Oftalmologia Flashcards

(95 cards)

1
Q

O esfíncter da pupila
é inervado por fibras…
provenientes do…, quando contrai, desencadeia … pupilar.

O músculo radial da íris é inervado
por fibras … proveniente
do …, a sua contração provoca … pupilar

A

parassimpáticas (colinérgicas)

nervo oculomotor (III par craniano);

miose

simpáticas (adrenérgicas)

plexo simpático cervical;

midríase

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2
Q

O músculo
ciliar é inervado por fibras …;
quando um objeto se aproxima do olho e a visão
torna-se instantaneamente borrada, um arco reflexo
mesencefálico age para estimular o músculo
ciliar e acomodar o cristalino. Este reflexo
vem acompanhado de …

A

parassimpáticas

miose

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3
Q

Na …, surgem
neovasos na retina que infiltram o corpo vítreo,
mantendo-o ancorado à retina. Este fato
é o grande fator predisponente à … , dois eventos
que podem causar amaurose

A

retinopatia diabética proliferativa

hemorragia
vítrea e ao descolamento da retina

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4
Q

Para a OMS, cegueira é definida
quando a visão no melhor olho (com erro de
refração corrigido) é de …
Este indivíduo só enxerga vultos.

Existe também o critério de cegueira legal (para fins trabalhistas): troca-se o …
Este indivíduo consegue caminhar sozinho, mas não consegue realizar nenhum tipo de trabalho.

A cegueira total é aquela que o paciente não enxerga
absolutamente nada, nem vultos.

Há ainda a definição de baixa visão, ou visão subnormal: visão no melhor olho com refração corrigida de …

A

20/400

20/400 por 20/200

20/60 (três vezes pior que a visão normal de 20/20).

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5
Q

é um defeito do mecanismo de
acomodação do cristalino que se inicia após os
40 anos em quase todas as pessoas, progredindo
até os 60 anos.

é definida quando o indivíduo
começa a ter dificuldade com a visão de perto
(como o ato de ler um jornal), que se torna
borrada. Este fenômeno começa a ocorrer após
os 40-50 anos de idade e pode estar associado
à astenopia (fadiga, desconforto ocular e cefaleia
desencadeada pela leitura).

A

Presbiopia

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6
Q

A miopia patológica (miopia degenerativa) é
uma condição de miopia de alto grau (acima
de …), geralmente instalada tardiamente,
entre 30-40 anos, associada a um globo ocular
extremamente alongado (> 26 mm).

Este tipo raro de miopia cursa com o fenômeno da …, que pode acarretar perda gradual da visão. O paciente enxerga linhas retas distorcidas, além de ter um comprometimento da visão central e da visão de
cores.

A miopia patológica é um importante
fator de risco para o

A

-6,00D

neovascularização coroideana

descolamento de retina

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7
Q

Trata-se de uma rara doença da córnea, que
acomete 0,05-0,5% da população, e se desenvolve
geralmente entre 10-30 anos de idade.
De causa ainda desconhecida, é
uma alteração progressiva do formato da córnea,
como se fosse uma ectasia corneana, na qual a
córnea sofre um afinamento e deformação ganhando
a forma de um cone irregular

A

ceratocônia

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8
Q

é uma complicação do ceratocone avançado:
trata-se da rotura da membrana de Descemet, com
extravazamento do humor aquoso para o interior
da córnea, acarretando perda visual aguda e a
presença de um ponto esbranquiçado na córnea

A

hidropsia

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9
Q

considerada a causa
mais comum de cegueira (perda visual completa)
e de perda visual parcial no Mundo,
excluindo-se os distúrbios de refração (hipermetropia,
miopia, astigmatismo).

A

Catarata adquirida

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10
Q

No Brasil as causas mais comuns de cegueira nos adultos, por ordem decrescente de frequência, são

A

catarata, glaucoma, retinopatia diabética e trauma ocular

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11
Q

Principais fatores de risco para catarata

A
1- Idade avançada
2- Tabagismo
3- Exposição solar
4- Diabetes mellitus
5- Corticoides
- Sistêmicos (>15 mg/dia de prednisona)
- Inalatórios em altas doses
- Colírio de corticoide
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12
Q

A catarata do tipo subcapsular anterior
está mais associada ao …

A catarata do tipo nuclear está mais associada ao …

A

diabetes mellitus e aos corticoides

Tabagismo

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13
Q

A catarata nuclear está associada a ocorrência de hipermetropia
V ou F

A

F
Como vimos na patogênese,
nas fases iniciais, especialmente na catarata
nuclear, surge um certo grau de miopia e correção
da presbiopia, fazendo o paciente se queixar
de borramento visual para longe (sinais de
trânsito, problemas para dirigir veículos à noite,
etc.), embora melhore a visão para perto (leitura).

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14
Q

Uma complicação rara, porém temida da catarata madura ou hipermadura é o

A

o glaucoma secundário (facoglaucoma).

*Existem três tipos, classificados
de acordo com o mecanismo:
(1) glaucoma facolítico: pelo extravasamento de proteínas do cristalino para o humor aquoso (através de uma cápsula anterior íntegra), bloqueando mecanicamente a sua drenagem, aumentando a
pressão intraocular,

(2) glaucoma facoanafilático: quando o mecanismo depende de uma reação imunológica local a essas proteínas, que extravasaram através de uma cápsula anterior rôta,
(3) glaucoma facomórfico: pela intumescência de uma catarata madura, bloqueando a pupila e fechando o ângulo iridocornean

**O glaucoma facolítico
e o glaucoma facomórfico manifestam-se
de forma aguda, com sintomas de olho vermelho,
dor ocular, cefaleia, borramento visual e
percepção de halos, com importante elevação
da pressão intraocular

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15
Q

Cerca de 1/3 das cataratas congênitas é …
e muitas delas possuem herança genética,
geralmente transmitidas por caráter autossômico
dominante. Os 2/3 restantes são associadas a
… (causa predominante no Brasil, especialmente a … ), metabólicas (galactosemia, hipoglicemia),
trissomias (síndrome de Down, Pateau
ou Edward), e outras doenças (hiperplasia persistente
primária do vítreo, distrofia miotônica,
lenticonus posterior, etc.). A síndrome de Marfan
não está associada à catarata congênita, mas sim
à ectopia ou deslocamento do cristalino… De uma
forma geral, as cataratas esporádicas tendem a
ser unilaterais; e as secundárias, bilaterais

