Controle Administrativo Flashcards

(103 cards)

1
Q

O que é o controle da Administração Pública?

A

Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos, sistemas, etc., para que essas atividades não se desviem dos padrões e normas preestabelecidas e para que alcancem os resultados desejados. É uma das funções administrativas clássicas, junto com planejar, coordenar, supervisionar e executar.

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2
Q

Qual o conceito de controle na Administração Pública segundo Hely Lopes Meirelles?

A

Segundo Hely Lopes Meirelles, “controle, em tema de Administração Pública, é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro”.

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3
Q

Quais são os principais atributos do controle da gestão pública?

A

Os principais atributos do controle da gestão pública são: Vigilância: fiscalização e acompanhamento da gestão, com base nas normas aplicáveis. Orientação: atuação pedagógica, preventiva, com vistas ao aperfeiçoamento das práticas de gestão e à inibição de condutas lesivas aos cofres públicos. Correção: assegura o cumprimento da lei e a recomposição do patrimônio lesado.

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4
Q

Quem deve prestar contas na Administração Pública?

A

Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária, deverá prestar contas.

Mnemônico: GAGAU (Guarde, Arrecade, Gerencie, Administre ou Utilize recursos públicos).

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5
Q

Quais são as classificações do controle da Administração Pública quanto ao alcance?

A

Quanto ao alcance, o controle pode ser: Controle Interno: Exercido por órgão pertencente à mesma estrutura organizacional da unidade controlada. Controle Externo: Exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado.

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6
Q

Existe divergência doutrinária sobre a classificação do controle exercido pela administração direta sobre as entidades da administração indireta?

A

Sim. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, trata-se de controle interno, mas exterior, pois é realizado dentro do mesmo Poder, mas entre pessoas jurídicas distintas. Já Maria Sylvia Di Pietro e Carvalho Filho classificam a tutela administrativa como uma forma de controle externo.

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7
Q

Quais são as classificações do controle da Administração Pública quanto ao órgão que o exerce?

A

Quanto ao órgão, o controle pode ser: Administrativo ou Interno: Exercido pela própria Administração sobre seus próprios atos. Legislativo ou Parlamentar: Exercido diretamente pelo órgão legislativo ou pelos Tribunais de Contas. Judicial: Realizado pelos juízes e tribunais do Poder Judiciário. Social: Exercido pelo cidadão diretamente ou pela sociedade civil organizada.

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8
Q

Quais são as classificações do controle da Administração Pública quanto ao momento de sua realização?

A

Quanto ao momento, o controle pode ser: Controle Prévio (a priori): Exercido antes da efetivação da conduta administrativa. Controle Concomitante (pari passu): Efetuado no momento em que a conduta administrativa está sendo praticada. Controle Posterior (a posteriori): Efetuado após o ato administrativo ter sido praticado.

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9
Q

A homologação prévia pelo Tribunal de Contas é condicionante para a eficácia de atos administrativos no ordenamento jurídico atual?

A

Não. O ordenamento jurídico atual não prevê mais a necessidade de homologação prévia pelo Tribunal de Contas como condicionante para a eficácia de atos administrativos.

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10
Q

Quais são as classificações do controle da Administração Pública quanto à sua natureza?

A

Quanto à natureza, o controle classifica-se em: Controle de Legalidade: Verifica se a conduta do gestor guarda consonância com as normas aplicáveis. Controle de Mérito: Consuma-se pela verificação da conveniência e oportunidade da conduta administrativa.

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11
Q

Quem tem competência para exercer o controle de mérito?

A

O controle de mérito é privativo da Administração Pública, não se submetendo à sindicabilidade do Poder Judiciário.

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12
Q

O Poder Judiciário pode analisar os elementos “motivo” e “objeto” do ato administrativo discricionário?

A

Sim, o Poder Judiciário pode analisar os elementos “motivo” e “objeto” quando estes contrariarem princípios administrativos ou quando forem desproporcionais.

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13
Q

O controle de mérito pode ser exercido pelo Poder Legislativo?

A

A doutrina reconhece que, em algumas situações, o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Administração pode ser de mérito, especialmente em casos que exigem autorização prévia ou aprovação do Legislativo.

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14
Q

O que é o Controle Administrativo?

A

Controle administrativo é o “poder de fiscalização que a Administração Pública exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação”.

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15
Q

De que poder deriva o controle administrativo?

A

Esse tipo de controle deriva do poder de autotutela da Administração, expresso na Súmula 473 do STF.

