Distúrbios de Interação Eixo Intestino-Cérebro Flashcards
(48 cards)
Causa dos DIEIC
Imaturidade do sistema digestório -> lactentes em fase de crescimento rápido do intestino (é normal emagrecer); período de adaptação/maturação funcional para digestão e absorção intestinal; alterações do sistema imunológico e de motilidade e instalação da microbiota intestinal
É fisiológico
Principal consequência dos DIEIC
Efeitos negativos na qualidade de vida da famílica -> ficam estressados, ansiosos, com medo (cascata de desconfrto familiar)
O que são os critérios de Roma IV?
É um método adotado para padronizar o diagnóstico dos DIEIC
Classifica em os DIEIC em 7 grupos: regurgitação do lactente, síndrome da ruminação, síndrome dos vômitos cíclicos, cólica do lactente, diarreia funcional, disquesia do lactente e constipação intestinal funcional
O que os DIEIC causam no ponto de vista familiar?
Angústia aos pais e ao paciente
Mais consultas médicas, alterações e trocas de fórmula (diminuição da amamentação pois acham que pode interferir), tratamentos medicamentosos ou não -> isso gera custo importante
Sinais e sintomas mais comuns da DIEIC
Regurgitação, vômito, cólica, choro, distensão abd, flatulências (pouca lactase = dificuldade de digerir e deglute ar ao mamar), dificuldade e esforço antes ou durante as evacuações, fezes endurecidas, diminuição ou aumento da frequência das evacuações
Choro
-Comum nos estágios precoces da vida pois não sabem se comunicar e não conseguem satisfazer susas necessidades
-Pico de choro até os 3 meses de vida
-Vai mudando gradualmente a quantidade e o padrão
-“Curva normal do choro do bebê” = variação durante o dia -> chora mais no final da tarde
-Choro inconsolável de causa orgânica -> menos de 5% das crianças
-Reassegurar aos pais que o filho não tem doença e que o choro e irritabilidade é uma manifestação normal no bebê se não tiver sinais de alerta associados
Regurgitação do lactente - fisiopatologia e idade
-Manifestação mais comum, pode ocorrer associada a vômitos (é possível diferenciar na anamnese)
-Fisiopatologia: imaturidade funcional do EEI, que permanece relaxado independente das deglutições e permite a passagem de alimento; pode ser decorrente de características anatômicas (esôfago mais curto e esvaziamento intestinal lento)
-Manifestações clínicas com pico entre 4m e 6m (quando o bebê começa a sentar = aumenta a P intrabdominal) edesaparecem até 1 ano com a maturação funcional esfincteriana
Critério de Roma IV - regurgitação do lactente
Devem estar presentes ambas as características entre 3 semanas e 12 meses de vida + ausência de outro problema de saúde:
- 2 ou mais regurgitações por dia durante 3 ou mais semanas
- Ausência e náuseas, hematêmese, aspiração, apneia, défict de crescimento, dificuldades na alimentação ou para deglutição, postura anormal - Ex: manifestação rara da DRG em crianças, caracterizada por movimentos anormais e distônicos, principalmente da cabeça, pescoço e tronco, que podem ser acompanhados de arqueamento da coluna - (sinais de alerta)
Regurgitação do lactente - manejo
-Acalmar os pais sobre a benignidade do processo
-Não há necessidade de interveção medicamentosa, como procinéticos, inibidores de prótons ou antiácidos
-Nada justifica a mudança de AME para fórmula (sempre continuar com o leite materno) e se o bebê já usa fórmula não há justificativa para trocá-la
-Há poucas evidências sobre redução de volume e encurtamento do intervalo entre as refeições
-Se atentar aos sinais de alarme -> podem ser indicativos de DRGE
-Afastar DRGE e alergia ao leite de vaca
Sinais gerais de alerta na avaliação do lactentes com regurgitação
perda de peso
letargia
febre
irritabilidade excessiva ou dor
disúria
início das regurgitações ou vômitos após 6m (o pico é de 4-6m) ou piora após 12m
Sinais neurológicos de alerta na avaliação do lactentes com regurgitação
abaulamento da fontanela
aumento excessivo do perímetro cefálico
convulsões
microcefalia ou macrocefalia
Sinais gastrointestinais de alerta na avaliação do lactentes com regurgitação
vômitos intensos persistentes
vômitos noturnos
vômitos biliosos
hematêmese
diarreia crônica
sangramento retal
distensão abdominal
Quais sinais precisam receber atenção para diferenciar regurgitação do lactente e DRGE?
