Cirrose hepática Flashcards

(122 cards)

1
Q

Qual é a definição de cirrose hepática?

A

Estágio final da fibrose hepática progressiva, caracterizada por distorção da arquitetura hepática e formação de nódulos regenerativos.

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2
Q

Quais são as causas mais comuns da cirrose hepática?

3

A
  • Hepatite C
  • Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA)
  • Doença Hepática Alcoólica
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3
Q

O que caracteriza a cirrose hepática compensada?

A

Ausência de complicações (sem ascite, icterícia ou encefalopatia).

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4
Q

O que caracteriza a cirrose hepática descompensada?

A

Presença de complicações como ascite, hemorragia digestiva ou encefalopatia.

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5
Q

Quais são as causas frequentes de cirrose hepática?

4

A
  • Hepatites virais crônicas (B e C)
  • Hemocromatose
  • DHGNA
  • Doença hepática alcoólica
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6
Q

Quais são as causas menos comuns da cirrose hepática?

14 (cite pelos menos 7)

A
  • Hepatite autoimune
  • Cirrose biliar primária/secundária
  • Colangite esclerosante primária
  • Medicamentos (metotrexato, isoniazida)
  • Doença de Wilson
  • Deficiência de alfa-1 antitripsina
  • Doença celíaca
  • Ductopenia adulta idiopática
  • Fibrose portal idiopática
  • Doença hepática policística
  • Infecções (brucelose, sífilis, equinococose)
  • Insuficiência cardíaca direita
  • Telangiectasia hemorrágica hereditária
  • Doença veno-oclusiva
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7
Q

Qual é a principal função do fígado relacionada à eliminação de toxinas?

A

Conversão de amônia em ureia e metabolismo de fármacos e substâncias tóxicas

A ureia é excretada pelos rins.

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8
Q

O que o fígado sintetiza que é crucial para a coagulação?

4

A

Fatores de coagulação II, VII, IX, X.

A hipoalbuminemia pode ocorrer em pacientes cirróticos.

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9
Q

Como o fígado contribui para o metabolismo de aminoácidos?

A

Conversão de aminoácidos em glicose (gliconeogênese)

Este processo é vital para a manutenção dos níveis de glicose no sangue.

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10
Q

Quais vitaminas o fígado armazena?

4

A

Vitaminas lipossolúveis A, D, E, K

O armazenamento adequado dessas vitaminas é essencial para várias funções corporais.

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11
Q

Qual é o efeito do metabolismo do estrogênio no fígado cirrótico?

A

Causa hiperestrogenismo, que pode levar a eritema palmar, telangiectasias e ginecomastia

A rarefação de pelos corporais também pode ocorrer.

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12
Q

Quais são as três fases do metabolismo da bilirrubina no fígado?

A

Captação, conjugação e excreção

A captação envolve bilirrubina indireta, a conjugação transforma em bilirrubina direta, e a excreção libera a bilirrubina direta nos ductos biliares.

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13
Q

O que acontece na fase de excreção da bilirrubina?

A

Liberação da bilirrubina direta nos ductos biliares, dependente de ATP

A falha nessa etapa pode levar a complicações como a cirrose.

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14
Q

Qual é a consequência da falha na excreção da bilirrubina?

A

Acúmulo de bilirrubina direta no sangue

Isso pode ocorrer em condições como a cirrose.

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15
Q

Qual a definição de hipertensão portal?

A

Pressão na veia porta > 5 mmHg. Clinicamente significativa se > 10 mmHg ou > 12 mmHg.

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16
Q

Qual o risco associado a uma pressão portal superior a 10 mmHg?

A

Risco de varizes esofágicas.

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17
Q

Qual o risco associado a uma pressão portal superior a 12 mmHg?

A

Risco de ruptura das vatizes.

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18
Q

Como a fibrose hepática afeta a hipertensão portal?

A

Aumenta resistência vascular, causando refluxo de sangue para veias colaterais.

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19
Q

Liste as consequências da hipertensão portal.