A

esporádica

doenças infecciosas do grupo TORCH

rubéola congênita

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16
Q

O grande problema da catarata congênita é
o risco de …, especialmente quando
unilateral, tal como acontece no estrabismo
congênito permanente e nos altos distúrbios de
refração congênitos

A

ambliopia

*Mas o que é ambliopia? Conhecida popularmente
como “olho preguiçoso”, a ambliopia é
um mecanismo neurológico desencadeado por
uma importante diferença acuidade visual entre
os dois olhos em crianças de até 6 anos de
idade. Durante os seis primeiros anos de vida,
as estruturas de percepção visual do sistema
nervoso central (córtex visual dos lobos occipitais
e corpos geniculados laterais do tálamo)
apresentam uma exuberante aquisição de informações provenientes da visão. Quando um
dos olhos possui significativa queda da acuidade
visual, por qualquer mecanismo (reversível ou
não), as informações não chegam sistema visual
central, impedindo de se desenvolver e permitindo que se torne atrofiado. A visão no olho melhor
acentua este mecanismo, convertendo toda informação visual para um só lado do encéfalo. Se a
visão no olho ruim não for corrigida até 3 anos
de idade, este olho nunca mais terá uma visão
totalmente normal, e se a correção não ocorrer
até os 6 anos de idade, o déficit visual neste olho
será grave, podendo chegar a amaurose

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17
Q

Por que a acetazolamida tem aplicação no tto do glaucoma (apesar de não ser mais utilizada por ter apresentação VO)

A

As células do corpo ciliar secretam sódio,
cloreto e bicarbonato (HCO3) que carreiam água
por mecanismo osmótico.
Cerca de 70% do sódio secretado acompanha a secreção de bicarbonato que, por sua vez, secreção de bicarbonato depende da ação da anidrase carbônica, uma enzima intracelular que converte CO2 + H2O em H2CO3, que prontamente
se dissocia em H+ + HCO3.
A acetazolamida é um inibidor da anidrase
carbônica e, portanto, inibe a secreção de
bicarbonato pelo corpo ciliar, com isso reduzindo
a produção de humor aquoso e consequentemente
a pressão intraocular

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18
Q

O efeito beta-adrenérgico reduz
enquanto que o efeito alfa2-adrenérgico
aumenta a produção de humor aquoso. Por isso
que colírios beta-agonistas
alfa2-antagonistas são utilizados para reduzir a
produção de humor aquoso e assim baixarem a
pressão intraocular no glaucoma!!
V ou F

A

F

O efeito beta-adrenérgico aumenta
enquanto que o efeito alfa2-adrenérgico
reduz a produção de humor aquoso. Não é por
acaso que colírios de beta-bloqueadores e de
alfa2-agonistas são utilizados para reduzir a
produção de humor aquoso e assim baixarem a
pressão intraocular no glaucoma!! Os alfa2-
-agonistas também agem aumentando a drenagem
do humor aquoso

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19
Q

Em condições normais, cerca de 80-95% da
drenagem do humor aquoso ocorre no …
e os 5-20% restantes por uma “via
alternativa”, através do …

A

ângulo de filtração iridocorneano, a chamada “via convencional”,

fluxo úveo-escleral.

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20
Q

Agentes colinérgicos (mióticos), como o colírio
pilocarpina, aumentam a drenagem do humor
aquoso por esta via por aumentar a contração do
músculo ciliar e do esfíncter da pupila, provocando
tensão do esporão escleral e consequentemente
a “abertura” das trabéculas da rede
trabecular, deste modo reduzindo a pressão intraocular.
As fibras longitudinais do músculo
cilar ligam o esporão escleral ao estroma coroide,
daí o seu efeito de abertura trabecular

V ou F

A

V

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21
Q

Agentes que provocam midríase, como os colírios
cicloplégicos (usados em exames de refração
e de fundoscopia), podem desencadear uma
crise aguda de glaucoma independentemente do tipo de glaucoma que o paciente apresenta
V ou F

A

F
Agentes que provocam midríase, como os colírios
cicloplégicos (usados em exames de refração
e de fundoscopia), podem desencadear uma
crise aguda de glaucoma em pacientes que
apresentam o ângulo de filtração anatomicamente
pequeno (ângulo fechado), provocando
grandes aumentos da pressão intraocular!! Este
fenômeno não acontece nos indivíduos com
glaucoma de ângulo aberto

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22
Q

Os análogos da prostaglandina
Falfa, como o colírio de latanoprost, aumentam
o fluxo do humor aquoso por qual via?

A

Via alternativa

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23
Q

o aumento da PIO é definido quando acima
de …mmHg. Um dos problemas na confiabilidade
da medida da PIO é a sua variação
circadiana, com níveis … de manhã (entre
08h e 11h) e … de madrugada (entre 0h e
2h). O exame mais usado para medí-la é a tonometria
de aplainação

A

21

maiores

menores

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24
Q

O Glaucoma é o aumento da pressão intraocular

V ou F

A
F
Glaucoma é uma doença de causa
desconhecida caracterizada pela degeneração
dos axônios da papila do nervo óptico,
podendo levar à cegueira irreversível

Está na maioria das vezes associado ao aumento da
pressão intraocular, mas existe uma minoria de
casos de glaucoma (em torno de 15%) com
pressão intraocular normal… Ou seja, o glaucoma
é uma neuropatia da papila óptica

