Pneumologia Flashcards

(176 cards)

1
Q

Como é denominado o volume de ar que entra e sai dos pulmões a cada ciclo? Qual seu valor usual!

A

Volume de ar corrente

500 ml

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2
Q

Como se obtém o volume minuto?

A

Volume de ar corrente multiplicado pela frequência respiratória

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3
Q

O que é o espaço morto e quanto % do volume corrente ele representa?

A

Ar que preenche a traqueia e a árvore bronquica

30%

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4
Q

Descreva a fórmula da PCO2

A

PCO2 = (k × VCO2) / VA
K - constante
VCO2 - produção de co2 pelo metabolismo celular
VA - ventilação alveolar

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5
Q

Um paciente com hiperventilação central apresenta provável lesão em que estrutura do SNC?

A

Ponte

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6
Q

Qual o regulador direto da ventilação mais potente?

A

pH liquorico

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7
Q

A pressão transtorácica inspiratória é negativa

V ou F

A

F
Pressão transtorácica = Patm - Palveolar
Na inspiração é positiva

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8
Q

Qual a definição de Insuficiência respiratória?

A

PaO2 < 60mmHg
E/OU
PaCO2 > 50mmHg (exceto para retentores crônicos)

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9
Q

Caracterize a síndrome da carbonarcose

A
Acidose liquorica grave
Redução do sensorio
Edema cerebral (HIC) 
Instabilidade hemodinâmica
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10
Q

Qual o tamanho do shunt pulmonar necessário pra produzir hipoxemia?

A

5%

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11
Q

Como diferenciar a Insuficiência ventilatorio da Insuficiência respiratória hipoxêmica?

A

PAO2 - PaO2

Para FiO2 de 21%, normal até 15mmHg
Para FiO2 de 100%, normal até 150mmHg

Na Insuficiência ventilatorio temos para FiO2 de 21% uma PAO2 - PaO2 < 15mmHg

Enquanto que nos distúrbios V/Q e shunts, temos valor > 15mmHg

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12
Q

Como calcular a PAO2?

A

PAO2 = 150 - 1,25 × PaCO2

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13
Q

Qual valor da relação P/F (PaO2/FiO2) é considerado normal? A partir qual valor constitui critério para diagnóstico de SDRA!

A

Para indivíduos respirando ar atmosférico à nível do mar
Normal > 400
Critério diagnóstico SDRA < 300

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14
Q

Principais critérios diagnósticos de asma

A

Prova broncodilatadora:
Adultos: aumento do VEF1 >12% e > 200ml em relação ao basal
Crianças: aumento do VEF1 >12% do previsto

Variação diária do PFE
Adultos: variação média > 10%
Crianças: > 13%

Teate de provocação bronquica
Queda do VEF1 >/= 20% do basal após inalação de metacolina ou Histamina ou queda >/= 15% do basal após protocolos de hiperventilação, nebulização com salina hipertonica ou manitol

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15
Q

A Asma aumenta indiretamente a incidência de DRGE

V ou F

A

V

O uso de agonistas beta 2 é teofilina relaxa o EEI

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16
Q

Qual o curso da Asma durante a gravidez?

A

Imprevisivel
1/3 piora
1/3 melhora
1/3 inaltera

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17
Q

Que monitorizacao deve ser feita no neonato em caso de uso de SABA 48h antes do parto?

A

Glicemia

Risco de Hipoglicemia se altas doses

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18
Q

Qual condição clínica deve ser considerada em asmáticos que necessitam de corticoides sistêmicos para controlar a doença e que apresentam bronquiectasias centrais e infiltrados pulmonares?

A

Aspergilose broncopulmonar alérgica

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19
Q

Cite os fatores de risco para Asma fatal

A
  • história de crise quase fatal com necessidade de IOT e VM
  • história de anafilaxia
  • internação hospitalar ou visita a emergência no último ano por asma
  • uso atual ou recente de corticoide sistêmico
  • não utilização de CI
  • uso de > 1 frasco/mês de saba
  • doença psiquiátrica ou problemas sociais
  • má adesão terapêutica
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20
Q

Descreva um quadro de tórax silencioso

A

Taquidispneia intensa com MV universalmente diminuído e ausência paradoxal de sibilo.
É um critério de gravidade em um quadro de Asma

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21
Q

Cite critérios de gravidade em um quadro de Asma que indicam transferência para emergência

A
1- Alterações do sensorio
2- tórax silencioso
3- só pronuncia palavras isoladas
4-  uso de musculatura acessória
5- FR > 30
6- FC > 120 bpm
7- spO2 < 90
8- PFE < 50% do basal
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22
Q

Indicações de pesquisa de deficiência de alfa 1 antitripsina

A
  • enfisema em jovens (< 45 anos)
  • enfisema predominando em bases
  • enfisema em não tabagistas ou com pequena carga tabagica
  • Forte história familiar de enfisema ou Hepatopatia
  • história familiar de deficiência de alfa 1 antitripsina
  • doença hepática associa inexplicada
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23
Q

Qual a função da alfa 1 antitripsina? Gual o genotipo do paciente deficiente?

A

Degradar a elastase neutrofílica

PiZZ (normal é PiMM)

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24
Q

Qual o tipo patológico de enfisema mais comum no paciente com DPOC? E o segundo mais comum?

A

1° enfisema centroacinar: destruição do parenquima dos bronquiolos respiratórios (tabagismo)

2° enfisema panacinar: destruição uniforme em região central e periférica (deficiência de alfa 1 antitripsina)

