Diarreia aguda Flashcards

(60 cards)

1
Q

Produção de líquidos endógenos em 24h

A

Secreção salivar: 1L
Suco gástrico: 2L
Secreção biliar: 1L
Suco pancreático: 2L
Secreção intestinal: 2L (duodeno e jejuno proximal)

Dieta: 2L (exógeno)

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2
Q

Absorção dos líquidos

A

Intestino: 8L (disfunção da mucosa do intestino delgado -> diarreia líquida e volumosa)
Cólon: 1-2L
Excretados pelas fezes: 100-200ml

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3
Q

Definição de diarreia aguda

A

-Alteração do hábito intestinal, caracterizada pelo aumento de evacuações e de teor de H2O nas fezes -> depleção hidrossalina e má absorção de H2O e eetrólitos
-OMS: 3 ou > episódios de fezes amolecidas em 24h durante no máximo 14 dias
-Instalação súbita e é autolimitada (7-14 dias)
-Etiologia mais fequente: infecciosa

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4
Q

Como ocorre a principal transmissão e a que está relacionada?

A

Via fecal-oral

Qualidade da H2O
Falta de saneamento básico
Manipulação e estoque de alimentos

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5
Q

Regiões mais afetadas pela diarreia aguda

A

Sudeste e Nordeste
Falta de acesso a água tratada

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6
Q

Ciclo estabelecido pela diarreia

A

diarreia -> agravo nutricional que provoca desnutrição -> alimenta a diarreia e propicia infecções -> contribuem para diarreias de repetição.

Um episódio diarreico mais grave pode levar à desidratação aguda e, eventualmente, à morte

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7
Q

Fatores determinantes da diareia aguda relacionado à criança

A

-Condições desfavoráveis da gestação e má nutrição materna
-Baixo peso ao nascer
-Desmame precoce
-Falta de orientação pós desmame (IA inadequada)
-Condição nutricional e imunológicas desfavoráveis

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8
Q

Fatores determinantes da diareia aguda relacionado à condição socio-econômica

A

Condição socio-econômica desfavorável:
-Habitação
-Falta de saneamento básico
-Contaminção fecal de H2O e alimentos
-Falta de informação
-Baxa escolaridade dos pais
-Preconceitos culturais/alimentares

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9
Q

Etiologia

A

Viral: rotavírus (diminuiu a incidência com a vacinação, adenovírus, norovírus (mais comum em epidemias), astrovírus

Bacteriana: E. coli, Salmonella, Shigella, Vibrio cholerae (epidemias), Aeromonas, Pleisiomonas, Campylobacter jejuni, Yersinia

Parasitária: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isosporíase

Fúngica: Candida albicans (imunossuprimidos, desidratados, internados)

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10
Q

Etiologia em pacientes imunossuprimidos ou em ATB prolongada

A

Bactérias: Klebsiella, Pseudomonas, Aerobacter, C. difficile
Parasitas: Cryptosporidium, Isospora
Vírus: HIV

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11
Q

Etilogias mais raras

A

APLV, deficiência de lactase, apendicite aguda, uso de laxantes e ATB (desequilíbrio da flora intestinal), intoxicação por metais pesados, síndrome do intestino curto

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12
Q

Diagnóstico diferencial da disenteria

A

invaginação intestinal

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13
Q

Diagnósticos inicial

A

Estabelecer diagnóstico anatômico:
-Diarreia alta/ do delgado: volume grande (80-90% da água é absorvida lá), sem sangue
-Diarreia baixa/ colônica: volume pequeno e com sangue

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14
Q

Diagnóstico de gravidade

A

Número de evacuações:
-Leve: até 5x/dia
-Moderada: 6-10x/dia
-Intensa >10/ dia

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15
Q

Diagnóstico cronológico

A

Duração da diarreia

Aguda aquosa (mais comum), disenteria, agudo-prolongada/persistente e crônica

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16
Q

Diarreia aguda aquosa

A

-Mais comum
-Diarreia até 14 dias, perda de grande volume, principal causa de desidratação
-Causa infecciosa (bactéria ou vírus)
-Pode causar desnutrição se a alimentação não for adequada e se episódios sucessivos