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25
é a forma mais comum de glaucoma no Mundo e no Brasil, sendo responsável por 90% de todos os casos de glaucoma. É uma doença crônica de causa desconhecida, definida pela presença de quatro elementos em conjunto: (1) neuropatia glaucomatosa, confirmada por alterações clássicas na fundoscopia e estudo do campo visual (2) ausência de alterações estruturais obstrutivas no ângulo de filtração do humor aquoso, (3) ausência de causas secundárias, (4) início da fase adulta.
Glaucoma primário de ângulo aberto **A GPAA é uma patologia de evolução insidiosa, quase sempre bilateral, embora geralmente assimétrica. É assintomática nas fases iniciais, exigindo consultas preventivas no oftalmologista para o seu diagnóstico precoce pois, caso contrário, o surgimento dos primeiros sintomas já pode significar uma perda irreversível de grande parte da visão.
26
O ... é a segunda causa de cegueira entre adultos no Mundo, perdendo apenas para a catarata, sendo esta última uma causa de cegueira curável. Ele pode ser considerada a causa mais comum de cegueira irreversível no Mundo. Os mesmos dados valem para o nosso meio
glaucoma de ângulo aberto
27
Principais fatores de risco do GPAA
- aumento da pressão intraocular - idade avançada - raça negra - história familiar positiva ``` Outros fatores: 5- Corticoides - Sistêmicos (>15 mg/dia de prednisona) - Inalatórios em altas doses - Colírio de corticoide (principal) 6- Diabetes mellitus 7- Hipertensão arterial 8- Baixa pressão de perfusão ocular diastólica 9- Miopia de alto grau 10- Pseudo-exfoliação ``` *O diabetes mellitos e a hipertensão arterial são fatores de risco possíveis, mas não comprovados para glaucoma, pois a relação foi demonstrada em estudos baseados em dados hospitalares e não populacionais. Há de fato uma relação estatística entre hipertensão arterial e aumento da PIO, mas não necessariamente entre hipertensão arterial e glaucoma
28
Os exames de escolha para o diagnóstico do glaucoma | são:
(1) estudo da morfologia da papila óptica (fundoscopia ou oftalmoscopia) (2) estudo do campo visual (perimetria). ``` suas indicações são: 1- Aumento da pressão intraocular (> 21mmHg) 2- Brancos > 65 anos 3- Negros > 40 anos 4- História familiar positiva (parente de 1º grau) 5- Diabetes mellitus 6- Miopia de alto grau ```
29
Droga de escolha inicial para tto do GPAA
BB
30
Colinérgicos (mióticos): foram as primeiras drogas tópicas utilizadas no tratamento do glaucoma, desde 1870 e são as mais baratas do mercado. Como vimos no início deste capítulo, agem por aumentar a drenagem do humor aquoso pela via convencional, ao contrair o músculo ciliar e o esfíncter da íris (miose), tracionando o esporão escleral e abrindo a rede trabecular. No mercado existe a boa e conhecida de todos, a pilocarpina 1-2% 3-4x/dia (Pilocarpina, Isoptocarpine). O grande problema do colírio colinérgico é
induzir a miopia
31
Principais fatores de risco para o glaucoma primário de ângulo fechado
``` 1- Ângulo iridocorneano estreito (constitucional) 2- Idade > 40 anos 3- Sexo feminino (3:1) 4- Asiáticos 5- Esquimós 6- História familiar positiva (parente de 1o grau) 7- Hipermetropia 8- Diabetes mellitus 9- Íris plateau 10- Pseudo-esfoliação ```
32
O mecanismo mais comum do GPAF é | o
bloqueio pupilar
33
Pacientes com "íris bombe" frequentemente apresentam PIO normal. Porém, ficam propensos à crise de fechamento total do ângulo de filtração, desencadeando a crise aguda de glaucoma (glaucoma agudo de ângulo fechado). Esta crise geralmente é precipitada por situações que provocam a ...
meia-midríase (3,5-4 mm). *Entre elas, estão o estresse emocional, a meia-luz (ex.: cinema, teatro, restaurante, etc.) e a aplicação de colírios cicloplégicos (midriáticos) utilizados para exames de fundoscopia ou de refração
34
O glaucoma crônico de ângulo fechado é | decorrente da
formação de sinéquias anteriores periféricas, ou seja, aderências entre a raiz da íris e a rede trabecular, causando a obstrução total permanente de parte da circunferência do ângulo iridocorneano. *Tais sinéquias no glaucoma primário são formadas pela aproximação iridocorneana decorrente de um bloqueio pupilar parcial crônico. Raramente, o glaucoma crônico de ângulo fechado pode ser desencadeado pelo uso crônico de colírios colinérgicos (mióticos), como a pilocarpina
35
Sinais e sintomas da crise aguda do glaucoma
``` 1- Dor ocular e retroorbitária 2- Cefaleia frontal 3- Fotofobia 4- Lacrimejamento 5- Náuseas e vômitos 6- Sudorese fria 7- Borramento visual 8- Visão de halos em volta de luzes Sinais 1- “Olho vermelho”, com injeção conjuntival perilímbica (em volta da córnea) 2- Haze corneano (certa opalescência da córnea decorrente do edema corneano) 3- Pupilas em meia-midríase, não fotorreagentes ou pouco fotorreagentes, devido à isquemia iriana 4- PIO extremamente elevada, entre 40-90 mmHg (quando possível medir) ```
36
TTO do glaucoma agudo
- Agentes osmóticos sistêmicos: fazer manitol venoso 2,5-10 ml/Kg de uma solução a 20% (ex.: 70 Kg = 175-700 ml; na prática usa-se 250-500 ml). Alguns autores preconizam o uso do manitol apenas nos casos em que a PIO não baixar para o normal (< 21 mmHg) após 1h de terapia com os demais medicamentos - Inibidores da anidrase carbônica sistêmicos: fazer acetazolamida (Diamox) 500 mg VO, seguido de 250 mg VO a cada 6h. Esta droga reduz com alta eficácia a produção de humor aquoso pelo corpo ciliar. A única contra-indicação é a história de alergia à sulfa (já que a acetazolamida é derivado de sulfa). - Colírio de Beta-bloqueador: fazer timolol (Timolol) 0,5% 1 gota, repetindo 1h depois, se necessário. Manter com 1 gota a cada 12h até a realização da iridotomia a laser. - Colírio de Alfa2-adrenérgico: deve-se fazer o colírio de apraclonidina (Iopidine) 1% 1-2 gotas, repetindo-se após 1h, se necessário. Esta droga age reduzindo a produção de humor aquoso pelo corpo ciliar e possui efeito aditivo aos beta-bloqueadores. - Colírio de Colinérgico (Miótico): deve-se fazer o colírio de pilocarpina 2% (em olhos claros, ou 4% em olhos escuros) a cada 15- 30min, num total de 2-4 doses - Terapia adjuvante: (1) colírio de esteroide (acetato de prednisolona 1%) 1 gota a cada 6h até a realização da iridotomia a laser. (2) analgésicos sistêmicos, em caso de dor refratária de maior intensidade; (3) antieméticos, para controlar as náuseas e vômitos.
37
