Diarreia crônica e persistente Flashcards

(46 cards)

1
Q

Criança com quadro de diarréia- como classificar?

A

Início abrupto associado à infecção -> diarreia aguda -> resolução entre 7-13 dias OU
persistência por 14 dias ou mais -> alterações da mucosa intestinal -> manuseio nutricional -> diarreia persistente

Início insidioso não associado à infecção -> duração maior que 30 dias -> diarreia crônica -> evacuações aquosas (osmótica ou secretora), mucosanguinolentas (infecciosa ou inflamatória) ou gordurosas

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2
Q

Diarreia persistente

A

Episódio diarreico inicialmente agudo e de etiologia presumivelmente infecciosa, que se prolonga por mais de 14 dias (as taxas de mortalidade passam de 0,8% para 14% quando chega esse período) e acarreta grave comprometimento nutricional, além de alta morbidade e mortalidade

  • O termo não inclui formas crônicas ou recorrentes de dirreia, como doença celíaca, fibrose cística ou afecções hereditárias
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3
Q

Epidemiologia da diarreia persistente

A

-3 a 20% dos episódios de diarreia aguda se tornam persistentes em crianças < 5 anos
-A maioria ocorre até 2 anos, período crítico de crescimento físico e desenvolvimento mental

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4
Q

Fatores de risco para a diarreia persistente

A

-Hospedeiro: <1 ano, baixo peso ao nascer, desnutrição, deficiência imunológica

-Infecções prévias: gastroenterocolite prévia recente, diarreia persistente prévia

-Hábito alimentar anterior à diarreia: ausência de AME, desmame precoce, introdução recente do leite de vaca

-Prática alimentar durante a diarreia aguda: jejum, aleitamento materno

-Drogas utilizadas durante a diarreia aguda: metronidazol, ATB, anti-secretores e antimotilidade

-Microrganismos isolados: E. coli enteropatogênica, E. coli enteroaderente, Cryptosporidium spp, Rotavírus

-Escolaridade materna

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5
Q

Drogas que podem levar a diarreia persistente

A

Metronidazol
ATB
Anti-secretores e antimotilidade

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6
Q

Microorganismos isolados que podem levare a dirreia persistente

A

E. coli enteropatogênica
E. coli enteroaderente
Cryptosporidium spp
Rotavírus

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7
Q

Patogênese da diarreia persistente

A

-Multifatorial
-Decorre da não recuperação da lesão inicial, destruição de grande número de enterócitos, com redução das enzimas abortivas (lactase) -> pode ser temporária até recuperar os enterócitos e lactase (intolerância à lactose secundária)

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8
Q

Fatores relacionados à etiologia da diarreia persistente

A

-Dano persistente da mucosa por agentes específicos ou infecções sequenciais
-Desequilíbrio da microbiota intestinal
-Má absorção de carboidratos
-Sensibilização a antígenos alimentares
-Fatores do hospedeiro (deficiência de micronutrientes, como zinco, ou vitaminas, desnutriçao, imunodeficiência)
-Supercrescimento bacteriano
-Síndrome do intestino irritável (SII) pós-infecciosa

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9
Q

Exames que podem auxiliar na identificação da resposta inflamatória e o isolamento dos enteropatógenos envolvidos

A

Hemograma, PCR, parasitológico de fezes seriado, cultura de fezes, pesquisa de enterovírus, investigação de imunodeficiências congênitas ou adquiridas

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10
Q

Hemograma

A

leucocitose > ou = 15.000/mm3 sugere infecção bacteriana ou inflamação ativa

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11
Q

PCR

A

> ou = 50mg/mL sugerem infecção bacteriana ou inflamação ativa

citomegalovírus e norovírus podem ser identificados

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12
Q

Parasitológico de fezes seriado

A

solicitar pesquisa para investigação de Cryptosporidium e Cystoisospora e considerar S. mansoni se área endêmica

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13
Q

Cultura de fezes

A

meios de cultura para Shigella, Salmonella e E. coli patogênica

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14
Q

Pesquisa de enterovírus

A

ELISA

Sensibilidade e especificidade elevada (90 e 95%) para pesquisa de rotavírus

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15
Q

Processo vicioso da diarreia persistente (patogênese)