3

A
  • Varizes Esofágicas
  • Esplenomegalia
  • Ascite
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20
Q

Qual a principal complicação das varizes esofágicas?

A

Risco de hemorragia digestiva alta.

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21
Q

O que é esplenomegalia e como se relaciona com a hipertensão portal?

A

Acúmulo de sangue no baço que leva a plaquetopenia.

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22
Q

O que causa a ascite na hipertensão portal?

A

Extravasamento de linfa devido à fragilidade dos sinusoides.

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23
Q

Quais são as classificações das causas da hipertensão portal?

3

A
  • Pré-Hepática
  • Intra-Hepática
  • Pós-Hepática
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24
Q

Dê um exemplo de causa pré-hepática da hipertensão portal.

A

Trombose da veia porta ou esplênica.

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25
Diagnostique a patologia relacionada e descreva os achados nas imagens
Achados de imagem de **trombose da veia porta (TVP) não tumoral na cirrose hepática.** * (A) Ultrassonografia do abdômen mostra um **material ecogênico dentro da veia porta dilatada, indicando TVP.** * (B) Ultrassonografia Doppler do abdômen mostra **fluxo colorido diminuído dentro da veia porta principal** e **demonstra vasos colaterais dilatados** e coloridos ao redor da porta hepática, **consistentes com transformação cavernosa.** * (C) Tomografia computadorizada do abdômen na **fase venosa portal** mostra um **defeito de enchimento no ramo direito da veia porta (seta), indicando trombo.** 1. (D) Tomografia computadorizada com contraste descreve **transformação cavernosa (seta) após trombose venosa portal.**
26
Como é feito o diagnóstico da trombose da veia porta e qual o papel do Doppler nesse processo?
O diagnóstico da **trombose da veia porta (PVT)** é feito por meio de imagem abdominal que evidencie a **oclusão da veia porta**. * Nesses casos, é necessário investigar condições predisponentes à formação do trombo. * Na PVT aguda, há sinais de obstrução da veia porta sem evidências radiológicas de cronicidade, como a transformação cavernomatosa portal. * O ultrassom com Doppler é considerado uma boa abordagem inicial, sendo caracterizado pela visualização de ecos sólidos no interior da veia porta ou de seus ramos, associados à ausência de fluxo portal. Esse exame apresenta uma sensibilidade entre 89% e 93% e especificidade entre 92% e 99% para detecção da PVT. * No entanto, tem limitação para avaliar a extensão do trombo, sobretudo quando há acometimento da veia mesentérica superior.
27
Cite um exemplo de causa intra-hepática pré-sinusoidal.
Esquistossomose.
28
Qual é a característica anatômica da cirrose em relação à hipertensão portal?
Rearranjo arquitetural.
29
# Cirrose hepática O que é síndrome veno-oclusiva?
A **síndrome veno-oclusiva** (ou **doença veno-oclusiva hepática**) é uma condição rara caracterizada pela **obstrução das pequenas veias hepáticas**, geralmente desencadeada por exposição a agentes tóxicos, como **quimioterápicos** (ex.: busulfano, ciclofosfamida) ou **alcaloides de plantas** (ex.: chá de ervas contendo alcaloides pirrolizidínicos). Essa obstrução leva à **congestão hepática**, aumento da pressão portal e, em casos graves, pode evoluir para **fibrose hepática e cirrose**. | Causa intra-hepática pós-sinusoidal da hipertensão portal.
30
Dê um exemplo de causa pós-hepática da hipertensão portal.
Síndrome de Budd-Chiari.
31