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25
Quais são os dois componentes gerais da DPOC associados a sua fisiopatologia!
1-Bronquite obstrutiva crônica: Hipertrofia e hiperplásica de glândulas secretora de muco da submucosa e células caliciformes principalmente em vias próximas Redução do lumen das vias distais 2- Enfisema pulmonar
26
Nos pacientes com DPOC em que predomina o comportamento enfisematoso, como costuma estar a ausculta?
Diminuição dos MV
27
Por que alguns pacientes com DPOC se apresentam pletóricos?
Policitemia relativa à hipoxemia crônica
28
O achado de baqueteamento digital é característico de DPOC em fase avançada V ou F
F | Baqueteamento digital não é sinal de DPOC. Quando presente, deve ser investigado (descartar CA de pulmão)
29
Qual o estereótipo do enfisematoso?
Pink puffer Pletora e tórax em tonel Magros Diminuição acentuada dos MV
30
Qual o estereótipo do brobquítico crônico grave?
``` Blue bloaters Distúrbio mais grave de troca gasosa Hipoxemia significativa Cianose (Blue) Cor pulmonale Congestão (bloater) Obesidade Sibilos, roncos, estertores ```
31
Indicações de gasonetria no DPOC
Suspeita de descompensação VEF1 < 40% do previsto Sinal de IVD
32
Quais as arritmias mais comumente vistas no paciente com DPOC
ESA Taquicardia atrial multifical ("arritmia do dpoc") FA Flutter atrial
33
Qual o primeiro parâmetro espirométrico a se altera no DPOC
Fluxo expiatório forçado (FEF)
34
Quais abordagens terapêuticas em pacientes com DPOC mostram reduzir a mortalidade?
- cessar tabagismo - oxigenoterapia nos hipoxêmicas - cx redutora de pulmão/tx pulmonar
35
Indicações d e oxigenoterapia diária continua (+ 15h)
PaO2 < 55 mmHg SatO2 < 88 Se PaO2 entre 55-60 mmHg e SatO2 entre 88-90, avaliar se há cor pulmonale ou eritrocitose significativa (hematócrito acima 55%)
36
Qual o exame complementar essencial para o diagnóstico de uma exacerbação da DPOC?
Esse diagnóstico é essencialme clínico
37
Quais medicamentos fazem parte do arsenal terapêutico da exacerbação do DPOC?
``` Atb Corticoides sitemicos Broncodilatadores Teofilina/aminofilina Ventilacao não invasiva Vm ```
38
Quando indicar ATB na exacerbação do DPOC?
1 - Aumento do volume de escarro 2 - alteração do seu aspecto para purulento 3 - aumento da intensidade da dispneia Pcts com exacerbações graves
39
AEs bacterianos mais comuns da exacerbação do DPOC
Haemophylus influenzae Streptococcus pneumonie Moraxella catarrhalis Outros Mycoplasma pneumonie Chlamydiophila pneumonie Gram - entericos (pseudomonas)
40
Tto antimicrobiano na exacerbação do DPOC de acordo com o grupo A, B ou C
A - Amoxi/clavu, macrolidio, Cefalosporinas 2 ou 3° B - Fluoroquinolonas (levofloxacino, moxiflo) VO ou IV Betalac/inibidor da betalac IV, macrolidio IV, Cefalosporinas 2 ou 3° IV C - Fluoroquinolonas IV alta dose Betalactamico antipseudomonas IV (Cefepime, meropenem...)
41
Cite uma droga que provou diminuir a velocidade de progressão da DPOC
Não existe
42
Terapia de manutenção da DPOC segundo grupo GOLD
A - Saba, ou anticoli, conforme necessidade (uso regular de LABA, anticoli longa ação, saba + anticoli curta ação) B - LABA ou anticoli longa ação (LABA + anticoli liga ação) C - CI + LABA ou anticoli longa ação (LABA + anticoli longa ação ou LABA + inibidor PDE4 [roflumilast] ou anticoli longa ação + roflumilast) D - CI + laba +/ou anticoli longa ação (roflumilast no lugar do anti coli ou anticoli + roflumilast) Reabilitação cardiopulmonar para todos
43
Quais as três neoplasias mais comumente vistas em derrames plurais neoplasico
Ca de pulmão Ca de mama Linfoma Juntos respondem por 75%
44
O que é a trepopneia
Dispneia em decúbito lateral Ex.: dispneia em decúbito lateral no lado em que há um derrame pleural volumoso
45
Principais medicamentos causadores de derrame pleural. Achado comum no líquido pleural desses casos?
``` Nitrofurantoína Amiodarona Bromocriptina (agonistas dopaminergico, inibidor da prolactina) Dasatinib (tto de linfoma) Metotrexato Procarbazina Metisergida (profilaxia de enxaqueca) Dantrolene (relaxante muscular) Alcaloide do ergot Clozapina ``` Líquido rico em eosinófilos
46
Descreva a síndrome do derrame pleural
Maciez à percussão Abolição/redução do MV Desaparecimento do frêmito toracovocal
47
Qual a quantidade de líquido acumulada é necessária para que um derrame pleural seja visível na radiografia?
175-200 ml na incidência AP 75-100 ml em Perfil
48
Qual o achado radiográficos em derrames plurais volumosos?
Parábola de damoiseau
49
Quais são os germes atípicos causadores de pneumonia?
Mycoplasma pneumonie Chlamydiophila pneumonie Legionella pneumonie Vírus
50
Quais são os germes típicos causadores de pneumonia?
``` Streptococcus pneumonie Klebsiella pneumonie S aureus H influenzae S aureus P aureuginosa Outros Grans - ```
51
Qual a característica da tosse mais frequentemente vista em pacientes com pneumonia atípica? Qual germe atípico não segue essa regra, se comportando mais proximamente com um germe típico?
Tosse seca Legionella pneumophila
52
Cite as quatro fases evolutivas da pneumonia pneumocócica
1- congestão (multiplicação das bacterias nos alvéolos) 2- hepatizaçao vermelha (infiltrado de Hemácias, neutrófilo e fibrina nos alvéolos) 3- hepatizaçao cinzenta (desintegração das hemácias, presença de neutrófilos e debris celulares) 4- resolução/organização
53
Qual agente etiológico está mais associado a uma pneumonia que cursa com Hiponatremia grave e elevação de enzimas hepáticas?
Legionella pneumophila
54
Quais são os critérios que indicam um escarro confiável?
+ de 25 pmn | < 10 cel epiteliais por campo
55
Indicações de fibrobroncoscopia em casos de pneumonia
Falha do tto atb Imunodeprimidos Relativo: necessidade de internação em cti
56
Qual a definição da classe de risco I do psi (pneumonia severity index)?
``` Pct < 50 anos Estado mental preservado FC < 125 FR < 30 PAS > 90 T ente 35-40 Sem história de neoplasia, ICC, doença cerebrovascular, doença renal ou hepática ```
57
Cite indicações de cx em casos de abscesso pulmonar
Ausência de resposta ao tratamento clínico Suspeita de neoplasia Hemorragia
58
Caracterize a síndrome de Mendelson
Pneumonite química aspirativa | Ocorre horas após o episódio de aspiração
59
Cite manifestações clínicas que favorecem o diagnóstico de legionelose num paciente que apresenta pneumonia
Sinal de faget (dissociação pulso-temperatura) Quadro do TGI (nause, Vômitos, diarreia) Hiponatremia grave Elevação de enzimas hepáticas
60
Cite uma agente etiológico causador de pneumonia que está associado à anemia hemolítica autoimune por IgM (doença das crioaglutininas)
Mycoplasma pneumonie
61
Qual agente etiológico causador de pneumonia costuma causar um quadro mais grave em pacientes falcêmicos? Qual temida complicação pode ocorrer?
Mycoplasma pneumonie | Gangrena de dígitos
62
Cite manifestações extrapulmonares do mycoplasma pneumonie