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17
Q

Disenteria

A

-Diarreia aguda com sangue até 14 dias
-Lesão da mucosa intestinal -> mais chance infecçao sistêmica, sepse e complicações
-Shigella é a principal etiologia

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18
Q

Diarreia aguda-prolongada ou persistente

A

-14-30 dias
-Consequência das enterites infecciosas graves em desnutridos inadequadamente tratados

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19
Q

Diarreia crônica

A

->30 dias
-Origina-se de complicações das enterites, APLV, reflexo gastrocólico aumentado (maior motilidade), doenças entéricas primárias (aumento mucoviscosidade -> diminui a absorção de gordura -> flutuação das fezes), enteroparasitoses

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20
Q

Anamnese

A

-Duração
-Número de evacuações diárias
-Presença de sangue
-Vômitos (aumnta os riscos de desidratar)
-Febre (desidratação ocasiona)
-Práticas alimentares
-Casos de diarreia em casa e na escola
-Oferta e consumo de líquidos
-Uso de medicamentos
-Histórico de imunizações
-Diurese
-Peso recente

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21
Q

Riscos de complicações

A

-< 2 meses
-Doença de base grave: doenças crônicas, DM, insuficiência renal ou hepática
-Vômitos persistentes (risco de desidratação)
-Perdas diarreicas volumosas e frequentes (> 8 episódios diários; risco de desidratação)
-Percepção de sinais de desidratação pelos pais

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22
Q

Exame físico

A

-Estado de hidratação
-Estado nutricional
-Estado de alerta (ativo, irritável, letárgico)
-Capacidade de beber (sede)
-Diurese (desidratado: anúria ou oligúria)
-Exame macroscópico das fezes (sangue, muco, pus, alimentos mal digeridos, parasitas, aspectos, consistência, composição)
-Sinais de toxemia (letargia, má perfusão periféria, hipo ou hiperventilação, cianose)

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23
Q

Melhor indicador de desidratação

A

perda de peso

Até 5%= desidratação leve
Entre 6% e 10%= desidratação moderada
Mais de 10%= desidratação grave

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24
Q

Sinais de desidratação

A

mucosas secas, turgor e elasticidade da pele diminuídos (sinal da prega), fontanela deprimida, olhos encovados (fundos), olíguria ou anúria, aumento a FC e diminuição da PA

