Doença Ulcerosa Péptica Flashcards

1
Q

Quando é indicado o tratamento cirúrgico da DUP?

A

Em casos de intratabilidade clínica ou havendo complicações (hemorragia, perfuração ou obstrução). A intratabilidade clínica é definida como não-cicatrização ou recidiva da úlcera mesmo após tratamento, erradicação do Hp e suspensão dos AINEs.

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2
Q

Diagnósticos diferenciais que devem ser excluídos antes de indicar tratamento cirúrgico da DUP: (4)

A

.não erradicação do Hp &raquo_space;> pesquisa de Hp
.uso de AINEs &raquo_space;> anamnese
.neoplasias &raquo_space;> biópsias da úlcera
.síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinoma) &raquo_space;> gastrina sérica em jejum
.hipersecreção gástrica idiopática &raquo_space;> dobrar a dose (Omeprazol 40mg 1x/d)

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3
Q

Quais os tipos de vagotomia (3) e suas complicações?

A
Vagotomia troncular: complicações intraoperatórias (lesão de estruturas adjacentes, como o baço, o esôfago e a pleura) e complicações pós-operatórias (estase gástrica, diarreia, diarreia, colelitíase)
Vagotomia seletiva: evita complicações intestinais e biliares, mas continua com riscos intraoperatórios, estase gástrica e disfagia. Além disso, há o risco de vagotomia incompleta.
Vagotomia superseletiva (gástrica proximal): evita complicações intestinais, biliares e estase gástrica, mas mantém riscos intraoperatórios. Além disso, corre o risco de vagotomia incompleta e de lesão do nervo de Laterjet (inervação do piloro, logo, se lesar o nervo, haverá estase gástrica).
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4
Q

Quais os procedimentos possíveis no tratamento cirúrgico da Úlcera Duodenal? (3)

A
  1. Vagotomia troncular + Piloroplastia
  2. Vagotomia troncular + Antrectomia
  3. Vagotomia superseletiva (Gástrica Proximal)

*a vagotomia seletiva é mais complicada que a troncular, mas não apresenta melhoras significativas das morbidades, logo, não é comumente realizada.

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5
Q

Na operação de Vagotomia troncular + Piloroplastia, a técnica de Heinecke-Mikulicz é a mais utilizada para a piloroplastia. Explique brevemente como realizá-la e quais suas complicações (2).

A

Técnica de Heinecke-Mikulicz: incisão longitudinal + sutura transversal.
Complicações: gastrite biliar e dumping precoce (cefaleia, diarreia, taquicardia, fraqueza, náuseas, tontura, distensão abdominal devido ao alimento hiperosmolar do estômago passando rapidamente ao intestino).

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6
Q

Na operação de Vagotomia troncular + Antrectomia, é necessária a reconstrução do trânisto do trato gastrointestinal. Quais são as 2 possíveis operações? Quais as possíveis complicações?

A

Gastroduodenotomia (Billroth I) e gastrojejunostomia (Billroth II).
Complicações: gastrite biliar e dumping precoce.

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7
Q

Por que a reconstrução à Billroth I não é normalmente utilizada na cirurgia de úlcera duodenal?

A

Porque, geralmente, nesses casos, a úlcera gera reações inflamatórias e cicatrizes que deformam o duodeno, sendo, preferível, a reconstrução do trânsito no jejuno, que mantêm-se inalterado.

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8
Q

Qual é o procedimento de eleição para a úlcera duodenal? Em quais casos se realiza os outros dois procedimentos?

A

A vagotomia superseletiva é o procedimento de eleição para a úlcera duodenal, mas só é realizada quando não há deformação do bulbo duodenal, tabagismo (alta taxa de recidiva) ou estase gástrica. É o procedimento com maior taxa de recidiva, mas o mais fisiológico e com menor morbidade.

Vagotomia troncular + Piloroplastia: emergência e pacientes graves (menor tempo cirúrgico)

Vagotomia troncular + Antrectomia: bulbo duodenal deformado, tabagismo ou estase gástrica. Esse é o procedimento com menor taxa de recidiva, mas é o mais invasivo.

