Morfologia
• Formação de granulomas com necrose caseosa.
• Presença de células gigantes multinucleadas, linfócitos e macrófagos epitelioides.

Formas clínicas
• Espondilite tuberculosa (Doença de Pott):
• Acometimento das vértebras e discos intervertebrais.
• Pode levar a colapso vertebral, cifose, escoliose e formação de abscesso frio (psoas).

🧬 OSTEOMIELITE SIFILÍTICA

Etiologia
• Treponema pallidum (sífilis venérea).
• Treponema pertenue (bactéria da bouba).

Formas clínicas
• Congênita:
• Envolve ossos longos, com periostite e alterações características (ex: tíbia em sabre).
• Adquirida:
• Fase terciária da sífilis → gomas sifilíticas com destruição óssea.

⚠️ DICAS PARA PROVA
• S. aureus = mais comum na piogênica.
• TB óssea = vertebral, granuloma com necrose (Pott).
• Sífilis = Treponema, forma congênita e terciária.
• Sequestro = osso morto separado.
• Invólucro = osso novo que cerca o sequestro.
• Abscesso de Brodie = pus encapsulado cronicamente.
• Garré = esclerose sem pus.

Se quiser, posso te mandar agora 4 questões PUCRS com gabarito comentado para revisar essa parte. Posso seguir?h

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🦴 OSTEOARTROSE (ARTROSE)

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Perfeito, Caio. Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática dos slides sobre Osteoartrose (Artrose), com base no Robbins & Cotran – Patologia e nos principais livros de Reumatologia e Ortopedia.

🦴 OSTEOARTROSE (ARTROSE)

🔹 Definição
• É uma doença articular degenerativa crônica, não inflamatória primária, caracterizada por:
• Desgaste progressivo da cartilagem articular hialina.
• Alterações secundárias no osso subcondral.
• Com o tempo, leva à falência funcional e estrutural da articulação.

🔸 Apresentação clínica
1. Primária (idiopática):
• Sem causa conhecida clara.
• Representa a maioria dos casos.
• Relacionada com o envelhecimento e predisposição genética.
2. Secundária:
• Surge por causas reconhecíveis:
• Deformidades articulares congênitas ou adquiridas.
• Obesidade (sobrecarga mecânica).
• Diabetes Mellitus.
• Hemocromatose (depósito de ferro em articulações).
• Ocronose (alcaptonúria – acúmulo de ácido homogentísico).

🔬 PATOGÊNESE

Fases principais
1. Lesão de condrócitos:
• Pode ser causada por sobrecarga mecânica, idade ou fatores genéticos/metabólicos.
• Leva à liberação de metaloproteinases (MMPs) e outras enzimas degradadoras.
2. Proliferação de condrócitos e degradação da MEC:
• Tentativa de reparo → os condrócitos se proliferam, mas isso desorganiza ainda mais a matriz extracelular (MEC).
• Há produção de colágeno tipo I (fibroso), em vez de colágeno tipo II (cartilagem hialina).
3. Perda de cartilagem:
• Com o tempo, há erosão da cartilagem articular, exposição do osso subcondral e remodelação óssea anormal.

Fatores envolvidos
• Genéticos: polimorfismos em genes do colágeno.
• Idade: diminuição da capacidade de manutenção da cartilagem.
• Biomecânicos: sobrecarga (obesidade, desalinhamento, lesões prévias).

🧫 MORFOLOGIA

1.	Proliferação de condrócitos (clusters):
•	Aglomerados de condrócitos (em tentativas de reparo) → desorganizam a arquitetura da cartilagem.
2.	Morte de condrócitos e descamação da cartilagem:
•	A cartilagem se fragmenta, levando a corpos livres intra-articulares (conhecidos como “ratos articulares”).
3.	Exposição e esclerose do osso subcondral:
•	O osso abaixo da cartilagem torna-se mais denso e esclerótico → reduz a absorção de impacto.
4.	Formação de osteófitos:
•	São proeminências ósseas marginais formadas por osso novo.
•	Representam tentativa de aumentar a área de contato, mas limitam a mobilidade.