Miringite bolhosa (vesículas na membrana timpânica) Anemia hemolítica por crioaglutininas Eritema multiforme major (síndrome de Steven jonhson - é o agente infeccioso mais comumente associado) Fenômeno de raynaud Outros: miocardite, pericardite, guillain Barre, mielite transversa, neuropatia periférica, poliatralgia, poliartrite
63
Quais são os critérios clínicos para diagnóstico de uma pneumonia nosocomial?
Surgimento ou agravamento, em pct internado a mais de 48h,de um infiltrado pulmonar na radiografia associado a pelo menos dois dos seguintes: 1- febre >= 38 2- leucocitose > 10000 ou Leucopenia < 4000 3- purulencia do escarro ou da secreção traqueal 4 - piora da oxigenação
64
Descreva as bactérias que fazem parte do grupo denominado de micobactérias tuberculosas.
``` M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi 7 - M. caprae ```
65
Como são chamadas as partículas infectantes que contém o M tuberculosis?
núcleos de Wells
66
Qual a classificação da hiperssensibilidade associada ao granuloma?
Tipo IV
67
O que são as células gigantes de Langerhans, que podem ser encontradas em granulomas?
São células compostas pela fusão de vários macrófagos ativados
68
O foco granulomatoso pulmonar onde tudo | começou é chamado de “foco primário” ou...
Nódulo de Ghon
69
A associação do nódulo de Ghon com adenopatia satélite é chamada de “complexo primário”ou...
Complexo de Ranke
70
Qual a porcentagem de indivíduos infectados desenvolve TB? Do total de infectados, qual porcentagem de pacientes desenvolverá a TB primária (cite a definição de TB primária)? E TB pós primária?
A doença tuberculosa se desenvolve em apenas 10% dos indivíduos infectados. Em 5% dos casos, a primoinfecção evolui diretamente para a doença – tuberculose primária – que ocorre dentro dos primeiros três anos da infecção, geralmente no primeiro ano (período de incubação: um mês a três anos). Nos 5% restantes, a doença se desenvolve após três anos da primoinfecção (geralmente décadas depois) – tuberculose pós-primária (por reativação de foco latente ou por reinfecção - nova inalação de bacilos), antigamente denominada “tuberculose secundária”
71
Qual o localmais comumente apresenta o foco primário da TB?
Terço médio
72
Qual subgrupo de pacientes com TB apresenta adenomegalia hilar/mediastinal satélitecom maior frequência?
Crianças
73
Qual é a forma mais comum de TB em crianças menores de dois anos e não vacinadas com BCG, ou então em pacientes com imunodepressão moderada a grave?
TB miliar
74
Quais os locais pulmonares são mais comumente acometidos pela TB pós primária?
``` Os segmentos posteriores dos lobos superiores e o segmento superior dos lobos inferiores (segmento 6) são os mais acometidos pela tuberculose pós-primária ```
75
Locais mais frequentemente acometidos pela TB extrapulmonar
pleura, linfonodos, ossos, articulações, meninges, cérebro, rins, genitália interna, pericárdio, peritônio e intestino
76
Cite manifestações extrapulmonares que pode acontecer num caso de TB pulmonar primária
A ativação do sistema imunológico na tuberculose primária pode levar, numa minoria de pacientes (< 5% dos casos), a três tipos de reação a distância: eritema nodoso, conjuntivite flictenular e uma síndrome poliarticular (artrite/artralgia). O eritema nodoso é uma vasculite subcutânea, apresentando-se como múltiplos nódulos dolorosos com superfície eritematosa, de predomínio na superfície extensora dos membros. Todas essas reações tendem a ser autolimitadas.
77
Cite complicações da TB pulmonar primária
− Atelectasia, devido à compressão de um brônquio pela adenopatia hilar − Pneumonia tuberculosa, devido à ruptura de um linfonodo infectado para dentro de um brônquio − Evolução para a forma linfo-hematogênica (miliar), mais comum em crianças < 2 anos não vacinadas pelo BCG; − Evolução para a forma primária progressiva.
78
O que é o aneurisma de Rasmussen?
erosão da adventícia e média do segmento de uma artéria brônquica que se dilata para o interior da cavidade
79
Como os linfonodos do paciente com CD4 < 200 e TB costumam se apresentar?
Os linfonodos são facilmente reconhecidos na TC pela sua típica captação periférica de contraste e atenuação da densidade no centro.
80
A resistência a rifampcina costuma vir acompanhada de resistência à isoniazida em que porcentagem dos pacientes?
``` Atenção: mais de 80% dos BK resistentes à rifampicina TAMBÉM são resistentes à isoniazida. A resistência a essas duas drogas caracteriza a TB -MDR ```
81
Qual o valor da dosagem da ADA no contexto da TB?
Dosagem de ADA – A ADA (Adenosina Deaminase) é uma enzima secretada por linfócitos e macrófagos ativados. Quando em níveis aumentados no líquido pleural (> 40 U/l ou, de forma mais específica, > 60 U/l), possui elevado valor preditivo positivo para tuberculose, permitindo a confirmação diagnóstica mesmo sem demonstração direta da presença do BK (ou seja, trata-se de importante elemento na composição do diagnóstico “clinicoepidemiológico” de TB pleural)
82
Cite a interpretação e conduta frente os resultados obtidos com o Escore de Pontos para Diagnóstico de TB Pulmonar Primária em Crianças que Não Expectoram ou Têm Escarro Negativo
≥ 40 pontos (diagnóstico muito provável) = o tratamento deve ser iniciado; 30-35 pontos (diagnóstico possível) = o tratamento pode ou não ser iniciado a critério médico; < 30 pontos (diagnóstico pouco provável) = a investigação deve prosseguir, podendo-se partir para exames mais complexos como a broncofibroscopia
83
Cite os 3 itens do Escore de Pontos para Diagnóstico de TB Pulmonar Primária em Crianças que Não Expectoram ou Têm Escarro Negativo que conferem 15 pontos (cada um) quando presentes
1 - Clínicos Febre ou sintomas como: tosse, adinamia, expectoração, emagrecimento, sudorese, por mais de 2 semanas 2 - Radiológicos - Adenomegalia hilar ou padrão miliar - Condensação ou infiltrado (com ou sem escavação) inalterado por mais de 2 semanas - Condensação ou infiltrado (com ou sem escavação) por mais de 2 semanas, evoluindo com piora ou sem melhora com antibióticos para gérmens comuns 3 - Teste tuberculínico - > 10 mm em não vacinados co BCG ou vacinados a mais de 2 anos - > 15 mm em vacinados há menos de 2 anos
84
Por que o etambutol não faz parte do tto da TB em menores de 10 anos?
maior toxicidade ocular
85
Cite os efeitos maiores, que indicam suspensão do fármaco, associados à rifampcina
``` Exantema ou hipersensibilidade moderada a grave. Hepatotoxicidade. Trombocitopenia, leucopenia, anemia hemolítica, eosinofilia, agranulocitose, vasculite Nefrite intersticial. ```
86
Cite os efeitos maiores, que indicam suspensão do fármaco, associados à isoniazida
Exantema ou hipersensibilidade moderada a grave. Encefalopatia (ex.: psicose, convulsões, coma) Hepatotoxicidade
87
Cite os efeitos maiores, que indicam suspensão do fármaco, associados à pirazinamida
Exantema ou hipersensibilidade moderada a grave. Rabdomiólise grave com mioglobinúria e IRA. Hepatotoxicidade
88