Qual é a relação entre insuficiência cardíaca direita e hipertensão portal?
Pode causar hipertensão portal por obstrução da veia supra-hepática ou cava inferior.
32
O que indica um aumento do TP/INR na hipertensão portal?
Redução da síntese de fatores de coagulação ## Footnote O TP/INR é um marcador importante na avaliação da função hepática.
33
Qual é a causa da hiperbilirrubinemia direta na hipertensão portal?
Falha na excreção biliar ## Footnote A hiperbilirrubinemia pode indicar problemas na função hepática ou obstruções biliares.
34
Quais são as causas da hipoalbuminemia na hipertensão portal?
Redução da síntese + desnutrição hipercatabólica ## Footnote A hipoalbuminemia pode ter implicações significativas na oncótica e na saúde geral do paciente.
35
Como as transaminases se comportam na hipertensão portal?
TGO > TGP (exceto em cirróticos compensados, que podem ter níveis normais) ## Footnote A relação entre TGO e TGP pode ajudar a diferenciar entre causas de lesão hepática.
36
Quais são os marcadores de função hepática na hipertensão portal?
INR, albumina e bilirrubina ## Footnote Esses marcadores são fundamentais para avaliar a gravidade da doença hepática.
37
Quais são os critérios e pontuação da Bilirrubina na classificação de Child-Pugh?
* 1 ponto: < 2 mg/dL * 2 pontos: 2–3 mg/dL * 3 pontos: > 3 mg/dL ## Footnote Refere-se à avaliação da gravidade da cirrose hepática.
38
Quais são os critérios de Encefalopatia na classificação de Child-Pugh?
* 1 ponto: Nenhuma * 2 pontos: Grau I–II * 3 pontos: Grau III–IV ## Footnote A encefalopatia hepática é um distúrbio neurológico devido à insuficiência hepática.
39
Quais são os critérios de Albumina na classificação de Child-Pugh?
* 1 ponto: > 3,5 g/dL * 2 pontos: 2,8–3,5 g/dL * 3 pontos: < 2,8 g/dL ## Footnote A albumina é uma proteína importante no plasma, e seu nível indica a função hepática.
40
Quais são os critérios de Tempo de Protrombina (INR) na classificação de Child-Pugh?
* 1 ponto: < 1,7 * 2 pontos: 1,7–2,3 * 3 pontos: > 2,3 ## Footnote O INR é um teste que mede a coagulação do sangue, refletindo a função hepática.
41
Quais são os critérios de Ascite na classificação de Child-Pugh?
* 1 ponto: Nenhuma * 2 pontos: Leve * 3 pontos: Moderada/Grave ## Footnote Ascite é a acumulação de líquido na cavidade abdominal, comum em cirrose.
42
Qual é a classificação final de Child-Pugh para Doença leve?
Child A (5–6 pontos) ## Footnote Indica uma condição clínica menos grave com melhor prognóstico.
43
Qual é a classificação final de Child-Pugh para Doença intermediária?
Child B (7–9 pontos) ## Footnote Refere-se a um estado de gravidade moderada da cirrose hepática.
44
Qual é a classificação final de Child-Pugh para Doença grave?
Child C (10–15 pontos) ## Footnote Indica um prognóstico mais reservado e necessidade de intervenções médicas.
45
Quais são os parâmetros do Escore de MELD-Na?
Bilirrubina total, INR, creatinina e sódio sérico | BIC.Na= MELD + 1,59 * (135-Na.sérico) ## Footnote Este escore é utilizado para avaliar a gravidade da doença hepática e priorizar transplantes.
46
Qual é o uso do Escore de MELD-Na?
Priorização para transplante hepático ## Footnote O escore ajuda a determinar a urgência do transplante em pacientes com cirrose.
47
O que é o Piparote no diagnóstico de ascite?
O **piparote** é uma manobra semiológica utilizada na avaliação clínica de **ascite volumosa**. Consiste em percutir lateralmente um dos flancos do paciente com a mão enquanto a outra mão, posicionada no flanco oposto, sente a **onda líquida transmitida pelo líquido ascítico** atravessando o abdome. Para evitar a transmissão superficial da percussão pela parede abdominal, é comum que um auxiliar apoie o **borda ulnar da mão** na linha média do abdome. A presença de **piparote positivo** sugere a existência de **grande quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal**.