A

Morfologia anormal da mucosa -> absorção pobre de nutrientes -> aumento da permeabilidade -> não regeneração da mucosa -> manutenção da diarreia

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16
Q

Tratamento da diarreia persistente

A

Varia de acordo com a causa, podendo ser necessário: medicamentos (ATB ou antiparasitários), mudançás dietéticas, hidratação adequada

Zinco e vitamina A podem atuar como coadjuvantes -> Zn há evidências que tem o potencial de reduzir duração e gravidade de episódios diarréicos e vitamina A ainda não é recomendada pela OMS, mas pode estar relacionada com a regeneraçao do epitélio intestinal ou sobre a composiçao da microbiota

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17
Q

Probióticos indicados para diarreia persistente

A

Lactobacillus e bifidobacterium

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18
Q

Definição de diarreia crônica

A

Duração > 30 dias, início abrupto ou insidioso e de padrão diarreico variável, sendo intermitente ou contínuo

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19
Q

Classificação da diarreia crônica quanto à fisiopatologia

A

Osmótica
Secretória
Inflamatória/infecciosa
Esteatorreica

20
Q

Diarreia osmótica

A

-Acúmulos de solutos osmoticamente ativos ao lúmen intestinal. Nutrientes inabsorvidos (principalmente carboidratos) ou medicações osmoticamente ativas que causam um gradiente que atrai água para dentro do lúmen intestinal (predominantemente líquida)

-Alergia alimentar, intolerância congênita aos carboidratos, imunodeficiências

21
Q

Diarreia secretória

A

-Distúrbio do mecanismo hidroeletrolítico pela mucosa intestinal (predominantemente líquida)

-Cloridrorreia congênita
-Defeito congênito da absorção do sódio

22
Q

Diarreia inflamatória/ infecciosa

A

-Distúrbio de absorção decorrente da inflamação da mucosa intestinal (presença de sangue e/ou pus)

-Colite alérgica, enterocolite necrosante, DII (doença inflamatória intestinal), doenças infecciosas/ imunodeficiências

23
Q

Esteatorreia

A

-Disabsorção de lipídeos no intestino delgado (grande quantidade de gordura nas fezes = podem flutuar na privada)

-Fibrose cística, insuficiência pancreática endócrina, abetalipoproteinemia, doença celíaca

24
Q

Investigação inicial de criança com diarreia crônica

A
  1. Histórico, exame físico, exames complementares
  2. Buscar sinais de alerta para doença orgânica, comprometimento nutricional, alterações laboratoriais
  3. Diarreia funcional: classificar como ROMA IV, corrigir erros alimentares (principalmente diminuir açúcar)
  4. Tipo de evacuação: diarreia aquosa -> melhora com jejum; diarreia osmótica; pesquisar intolerância as açúcares, sorologia, doença celíaca, avaliar EDA
    OU
    Não melhora com jejum; diarreia secretora; pesquisa de agentes infecciosos, eletrólito nas fezes, excluir TU neuroendócrinos

Diarreia gordurosa->pesquisa de gordura nas fezes; sorologia para doença celíaca, iontoforese, imagem de pâncreas, EDA + biópsia

Diarreia sanguinolenta: pesquisa de agentes infecciosos, claprotectina, fezes, avaliar colonoscopia