Cite os efeitos maiores, que indicam suspensão do fármaco, associados ao etambutol
Exantema ou hipersensibilidade moderada a grave. | Neurite óptica (dose-dependente)
89
Cite particularidades da TB na gestante
Se no momento do parto a mãe apresentar tuberculose ativa, realizar cultura e histopatologia da placenta. Não há contraindicação ao esquema básico durante a gestação. Não há contraindicação ao esquema básico durante o aleitamento. O aleitamento está contraindicado na presença de mastite tuberculosa. A mãe portadora de TB deve usar máscara cirúrgica durante o aleitamento e durante os cuidados com a criança.
90
Quando o tto da TB precisa ser interrompido em hepatopatas?
• Elevação das enzimas hepáticas > 5x LSN, assintomática; • Elevação das enzimas hepáticas > 3x LSN, com sintomas; • Surgimento de icterícia, independente das enzimas hepáticas.
91
Em hepatopatas que tiveram o tto da TB interrompido para normalização das enzimas hepáticas/quadro de disfunção hepática, qual a ordem de reintrodução dos tuberculostáticos?
1. Rifampicina + etambutol; 2. Isoniazida; 3. Pirazinamida.
92
Qual o esquema de tto da TB no cirrótico ou no paciente que demonstrou persistência das alterações por hepáticas > quatro semanas ou com TB grave, que impossibilitava pausar o tto devido a disfunção hepática?.
3 SEO/ 9EO S - estreptomicina O - ofloxacino
93
Qual dos tuberculostáticos de primeira linha não necessitam de ajuste da dose de acordo com o clearence de creatinina?
Rifampcina
94
Qual a definição de TB multirresistente (MDR)?
Resistência a pelo menos rifampicina | + isoniazida.
95
Qual a definição de resistência extensiva?
``` Resistência MDR + resistência a uma fluoroquinolona + resistência a uma droga parenteral de segunda linha (ex.: amicacina, canamicina ou capreomicina). ```
96
Qual o esquema de tto para TB resistente à rifampcina?
8 Cm3 EZLfxTrd/10 ELfxTrd Cm- capreomicina Lfx - Levofloxacino Trd - terizidona
97
Quais formas de TB extrapulmonar costuma ser primárias e não pós primárias?
TB pleural, a TB miliar e a TB meníngea
98
Qual é a forma mais comum de tuberculose extrapulmonar em nosso meio?
A TB pleural. Em um estudo brasileiro, a TB pleural correspondeu a 64% dos casos de TB extrapulmonar, seguida de longe pela TB ganglionar (15-20% dos casos) e depois pela TB renal.
99
Quadro clínico da TB pleural
pode ser agudo ou subagudo, sendo composto por febre, dor pleurítica e tosse seca. A dispneia pode ocorrer nos casos de derrames volumosos que se instalaram mais rapidamente. O derrame é caracteristicamente unilateral e de moderada intensidade
100
Caracterize o líquido pleural da TB pleural
exsudato, com densidade > 1.020, proteína > 2,5-3 g/dl, apresentando uma celularidade alta (1.000-6.000 leucócitos/mm3), com predomínio de mononucleares (linfócitos), exceto nos primeiros quinze dias de instalação (polimorfonucleares) Glicose baixa, porém raramente chegando a níveis inferiores a 20 mg/dl (média: 40-80 mg/dl), pH normal (7,30-7,40), ausência de eosinófilos e menos de 5% de células mesoteliais (frequentemente encontradas no derrame neoplásico). Apesar de não ser, por natureza, um exame confirmatório, a dosagem da ADA (Adenosina Deaminase) é um dos parâmetros de maior acurácia diagnóstica. Considerando o ponto de corte 60 U/ml, observa-se uma especificidade de 96%.
101
Quais são as estruturas mais | afetadas pelos infartos vasculíticos causados pela TB meníngea?
gânglios | da base, córtex cerebral, ponte e cerebelo.
102
Cite a complicação da TB meníngea que acomete 85% das crianças e 50% dos adultos
Hidrocefalia comunicante
103
Descreva o líquor na TB meníngea
acentuada hiperproteinorraquia (proteína na faixa entre 100-500 mg/dl), pleocitose mononuclear (linfocítica), com uma celularidade entre 100- -500/mm3, e uma hipoglicorraquia (glicose < 45 mg/dl em 80% dos casos)
104
O que é a escrófula?
TB ganglionar
105
Qual a principal forma de TB extrapulmonar na AIDS?
escrófula
106
Qual o local mais comum de acometimento da TB osteoarticular?
O local mais acometido é a coluna vertebral (em 50% dos casos), na sua porção torácica ou toracolombar, e em segundo lugar as grandes articulações do tipo quadril e joelho
107
O que é o mal de Pott?
Espondilite Tuberculosa
108
Articulações mais comumente acometidas pela TB e seu quadro clínico
As articulações mais acometidas são joelho e quadril. A articulação apresenta dor e edema, mas sem outros sinais flogísticos (“artrite fria”).
109
Qual a forma mais comum de apresentação ocular da TB?
Coriorretinite
110
Principais formas de acometimento do TGI pela TB
(1) hepatite granulomatosa; | e (2) tuberculose ileocecal.
111
Quais formas de TB exigem a associação de corticoide ao RHZE?
Meníngea Pericardica Corioretinite/retinite
112
Como evitar a transmissão interpessoal da paracoccidioidomicose?
A doença não é contagiosa: não há transmissão | interpessoal
113
Qual a faixa e o sexo mais acometido pela paracoccidioidomicose?
A doença é mais frequente entre os 40 e 60 anos, sendo muito mais comum (14:1) no sexo masculino. Isso se deve à presença de receptores de estrógenos nas formas infectantes do fungo, que atuam inibindo a transformação destes em leveduras. Todavia, como a forma aguda incide em uma população mais jovem (muitas vezes pré -púbere), a incidência nesta forma específica da doença é igual nos dois sexos
114
Descreva Forma Aguda/Subaguda (Tipo Juvenil) da paracoccidioidomicose
É a forma característica da criança e de adultos até trinta anos de idade. As manifestações são basicamente do sistema reticuloendotelial: adenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia (uma espécie de “síndrome de mononucleose”). O paciente pode apresentar febre, adinamia e perda de peso. O envolvimento das adrenais é uma característica importante da paracoccidioidomicose, ocorrendo com expressão clínica em 5% dos casos, manifestando-se com hiperpigmentação cutânea, anorexia, sintomas gastrointestinais, hipotensão, hipoglicemia e distúrbios eletrolíticos (insuficiência adrenal).
115
Descreva a Forma Crônica (Tipo Adulto) da paracoccidioidomicose
Esta é a forma de maior interesse para a pneumologia... É a forma pulmonar da paracoccidioidomicose, respondendo por cerca de 90% dos casos A apresentação clínica típica é uma história de meses de evolução com tosse, expectoração e dispneia aos esforços, com lenta progressão As lesões mucosas acometem lábios, mucosa oral, orofaríngea ou mesmo a laringe, traqueia ou esôfago, manifestando- se como rouquidão inexplicada, tosse seca e/ou odinofagia. O sistema nervoso central é acometido em 6% dos casos, com cefaleia progressiva, convulsões e deficit motor de instalação lentamente progressiva. Este quadro é causado por lesão cerebral expansiva
116
Descreva o padrão radiológico característico da paracoccidioidomicose
infiltrado pulmonar bilateral simétrico peri-hilar, acometendo predominantemente os terços médios