🧪 IMAGEM HISTOLÓGICA
• Mostra desorganização da cartilagem, proliferação de condrócitos e perda da camada superficial da cartilagem.
• Observa-se também esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos marginais.

🩺 CLÍNICA

Sintomas
• Dor articular (pior com o uso, melhora com repouso).
• Rigidez matinal < 30 minutos (diferente da artrite reumatoide).
• Crepitação durante o movimento.
• Restrição progressiva da amplitude de movimento.

Articulações mais acometidas
• Grandes articulações de suporte de peso:
• Quadril
• Joelho
• Coluna vertebral:
• Vértebras cervicais e lombares → causa espondiloartrose.
• Mãos:
• Interfalangeanas distais → nódulos de Heberden.
• Interfalangeanas proximais → nódulos de Bouchard (menos frequente).
• Carpometacárpicas (base do polegar).
• Pés: tarso e metatarso.

🧠 DICAS PARA A PROVA
• Artrose não é inflamatória (apesar de haver inflamação leve).
• Osteófitos e esclerose óssea são achados clássicos de imagem.
• Nódulos de Heberden = articulações distais.
• Rigidez matinal < 30 minutos.
• Dor piora com o uso = sinal de artrose, não de artrite inflamatória.

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🤲 ARTRITE REUMATOIDE (AR)

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Ótimo, Caio! Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática da Artrite Reumatoide (AR) com base no Robbins & Cotran – Bases Patológicas das Doenças (10ª ed.), detalhando definição, patogênese, morfologia e clínica.

🤲 ARTRITE REUMATOIDE (AR)

🔹 Definição
• Doença inflamatória crônica autoimune que afeta primariamente as articulações sinoviais, levando a:
• Sinovite proliferativa.
• Destruição progressiva da cartilagem e osso subjacente.
• Pode ter manifestações sistêmicas (ex: pele, olhos, vasos, pulmões).

🔸 Desfechos estruturais
• Destruição articular.
• Anquilose: fusão óssea da articulação — perda completa de mobilidade.

📊 Epidemiologia
• Prevalência: ~1% nos EUA.
• Sexo: mais comum em mulheres (3:1).
• Faixa etária: pico entre a 2ª e 4ª décadas.

🧬 PATOGÊNESE

Etapas principais:
1. Fatores genéticos
• Alelos específicos do HLA-DR4 e HLA-DR1 aumentam risco.
• Favorecem falha na tolerância imunológica e ativação aberrante de linfócitos T e B.
2. Fatores ambientais
• Infecções e tabagismo são gatilhos.
• Favorecem citrulinização de proteínas (ex: vimentina, fibrina), gerando antígenos neoformados.
3. Resposta imune
• Ativação de células T CD4+ (Th1 e Th17) e células B.
• Produção de autoanticorpos:
• Fator Reumatoide (FR): IgM anti-IgG.
• Anti-CCP (anticorpo contra peptídeos citrulinados): mais específico.
• Essas reações causam:
• Proliferação de fibroblastos sinoviais, condrócitos e osteoclastos.
• Liberação de colagenases, elastases, prostaglandinas e citocinas (TNF-α, IL-1, IL-17).
• Formação do pannus → estrutura patológica composta por tecido inflamatório e destrutivo.

🔬 MORFOLOGIA

Alterações sinoviais:
1. Hiperplasia da membrana sinovial
• Aumento de número de sinoviócitos (de 1–3 camadas para até 10).
2. Infiltrado inflamatório linfomononuclear
• Principalmente linfócitos T, plasmócitos e macrófagos.
3. Angiogênese
• Proliferação vascular na sinovial.
4. Exsudato intra-articular
• Rico em proteínas e células inflamatórias.
5. Reabsorção óssea e cartilaginosa
• Osteoclastos ativados por RANKL e citocinas.

🔴 PANNUS
• Tecido patológico composto por:
• Sinoviócitos hiperplásicos.
• Inflamação crônica.
• Fibrose.
• Vasos neoformados.
• É o grande responsável pela destruição da articulação (cartilagem e osso).

🩺 CLÍNICA

Início
• Insidioso e inespecífico:
• Fadiga, febre baixa, perda de peso.