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16
Q

Qual a diferença entre anulação e revogação no contexto do controle administrativo?

A

Anulação: Refere-se ao controle de legalidade. Revogação: Refere-se ao controle de mérito.

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17
Q

Qual o limite temporal para a Administração Pública anular atos que geram efeitos favoráveis a um administrado?

A

A autotutela, para a anulação de atos que geram efeitos favoráveis a um administrado, encontra um limite temporal no prazo decadencial de cinco anos previsto na Lei 9.784/99, salvo comprovada má-fé.

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18
Q

Quais são os tipos de controle administrativo?

A

O controle administrativo pode ser: Hierárquico: Decorre da hierarquia, inerente às relações de subordinação entre órgãos de uma mesma estrutura de Poder. Não Hierárquico: Praticado entre órgãos que não estão ligados por relação de hierarquia.

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19
Q

O que é o Direito de Petição?

A

O direito de petição é um direito fundamental previsto no art. 5º, XXXIV, “a” da Constituição Federal, que permite aos administrados requerer providências e informações aos órgãos públicos.

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20
Q

Quais são os principais meios de exercício do direito de petição?

A

Os principais meios são: Representação, Reclamação, Pedido de reconsideração e Recurso.

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21
Q

O que é Representação no contexto do Direito de Petição?

A

Representação é “a denúncia formal e assinada de irregularidades internas ou de abuso de poder na prática de atos da Administração feita por quem quer que seja à autoridade competente”.

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22
Q

O que é Reclamação no contexto do Direito de Petição?

A

Reclamação, para Hely Lopes Meirelles, é “a oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses legítimos do administrado”.

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23
Q

Explique a reclamação administrativa perante o Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a súmula vinculante.

A

O art. 103-A, § 3º da Constituição Federal prevê que, após esgotadas as vias administrativas, caberá reclamação ao STF contra ato administrativo ou decisão judicial que contrariar o enunciado de súmula vinculante.

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24
Q

O que é Pedido de Reconsideração no contexto do Direito de Petição?

A

Pedido de reconsideração constitui uma espécie de solicitação dirigida à mesma autoridade que expediu o ato, para que ela o aprecie novamente.