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TTO da paracoccidioidomicose
A maioria dos esquemas tem duração em torno de seis a doze meses. A tendência atual é cada vez mais basear a duração da terapia na melhora clínica e sorológica do doente, e não em períodos previamente fixados. A droga de escolha (embora de custo mais alto) para a paracoccidioidomicose é o itraconazol, na dose de 100-200 mg/dia, via oral, 1x/dia. O cetoconazol (200-400 m/d) é uma opção mais barata, porém menos potente e mais associada a efeitos adversos graves (hepatotoxicidade, bloqueio da síntese de testosterona). A anfotericina B venosa é reservada para os casos mais graves, disseminados... e, mesmo assim, somente em uma fase inicial (a terapia de manutenção é geralmente com SMX-TMP).
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Quadro clínico da histoplasmose pulmonar aguda
Após período de incubação de duas a três semanas ou poucos dias (indivíduos previamente infectados e, portanto, sensibilizados), surge um quadro gripal (febre, cefaleia, calafrios, mialgia, mal-estar). Tosse seca, dor torácica e dispneia são comuns, sendo registrados casos que evoluíram com insuficiência respiratória
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Descreva o quadro da histoplasmose disseminada aguda
Forma aguda: mais comumente vista em crianças, antes da era HIV, essa forma evolui ao longo de dias, com febre/calafrios, tosse, hepatoesplenomegalia, adenomegalias diversas (a mais comum, cervical) e, frequentemente, diarreia. Lesões cutâneas (especialmente papulocrostosas) estão presentes em 2/3 dos pacientes com HIV associado. Uma característica marcante da forma aguda é a presença de citopenias: pode ocorrer qualquer combinação delas, incluindo citopenias isoladas ou pancitopenia. Encefalite pode acompanhar 1/5 dos casos
120
Qual o grande marco da histoplasmose disseminada subaguda?
a grande marca são as lesões sólidas destrutivas, possivelmente presentes no pulmão, intestinos, vasos sanguíneos e adrenais, que podem, por exemplo, provocar ulceração e até perfuração intestinal
121
Qual a clínica mais típica da histoplasmose disseminada crônica?
A característica clínica mais típica dessa forma são as lesões cutaneomucosas, principalmente em cavidade oral, ou ainda em outros pontos do tubo digestivo, vias aéreas superiores, glande e grandes lábios
122
Cite uma enzima que pode estar elevada na histoplasmose, assim como na sarcoidose
Em concursos, pode ser cobrado o característico aumento da ECA (Enzima Conversora da Angiotensina), presente também na sarcoidose.
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Qual marcador bioquímico tem alta acurácia para diagnóstico de histoplasmose disseminada?
``` A pesquisa do antígeno polissacarídico no sangue ou na urina tem uma acurácia em torno de 90% (melhor na urina) para o diagnóstico da histoplasmose disseminada. ```
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TTO da Histoplasmose | pulmonar aguda leve
Só é necessário o tratamento caso os sintomas permaneçam por mais de 3-4 semanas. Neste caso... Itraconazol 200 mg/dia por 6 a 12 semanas.
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TTO da histoplasmose pulmonar grave ou disseminada
ataque de Anfotericina B e manutenção com itraconazol
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Descreva o quadro de Aspergilose Broncopulmonar Alérgica
Causada pela hipersensibilidade crônica do tipo alérgica (tipo I) ao Aspergillus fumigatus. Manifesta- se como uma asma brônquica persistente moderada ou grave, com febre esporádica, tosse com expectoração de tampões mucosos de hifas ou micelas, infiltrados pulmonares migratórios, atelectasias segmentares ou subsegmentares, evoluindo para a formação de bronquiectasias proximais predominando nos lobos superiores (esta é a fase mais avançada, com fibrose pulmonar associada). Laboratorialmente, há eosinofilia importante e aumento da IgE sérica.
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Quais os critérios maiores do diagnóstico de aspergilos broncopulmonar alérgica? Quantos são necessários para fechar o diagnóstico?
- Asma persistente. - Infiltrados pulmonares migratórios. - Bronquiectasias proximais. - Eosinofilia > 500 cel/mm3. - IgE sérica > 1.000 ng/ml. - IgE e IgG específicas para o Aspergillus fumigatus. - Precipitinas contra o Aspergillus fumigatus. - Resposta imediata a teste cutâneo. 6
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TTO da ABA
A doença evolui nos seguintes estágios: agudo, exacerbação, remissão, dependência aos corticoides, fibrose. O tratamento dos primeiros dois estágios é a prednisona 0,5 mg/kg/dia por duas semanas, passando-se para dias alternados durante pelo menos três meses. Nos casos mais graves (dependência a corticoide), a dose da prednisona deve ser aumentada para 30 mg/dia. Um estudo randomizado mostrou benefício na associação de itraconazol, com objetivo de poupar corticoide. A sequela fibrótica não responde à terapia.
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Quais as outras formas de apresentação da infecção pelo aspergilus?
Pneumonite por hiperssensibilidade Bola fúngica Aspergilose pulmonar invasiva
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Qual o paciente mais vulnerável à aspergilose pulmonar invasiva?
Neutropênico
131
Antifungico de primeira linha para tto de aspergilose invasiva
Voriconazol
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TTO da criptococose pulmonar
Apesar da criptococose pulmonar normalmente se resolver espontaneamente, atualmente se recomenda o tratamento com fluconazol (200- -400 mg/dia, por três a seis meses), mesmo nas formas oligossintomáticas e em pacientes imunocompetentes. O mesmo tratamento é recomendado nas formas extrapulmonares não meníngeas. Nos casos graves ou meníngeos, todavia, o tratamento deve ser iniciado com a anfotericina B venosa.
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A presença de candidíase disseminada torna obrigatória a realização de qual investigação no exame físico?
Na presença da forma disseminada de candidíase, uma fundoscopia deverá obrigatoriamente ser realizada
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Principais DDX da dactilite tuberculosa (spina ventosa)
Dactilite sifilítica | Encondromatose
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Descreva a síndrome de Pickwick
é caracterizada pela hipoventilação alveolar crônica associada a obesidade, sem outra patologia que justifique esse achado respiratório, tendo como quadro clínico característico hipersonolência, cianose, ronco faringiano, apneia do sono, dispneia aos mínimos esforços, distúrbios de humor e atenção em um indivíduo obeso