48
Quais são os sinais do Semicírculo de Skoda?
O **semicírculo de Skoda** é um sinal clínico encontrado na **ascite moderada**, em que o líquido peritoneal tende a ocupar a parte inferior do abdome e o **intestino gasoso é deslocado superiormente**. Na percussão, observa-se uma **macicez nas regiões inferiores** (por acúmulo de líquido) e **hipertimpanismo em região superior** (por presença de alças intestinais cheias de gás), formando um semicírculo timpânico superior delimitado por uma zona de macicez inferior, caracterizando o sinal.
49
O que confirma a Macicez Móvel?
A **macicez móvel** é confirmada quando, ao percutir o abdome com o paciente em **decúbito dorsal**, identifica-se uma região de macicez que, ao mudar o paciente para **decúbito lateral**, **se desloca** para o lado que está para baixo. Isso indica a **presença de líquido livre na cavidade abdominal**, que muda de posição com a gravidade, sendo um dos **sinais mais sensíveis de ascite leve a moderada**.
50
Descreva o exame físico abdominal de um paciente com ascite
O abdome de um paciente com **ascite** geralmente encontra-se **distendido**, com **aumento do volume abdominal** de forma difusa. A parede abdominal pode estar **tensa**, e a **umbigo pode estar protruso ou plano**, em vez de retraído. Observa-se também **abaulamento dos flancos** e, ao exame físico, é possível encontrar sinais como **macicez móvel**, **piparote positivo** e **semicírculo de Skoda**. Em casos mais avançados, pode haver presença de **hérnias umbilicais** e **dilatação de veias abdominais superficiais**.
51
Descreva os achados de ultrassom relacionados a ascite por cirrose hepática
No ultrassom, a **ascite por cirrose hepática** é caracterizada pela presença de **líquido anecogênico (sem ecos)** distribuído em **espaços peritoneais**, especialmente nos **recessos paracólicos, fundo de saco de Douglas e ao redor do fígado**. Além do líquido ascítico, pode-se observar sinais associados à cirrose, como **fígado de contornos irregulares**, **hipertrofia do lobo caudado**, **redução do lobo direito**, **aumento do calibre da veia porta** e **presença de colaterais venosas**. Em alguns casos, o líquido pode conter **ecos finos em suspensão**, indicando ascite **inflamatória ou neoplásica**, mas na cirrose geralmente o líquido é **claro e livre**.
52
Qual melhor exame de imagem é utilizado para detectar ascite?
Ultrassonografia A **ultrassonografia abdominal** é o exame de imagem de **primeira escolha** para detectar **ascite**, devido à sua **alta sensibilidade** (detecta volumes de líquido acima de 100 mL), ampla disponibilidade, **baixo custo**, e por ser **não invasiva**. Ela permite não apenas confirmar a presença de líquido, mas também avaliar sua **quantidade e localização**, sendo útil para guiar procedimentos como **paracentese**.
53
Qual é o volume mínimo de líquido que a ultrassonografia detecta?
≥ 100 mL
54
Quando a Paracentese é obrigatória?
Em ascite nova ou internação
55
Qual é a taxa de complicações de hemorragia na Paracentese?
1% | Outras complicações: perfuração, infecção, vazamento persistente.
56
Qual é a quantidade de Albumina a ser reposta por litro removido na Paracentese?
6-8g por litro removido (>5L)
57
O que indica um Gradiente Albumina Soro-Ascite (GASA) ≥ 1,1?