O olho não acometido pelo glaucoma agudo também deve ser tratado após uma crise de glaucoma agudo, pois a chance deste olho apresentar uma nova crise é alta nos próximos anos. Por isso, a iridotomia a YAG laser deve ser realizada em ambos os olhos V ou F
V
38
É uma doença idiopática na qual a cápsula anterior do cristalino “descama” um material que, através da pupila, alcança a câmara anterior e obstrui lentamente a rede trabecular. O diagnóstico é feito no exame da lâmpada de fenda quando o oftalmologista observa um material algodonoso na borda da pupila. Estes pacientes costumam evoluir para glaucoma de ângulo aberto e devem ser tratados tal como o GPAA. Eles apresentam uma resposta particularmente excelente à trabeculoplastia a laser de argônio
Síndrome da pseudo exfoliação
39
É uma desordem idiopática caracterizada pela liberação de pigmento da face posterior da íris, ao ser atritada contra as fibras zonulares do cristalino. Manifesta-se geralmente em homens jovens (entre 20-50 anos), sendo mais comum nos negros e nos míopes. O pigmento se dispersa, passando pela pupila, atingindo a câmara anterior e obstruindo insidiosamente a rede trabecular. O paciente desenvolverá um glaucoma de ângulo aberto. Antes do glaucoma se instalar, o paciente pode referir sintomas da síndrome, como episódios de borramento visual e dor ocular induzida pelo exercício físico
Síndrome da dispersão pigmentar
40
Embora existam vários mecanismos para o glaucoma traumático (sinéquias, deslocamento do cristalino, etc.), o mais importante é o da... Esta síndrome geralmente ocorre após muitos anos de um trauma ocular fechado, associado à formação de um hifema (sangue na câmara anterior) não adequadamente tratado. O sangue se acumula num ângulo iridocorneano traumatizado, levando paulatinamente á formação de aderências e obstrução da drenagem pela rede trabecular. O paciente então pode desenvolver um glaucoma de ângulo aberto. O tratamento é semelhante ao do GPAA, com algumas diferenças, como evitar usar os colírios mióticos e acrescentar um colírio midriático ciclopégico ao esquema
recessão angular.
41
Uveíte é a inflamação da túnica vascular do olho, ou trato uveal, formado pela íris, corpo ciliar e coroide. O tipo relacionado ao glaucoma é a
uveíte anterior, ou iridociclite, uma causa clássica da “síndrome do olho vermelho”. *Cerca de 20% dos pacientes que tiveram ou apresentam uveíte anterior desenvolverão glaucoma futuramente. O glaucoma de ângulo aberto é o tipo mais comum, decorrente do acúmulo de debris leucocitários e de proteínas inflamatórias na rede trabecular. O glaucoma de ângulo fechado pode ocorrer pela formação de sinéquias posteriores, tornando a íris aderida ao cristalino e, com isso, induzindo ao bloqueio pupilar, ou de sinéquias anteriores, provocando a aderência da raiz da íris ao ângulo iridocorneano, tornando-o mais estreito.
42
Descreva a famosa tríade do glaucoma congênito
epífora (lacrimejamento excessivo crônico) + fotofobia + blefaroespasmo
43
A causa mais comum de conjuntivite é a conjuntivite ... , sendo uma doença de alta incidência em todo o Mundo. Quase sempre é causada pelo ....
viral adenovírus
44
Folículos (reação folicular): os folículos costumam ser observados na conjuntiva tarsal ... , como pequenas protuberâncias arredondadas de 1-2 mm, translúcidas, com vasos em sua periferia. Representam pequenos nódulos linfáticos reativos e estão muito associados à linfonodomegalia pré-auricular satélite. São encontrados nas conjuntivites ...
inferior virais, por clamídia e tóxica
45
Papilas gigantes (hipertrofia papilar): em algumas conjuntivites, as papilas podem coalescer, atingindo maior diâmetro, tornando-se elevações poligonais achatadas, eritematosas ou pálidas, contendo um vaso central. Possuem um diâmetro acima de 1 mm. São observadas na conjuntivite ...
alérgica crônica, na conjuntivite primaveril e | na conjuntivite das lentes de contato.
46
``` Pseudomembranas e Membranas: são camadas de leucócitos e fibrina aderidos à conjuntiva tarsal, com um aspecto de uma membrana amarelada. A pseudomembrana pode ser removida sem sangrar e a membrana deixa uma zona sangrante quando removida. São achados da conjuntivite ... ```
bacteriana, da ceratoconjuntivite adenoviral epidêmica, da síndrome de Stevens- Johnson e de queimaduras químicas
47
É a forma mais comum de conjuntivite na criança, predominando entre 2-4 anos. Caracteriza-se pela tríade conjuntivite + faringoamigdalite + febre de 38oC, havendo também rinite e adenite cervical e pré-auricular
Febre faringoconjuntival *Causada por adenovírus sorotipos 3, 4 e 7
48
as características que apontam para uma ceratoconjuntivite adenoviral epidêmica são: as mesmas da conjuntivite viral usual mas com
quemose, papilas hipertrofiadas, pseudomembrana e ceratite (punctata, epitelial focal e opacidades corneanas que persistem por longo tempo) *O tratamento é o mesmo da conjuntivite viral comum (compressas geladas, lubrificantes). Em caso de ceratite com opacidade corneana, indica-se o colírio de corticoide, como o acetato de prednisolona 1% 3-4x/dia. Como veremos adiante, o colírio de corticoide é totalmente contraindicado na ceratite ou ceratoconjuntivite herpética. Daí a necessidade da confirmação diagnóstica por um oftalmologista
49
O agente mais comum de conjuntivite bacteriana é ..., acometendo mais comumente os adultos. Os demais agentes são o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e o Haemophilus influenzae, estes últimos mais comuns em crianças. ... é um agente comum da conjuntivite em usuários de lentes de contato
O Staphylococcus aureus A Pseudomonas aeruginosa
50
as características que apontam | para uma conjuntivite bacteriana aguda são:
eliminação contínua de secreção purulenta (branca, amarela ou esverdeada) e pseudomembrana. *Tratamento: pode ser diagnosticada e tratada pelo clínico. Aplica-se colírio de antibiótico, além das compressas de água gelada e colírios lubrificantes. Os antibióticos tópicos mais usados em nosso meio (sem corticoide associado) são: ciprofloxacina 0,3% (colírio ou pomada oftálmica), norfloxacina 0,3% (colírio), tetraciclina (pomada oftálmica), tobramicina 0,3% (colírio ou pomada oftálmica) e cloranfenicol 0,4% (colírio). Os antibióticos tópicos são aplicados 4-6x/dia durante 5-7 dias. As pomadas oftálmicas são mais indicadas para as crianças
51