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25
Exames complementares
Hemograma, hemocultura, ionograma, coprocultura, ELISA, pH fecal e substâncias redutoras, exame macroscópico de fezes, exame parasitológico de fezes, elementos anormais nas fezes
26
Hemograma na diarreia
pode demonstrar leucocitose, neutrocitose e anemia por carência nutricional
27
Hemocultura na diarreia
útil na suspeita de sepse
28
Ionograma na diarreia
utilizado na suspeita de DRGE
29
Gasimetria na diarreia
solicitada mediante vômitos frequentes com alteração do equilíbrio ácido-base
30
Coprocultura na diarreia
para determinar o agente bacteriano
31
ELISA na diarreia
para detectar vírus nas fezes
32
pH fecal e substâncias redutoras na diarreia
detecta carboidratos não digeridos nas fezes
33
Exame parasitológico de fezes
detecta parasitas, protozoários e helmintos
34
Elementos anormais nas fezes
leucócitos e sangue (inflamação e destruição da mucosa intestinal) em casos de colites e diarreia invasiva
35
Paciente A
Estado geral/condição: ativo, alerta Olhos: sem alteração Lágrimas: presentes Boca e língua: úmidas Sede: sem sede Sinal de prega: desaparece imediamente Pulso: cheio Enchimento capilar: normal (até 3 seg) Perda de peso: sem perda Conclusão e tratamento: sem desidratação e plano A (tratamento domiciliar)
36
Paciente B
Estado geral/condição: irritado, intranquilo Olhos: fundos Lágrimas: ausentes Boca e língua: secas Sede: sedento, bebe rápido e avidamente Sinal de prega: desaparece lentamente Pulso: rápido, débil Enchimento capilar: prejudicado (3-5 seg) Perda de peso: até 10% Conclusão e tratamento: se 2 ou > sinais descritos há desidratação; plano B (TRO no sistema de saúde)
37
Paciente C
Estado geral/condição: comatoso, hipotônico* Olhos: muito fundos Lágrimas: ausentes Boca e língua: muito secas Sede: bebe mal ou não é capaz de beber* Sinal de prega: desparece muito lentamente (>2 seg) Pulso:muito débil ou ausente* Enchimento capilar: muito prejudicado (>5seg) Perda de peso: > 10% Conclusão e tratamento: pelo menos 1 sinal * e 2 ou > dos outros sinais = desidratação grave; plano C (TR parenteral)
38
Como avalia o enchimento capilar?
A mmão da criança deve ser mantida fechada e comprimidapor 15 segundos. Abrir a mão da criança eobservar o tempo no qual a coloração da palma damão volta ao normal.
39
Plano A
-Paciente com diarreia e está hidratado -Tratamento domiciliar: a criança precisa ter boa tolerância oral -Oferecer mais líquidos que o habitual para prevenir desidratação -> SRO (absorção fisiológica de eletrólitos e glicose) após cada evacuação diarreica -Manter alimentação habitual: Normo-calórico proteica, hipofermentativa, com pureza bacteriológica, baixo conteúdo de fibras insolúveis, hipoalergênica < 6 meses, desnutridos, alérgicos ou com alergia na família, não suspender AME. -Se não melhorar em 2 dias ou apresentar sinal de alerta (piora na diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa alimentar, disenteria, menor diurese) levar imediatamente ao serviço de saúde -Orientar o acompanhante: reconhecr sinais de desidratação, preparar SRO, medidas de higiene pessoal e domiciliar -Zinco 1x/dia por 10-14 dias: < 6 meses: 10mg/ dia e > 6 meses ate 5 anos: 20mg/dia
40
Sinais de alerta na diarreia
aumento da frequência das dejeções líquidas, vômitos frequentes, sangue nas fezes, recusa para ingestão de líquidos ou aliemntos, febre, diminuição da atividade, presença de sinais de desidratação, piora do estado geral, muita sede, diminuição de diurese
41
Plano B
-Paciente com diarreia e desidratado -SRO com supervisão médica na unidade saúde (devem permanecer até reidratação completa). A quantidade ingerida depende da sede do paciente: a orientação inicial é de 50-100 mL/kg em casos leves e 100-150 mL/kg em casos moderados por 4-6h -Fase de manutenção do SRO: 50-200ml -Reavaliar o paciente: se desaparecerem os sinais de desidratação ,utilizar o plano A. Se continuar desidratado ou não aceitar a reidratação por VO, indicar a sonda nasogástrica(gastróclise).Se evoluir para desidratação grave, seguir o plano C. -Se não houver melhora em 6h de tratamento encaminhar para internação. -Zinco 1x/dia por 10 a 14 dias: até 6 meses = 10mg/dia, > 6 meses e menores de 5 anos = 20mg/dia.
42
Quando usar gastróclise?