Hipertensão portal (cirrose, ascite cardiogênica)
58
O que indica um GASA < 1,1?
Doenças peritoneais (carcinomatose, tuberculose)
59
Qual é a diferença na proteína total no líquido entre cirrose e ascite cardíaca?
Cirrose: <2,5 g/dL; Cardíaca: >2,5 g/dL
60
Qual utilidade do toque renal no exame do paciente com suspeita de ascite?
**Mais sensível!** Sente-se o rechaço do líquido ascítico.
61
Qual é a restrição de sódio recomendada para o tratamento da ascite?
2g/dia (equivalente a 4-6g de sal) ## Footnote A restrição de sódio é uma parte importante do manejo da ascite.
62
Quais são os diuréticos utilizados no tratamento da ascite? | 2
* Espironolactona: 100-400mg/dia (poupador de potássio) * Furosemida: 40-100mg/dia (proporção 100:40) ## Footnote A espironolactona é utilizada para brecar o SRAA e a furosemida para eliminar líquido.
63
Qual é a restrição hídrica recomendada em casos de sódio sérico menor que 120-125 mEq/L?
1-1,5L/dia ## Footnote A restrição hídrica é aplicada apenas em casos específicos de hiponatremia.
64
Como deve ser monitorada a perda de peso em pacientes com ascite? | Com e sem edema.
Sempre medido na mesma balança e no mesmo horário; * Perda de no máximo 0,5kg/dia sem edema; * Perda de no máximo 1,0kg/dia com edema. ## Footnote O monitoramento rigoroso é crucial para evitar complicações.
65
Quais são os critérios para considerar a ascite como diurético-resistente? | 3
* Falha em perder peso com tratamento máximo * Reacúmulo rápido pós-paracentese * Complicações com diuréticos ## Footnote A avaliação correta é fundamental para o manejo da ascite diurético-resistente.
66
Como é feita a avaliação da resistência a diuréticos na ascite? | 4
* Exclusão de AINEs e não adesão dietética * Na+ urinário em 24h: - >78 mEq/dia + perda de peso → sensível - <78 mEq/dia → resistente ## Footnote A análise do sódio urinário ajuda a classificar a resposta ao tratamento.
67
Quais são as opções de tratamento para ascite diurético-resistente? | 3
* Paracentese seriada * TIPS (derivação porto-cava) * Transplante hepático ## Footnote Essas intervenções são consideradas em casos refratários e com grande volume de ascite.
68
# Cirrose com ascite diurético-resistente. O que deve ser feito quando mais de 5L de líquido são retirados em uma paracentese?
Repor albumina (6-10g/Litro retirado total) ## Footnote A reposição de albumina é importante para prevenir complicações hemodinâmicas.
69
# Cirrose com ascite diurético-resistente. Qual é a dosagem de Midodrina recomendada para manter a PAM acima de 82 mmHg?
7,5-12,5mg/dia ## Footnote Midodrina é utilizada para controle da pressão arterial em casos específicos e não está disponível no Brasil.
70
O que é Hidrotórax Hepático?
Derrame pleural (geralmente direito) sem ascite associada. ## Footnote Características importantes para o diagnóstico e tratamento.
71
Quais são os critérios diagnósticos para Hidrotórax Hepático?
Proteína total <2,5 g/dL e GASA >1,1 no líquido pleural. ## Footnote Esses critérios ajudam a diferenciar o hidrotórax de outras condições.
72
Qual é o tratamento para Hidrotórax Hepático?
Igual à ascite (diuréticos + restrição de sódio). ## Footnote Importante lembrar que a drenagem torácica é contraindicada.
73
Por que a drenagem torácica é contraindicada no Hidrotórax Hepático?
Risco de depleção proteica e infecção. ## Footnote Isso pode complicar ainda mais a condição do paciente.
74
O que caracteriza a Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) no líquido ascítico?
PMN ≥250/mm³ + cultura monomicrobiana. ## Footnote Esses são os critérios diagnósticos fundamentais.