É uma forma grave e potencialmente lesiva para a visão de conjuntivite bacteriana. A doença se manifesta 12h após a inoculação e evolui de forma hiperaguda com uma conjuntivite intensamente purulenta, marcada por dor ocular, eliminação contínua de secreção amarelo- esverdeada, quemose acentuada e blefarite. É comum a adenopatia pré-auricular dolorosa satélite. Existe o risco de ceratite periférica ulcerada que pode provocar rotura corneana e endoftalmite, com perda da visão. É uma das poucas manifestações de conjuntivite que indica a coleta de secreção para Gram e cultura.A bacterioscopia pelo Gram irá revelar diplococos Gram-negativos.
Conjuntivite bacteriana hiperaguda (gnocócica) *Tratamento: o paciente deve ser diagnosticado, tratado e acompanhado pelo oftalmologista. Dada a gravidade do processo, a terapia é com antibiótico sistêmico. O esquema mais usado é: ceftriaxone 1g intramuscular, seguido de eritromicina via oral durante 2-3 semanas. Em caso de secreção copiosa, uma lavagem com soro fisiológico deve ser realizada
52
Decorrente da hipersensibilidade (tipo IV) a produtos da degradação bacteriana. A blefaroconjuntivite estafilocócia e a tuberculose primária na infância são os exemplos mais importantes deste tipo de conjuntivite. O que caracteriza esta conjuntivite é o fato de não ter microorganismos ativos na conjuntiva, embora estejam em um sítio distante liberando proteínas que provocarão uma reação inflamatória conjuntival
Conjuntivite flictenular * Clinicamente, a conjuntivite flictenular se apresenta como conjuntivite crônica dolorosa, bilateral, com reação papilar hipertrófica e a formação das flictênulas: pequenas lesões arredondadas gelatinosas no limbo e na periferia da córnea. Algumas vezes evolui com uma ceratite marginal, acometendo a região periférica da córnea, produzindo neovascularização. Esta síndrome conjuntival tende a apresentar um curso autolimitado, embora possa ter um caráter recidivante.
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Trata-se de uma conjuntivite infecciosa subaguda/ crônica por inoculação direta, associada à adenite pré-auricular. A Bartonella hanselae é o agente mais importante e a síndrome, na verdade, é uma complicação da febre da arranhadura do gato, geralmente associada à adenopatia generalizada. O diagnóstico pode ser confirmado pela bacterioscopia pelo Gram, cultura e sorologia. O tratamento é feito com eritromicina 500 mg a cada 6h ou doxiciclina 100 mg a cada 12h por 4 semanas
Síndrome oculoglandular de Parinaud
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É uma ceratoconjuntivite granulomatosa crônica recidivante causada pela Chlamydia trachomatis sorotipos A, B, Ba ou C. É uma doença de alta contagiosidade, endêmica em algumas áreas com precárias condições sócioeconômicas. É a causa mais comum de cegueira em países pobres, especialmente os da África, existindo diversos casos registrados no Brasil em algumas comunidades. Não é uma DST! Estes sorotipos da clamídia são transmitidos pelo contato próximo ou através de insetos veiculadores (moscas). Trata-se de uma infecção ocular crônica, acometendo principrincipalmente as crianças com menos de 2 anos de idade, embora também possa acometer até adultos. O período de incubação é de 5-14 dias. No início, o paciente se apresenta com olho vermelho, fotofobia, blefaroespasmo, sensação de “areia nos olhos”, lacrimejamento, com ou sem secreção mucopurulenta. Ao exame, há uma conjuntivite folicular bilateral, com folículos proeminentes e hipertrofia papilar na conjuntiva tarsal superior e no limbo superior. Pode haver infecção bacteriana secundária. A evolução é para acometimento grave da córnea. Este se dá principalmente pelo desenvolvimento do pannus (invasão de fibrovascular da córnea) e pela cicatrização fibrosa da conjuntiva tarsal superior, deformando a pálpebra a ponto de causar inversão palpebral (entrópio) e dos cílios (triquíase), que lesam a córnea mecanicamente. O processo evolui para ceratite ulcerativa e opacidade corneana, obscurecendo a visão. Se não tratada, a lesão a lesão corneana progride, culminando em cegueira. As cicatrizes fibróticas da conjuntiva tarsal ganham a forma de estrias brancas horizontais (linhas de Arlt) e a cicatrização dos folículos límbicos deixa pequenas depressões (fossetas de Herbert). O
Tracoma
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as características que apontam | para uma conjuntivite alérgica aguda são:
prurido intenso, concomitância entre ambos os olhos, quemose e secreção mucoide, além da história prévia de alergia *Tratamento: pode ser diagnosticada e tratada pelo clínico. Utiliza-se colírios de anti-histamínicos- H1 ou de anti-histamínicos com vasoconstrictor. Estão disponíveis no mercado: levocabastina 0,05% (Livostin) e emedastina 0,05% (Emadine). O colírio deve ser aplicado 4x/dia por até 2 semanas
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Reação inflamatória proveniente da hipersensibilidade (tipo IV) a substâncias em contato com os olhos e pálpebras, como cosméticos e colírios. Entre os colírios, as principais substâncias envolvidas são: aminoglicosídeos, timerosal, colírios antivirais (idoxuridina) e para glaucoma (pilocarpina, brimonidina). Apresenta- se como uma conjuntivite subaguda/crônica, com intensa reação folicular, hipertrofia papilar e blefarite eczematosa associada. O tratamento é feito com eliminação do agente causador e colírio de corticoide
Conjuntivite tóxica folicular
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... é a causa mais comum da conjuntivite neonatal, seguida pela ...
A Chlamydia trachomatis Neisseria gonorrhoeae.
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não há necessidade de tratamento da hemorragia subconjuntival uma vez que a evolução é sempre benigna. O paciente deve ser avisado de que a mancha vermelha irá regredir paulatinamente ao longo de 2-3 semanas V ou F
V
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A episclerite é uma inflamação aguda da episclera, de evolução benigna e autolimitada, não trazendo risco á acuidade visual do paciente. Na maioria das vezes é idiopática (70% dos casos), embora possa ocorrer associada a ...
doenças sistêmicas inflamatórias, com destaque para as vasculites, a artrite reumatoide, LES e as espondiloartropatias soronegativas (ex.: síndrome de Reiter, artrite enteropática) * É importante esclarecer ao paciente a benignidade do processo, mesmo sem a terapia. Para alívio dos sintomas, deve-se prescrever colírios lubrificantes (hidroxipropilmetilcelulose 0,5%) 4-6x/dia até a resolução da inflamação ocular. Em casos mais sintomáticos, apesar dos colírios lubrificantes, pode-se acrescentar colírios anti-inflamatórios AINE 4x/dia, como o colírio de cetorolaco de trometamina 0,5% (Acular) ou o diclofenaco 1% (Still)