Vômitos
Choros
Côlica (episódios de irritabilidade, agitação ou choro intenso por pelo menos 3h, em 3 dias da semana)
Flatulência (excesso de gases poderia resultar de técnica inapropriada de amamentação com a ocorrência de aerofagia)
Distensão abdominal
Dificuldade de evacuar
Diminuição ou aumento da frequência de evacuações
Diagnóstico diferencial das DIEIC
DRGE e alergia a proteína do leite de vaca
Síndrome da ruminação - conceito
regurgitação do conteúdo estomacal para a cavidade oral como comportamento de autoestimulação e, em seguida, deglutição
sugere contexto de privação social prolongada, quando não há envolvimento materno com a criança e pode envolver transtornos neuropsiquiátricos
aparece entre 3 e 8 meses de vida
Principal complicação da síndrome da ruminação
desnutrição devido ao retorno dos alimentos à boca
Critério de Roma IV - Síndrome da ruminação
Apresentar todos os itens por , no mín, 2 meses:
-Contrações repetidas dos músculos abdominais, da língua e do diafragma
-Regurgitação sem esforço do conteúdo gástrico, que pode ser expulso pela boca ou mastigado e deglutido novamente
-Pelo menos 3 entre: início entre 3 e 8 meses de vida;
Irresponsivo ao tratamento de DRGE;
Ausência de desconforto;
Sem episódios durante o sono ou interação com outros indivíduos
Diagnóstico e tratamento da Síndrome da Ruminação
-Nenhum procedimento laboratorial ou de imagem é requerido para o diagnóstico no lactente
-Terapia comportamental nas crianças com distúrbios neurológicos
-Restabelecimento de laços afetivos maternais
-Recuperação nutricional ocorre com o término da ruminação
Síndrome dos vômitos cíclicos - características gerais
-Mais comum entre 2 e 7 anos
-Alto grau de ansiedade familiar
-Paroxismos (ataque repentino e agudo de uma condição que se intensifica rapidamente - primeiras horas - e depois diminui) iniciam nos mesmos horários - tarde da noite ou cedo da manhã
-Pode ou não ocorrer em intervalos regulares
-Quantidade varia
-Se não houver distúrbio hidroeletrolítico há retorno à normalidade quando os vômitos cessam
-Pode ter naúseas até o fim do paroxismo
-Se preocupa quando há desidratação
Critérios de Roma IV - Síndrome dos vômitos cíclicos
Deve incluir todos os itens:
-2 ou mais períodos paroxísticos de vômitos incessantes, com ou sem esforço, durando horas até dias em um período de 6m
-Episódios estereotipados em cada paciente
-Intervalos de semanas ou meses entre os episódios, com retorno à saúde normal entre os episódios de vômitos
O que pode desencadear a síndrome dos vômitos cíclicos?
história materna de enxaqueca (intolerância à luz e barulhos + cefaleia migrânea)
presença de eventos geradores de ansiedade ou estresse
O que fazer se os vômitos cíclicos forem associados a doenças metabólicas, neurológicas ou anatômicas em <2 anos?
dosagem de eletrólitos, ureia e creatinina, glicemia e EED pode ser necessário
O que fazer nas crises de síndrome de vômito cíclicos?
uso precoce de inibidores de bombas de prótons, lorazepam (se causa psicogênica) que apresenta função sedativa, ansiolítica e antiemética e correção de distúrbios hidroeletrolíticos
Cmplicações da síndrome dos vômitos cíclicos
hematêese por gastropatia de prolapso, síndrome de Mallory-Weiss ou esofagite péptica