75
Quais são as variantes da Peritonite Bacteriana Espontânea? | 2
* Ascite Neutrofílica: PMN ≥250 + cultura negativa (tratar como PBE) * Bacterascite: PMN <250 + cultura positiva (tratar se sintomático) ## Footnote Cada variante tem um tratamento específico.
76
Quais são os fatores de risco para Peritonite Bacteriana Espontânea num paciente ascítico? | 3
* Proteína ascítica <1g/dL * Hemorragia digestiva * ITU ## Footnote Esses fatores aumentam a probabilidade de desenvolvimento da PBE.
77
Qual é o tratamento recomendado para Peritonite Bacteriana Espontânea? | 2
* Antibióticos: Cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona ou cefotaxima 2g/8h por 5-7 dias) * Profilaxia de SHR: Albumina (1,5g/kg no 1º dia + 1g/kg no 3º dia) ## Footnote O tratamento é crucial para a recuperação do paciente.
78
Qual é o tratamento recomendado para Peritonite Bacteriana Espontânea com CLIF-SOFA ≥ 7?
Carbapenêmicos
79
Quando repetir a paracentese com análise do líquido ascítico durante o tratamento da PBE?
Caso paciente não esteja cursando com melhora, repetir após 48h da primeira punção para avaliar necessidade de troca de antibiótico. - PMN devem ter caído pelo menos 25% em 48h.
80
Elucide o que é Encefalopatia hepática
A **encefalopatia hepática** é uma **disfunção neurológica reversível** causada pela **incapacidade do fígado em metabolizar substâncias tóxicas**, especialmente a **amônia**, que se acumulam no sangue e afetam o cérebro. Clinicamente, manifesta-se por **alterações no nível de consciência, comportamento, humor e coordenação motora**, podendo variar de **sonolência leve e confusão mental até coma**. É frequentemente desencadeada por **fatores como sangramento gastrointestinal, infecções, constipação, uso de sedativos ou diuréticos**, sendo um sinal de **descompensação na cirrose hepática**.
81
Quais são os fatores precipitantes da Encefalopatia Hepática? | 10 (cite pelo menos 5)
Os **principais fatores precipitantes da encefalopatia hepática** incluem: - **Hemorragia digestiva** (como por varizes esofágicas) - **Infecções** (especialmente peritonite bacteriana espontânea e infecção urinária) - **Constipação intestinal** - **Alcalose metabólica** - **Distúrbios hidroeletrolíticos** (como hipocalemia e hiponatremia) - **Uso excessivo de diuréticos** - **Paracentese de grande volume sem reposição adequada de albumina** - **Uso de sedativos, narcóticos ou tranquilizantes** - **Ingestão proteica excessiva em alguns casos** - **Insuficiência renal ou progressão da disfunção hepática** ## Footnote Esses fatores aumentam a produção ou diminuem a depuração de substâncias neurotóxicas, especialmente a **amônia**, precipitando o quadro.
82
Qual é o tratamento recomendado para a Encefalopatia Hepática? | 3
* Lactulose: 30-60mL/dia (2-3 evacuações pastosas) * Antibióticos: Rifaximina (550mg 2x/dia) ou neomicina * Nutrição: 1,2-1,5g/kg/dia de proteínas (priorizar vegetais) | Se West grau II, considerar internação. Se III ou mais, internação. ## Footnote O tratamento visa reduzir os sintomas e melhorar a função hepática.
83
Como lidar com a agitação do paciente com Enfecalopatia Hepática?
Contenção física se necessário de forma temporária, sendo uma ponte enquanto a contenção química com antipsicóticos (preferência haldol) inicia seu efeito. | Evitar benzodiazepínicos, pois paciente tende a rebaixar excessivamente.
84
O que caracteriza o grau IV da Encefalopatia Hepática?
Coma ## Footnote Este é o estágio mais grave da EH, onde o paciente apresenta perda total de consciência.