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A esclerite anterior é uma desordem ocular potencialmente grave, ameaçadora da visão, pelo risco de ulceração ou perfuração escleral, envolvimento corneano secundário e associação com esclerite posterior. A associação com doenças inflamatórias sistêmicas está presente em 50% dos casos, predominando a ...
artrite reumatoide (presente em 1/3 dos casos). *Outras doenças registradas em associação com esclerite anterior são: vasculites necrosantes (granulomatose de Wegener, poliarterite nodosa, LES, policondrite recidivante, sarcoidose, doença inflamatória intestinal, sífilis, tuberculose, zóster oftálmico
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A esclerite anterior predomina em adultos, na faixa etária entre 30-60 anos. Pode ser uinilateral, bilateral ou alternante (ora num olho ora no outro). Manifesta-se com um quadro subagudo ou insidioso de olho vermelho e importante ... , o que a difere das conjuntivites, hemorragia subconjuntival e da episclerite.
dor ocular
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As ceratites estromais podem ser úlceras corneanas, com destruição epitelial e stromal, ou como ceratite intersticial, quando afeta o estroma sem romper a barreira epitelial. As úlceras corneanas são causadas por ... , enquanto que a ceratite intersticial tem como causa clássica ... A ceratite neurotrófica é um tipo especial de ceratite, decorrente da desnervação da córnea, o que leva à formação de defeitos epiteliais e até mesmo úlceras corneanas e perfuração. Tem como causas principais lesões do ramo oftálmico do trigêmio, a ceratite herpética e o zóster oftálmico
bactérias, herpes, fungos e ameba a sífilis
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geralmente a primeira manifestação da doença. Pode se iniciar com erosões pontuais (ceratite punctata) mas logo assume a forma de uma ceratite dendrítica (clássica desta ceratite). Trata-se de pequena erosão epitelial, única ou múltipla, com formato arborizado com bordas bulbares, corável no centro pela fluoresceína e nas bordas pelo rosa-bengala. Não é a única causa de lesão dendrítica, embora o encontro de uma lesão como esta é muito sugestivo desse diagnóstico
Ceratite herpética
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A causa mais comum de uveíte posterior | é a ...
toxoplasmose
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A uveíte anterior é uma entidade especialmente importante para os clínicos, devido à sua frequente associação com ...
doenças sistêmicas, especialmente as doenças reumáticas, a doença inflamatória intestinal e a sarcoidose.
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De uma forma geral, as uveítes anteriores são distribuídas etiologicamente da seguinte forma: idiopática (80% dos casos), espondiloartropatias soronegativas (10% dos casos), artrite reumatoide juvenil (2% dos casos), ceratouveíte herpética (2% dos casos), com a sarcoidose e a doença de Behçet respondendo por quase todos os casos restantes V ou F
F De uma forma geral, as uveítes anteriores são distribuídas etiologicamente da seguinte forma: idiopática (50% dos casos), espondiloartropatias soronegativas (20% dos casos), artrite reumatoide juvenil (10% dos casos), ceratouveíte herpética (7% dos casos), com a sarcoidose e a doença de Behçet respondendo por quase todos os casos restantes
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uma vasculite rara que geralmente se apresenta com a tríade de úlceras orais + úlceras genitais + uveíte
doença de Behçet
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as características que apontam | para uma uveíte anterior aguda são:
intensa dor ocular tipo opressiva, fotofobia, miose e exame da lâmpada de fenda demonstrando “células” + “flare” (achados confirmatórios) com ou sem hipópio na câmara anterior
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O quadro clássico da endoftalmite manifesta-se | com a tétrade:
dor ocular + fotofobia + queda da acuidade visual + olho vermelho
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O agente mais comum de endoftalmite é o
Staphyloccocus epidermidis (70% dos casos), *seguido pelo S. aureus (10% dos casos), estreptococos (9% dos casos) e Gram-negativos (6% dos casos), incluindo a Pseudomonas aeruginosa (o tipo de pior prognóstico, de evolução fulminante)
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O agente mais comum de endoftalmite pós traumática (e de evolução mais fulminante) é o ...
Bacillus cereus, um bacilo Gram-positivo, *seguido pelo S. epidermidis, S. aureus, estreptococos e Gram-negativos, incluindo a P. aeruginosa. A endoftalmite por B. cereus pode se instalar após 12-24h do trauma, tendo prognóstico visual reservado, mesmo com o tratamento.
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O AE mais comum de endoftalmite fúngica é ...
leveduras do gênero Candida, * seguido pelos fungos filamentosos dos gêneros Aspergillus e Fusarium
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causa mais comum de endoftalmite | endógena e de endoftalmite hospitalar
A forma endógena geralmente é causada pela Candida albicans, e menos comumente por C. glabrata, C. krusei. É uma complicação conhecida da candidemia, proveniente de qualquer foco orgânico,
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Descreva o teste de Schirmer
É feito com a colocação de uma fita de papel de filtro no canto externo dos olhos, com o paciente mantendo as pálpebras fechadas, quando então mede-se a extensão do papel que se tornou umidificada após 5min. Uma extensão menor que 5 mm indica olho seco. Idealmente, o teste é feito em duas etapas... Schirmer I (mede o lacrimejamento total, reflexo e basal): realizado sem anestesia tópica, permitindo a estimulação ocular pelo papel de filtro. Schirmer II (mede apenas o lacrimejamento basal): realizado com anestesia tópica.