Sintomas articulares
• Dor e rigidez matinal prolongada (>1h).
• Edema e calor nas articulações.
• Simetria no acometimento.

Articulações envolvidas (preferência por pequenas articulações)
• Metacarpofalângicas (MCP).
• Interfalangeanas proximais (PIP).
• Punhos.
• Pés, tornozelos, cotovelos e joelhos.
• NÃO costuma acometer as interfalangeanas distais (diferente da artrose).

Deformidades típicas
• Desvio ulnar das mãos.
• Deformidade em pescoço de cisne (extensão da interfalangeana proximal + flexão da distal).
• Deformidade em botoeira (flexão da PIP + extensão da distal).

🧪 Complicações sistêmicas
• Amiloidose secundária (inflamação crônica).
• Infecções oportunistas (em pacientes em uso de imunossupressores).
• Vasculite reumatoide, nódulos subcutâneos, síndrome de Sjögren, pleurite, pericardite, entre outras.

⚠️ DICAS PARA A PROVA
• FR é sensível, anti-CCP é mais específico.
• Rigidez matinal prolongada = AR (diferencia de osteoartrose).
• Simetria, sinovite e pannus = palavras-chave.
• Interfalangeanas distais são poupadas!

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🦠 ARTRITE INFECCIOSA (ou Séptica)

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Perfeito, Caio. Vamos agora para a explicação completa e didática da Artrite Infecciosa, como aparece no teu slide, baseada nos principais livros de patologia e reumatologia (Robbins, Cecil, Mandell).

🦠 ARTRITE INFECCIOSA (ou Séptica)

🔹 Definição
• É uma inflamação articular causada por invasão direta de microrganismos (principalmente bactérias) no espaço sinovial.
• É uma emergência médica: o atraso no diagnóstico pode levar a destruição articular irreversível em poucas horas ou dias.

🔸 Formas clínicas

🔴 1. Artrite Supurativa (Bacteriana aguda)

A mais comum e mais agressiva. Os agentes variam de acordo com a faixa etária e o grupo de risco:

▶️ Agentes e grupos específicos:
• 🧒 Haemophilus influenzae:
• Principalmente em crianças < 2 anos.
• Diminuiu com vacinação (Hib).
• 👦👨 Staphylococcus aureus:
• Agente mais comum em crianças maiores e adultos.
• Associado a artrite hematogênica, pós-trauma ou pós-cirúrgica.
• 🔴 Salmonella spp.:
• Associada com anemia falciforme.
• Esses pacientes têm predisposição à osteomielite e artrite por Salmonella.
• 👩‍🦱 Neisseria gonorrhoeae:
• Principal causa de artrite infecciosa em mulheres jovens sexualmente ativas.
• Forma parte da chamada síndrome de disseminação gonocócica, que pode incluir:
• Tenossinovite.
• Poliartralgia migratória.
• Dermatite (pústulas hemorrágicas).

🟡 2. Artrite Micobacteriana (Tuberculosa)
• Forma crônica e insidiosa.
• Frequentemente monoarticular (geralmente coluna vertebral → doença de Pott).
• Apresenta granulomas com necrose caseosa na sinóvia.
• Pode simular uma artrite inflamatória crônica como AR.

🟢 3. Artrite de Lyme (Borreliose de Lyme)
• Causada por Borrelia burgdorferi (transmitida por carrapato Ixodes).
• Curso bifásico:
• Fase precoce: eritema migratório + sintomas gripais.
• Fase tardia: artrite intermitente ou persistente, principalmente no joelho.

🟣 4. Artrite Viral
• Causada por vírus como:
• Parvovírus B19 (mais comum).
• Hepatite B e C.
• Rubéola, Chikungunya, HIV.
• Geralmente transitória, simétrica e não destrutiva.
• Pode simular AR no início (poliartrite simétrica com rigidez matinal).