85
Preencha a lacuna: O tratamento com lactulose visa provocar _______.
[2-3 evacuações pastosas]
86
Verdadeiro ou Falso: A Síndrome Hepatorrenal pode ser tratada apenas com diuréticos.
Falso ## Footnote A síndrome requer tratamento específico com medicamentos como terlipressina e, em casos avançados, transplante hepático.
87
Quais são os graus de encefalopatia hepática segundo os Critérios de West Haven? | 5
* 0: Alteração em testes psicométricos * I: Distúrbios de sono, discurso lentificado * II: Sonolência, asterixis (flapping tremor) * III: Estupor, desorientação grave * IV: Coma | Falou em asterixis? **Pelo menos grau II**. Coma? **Sempre grau IV**. ## Footnote Os critérios ajudam a classificar a gravidade da encefalopatia hepática.
88
Qual é a dosagem recomendada de lactulose para tratamento da encefalopatia hepática?
30-60mL/dia (2-3 evacuações pastosas) ## Footnote A lactulose é utilizada para ajudar na redução dos níveis de amônia no sangue.
89
Qual a quantidade de proteínas recomendada na nutrição de um paciente com encefalopatia hepática?
1,2-1,5g/kg/dia de proteínas (priorizar vegetais) ## Footnote A nutrição adequada é importante para a recuperação e manutenção da saúde do paciente.
90
Quais são as características para pensar em Colangite Biliar Primária (CBP)?
Mulheres (40-60 anos), prurido, aumento de FA, fadiga, icterícia, aumento de colesterol, xantomas, anticorpo antimitocôndria (AMA+), sem dilatação de VVBB. ## Footnote A Colangite Biliar Primária é uma doença autoimune que afeta o fígado.
91
Qual o tratamento recomendado para a Colangite Biliar Primária (CBP)?
Ácido ursodesoxicólico (13-15mg/kg/dia). ## Footnote O ácido ursodesoxicólico ajuda a melhorar a função hepática.
92
Quais são as características para pensar em Colangite Esclerosante Primária (CEP)?
Homens jovens, associação com retocolite ulcerativa, aspecto em 'contas de rosário' na CPRE. ## Footnote A CPRE é uma técnica de imagem utilizada para visualizar as vias biliares.
93
Como é feito o diagnóstico da Colangite Esclerosante Primária (CEP)?
p-ANCA+, colangioressonância com estenoses difusas. ## Footnote p-ANCA é um anticorpo que pode estar presente em várias doenças autoimunes, por isso **grande associação com RCU**!
94
Qual a mutação genética associada à Hemocromatose?
Mutação C282Y no gene HFE. ## Footnote A hemocromatose é uma condição que causa acúmulo excessivo de ferro no organismo.
95
Quais os achados laboratoriais típicos da Hemocromatose?
Ferritina > 300 ng/mL, saturação de transferrina > 45%. ## Footnote A ferritina é uma proteína que armazena ferro no corpo.
96
Qual é o tratamento indicado para a Hemocromatose?
Flebotomias semanais (500mL/sessão) até ferritina <50 ng/mL. ## Footnote A flebotomia é um procedimento que remove sangue do corpo para reduzir os níveis de ferro.
97
Qual a mutação genética associada à Doença de Wilson?
Mutação ATP7B (herança autossômica recessiva). ## Footnote A Doença de Wilson é uma doença hereditária que leva ao acúmulo de cobre no organismo.
98
Quais são os achados laboratoriais da Doença de Wilson?
Anel de Kayser-Fleischer, ceruloplasmina < 20 mg/dL, cobre urinário >100 µg/24h. ## Footnote O anel de Kayser-Fleischer é um depósito de cobre na córnea, característico da Doença de Wilson. - Biópsia é padrão ouro, porém, não necessária para diagnóstico.
99
Qual o tratamento recomendado para a Doença de Wilson?
D-penicilamina (1-2g/dia) ou trientina (750-1500mg/dia). ## Footnote A D-penicilamina é um quelante que ajuda a remover cobre do corpo.
100