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25
O que são Recursos Administrativos no contexto do Direito de Petição?
Recursos administrativos são a expressão utilizada para designar a petição manejada pela parte que deseja submeter determinada matéria à reapreciação de outra autoridade.
26
Quais os tipos de Recursos Hierárquicos Administrativos?
Podem ser: Recursos Hierárquicos Próprios: Aqueles dirigidos à autoridade ou ao órgão imediatamente superior. Recursos Hierárquicos Impróprios: Interpostos a órgão ou autoridade que não possui relação hierárquica com a autoridade que editou o ato objeto de impugnação.
27
O que são Recursos de Ofício?
Além dos recursos apresentados pelos administrados, existem recursos administrativos interpostos pela própria Administração que editou a decisão recorrida.
28
O que é a revisão de processo administrativo para aplicação de sanção?
A revisão de processo, nos termos do art. 65 da Lei 9.784/99, é a petição apresentada em face de uma decisão administrativa que tenha resultado na aplicação de sanção.
29
O que é a revisão de processo conforme o art. 65 da Lei 9.784/99?
É a petição apresentada em face de uma decisão administrativa que tenha resultado na aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou abrandá-la. Pode ocorrer a qualquer tempo quando há fato novo superveniente, de ofício ou a pedido, e não pode resultar em agravamento da sanção.
30
Como se organiza o Sistema de Controle Interno no âmbito da União?
O sistema de controle interno é mantido de forma integrada pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Cada órgão possui seu próprio controle interno. O Poder Executivo possui um Órgão Central (CGU) e Órgãos Setoriais (Ciset).
31
Quais são as atribuições dos órgãos de controle interno conforme o art. 74 da Constituição Federal?
Avaliar o cumprimento das metas do plano plurianual, comprovar a legalidade da gestão orçamentária, exercer controle das operações de crédito e apoiar o controle externo.
32
Como o controle interno apoia o controle externo?
O controle interno apoia o controle externo, realizando auditorias e emitindo relatórios para subsidiar o exame e julgamento do Tribunal de Contas.
33
Qual a responsabilidade dos órgãos de controle interno ao tomarem conhecimento de irregularidade ou ilegalidade?
Devem comunicar ao Tribunal de Contas qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidária.
34
O que é Controle Legislativo?
É o controle exercido pelas casas legislativas sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.
35
Quais são os sistemas de controle financeiro da União?
O controle financeiro da União é exercido mediante o Sistema de controle externo e o Sistema de controle interno.
36
Qual a aplicação do princípio da simetria nos sistemas de controle?
Os sistemas de controle nos Estados, Distrito Federal e Municípios devem seguir, no que couber, as disposições relativas à União previstas na Constituição.
37
Quem é o titular do controle externo nas diferentes esferas da federação?
Esfera Federal: Congresso Nacional. Estados: Assembleia Legislativa. Municípios: Câmaras Municipais. Distrito Federal: Câmara Legislativa.
38
Qual o papel do Tribunal de Contas da União (TCU) no controle externo?
O TCU auxilia o Congresso Nacional no controle externo, atuando em atividades técnicas como auditorias, enquanto o Congresso atua em atividades políticas.
39
Quem são os sujeitos ativos e passivos do controle externo no âmbito federal?
Sujeitos Ativos: Congresso Nacional e TCU. Sujeitos Passivos: Todos que administrem recursos públicos, sejam pessoas físicas ou jurídicas.
40
Quais as áreas alcançadas pelo controle externo?
As áreas são: Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial.
41
Quais os aspectos a serem verificados nas fiscalizações do controle externo?
Os aspectos são: Legalidade, Legitimidade, Economicidade, Aplicação das subvenções e Renúncia de receitas.
42
O que são subvenções e renúncias de receitas no contexto da fiscalização?
Subvenções são transferências de recursos orçamentários para cobrir despesas. Renúncia de receita envolve benefícios que reduzem tributos.
43
Qual o fundamento do controle legislativo?
O fundamento do controle externo é constitucional e só pode ocorrer nas hipóteses previstas na Constituição.
44
Como o controle legislativo é distinguido doutrinariamente?
É distinguido em Controle Político e Controle Financeiro.
45
Quais são algumas das atribuições exclusivas do Congresso Nacional no controle parlamentar direto?
Sustar atos normativos do Poder Executivo, julgar as contas do Presidente da República e fiscalizar atos do Poder Executivo.
46
Qual a competência do Congresso Nacional em relação ao julgamento das contas do Presidente da República?
A competência é do Congresso Nacional, que julga as contas como ato político.
47
Qual a competência da Câmara dos Deputados em relação às contas do Presidente da República?
Se as contas não forem apresentadas no prazo, a Câmara dos Deputados procede à tomada de contas.
48
Como o Congresso Nacional exerce o controle parlamentar direto de forma investigativa?
Convocando autoridades para prestar informações e através de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).
49
Quais autoridades são processadas e julgadas pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade?
O Senado processa e julga o Presidente, Vice-Presidente, Ministros de Estado e outras autoridades conforme a Constituição.
50
Qual a estrutura e natureza jurídica do Tribunal de Contas da União (TCU)?
O TCU é um órgão administrativo autônomo que auxilia o Poder Legislativo no controle externo, composto por nove Ministros.
51
Qual a composição dos demais Tribunais de Contas do País?
Os demais Tribunais de Contas são compostos por sete Conselheiros.