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9
Q

Como proceder em casos mais graves de gastrite biliar?

A

Reconstrução do trânsito em Y de Roux.

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10
Q

A classificação das úlceras gástricas (I, II, III ou IV) é importante para o tratamento cirúrgico?

A

Sim, pois indicam a localização delas no estômago.

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11
Q

Quais os tipos de úlcera gástrica? Onde se localiza e qual o ambiente ácido marcante (hipo, normo ou hipercloridria) em cada uma? Qual a mais frequente?

A

UG I: pequena curvatura, normo ou hipocloridria, é a mais frequente (55-60% dos casos);
UG II: corpo, associada à UD, hipercloridria;
UG III: pré-pilórica, hipercloridria;
UG IV: próxima à junção gastroesofágica, normo ou hipocloridria.

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12
Q

Qual o procedimento cirúrgico para a UG I?

A

Hemigastrectomia distal + reconstrução à BI

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13
Q

Qual o procedimento cirúrgico para a UG II?

A

Vagotomia troncular (hipercloridria) + antrectomia + reconstrução à BII (como é associado à UD, geralmente o bulbo duodenal está deformado)

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14
Q

Qual o procedimento cirúrgico para a UG III?

A

Vagotomia (hipercloridria) + antrectomia + reconstrução à BI (bulbo duodenal intacto)

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15
Q

Qual o procedimento cirúrgico para a UG IV?

a) Muito próxima à junção gastro-esofágica;
b) Não tão próxima

A

a) Gastrectomia subtotal + reconstrução à Y de Roux

b) Hemigastrectomia vertical + reconstrução à Y de Roux

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16
Q

Quais as complicações do tratamento cirúrgico da DUP? Qual o tratamento para cada uma delas? (7)

A
  1. Deiscência do coto duodenal, piloro ou outras estruturas suturadas&raquo_space;> drenagem do quadrante superior direito e fechamento do coto;
  2. Diarreira pós-vagotomia&raquo_space;> antidiarreicos (difenoxilato e loperamida) e quelantes de sais biliares (colestiramina);
  3. Colelitíase
  4. Dumping&raquo_space;> tratamento dietético (evitar carboidratos e líquidos nas refeições, comer em menores quantidades e em maior frequência, deitar após refeições) ou cirúrgico;
  5. Gastrite biliar&raquo_space;> reconstrução em Y de Roux;
  6. Síndrome da alça aferente&raquo_space;> reconstrução em Y de Roux;
  7. Síndrome do antro retido&raquo_space;> IBP, bloqueadores H2, ressecção do antro ou conversão de BII em BI.
17
Q

Quais as semelhanças e diferenças entre as complicações: Gastrite biliar e Síndrome da alça aferente?

A

Ambas geram refluxo da bile para o estômago, causando vômitos biliares e dor. Entretanto, a dor da Gastrite Biliar é contínua, ao passo que na Síndrome da Alça Aferente a dor começa após a alimentação e é aliviada após o vômito. Além disso, o vômito na Síndrome da Alça Aferente ocorre em jatos e nunca é acompanhado de comida (na Gastrite Biliar, pode haver).

18
Q

Considere um paciente que realizou vagotomia troncular + antrectomia para tratamento da úlcera péptica. Entretanto, nova EDA revela recidiva de úlcera. Quais os diagnósticos diferenciais?

A

Síndrome de Zollinger-Ellison;
Síndrome da Alça Aferente;
Síndrome do Antro retido.

19
Q

Quais as complicações da DUP? (3)

A
  1. Hemorragia digestiva alta;
  2. Perfuração;
  3. Obstrução.
20
Q

Quadro clínico da Hemorragia Digestiva Alta por DUP.

A

.paciente >60anos em uso de AINEs;

.hematêmese (casos mais graves) e/ou melena (casos mais leves).