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inflamação granulomatosa não infecciosa de uma glândula de Meibomius (profundo) ou de Zeis (superficial). É decorrente do entupimento do orifício de drenagem da glândula, levando ao extravasamento de lipídios para o tecido circunjacente, gerando uma reação inflamatória crônica contendo células epitelioides, células gigantes de Langhans e linfócitos (granuloma). Rosácea e blefarite crônica são importantes fatores de risco, embora na maior parte das vezes o calázio seja um achado isolado. A lesão costuma se instalar insidiosamente com a formação de uma área de edema e eritema na pálpebra, evoluindo para a formação de um nódulo de tonalidade amarelada na superfície interna ou externa da pálpebra. É tipicamente indolor e persistente, trazendo geralmente apenas um problema estético
Calázio *Tratamento: os calázios pequenos podem ser apenas observados, pela possibilidade de involução espontânea ou com a aplicação de compressas quentes 4x/dia. Cerca de 50% dos casos resolvem com a terapia conservadora... Nos casos refratários ou de calázios de maior tamanho, a intervenção é indicada. Os pequenos podem ser removidos com uma pequena incisão e curetagem. Os maiores podem ser tratados com injeção intralesional de corticoide ou drenagem cirúrgica via conjuntiva tarsal
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É uma infecção aguda purulenta do folículo ciliar (glândulas de Zeis ou Moll), configurando a forma externa, ou das glândulas de Meibomius, definindo a forma interno
hordéolo(terçol)
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o centro da mácula, a fóvea, é uma depressão retiniana que constitui o local de maior acuidade visual. O cérebro possui circuitos neuronais reflexos que centralizam a cada momento os globos oculares de modo que a fóvea de ambos os olhos receba a maior parte dos feixes luminosos emitidos pelos objetos que enxergamos. O centro da fóvea possui grande quantidade de cones e bastonetes, que se encontram impactados, de forma a garantir uma acuidade visual perfeita. A cegueira retiniana ocorre quando há lesão permanente da fóvea V ou F
F O centro da fóvea possui apenas cones
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Os fatores de risco mais importantes para o descolamento posterior do vítreo são
a miopia grave e o trauma ocular. * O prognóstico do descolamento vítreo assintomático geralmente é muito bom. Os corpos flutuantes cessam ou se tornam mais brandos após 3-12 meses. Contudo, os casos sintomáticos exigem avaliação oftalmológica imediata, pelo risco da ocorrência de rasgos na retina periférica (15% dos casos), que podem evoluir para o temido descolamento de retina
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é definido pela separação entre o epitélio pigmentar da retina (aderido à coroide pela membrana de Bruch) e a retina neural
Descolamento de retina
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Além de diplopia e depósitos corneanos, pode provocar uma maculopatia de evolução insidiosa, caracterizada pela lesão “em olho- -de-boi” (centro hipopigmentado e bordas hiperpigmentadas) na oftalmoscopia.
cloroquina (principalmente) e hidroxicloroquina
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Este é o exame padrão-ouro para confirmar o edema macular (hiperfluorescência), a presença de áreas isquêmicas (hipofluorescentes) e da neovascularização retiniana
angiografia com | fluoresceína.
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Classificação de Scheie
Hipertensivas - Grau I: estreitamento arteriolar discreto - Grau II: estreitamento arteriolar importante com tortuosidade - Grau III: Grau II + hemorragias e manchas algodonosas - Grau IV: Grau III + papiledema Arterioloesclerose senil - Grau I: aumento discreto do brilho arteriolar - Grau II: aumento importante do brilho arteriolar - Grau III: “fios de cobre” - Grau IV: “fios de prata”
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Classificação de Keith-Wagner-Narker
- Grau I: estreitamento, tortuosidade ou aumento do brilho arteriolar - Grau II: cruzamento AV patológico ou “fios de cobre” ou “fios de prata” - Grau III: Grau II + hemorragias e manchas algodonosas - Grau IV: Grau III + edema de papila secundário a hipertensão (ou papilopatia hipertensiva).
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o fator mais implicado na | oclusão de um ramo venoso é
a retinopatia hipertensiva, com cruzamento AV patológico
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os seguintes achados indicam qual patologia? palidez difusa da retina, predominando na mácula, atenuação e afinamento arteriolar, segmentação da coluna sanguínea, e a famosa mancha vermelho-cereja na fóvea
Oclusão da artéria central da retina
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nas lesões do nervo óptico, os sintomas predominantes são
a perda do contraste, o escurecimento da imagem e uma discromatopsiamais acentuada (perda da saturação das cores)
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É uma rara desordem acometendo basicamente mulheres (3:1) entre 20-50 anos e da raça branca. É causada por desmielinização aguda do nervo óptico, ocorrendo sob a forma idiopática ou associada à esclerose múltipla, uma doença neurológica autoimune desmielinizante das fibras do sistema nervoso central. Quase sempre é unilateral, em sua apresentação. O paciente manifesta-se com redução abrupta da acuidade visual, ao longo de horas ou dias, associada à discromatopsia acentuada, escurecimento visual e escotomas. O prejuízo à acuidade visual varia desde discreto borramento até a perda quase completa da visão. Cerca de 90% dos casos cursam com dor ocular, geralmente leve, que piora caracteristicamente com o movimento ocular. Alguns pacientes referem lampejos luminosos quando movimentam os olhos (fosfenos de movimento). O reflexo fotomotor é deficiente, com o fenômeno da pupila de Marcus-Gunn presente. Um dado sugestivo é o fenômeno de Uhthoff: exacerbação dos sintomas visuais após aumento da temperatura ou exercício físico. Todo paciente com esse diagnóstico oftalmológico deve ser avaliado por um neurologista e submetido a exame de líquor e ressonância magnética com gadolíneo do crânio e medula espinhal. A presença de pelo menos duas lesões desmielinizantes indica uma chance de evoluir para esclerose múltipla de 50% versus 15% (com nenhuma ou menos de duas lesões) A tendência é a evolução para melhora espontânea, ao longo de 2-3 semanas, embora a acuidade ainda possa melhorar dentro dos próximos 1-2 meses.