⚠️ Diferenciais clínicos importantes:

Tipo de artrite Tempo de evolução Acometimento articular Outros sinais
Supurativa (bacteriana) Agudo Monoarticular, grandes articulações (ex: joelho) Febre alta, leucocitose, dor intensa, limitação grave
Viral Subagudo Poliartrite simétrica Sintomas virais, rash
Gonocócica Agudo-subagudo Poliartralgia migratória + tenossinovite Lesões cutâneas
Tuberculosa Crônica Monoarticular, insidiosa Sintomas sistêmicos leves

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🧬 GOTA

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Perfeito, Caio! Vamos agora para a explicação completa, aprofundada e didática sobre Gota, com base no Robbins & Cotran – Patologia, e nas principais referências de reumatologia.

🧬 GOTA

🔹 Definição

Gota é uma doença inflamatória metabólica causada por depósitos de cristais de urato monossódico em tecidos articulares e periarticulares. É caracterizada por:
• Hiperuricemia persistente (> 6,8 mg/dL).
• Artrite aguda recorrente.
• Tophus (depósito cristalino subcutâneo).
• Comprometimento renal (nefropatia úrica).

🔸 Formas
1. Primária:
• Causa mais comum (~90% dos casos).
• Idiopática ou genética (ex: mutações em genes URAT1, SLC2A9).
• Relacionada a: dieta rica em purinas, álcool, obesidade, resistência à insulina.
2. Secundária:
• Decorre de doenças ou fármacos que aumentam ácido úrico:
• Leucemias, linfomas (turnover celular elevado).
• Doença renal crônica (redução da excreção).
• Diuréticos tiazídicos, ciclosporina, etanol.

⚙️ Fisiopatologia da Artrite Gotosa

Etapas:
1. Hiperuricemia:
• Excesso de ácido úrico no plasma → acima do ponto de saturação (6,8 mg/dL).
2. Deposição de cristais de urato nas articulações:
• Mais comum em extremidades frias (ex: 1ª metatarsofalângica – “podagra”).
3. Ativação imunológica:
• Macrófagos fagocitam cristais → liberam IL-1β.
• Ativação de complemento → quimiotaxia de neutrófilos.
• Neutrófilos fagocitam cristais → liberam enzimas lisossômicas, prostaglandinas, leucotrienos e radicais livres.
4. Resultado:
• Intensa inflamação → dor, calor, rubor, edema.
• Lesão articular progressiva em casos crônicos.

🔬 MORFOLOGIA

🔹 Artrite aguda:
• Líquido sinovial turvo, rico em:
• Cristais birrefringentes negativos (agulhados) visíveis ao microscópio com luz polarizada.
• Neutrófilos fagocitando cristais.

🔹 Artrite tofácea crônica:
• Formação de tofos:
• Massas brancas amareladas de cristais de urato.
• Cercadas por macrófagos, células gigantes e fibrose.
• Acometem:
• Articulações.
• Bainhas tendíneas.
• Tecidos moles (ex: pavilhão auricular).

🧪 Imagens histológicas
• Cristais em arranjo radial.
• Reação inflamatória granulomatosa.
• Fibrose periférica crônica.

🩺 CLÍNICA

📍 1. Hiperuricemia assintomática
• Pode durar anos.
• Nem todos os pacientes com hiperuricemia desenvolvem gota.

📍 2. Artrite aguda
• Início súbito, dor intensa, edema, calor.
• Mais comum: podagra (1ª metatarsofalângica).
• Outros locais: tornozelos, joelhos, punhos.

📍 3. Período intercrítico
• Intervalo entre crises.
• Dura meses a anos inicialmente.
• Com o tempo, intervalo entre ataques encurta.

📍 4. Gota tofácea crônica
• Ocorre após anos de ataques agudos mal tratados.
• Presença de tofos visíveis em mãos, pés, cotovelos, pavilhão auricular.
• Pode levar a deformidade articular e incapacidade funcional.

☠️ Complicações
• Nefropatia úrica:
• Nefrolitíase por ácido úrico.
• Nefropatia crônica por depósito tubular de urato.
• Artropatia crônica destrutiva.

⚠️ DICAS PARA A PROVA
• “Cristais birrefringentes negativos em forma de agulha” = gota.
• Tophus + deformidade = fase crônica.
• Diferenciar de pseudogota, que apresenta cristais de pirofosfato de cálcio (birrefringência POSITIVA).
• Álcool, carne vermelha, frutos do mar = gatilhos clássicos de crise.

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