Como diferenciar PBE da PBS na análise do líquido ascítico?
PBS tem >250PMN com cultura polimicrobiana e, ao ser suspeitada, deve ter foco infeccioso intrabdominal avaliado por exame de imagem Sugerem também PBS, PMN>250 + 2 destes 3: - Glicose < 50; - DHL > LSN; - Proteína total > 1 ## Footnote Outros exames complementares sugestivos: CEA > 5 e FA > 240.
101
O que é o Síndrome Hepatorrenal (SHR)?
Resultado de hipoperfusão renal funcional em pacientes com cirrose descompensada e hipertensão portal clinicamente significativa.
102
Quais são os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da SHR? | 3
* Vasodilatação esplâncnica * Vasoconstrição renal * Disregulação circulatória
103
O que causa a vasodilatação esplâncnica na SHR?
Aumento na produção de óxido nítrico (NO) e substâncias vasodilatadoras, como prostaglandinas.
104
Qual é o efeito da ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona na SHR?
Diminuição da filtração glomerular e do fluxo sanguíneo renal.
105
Quais são fatores de risco para o desenvolvimento de SHR? | 4
* HipoNa+ dilucional (<130 mEq/L) * Hipovolemia * Infecções * Tempo prolongado de doença hepática
106
Quais são os sintomas gerais da SHR? | 5
* Oligúria (<500 mL/dia) * Fadiga * Confusão mental * Edema * Ascite refratária
107
Quais sinais indicam doença hepática avançada na SHR? | 4
* Icterícia * Esplenomegalia * Telangiectasias * Eritema palmar
108
Quais são os critérios laboratoriais para diagnóstico de SHR? | 4
* Aumento de creatinina sérica (CrS) ≥0,3 mg/dL em 48h ou ≥50% em 7 dias * Hiponatremia * Hipoalbuminemia * INR elevado
109
Quais são as classificações atuais da SHR segundo o Clube Internacional da Ascite? | 3
* SHR-IRA * SHR-DRA * SHR-DRC
110
Qual é a definição laboratorial de SHR-DRA?
Cr ≥50% em 7 dias, com persistência por menos de 90 dias
111
Qual é a definição laboratorial de SHR-DRC?
TFG < 60 mL/min/1,73m² por > 90 dias.
112
Qual é a definição de SHR-IRA?
Aumento de CrS ≥0,3 mg/dL em 48h ou ≥50% em 7 dias e oligúria (<0,5 mL/kg/h por ≥6h). ## Footnote **Exclusão de outras causas**: Necrose tubular aguda, nefrite intersticial, obstrução urinária ou uso de nefrotóxicos.
113
Qual é a principal mudança na classificação da SHR?
- Substituição dos termos 'Tipo 1' e 'Tipo 2' por SHR-IRA, SHR-DRA e SHR-DRC. - **Expansão volêmica não rotineira**: Indicada apenas se hipovolemia confirmada (250-500 mL de cristaloides ou 1-1,5g/kg de albumina 20-25%)
114
Qual é o tratamento farmacológico indicado para SHR? | 2
* Terlipressina + Albumina * Alternativas: Noradrenalina ou midodrina + octreotida
115
Qual é a dose padrão de terlipressina no tratamento da SHR?
0,5-2 mg/dia, preferencialmente por infusão contínua.
116
Qual é o único tratamento definitivo para a SHR?
Transplante Hepático.
117
Quais ajustes devem ser feitos no manejo da SHR? | 4
* Suspender diuréticos * Suspender AINEs * Suspender betabloqueadores * Monitorar volemia
118
Qual é a profilaxia recomendada para pacientes com PBE?
Albumina 1,5g/kg no 1º dia + 1g/kg no 3º dia.
119
O que deve ser feito em paracentese de grande volume?
Repor 6-8g de albumina por litro removido (>5L).
120
Quais são os passos do fluxograma diagnóstico da SHR? | 3
* Dia 0: Suspeita de IRA em cirrótico com ascite * Dia 1-2: Excluir causas pré-renais e pós-renais * Dia 3: Confirmar SHR-IRA se sem resposta à expansão volêmica
121
Qual é a taxa de mortalidade da SHR em 3 meses sem transplante?
80%.
122
Sinais que devem nos fazer pensar em hemocromatose
Sexo masculino + > 40 anos + Hepatopatia + DM "bronzeado" + cardiopatia + ↓ libido + artropatia + infecções