Neurite óptica *pupilas de Marcus-Gunn: o examinador ilumina a pupila do olho afetado, que sofre discreta miose (reflexo fotomotor deficiente); em seguida ilumina o olho normal, produzindo miose mais acentuada do olho doente (reflexo consensual preservado); imediatamente depois, ilumina de novo o olho afetado, que então sofre lenta e parcial dilatação pupilar **O tratamento depende da associação ou não com a esclerose múltipla definida ou com sinais que indicam um risco maior da doença vir a se desenvolver. Aqueles com neurite óptica idiopática, com nenhuma ou menos de duas lesões na ressonância magnética central, devem ser tratados apenas com pulsoterapia com metilprednisolona venosa 1 g/dia por 3 dias, seguido de prednisona oral 1 mg/Kg/dia por 15 dias. Esta terapia acelera a recuperação dos sintomas e pode reduzir as sequelas visuais e o risco de evolução para esclerose múltipla. Nos casos associados à esclerose múltipla definida ou com duas ou mais lesões na ressonância, a terapia deve ser complementada com imunomoduladores, tais como o interferon-beta-1a ou o acetato de glatiramer
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O paciente se manifesta com cefaleia progressiva, com piora matinal e na posição de decúbito dorsal, associada a náuseas, vômitos e blackouts (escurecimentos visuais mono ou bilaterais repentinos, durando segundos). A oftalmoscopia direta faz o diagnóstico, revelando uma papila elevada, borrada (bordos indefinidos), perda da escavação central e hiperemia. à medida que a síndrome progride, surgem hemorragias, exsudatos “duros” e dilatações venosas na papila
Papiledema (edema de papila associado à HIC)
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desordem retro-orbitária infiltrativa que se manifesta com proptose (exoftalmia), retração palpebral, edema palpebral, quemose, diplopia (oftalmoplegia) e olho seco e vermelho (ceratoconjuntivite seca). O acometimento geralmente é bilateral. O curso da doença geralmente é benigno e estável, eventualmente marcado por exacerbações inflamatórias autolimitadas. Porém, em 8% dos pacientes, a oftalmopatia se agrava, evoluindo com graves exacerbações, abrasões e úlceras corneanas e eventualmente com a compressão extrínseca do nervo óptico pela infiltração do tecido retroorbitário
Oftalmopattia de graves
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O acometimento ocular mais comum é a uveíte posterior (coriorretinite necrosante focal) com vitreíte. O paciente se manifesta com a sensação de moscas volantes ou corpos flutuantes, fotopsia e redução indolor subaguda ou insidiosa da acuidade visual. Os sintomas podem ser unilaterais (forma adquirida) ou bilaterais assimétricos (forma congênita). Na fase inicial, o achado clássico na oftalmoscopia é a presença de manchas branco-amareladas na retina obscurecidas por turvação vítrea. As lesões secundárias clássicas de uma uveíte posterior podem ser encontradas: papilite, edema macular cistoide, descolamento exsudativo de retina, neovascularização coroideana, vasculite e periflebite. O encontro de uma única lesão branco-amarelada com bordos irregulares, com áreas periféricas de hiperpigmentação (cicatriciais) praticamente confirma o diagnóstico!
Txoplasmose * causa maisc comum de uveíte posterior
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é uma complicação da fase avançada de imunodeficiência na infecção pelo HIV, associada a níveis de CD4 < 50/mm3 e eventualmente < 100/mm3. O uso rotineiro da terapia antiretroviral combinada, trazendo o CD4 para acima de 200/mm3, tornou esta retinite um evento bastante incomum na era atual, embora seja uma frequente complicação em indivíduos com AIDS sem terapia adequada. A doença geralmente começa unilateral, mas costuma evoluir para o acometimento bilateral após alguns meses. A oftalmoscopia indireta revela uma lesão bastante característica (e diagnóstica) da doença: mancha branco-amarelada contendo hemorragias focais (famosa imagem do“queijo-com-ketchup”).
Retinite por CMV
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é o tumor intraocular mais comum da infância, ocorrendo em 1 a cada 18.000 nascidos vivos. É derivado das células germinativas da retina. Existem duas formas: (1) não hereditário (60% dos casos), que se manifesta com tumor unilateral unifocal; (2) hereditário (40% dos casos), manifestando-se geralmente como tumor bilateral (25% do total de casos de retinoblastoma) e menos frequentemente unilateral multifocal (15% do total de casos). A desordem é causada por uma inativação mutagênica de ambos os alelos do gene RB1 (cromossoma 13), que codifica uma proteína supressora tumoral. A apresentação mais comum é a leucocoria, presente em 60% dos casos!! Este é um termo definido pelo reflexo pupilar branco (“aspecto em olho de gato”). O estrabismo é o segundo sinal mais comum de apresentação.
Retinoblastoma
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o uso de um orifício estenopeico | aumenta a acuidade visual quando esta é causada por:
miopia, astigmatismo com miopia, ceratocone, paralisia | de acomodação e opacidades visuais que não afetam a pupila
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A hialoide é a membrana que reveste externamente o corpo vítreo. O revestimento externo da hialoide é feito pela membrana anterior da retina. Logo, podemos dizer que a hialoide separa o vítreo da retina. Uma hemorragia sub-hialóidea é aquela onde o sangue se coleta anteriormente à retina. Suas principais etiologias são a
hemorragia subaracnoide e as hemorragias traumáticas
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é uma pupila pequena (miótica), de contornos irregulares (por atrofia da íris), que não reage adequadamente à luz, apesar de reagir à acomodação e à convergência, e que também não se dilata conforme o esperado em resposta aos agentes midriáticos e aos estímulos dolorosos. Trata-se de sinal característico (porém não exclusivo) do tabes dorsalis, uma das formas clássicas da neurossífilis, caracterizada pela lesão dos cordões posteriores da medula (causando um quadro sindrômico de ataxia locomotora). Esse tipo de pupila também pode ser encontrado em outras formas sindrômicas de neurossífilis (como a “demência paralítica”, ou paresia/paralisia generalizada), bem como em outras condições neurológicas específicas (de forma mais rara). Geralmente o quadro está presente em ambos os olhos, pois suas causas básicas são doenças sistêmicas. A neuropatia diabética é uma causa
pupila de Argyll-Robertson