25
Diarreia funcional
-Evacuações diarreicas; sem dor; >4x/dia, por > 4 semanas -Início no lactente e até 3 anos, com melhora aos 5 anos -Ausênia de repercussão nutricional -Exames subsidiários negativos para má-absorção ou inflamação do TGI -As fezes são mais formadas pela manhã e tendem a ser mais aquosas ao longo do dia; é comum ter restos alimentares nas fezes devido a maior velocidade do TGI e não em decorrência a má absorção; excesso de sorbitol e frutose podem exarcerba a diarreia (carga osmolar excessiva) -Tipo de diarreia crônica
26
Causas infecciosas da diarreia crônica
agentes bacterianos, virais e protozoários, supercrescimento bacteriano do intestino, síndrome pós-enterite, doença de Wipple (infecção rara e sistêmica causada pela bactéria Tropheryma whipple)
27
causas não infecciosas da diarreia crônica
*associada a substâncias exógenas* (excesso de carboidratos; sorbitol, xilitol e manitol; anti-ácidos, laxativos - lactulose e mangnésio; metil-xantinas (chá, café e coca cola) *processo digestivo anormal* (fibrose cística, deficência isola de enzima pancreática, pancreatite crônica, deficiência de enteroquinase, uso sequestrante de sal biliar...) *má absorção de nutrientes* (deficiência de lactase, síndrome do intestino encurtado, deficiência de absorver açúcares) *processos imunes e inflamatórios*: alergia aimentar, doença celíaca, gastroenterite eosinofílica, enteropatia autoimune, imunodeficiências primárias ou secundárias *defeitos estruturais*: doença de inclusão microvilositária, enteropatia tuffting, diarreia fenotípica... *defeitos no transporte de eletrólitos e metabólicos*: cloridorreia congênita, má-absorção de sódio, deficiência de folato... *doença de motilidade*: doença de Hirschsprung, peudo-obstrução intestinal crônica, tirotoxicose *diarreias não específicas*: diarreia crônica funcional, síndrome do intetsino irritável *doenças neoplásicas*
28
Início da diarreia e possível diagnóstico
-Neonatal: diarreias congênitas -Abrupto: infecção -Relação com alimentos: doençacelíaca, alergia alimentar, alguns erros inatos do metabolismo (frutosemia, por ex) -Gradual: todas as outras causas
29
Características das fezes e possível diagnóstico
-Durante o dia: diarreia funcional (ingesta de excesso de carboidratos/ açúcares) -Noturna: causa orgânica -Sanguinolenta: doença intestinal inflamatória (DII), alergia -Acolia fecal: ausência de bile
30
Correlação com alimentos e possível diagnóstico
-Açúcares: IHF (intolerância hereditária à frutose), intolerância aos açúcares -Excesso de sucos: diarreia osmótica ou funcional -H2O ou alimentos contaminados: infecções, parasitose
31
Doença sistêmica e relação com diarreia
hipertireoidismo, DM e TB
32
Imunodeficência e relação com diarreia
congênita ou adquirida (HIV)
33
Flatulência e relação com diarreia
má absorção de carboidratos
34
Escape fecal e relação com diarreia
incontinência fecal (pode ter comportamento retentivo/ de constipação)
35
História familiar e relação com diarreia
DII, diarreia congênita, doença celíaca
36
Viagens e relação com diarreia
endemia -> infecção
37
Perda de peso e relação com diarreia
má absorção, insuficiência pancreática
38
Sintomas de doenças disabsortivas
déficit ponderoestatural, palidez e/ou anemia, edema
39
Sintomas de alergia alimentar
edema, doença perianal, sangue nas fezes
40
Sintomas de doença inflamatória intestinal (DII)
doença perianal, febre, despertar noturno, sangue nas fezes (pode ser oculto), massas abdominais
41
Sintomas do TGI nas doenças infecciosas
linfadenomegalia ou hepatoesplenomegalia, sangue nas fezes, despertar noturno, massas abdominais
42
Sintomas do TGI em malformações vasculares
sangue nas fezes
43
Sintomas de TGI de doenças neoplásicas
massas abdominais
44
O que não pode faltar na HDA?
● Caracterização socioeconômica da família ● Classificação nutricional ● História alimentar completa ● Idade do paciente ● Descrição detalhada do número e aspecto das evacuações (sangue, fezes gordurosas, restos alimentares, muco) e data do início dos sintomas. ● Sintomas associados (febre, acometimento articular, urgência, despertar noturno para evacuar, tenesmo, perda de peso, dor abdominal…) ● Tratamentos utilizados e respostas apresentada
45
Exames coprologicos
Alfa 1 anti-tripsina fecal: permeabilidade intestinal aumentada e perda proteíca Esteatocrito fetal: perda de gordura nas fezes Substância redutora nas fezes: presença de carboidratos nao digeridos (intolerância à lactose) Sangue oculto: inflamação intestinal
46
Diarreia aquosa X secretora
diarreia aquosa -> melhora com jejum; diarreia osmótica; pesquisar intolerância as açúcares, sorologia, doença celíaca, avaliar EDA OU Não melhora com jejum; diarreia secretora; pesquisa de agentes infecciosos, eletrólito nas fezes, excluir TU neuroendócrinos