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Mulher, 45 anos, apresenta asma desde os 17 anos de idade. Mantem acompanhamento médico desde então, porém, há quatro anos apresenta piora progressiva dos sintomas e necessidade de idas ao PS quatro a cinco vezes ao ano sendo prescrito corticoide sistêmico por sete dias em todas as ocasiões. Entretanto, as espirometrias mais recentes encontram-se normais e a tomografia de tórax mostrando apenas leve espessamento de paredes brônquicas. A broncoprovocação com metacolina foi positiva. Em uso de corticoide inalado e broncodilatador de longa duração (budesonida 1200 / formoterol 36 mcg/dia). Teste cutâneo de leitura imediata (prick test) positivo para ácaros e gato. Refere piora dos sintomas após divórcio há seis anos. O diagnóstico mais provável é: A) Asma alérgica intermitente não controlada. B) Disfunção de pregas vocais. C) Doença do refluxo gastroesofágico. D) Transtorno de ansiedade generalizada.
A asma alérgica intermitente é um diagnóstico diferencial a ser cogitado, já que a paciente apresenta teste positivo para alergia e comprovadamente é asmática. Entretanto, espirometrias normais no período intercrise e o uso da medicação para asma em dose otimizada, falam contra esta opção (A incorreta). A disfunção de pregas vocais é o diagnóstico mais provável para esta paciente. A disfunção de cordas vocais pode ser erroneamente diagnosticada como asma, assim como pode ser uma condição concomitante à asma. No entanto, nos casos de disfunção de pregas vocais, a avaliação interclínica para asma costuma ser normal. Também está descrita uma relação causal importante entre esta patologia e distúrbios psicossociais. Doença psiquiátrica, depressão, transtorno do estresse pós traumático e abuso infantil estão relacionados à esta síndrome. Considerando que a paciente é asmática e os sintomas começaram a piorar após o divórcio, este é o diagnóstico mais provável (B correta).
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Paciente masculino, 53 anos, sem antecedentes mórbidos relevantes, refere edema assimétrico de membros inferiores, com diagnóstico confirmado de trombose venosa profunda por ultrassonografia. Realiza anticoagulação oral por 6 meses sem intercorrências. Para definição da necessidade de extensão da anticoagulação, além dos 6 meses, a informação de maior relevância é: A) Presença ou ausência de trombofilias hereditárias clássicas B) Grau de recanalização de veias profundas ao doppler C) Existência de fatores de risco conhecidos no momento do diagnóstico D) História familiar de tromboembolismo venoso
Temos um paciente com diagnóstico há seis meses de trombose venosa profunda. Após esse período, a anticoagulação deve ser continuada em pacientes com trombose “não provocada”, ou seja, quando não foi identificado e eliminado o fator de risco causal para o evento trombótico ou quando o mesmo foi identificado e não foi eliminado. Por exemplo, pacientes com neoplasia em atividade após o período inicial de anticoagulação, devem permanecer anticoagulados, bem como aqueles com trombofilia. No entanto, a história familiar isoladamente, bem como a ausência de trombofilia, não indica a manutenção da anticoagulação, desde tenha sido identificado e removido o fator de risco, como discutido anteriormente.  Gabarito: Alternativa C.
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Homem, 31 anos, previamente hígido, apresentou dispneia e dor torácica súbitas enquanto caminhava. Nega uso de medicamentos. Chega a serviço de emergência, no qual angiotomografia de tórax confirma tromboembolismo pulmonar com carga embólica de 40%. Ecocardiograma na mesma ocasião evidencia pressão sistólica de artéria pulmonar de 48 mmHg, sem outros achados. Permaneceu internado recebendo medidas de suporte e anticoagulação plena por 5 dias, após os quais recebe alta em uso de rivaroxabana. Quatro meses depois vem a consulta ambulatorial usando apenas rivaroxabana e assintomático. Exame físico normal. Qual é a conduta quanto ao tempo de anticoagulação? A) Manter por tempo indeterminado. B) Suspender nesta consulta. C) Decidir após pesquisa de trombofilia. D) Completar 6 meses e suspender
A conduta frente a um paciente com história de tromboembolismo pulmonar ocasionando hipertensão arterial pulmonar, sem que seja claramente estabelecido e corrigido o fator de risco para o desenvolvimento de evento trombótico, como imobilização pósoperatória, neoplasia, etc, é a anticoagulação por tempo indeterminado. A pesquisa de trombofilia negativa não elimina o risco de novo evento trombótico, considerando que a própria anticoagulação pode impedir a identificação de algumas trombofilias e devemos considerar que existem distúrbios ainda não conhecidos. Por esta razão, está indicada a anticoagulação por tempo indeterminado.
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``` 16 - 2020 SUS - SP A maioria dos transudatos pleurais têm concentração absoluta total de proteína abaixo de 3,0 g/dL. Em exsudatos causados por tuberculose pleural, a concentração de proteína geralmente ultrapassa 4 g/dL. Quando este nível ultrapassa 7,0 g/dL, deve-se considerar o diagnóstico de A) mieloma múltiplo. B) pleurite reumatoide. C) síndrome da veia cava superior. D) pancreatite aguda. E) linfoma. ```
Entendemos que os derrames pleurais exsudativos como um todo costumam se apresentar com uma concentração absoluta total de proteína elevada, mas valores acima de 7- 8 g/dL (ou 70-80 g/L) nos devem fazer pensar em duas condições em particular: macroglobulinemia de Waldenström e mieloma múltiplo! O grande marco da pleurite reumatoide é a glicose baixa apesar de termos também proteína elevada, inclusive > 4 g/dL. Pensamos em derrames de origem pancreática quando temos amilase elevada (não trata-se de um parâmetro convencional na análise do líquido pleural, devendo ser solicitado ativamente). Sendo um exsudato, o derrame da pancreatite terá proteína alta, mas não tão alta quanto no mieloma. Nas malignidades em geral, o líquido tem proteína alta e pode ter glicose normal ou até baixa quando a carga de células malignas é muito alta. O derrame pleural que pode ocorrer na síndrome da veia cava superior parece ser mais comumente transudativo, mas é digno de nota dizer que foram poucos os estudos que fizeram esse tipo de análise. Além disso, a síndrome  da veia cava inferior costuma estar associada com malignidades - causa de derrame pleural exsudativo - podendo esse ser um fator de confundimento.  O gabarito inicial liberado pela banca foi a letra A.
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Todas as condições abaixo ocorrem mais em fumantes ou ex-fumantes, EXCETO: A) Bronquiolite respiratória com doença pulmonar intersticial B) Fibrose pulmonar idiopática C) Histiocitose de células de Langerhans D) Sarcoidose E) Pneumonia de células descamativa