+ Perda de peso após as primeiras 2horas de TRO + Vômitos persistentes (4 ou mais em 1hora) + Dificuldade de reidratação por perda fecal alta + Distensão abdominal acentuada + Dificuldade de ingestão oral Velocida de 20 a 30mL/kg/hora até reidratar. Se houver náusea ou vômitos, diminuir a velocidade para 15mL/kg/hora até melhora dos sintomas.
43
Uso de ATB
Se apresentar sangue nas fezes, comprometimento do EG, febre alta persistente, dor abd, tenesmo (sensação de incapacidade de evacuar ou comprometimento sistêmico) Reidrata e inicia ATB
44
Se apresentar vômitos persistentes durante o plano B
1 dose de atiemético ondansetrona. Em crianças < 6 meses a 2 anos: 2 mg > 2 a 10 anos (até 30kg): 4 mg > 10 anos (>30kg): 8 mg
45
ATB em crianças com até 10 anos ou até 30kg
-A partir de 3 meses de idade e sem imunodeficiência -Azitromicina: 10mg/kg/dia no primeiro dia e 5mg/kg/dia por mais 4 dias -Ceftriaxona: 50mg/kg/dia intramuscular 1x ao dia por 3-5 dias (alternativa)
46
ATB em criançascom mais de 10 anos ou de 30kg
-Ciprofloxacino: 500mg 12/12h, via oral, por 3 dias -Ceftriaxona: 50-100mg/kg intramuscular 1x ao dia por 3 a 5 dias (alternativa)
47
Crianças < 3 meses ou com imunodeficiência
Ceftriaxona: Ceftriaxona: 50-100mg/kg 1x ao dia. Se não tiver no hospitalizada, administrar primeira dose intramuscular e referenciar ao hospital.
48
Condutas pós início de ATB
Reavaliar o paciente após 2 dias, se persistir sangue nas fezes: encaminha para internação hospitalar
49
Quando usar ATB?
-Casos mais graves de diarreia invasiva -Febre alta -EG comprometido -Sinais de disseminação bacteriana extra-intestinal -Desnutridos graves -RN -< 2 meses -Imunossuprimidos
50
Tratamento de diarreia persistente e crônica
-Encaminhar para hospital se menor de 6 meses, apresentar sinais de desidratação (hidrate e depois leve) ou se apresentar sinais de alerta (levar imediatamente) - > 6 meses sem sinais de desidratação: encaminhar para consulta para investigar e tratar
51
Paciente com desnutrição grave
-E hidratado: encaminar para tratamento no estabelecimento de saúde -E desidratado: iniciar TRO e em seguida levar
52
Paciente com > 39 graus de febre
febre alta + quadro diarreico -> investigar outras causas como pneumonia, otite, amigdalite, faringite, ITU
53
Antiparasitários
Devem ser usados somente para: Amebiase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp fracassar, ou em casos em que se identificam nas fezes trofozoitos de Entamoeba histolytico englobando hernácias Metronidazol 50 mg/kg/dia 3x/dia por 10 dias. Giardiase, quando a diarreia durar 14 dias ou mais, se identificarem cistos ou trofozoitos nas fezes ou no aspirado intestinal: Metronidazol 15 mg/kg/dia 3x/dia por 5 dias.
54
Antieméticos
Apenas deve ser usado se o paciente apresentar vômitos persistentes, conforme descrito no PLANO B, para garantir que consiga ingerir a solução de SRO e ser reidratado. (Não usar Metoclopramida - (Reação extrapiramidal frequente) Antídoto: Biperidona (AKINETON) (0,04 mg/Kg IMI)
55
Medicamentos contra-indicados
antidiarreicos, antiespasmódicos
56
Probiótico
Podem ter benefícios na redução da duração e da frequência de evacuações em casos de diarreia infecciosa aguda São coadjuvantes do tratamento e devem ser usados de 5 a 7 dias
57
Anti-secretórios
reduzem a secreção intestinal (inibidor da enzima encefalinase) com melhora significativa dos sintomas. Como não interferemcom a motilidade intestinal, não alteram o tempode trânsito e não produzem supercrescimeno bacteriano. Racecadotrila(Tiorfan):1,5mg/kg de peso corporal, três vezes ao dia. Contraindicado para menores de 3 meses. Apresentaçãoem sachês(pó) com 10mg e 30mg ou comprimidos com100mg. Dose máxima de 400mg por dia. Suspender assim que a diarreia cessar
58
Indicações de internamento
-Desidratação grave ou sinais de choque -< 2 meses -Desidratação moderada que não tolera TRO -Desnutrição grave -Toxemia grave, suspeita de sepse ou infecção grave associada -Famílias sem condições de garantir o tratamento ambulatorial
59
Sinais de alerta para os pais
-Diarreia intensa (fezes líquidas mais de 1ep/h) e > 5 dias -Vômitos frequentes, sede intensa, olhos fundos, anúria por mais de 8h, desinteria, febre, gemência e prostração
60
Prevenção da diareia aguda
-AME até 6 meses -IA adequada -Vacinação -Saneamento básico