52
Quais os tipos de Tribunais de Contas no Brasil, além do TCU?
Existem 26 tribunais de contas dos estados, 1 do Distrito Federal e 3 dos municípios.
53
Quem auxilia as Câmaras Municipais no controle externo nos municípios sem TC?
O Tribunal de Contas Estadual (TCE) auxilia as Câmaras Municipais no controle externo.
54
Quais são as principais competências do TCU relacionadas ao controle externo?
As competências incluem apreciar contas do Presidente, julgar contas de administradores e aplicar sanções em caso de ilegalidade.
55
Qual a diferença entre 'contas de governo' e 'contas de gestão'?
Contas de Governo são prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Executivo e têm caráter político. Contas de Gestão são prestadas por administradores e têm caráter técnico.
56
Qual a diferença entre "contas de governo" e "contas de gestão"?
Contas de Governo: Prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da República). Possuem caráter político e são julgadas pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional), após parecer prévio opinativo do Tribunal de Contas. Contas de Gestão: Prestadas pelos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta de todos os Poderes. Possuem caráter técnico e são efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas.
57
Quais as espécies principais de contas julgadas pelo TCU?
As contas julgadas pelo TCU podem ser de duas espécies principais: Tomadas e prestações de contas ordinárias anuais: independem de suspeita de irregularidades e se destinam a avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão dos responsáveis em um determinado exercício; Tomadas de contas especiais: processo com rito próprio, destinado a apurar responsabilidade por ocorrência de dano ao patrimônio da Administração Pública (erário) e obtenção do respectivo ressarcimento.
58
Qual a eficácia das decisões do TCU de que resultem imputação de débito ou multa?
As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo extrajudicial (CF, art. 73, §3º). Isso significa que o débito imputado ou a multa aplicada podem ser levados diretamente ao Poder Judiciário para cobrança, em ação de execução, sem necessidade de discussão prévia.
59
Quais atos de pessoal o TCU aprecia para fins de registro? E quais são as exceções?
O TCU aprecia a legalidade, para fins de registro: dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta e das concessões de aposentadorias, reformas e pensões. Exceções: das nomeações para cargo de provimento em comissão e das melhorias posteriores das aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
60
Como o STF entende os atos de pessoal sujeitos a registro pelo TCU?
Os atos de pessoal sujeitos a registro, conforme entendimento do STF, são atos administrativos complexos, que se aperfeiçoam com o registro do Tribunal de Contas.
61
A Súmula Vinculante nº 3 do STF exige contraditório e ampla defesa nos processos perante o TCU de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão?
Não. A Súmula Vinculante nº 3 do STF dispõe que, nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
62
Qual o prazo decadencial para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão pelo Tribunal de Contas, segundo o STF (Tema 445)?
O STF firmou o entendimento (Tema 445) de que há incidência do prazo decadencial sobre a apreciação de atos sujeitos a registro pelo Tribunal de Contas, o que impossibilita a adoção de decisão desfavorável ao beneficiário após o transcurso de 5 anos.
63
O que diz a Súmula nº 6 do STF sobre a revogação ou anulação de atos aprovados pelo Tribunal de Contas?
Nos termos da Súmula nº 6 do STF: "A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário".
64
O TCU pode determinar a anulação de um ato administrativo ou contrato?
O Tribunal de Contas não tem competência para anular ou sustar contratos administrativos. Ele tem competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato, ouvindo previamente a empresa contratada.
65
Qual o procedimento para sustação de atos e contratos pelo TCU e Congresso Nacional?
Em caso de ato administrativo: o TCU susta a execução do ato impugnado, aplica multa ao responsável e comunica a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, separadamente. Em caso de contrato administrativo: o TCU aplica multa ao responsável e comunica o fato ao Congresso Nacional.
66
O TCU tem competência para determinar a quebra de sigilo bancário?
Não. Segundo o entendimento do STF (MS 22.934/DF), o TCU não possui competência para determinar a quebra de sigilo bancário de responsável sujeito a sua jurisdição.
67
Como ocorre a emissão de pronunciamento conclusivo sobre despesas não autorizadas?
A Comissão mista de Senadores e Deputados (CMO), ao se deparar com indícios de despesas não autorizadas, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que apresente, no prazo de 5 dias, os esclarecimentos necessários.
68
Quem pode denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União?
Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União (Art. 74, §2º da CF).
69
Os Tribunais de Contas podem realizar controle de constitucionalidade de leis e atos normativos?
Sim. Pela Súmula 347 do STF, o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
70
Quais são as condições para que os Tribunais de Contas afastem a aplicação de uma norma por inconstitucionalidade?
Os Tribunais de Contas podem afastar a aplicação de uma norma cuja aplicação no caso expressaria um resultado inconstitucional, mas somente: quando isso for imprescindível para o exercício do controle externo.
71
O que é o Controle Judicial ou Jurisdicional?
O controle judicial ou jurisdicional é aquele exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas.
72
O controle judicial age de ofício?