21
Q

Considere um paciente com HDA. Quais as condutas a serem realizada? (8)

A
  1. Avaliação do grau de hipovolemia (hipotensão postural, taquicardia, hipotensão não-postural, choque);
  2. Obtenção de acessos periféricos;
  3. Hidratação com soluções cristaloides e transfusão de hemoderivados
  4. Passagem de sonda nasogástrica para lavagem gástrica (facilita EDA) e avaliação do retorno de sangue (sangue vivo, maior risco de ressangramento x sangue ‘‘borra de café’’, melhor prognóstico)
  5. Administração EV de IBPs;
  6. EDA para classificação de Forrest (risco de ressangramento) e tratamento endoscópico;
  7. Pesquisa de Hp e erradicação, caso positivo;
  8. Cirurgia para pacientes em choque ou em casos de falha da terapêutica endoscópica.
22
Q

Quais as classes de Forrest para úlceras sangrantes? Em quais classes está indicada o tratamento endoscópico?

A

Forrest I: sangramento ativo, com alto risco de ressangramento;
-Ia: sangramento em jato
-Ib: sangramento lento
Forrest II: sangramento recente, com médio risco de ressangramento;
-IIa: vaso visível não sangrante
-IIb: coágulo aderido
-IIc: hematina na base da úlcera
Forrest III: sem sangramento, com baixo risco de ressangramento.

Tratamento endoscópico: úlceras Forrest Ia Ib IIa e IIb.

23
Q

Como é feito o tratamento endoscópico para as úlceras Forrest I?

A

Modalidade dupla:

-coagulação térmica ou clipes metálicos + epinefrina

24
Q

Como é feito o tratamento endoscópico para as úlceras Forrest II?

A

Modalidade única:

-coagulação térmica ou clipes metálicos

25
Q

Quando é indicado o tratamento cirúrgico para as úlceras sangrantes?

A

Falência do tratamento endoscópico ou paciente chocado.

26
Q

Qual o quadro clínico da DUP?

A

.assintomáticos (40%);
.dispepsia: dor ou desconforto epigástrico, azia (queimação epigástrica), náusea, saciedade precoce, plenitude pós-prandial.
*20-30% dos pacientes com dispepsia possuem DUP.

27
Q

Quais os sítios mais comuns para as úlceras:

a) Gástrica;
b) Duodenal perfurante;
c) Duodenal hemorrágica.

A

a) Curvatura menor;
b) Parede anterior;
c) Parede posterior.

28
Q

O que é uma úlcera penetrante ou tenebrante?

A

Uma úlcera que perfura a parede mas é tamponada pelos órgãos adjacentes.

29
Q

Como é feito o diagnóstico da DUP? (2 passos)

A
  1. Perguntar uso de AINEs e pesquisar infecção por Hp (em casos positivos, suspender AINEs e tratar Hp e analisar a resposta);
  2. Em casos negativos ou recidivas após suspensão AINEs e tratamento de Hp: realizar EDA com 7 biópsias > confirmação do diagnóstico.
    * Em CI de EDA, realizar exame baritado (Seriografia Esôfago-Estômago-Duodeno).
    • Para pacientes >45a ou com sinais de alarme para Ca gástrico, realizar EDA assim que possível (sem perguntar uso de AINEs e pesquisar Hp).
30
Q

Qual a importância de se realizar biópsias durante a EDA para diagnóstico de DUP?

A

Em torno de 1-6% das úlceras gástricas aparentemente benignas são, na verdade, Ca gástrico. Realiza-se 7 biópsias da lesão para excluir esse diagnóstico. As úlceras duodenais raramente são lesões malignas, logo, realiza-se biópsias apenas quando há sinais de alarme.

31
Q

Como é o tratamento da DUP, resumidamente?

A

Medidas gerais + Tratamento clínico;

*Sem resposta clínica ou havendo complicações: tratamento cirúrgico.

32
Q

Quais as medidas gerais para aliviar os sintomas da DUP?

A

.Evitar alimentos que intensificam os sintomas;
.Evitar o fumo e o álcool;
.Suspender AINEs.

*Fracionar as dietas não alivia os sintomas!

33
Q

Como é feito o tratamento clínico da DUP?

A

.Erradicação do Hp para pacientes Hp+;
.IBP 1-2x/d por 4sem;
.Bloqueadores H2 2x/d por 8sem;
.Sucralfato.