sarcoidose afeta tipicamente adultos jovens, mais comumente negros e não tabagistas, geralmente manifestando-se através de adenopatia hilar bilateral, opacidades pulmonares reticulares com predomínio em ápices ou lesões de pele, oculares e articulares. Os sintomas mais comumente apresentados são tosse, dor torácica, dispneia, fadiga, xeroftalmia e perda ponderal. Uma vez que pacientes com suspeita de sarcoidose apresentam resposta suprimida no teste do PPD, devemos esperar uma prova tuberculínica negativa. O diagnóstico de sarcoidose é estabelecido com base em três elementos: Manifestações clínicas e radiológicas compatíveis, a exclusão de diagnósticos diferenciais e um histopatológico com identificação de reação inflamatória crônica com granulomas não caseosos. Alguns achados laboratoriais adicionais são a hipergamaglobulinemia, linfopenia e hipercalciúria, presente em até 50% dos casos.
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Mulher de 51 anos teve recorrência de tromboembolia pulmonar em vigência de tratamento adequado com apixabana. Em relação à anticoagulação, deve-se A) substituir apixabana por rivaroxabana. B) substituir apixabana por heparina de baixo peso molecular. C) substituir apixabana por varfarina e manter RNI entre 3,00 e 3,50. D) colocar filtro de veia cava inferior
Em casos de tromboembolia pulmonar mesmo em vigência do uso de anticoagulantes orais novos, como apixabana, é possível o risco de recorrência. O risco é maior na fase aguda, mas pode ocorrer em qualquer período. Neste caso, está indicado a substituição por heparina de baixo peso molecular.
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Mulher, 46 anos, há seis meses apresenta lesões nodulares dolorosas em tronco e membros inferiores, com resolução espontânea ou após uso de prednisona 20 mg/dia. Há dois meses tem dor em tornozelos e astenia. Refere tratamento para uveíte bilateral há um ano. Exame físico: BEG; lesões nodulares dolorosas e quentes, eritêmato-violáceas, em abdome, coxas e pernas, além de lesões em face (ver foto); edema e calor em tornozelos; sons vesiculares presentes, com estertores finos em 1/3 inferior bilateralmente, FR = 14 ipm. Qual resultado de exame é esperado? A) Capilaroscopia periungueal com padrão SD. B) ANCA padrão perinuclear. C) FAN nuclear pontilhado grosso. D) Prova tuberculínica negativa.
Temos uma paciente jovem, sem doenças relatadas, apresentando lesões nodulares com descrição compatível com eritema nodoso (melhora com uso de prednisona), artrite, uveíte e estertores pulmonares. Assim, devemos suspeitar de uma doença de acometimento sistêmico. Não acometimento de pele e subcutâneo ou microstomia compatíveis com o diagnóstico de esclerose sistêmica (alternativa A incorreta). O pANCA é um marcador associado à retocolite ulcerativa, não havendo acometimento gastrointestinal na paciente (alternativa B incorreta). Os achados não permitem suspeitarmos de lúpus ou doença mista do tecido conjuntivo, que estão associados ao FAN padrão nuclear pontilhado grosso. Por fim, vamos nos atentar para as lesões cutâneas apresentadas na imagem. Trata-se de lúpus pérnio, manifestação cutânea comum na sarcoidose, doença que costuma cursar com eritema nodoso e comprometimento pulmonar. Uma vez que pacientes com suspeita de sarcoidose apresentam resposta suprimida no teste do PPD, devemos esperar uma prova tuberculínica negativa. Gabarito: Alternativa D.
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Mulher de 30 anos tem história de anasarca há um mês, associada à alteração de urina, que ficou mais espumosa. Há um dia, refere dor torácica à esquerda associada a intensa dispneia. Exame clínico compatível com derrame pleural bilateral. Com relação à quantidade de proteínas nos líquidos pleurais à esquerda e à direita, pode-se afirmar: A) Direita e esquerda baixas. B) Direita e esquerda altas. C) Direita - normal ou alta; esquerda - baixa. D) Direita - baixa; esquerda - baixa ou alta.
Questão que aborda uma paciente com quadro sugestivo de síndrome nefrótica, evoluindo com anasarca e que complica com uma embolia pulmonar. Não é de se estranhar que esta paciente apresente embolia, já que ocorre perda de anti-trombina III pela urina na síndrome nefrótica, propiciando um estado pró-trombótico. Pergunta-se então, como será a análise do conteúdo protêico do líquido pleural à esquerda e à direita. Como a dor da paciente foi à esquerda, há de se esperar que o infarto pulmonar decorrente da embolia tenha sido do lado esquerdo. Na embolia pulmonar, o líquido pleural pode ser pobre ou rico em proteínas. Na maioria dos casos, a embolia pulmonar costuma ser um exsudato (proteína alta). Ja do lado direito, esperamos um transudato, já que o derrame neste caso resulta da hipoalbuminemia pela síndrome nefrótica e queda da pressão oncótica. Cabe ressaltar que no lado acometido pelo TEP, pode haver um "componente" da própria síndrome nefrótica (lembre-se que, na maioria dos casos, TEP não cursa com derrame pleural). Resposta: D.
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Homem, 56 anos, sem doenças prévias, refere dispneia progressiva há 3 anos, atualmente aos moderados - pequenos esforços. Ecocardiografia transtorácica mostrou dilatação moderada de câmaras direitas e pressão sistólica de artéria pulmonar estimada de 78 mmHg. Cateterismo direito mostrou: pressão média de artéria pulmonar: 52 mmHg; pressão capilar pulmonar: 8 mmHg; resistência vascular pulmonar: 4,5 Unidades Wood. Arteriografia pulmonar evidenciou falhas de enchimento em ramos que irrigam lobos inferiores. Além de anticoagulação, qual tratamento deve ser considerado inicialmente? A) Embolectomia por cateter. B) Sildenafil. C) Endarterectomia pulmonar. D) Riociguat.
A hipertensão pulmonar é definida por uma pressão arterial pulmonar média ≥ 25 mmHg. O quadro clínico é composto por dispneia aos esforços, falência de VD associada a congestão sistêmica e em alguns casos, dor torácica por distensão da artéria pulmonar ou por isquemia miocárdica. Existem muitas condições que causam hipertensão pulmonar, mas aqui a doença de base é a doença trombótica ou embólica crônica, como ficou evidenciado pela arteriografia pulmonar. Como tratar? A abordagem cirúrgica é a única terapia definitiva e nesse sentido, a endarterectomia pulmonar é o procedimento de escolha. Ela deve ser considerada mesmo nos pacientes com sintomas discretos ou anormalidades ventilatórias e hemodinâmicas leves já que o tratamento precoce pode impedir a progressão para vasculopatia irreversível. Para que esteja bem indicada, é importante que o trombo seja cirurgicamente acessível e que haja disfunção ventilatória e/ou hemodinâmica. Além disso, o paciente deve concordar com o procedimento e ter um risco cirúrgico aceitável. Portanto, além da anticoagulação, devemos proceder com endarterectomia. Enquanto o tratamento medicamentoso da hipertensão pulmonar (Sildenafil ou Riociguat) não resolverá a causa base, a angioplastia percutânea por balão fica reservada apenas para casos selecionados, não sendo o método de escolha.