Não. O controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judiciário não age de ofício, por iniciativa própria.
73
Em regra, o controle judicial é prévio, concomitante ou posterior?
Em regra, o controle judicial é classificado como uma espécie de controle a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido consumado.
74
O controle judicial se restringe à legalidade ou adentra o mérito administrativo?
Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a conveniência e oportunidade do ato em exame.
75
O que o Poder Judiciário pode e não pode fazer em relação aos atos discricionários da Administração?
Pode: analisar elementos "motivo" e "objeto" quando contrariarem princípios legais; Não pode: exercer controle de mérito.
76
O que é Mandado de Segurança (MS)?
O mandado de segurança individual é ação prevista no art. 5º, LXIX da CF. É sempre uma ação de natureza civil.
77
O que é um "direito líquido e certo" para fins de Mandado de Segurança?
Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano através de prova documental, e sem incertezas, a respeito dos fatos narrados pelo declarante.
78
Quem possui legitimidade ativa para impetrar Mandado de Segurança?
Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil; Universalidades reconhecidas por lei.
79
Quem é considerado "autoridade coatora" (legitimidade passiva) em um Mandado de Segurança?
A autoridade coatora será a pessoa responsável pela prática do ato que está sendo impugnado no mandado de segurança.
80
Quais os tipos de Mandado de Segurança quanto ao momento de sua impetração?
O MS pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine, respectivamente, a reparar uma ilegalidade ou abuso de poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de lesão ao direito líquido e certo do impetrante.
81
Qual o prazo para impetração do Mandado de Segurança?
O prazo para impetração do MS é de 120 dias contados da data em que o interessado tomar ciência do ato impugnado.
82
Em quais situações o Mandado de Segurança não poderá ser utilizado?
Não poderá ser utilizado MS: Contra lei em tese; Contra atos de gestão comercial; Decisão judicial transitada em julgado.
83
O que diz a Súmula 266-STF?
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
84
O que estabelece o Art. 1º §2º da Lei 12.016/2009?
Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.
85
O que diz a Súmula 430-STF?
O pedido de reconsideração na esfera administrativa não interrompe o prazo do mandado de segurança.
86
O que diz a Súmula 269-STF?
O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.
87
O que é Mandado de Segurança Coletivo e quem pode impetrá-lo?
O Mandado de Segurança Coletivo é voltado ao atendimento dos interesses de um grupo de indivíduos. Pode ser impetrado por: partido político com representação no Congresso Nacional; organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
88
É necessária a autorização expressa dos associados para a impetração de MS Coletivo por uma entidade?
Não. A entidade impetrante age como mero substituto processual, não se exigindo a autorização expressa dos titulares dos direitos.
89
Quais tipos de direitos são protegidos pelo Mandado de Segurança Coletivo?
Os direitos protegidos podem ser coletivos ou individuais homogêneos, não se permitindo sua utilização para proteger direitos difusos e gerais da coletividade.
90
Qual o efeito da sentença em um Mandado de Segurança Coletivo?
A sentença fará coisa julgada apenas para os membros do grupo ou categoria substituídos pela entidade impetrante, não beneficiando indivíduos não representados.
91
O que é Ação Popular?
A ação popular é um instrumento de controle social da Administração Pública, visando anular ato lesivo ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural.
92
Quem é parte legítima para propor Ação Popular?
Qualquer cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, ou o português equiparado, no gozo dos direitos políticos.
93
Qual o papel do Ministério Público na Ação Popular?
O Ministério Público atua como fiscal da lei, pode substituir o autor se este se omitir e recorrer das sentenças contra o autor.
94
Qual o objeto da Ação Popular?
Visa a anular ato administrativo lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural.
95
Qual o resultado da sentença em uma Ação Popular?
O cidadão demandará a anulação do ato lesivo, podendo resultar na condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos.
96
A Ação Popular pode ser preventiva?
Sim, pode ser preventiva quando ajuizada antes da prática do ato lesivo.
97
O que é Ação Civil Pública (ACP) e quem pode propô-la?
A ação civil pública é prevista no art. 129 da CF e pode ser proposta pelo Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estados, Municípios, entre outros.
98
Qual o alcance da Ação Civil Pública?
É abrangente, servindo para a tutela de interesses difusos e coletivos, mas não para interesses individuais determinados.
99
Qual o resultado da sentença em uma Ação Civil Pública?
A sentença pode ser uma obrigação de fazer ou não fazer, ou condenação em dinheiro do responsável por lesão.
100
A Ação de Improbidade Administrativa é uma espécie de Ação Civil Pública?
Não. A ação por improbidade administrativa é repressiva e de caráter sancionatório, não constituindo ação civil.
101
Quais outras ações judiciais podem ser utilizadas para o controle da Administração Pública?
Existem outras ações como habeas corpus, habeas data e mandado de injunção.
102
O que é Controle Social da Administração Pública?
É exercido pelo cidadão diretamente ou pela sociedade civil organizada.
103
Cite exemplos de ações de controle social acessíveis a qualquer cidadão.
Denunciar irregularidades, propor ação popular, examinar contas de governo e acompanhar informações sobre execução orçamentária.