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Mulher, 61 anos, hipertensa em uso de losartan há 10 anos, refere dispneia aos esforços progressiva e ortopneia há 5 anos. Há 1 ano com edema em membros inferiores; desde então em uso de furosemida. Exame físico: Ritmo cardíaco regular em 2 tempos; bulhas normofonéticas, sem sopros. FC: 86 bpm. PA: 160 x 90 mmHg. À ausculta pulmonar, estertores finos em região infraescapular direita e abolição de murmúrio vesicular em infraescapular esquerda. Edema de membros inferiores (2+/4+) frio e depressível. Radiografia de tórax (ver figura). Submetida a toracocentese em hemitórax esquerdo. Análise do líquido pleural: Proteína no líquido/proteína no sangue: 0,54; DHL no líquido/DHL no sangue: 0,66. Qual avaliação diagnóstica mais adequada neste momento? A) Tomografia computadorizada de tórax. B) Gradiente de proteína sangue - líquido pleural. C) Biópsia pleural guiada por ultrassom. D) Análise de celularidade no líquido pleural.
Cuidado com a "pegadinha"! Os critérios de Light até são úteis na diferenciação entre derrames pleurais exsudativos e transudativos, mas não são perfeitos! Em teoria, basta pelo menos um dos critérios a seguir para definirmos um derrame como exsudato: 1) Relação proteína do líquido/proteína do plasma > 0,5; 2) Relação LDH do líquido/LDH do plasma > 0,6; 3) LDH do líquido > 2/3 do limite superior da normalidade no plasma (> 200 U/l); Acontece que aproximadamente 25% dos derrames definidos como exsudativos pelos critérios de Light são na verdade TRANSUDATIVOS. Olhe com mais atenção para a história de seu paciente: idosa, hipertensa com dispneia aos esforços, ortopneia, edema de membros inferiores, sinais de congestão...Isso não parece uma insuficiência cardíaca? A insuficiência cardíaca não é uma causa de derrame TRANSUDATIVO? Pois é. Sempre que a história clínica sugerir um derrame transudativo mas os critérios de Light apontarem para exsudato, devemos calcular também o gradiente Soro-Pleural de Proteína pela subtração do valor de proteína total no líquido pleural do valor de proteína total do sangue. Um valor > 3,1 g/dl confirma que se trata de um transudato, anulando o resultado dos critérios de Light.
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Mulher de 32 anos vem ao Pronto-Socorro com queixa de dispneia súbita há um dia, após viagem aérea de 12 horas. Nega comorbidades. Exame clínico: PA = 80 x 40 mmHg; FC = 140 bpm; FR = 28 ipm; T = 37,8°C. Lúcida, orientada. Perfusão periférica regular (enchimento capilar = 4 s). Exame clínico sem outras alterações. Foi feita hipótese diagnóstica de tromboembolismo pulmonar e realizado eletrocardiograma (taquicardia sinusal) e angio-tomografia de tórax (abaixo). A conduta inicial mais apropriada neste momento é: A) Alteplase. B) Enoxaparina. C) Heparina não-fracionada. D) Embolectomia endovascular
Qual a conduta diante de uma paciente com diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (presença de trombo “em cela” acometendo as duas artérias pulmonares) e instabilidade hemodinâmica (hipotensão e enchimento capilar lentificado)? Trombólise com alteplase na dose de 10 mg em bolus, seguida de 50 mg em infusão contínua na primeira hora e 40 mg na segunda hora, totalizando 100 mg.
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Um paciente de 25 anos, com histórico de epistaxes recorrentes, resultantes de telangiectasias orais e no septo nasal, é avaliado ao nível ambulatorial por quadro sugestivo de platipneia. Ao exame físico, verifica-se ortodeoxia, além dos demais achados compatíveis com o diagnóstico de telangiectasia hemorrágica hereditária. Um ecocardiograma realizado com salina agitada revela microbolhas no átrio esquerdo, sem defeito do septo atrial. A melhor explicação para a platipneia apresentada por esse paciente é a presença de: A) forame oval patente B) hemangioma cavernoso intrapulmonar C) fístulas arteriovenosas nas bases pulmonares D) comunicação interventricular no septo membranoso
A telangiectasia hemorrágica hereditária ou Síndrome de Osler-Weber-Rendu é uma rara displasia fibrovascular que torna a parede vascular vulnerável a traumatismos e rupturas, provocando sangramentos em pele e mucosas. Caracteriza-se por sangramentos recorrentes como: epistaxe, melena e hematoquezia, além de teleangiectasias difusas e petéquias na mucosa oral. A diretriz internacional que propõe critérios diagnósticos sugere o ecocardiograma com teste de microbolhas justamente para verificar a presença de FÍSTULAS ARTERIOVENOSAS PULMONARES, sendo esse um dos critérios. O enunciado descreve justamente o achado esperado: presença de microbolhas no átrio esquerdo na ausência de defeito do septo atrial.
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Paciente do sexo feminino, 45 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica, em uso de anticoncepcional e losartan, deu entrada na emergência com quadro de dispnéia. Realizado exames complementares foi confirmado o diagnóstico de tromboembolismo venoso. Com relação ao tratamento, é correto afirmar que: A) a anticoagulação imediata pode ser realizada com enoxaparina, na dose de 1mg/Kg, uma vez ao dia, quando a função renal for normal. B) a anticoagulação imediata pode ser realizada com varfarina, na dose de 5 mg, uma vez ao dia e titular INR com alvo entre 2,0 e 3,0. C) a anticoagulação imediata pode ser realizada com rivaroxabana, na dose de 15 mg, duas vezes ao dia, por três semanas, seguido por 20 mg uma vez ao dia. D) a anticoagulação imediata pode ser realizada com dalteparina, na dose de 500U/Kg, duas vezes ao dia, com função renal normal. E) a anticoagulação imediata pode ser realizada com heparina não fracionada, em infusão contínua, para obter o tempo de atividade de protrombina menor que 70%.
Uma vez estabelecido o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar, não havendo sinais de instabilidade hemodinâmica, que indiquem a realização de trombólise, encontra-se prontamente indicada a anticoagulação. Dentre as formas de realizá-la, podemos iniciar enoxaparina 1 mg/kg subcutâneo 12/12h (alternativa A incorreta), com posterior introdução da varfarina e suspensão da enoxaparina quando o INR estiver entre 2,0 e 3,0 (alternativa B incorreta). A heparina não fracionada também pode ser usada, especialmente nos indivíduos com ClCr < 30 ml/min e necessidade de reversão "mais imediata" (ex: pré-operatório). Nesses casos, a via intravenosa é a de escolha, na dose de 80 U/kg (ataque) + 18 U/Kg/hora (manutenção). As doses devem ser ajustadas a cada 6 horas de acordo com o PTTa (alternativa E incorreta). A dose preconizada da dalteparina é diferente: 200U/kg 1x/dia ou 100U/kg de 12/12h (alternativa D incorreta). Dentre os anticoagulantes orais de ação direta, a rivaroxabana é uma droga que não necessita do uso prévio de enoxaparina, sendo necessária uma dose maior (30 mg ao dia) nos primeiros 21 dias, seguida da dose habitual de 20 mg ao dia. Gabarito: Alternativa C.
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Mulher de 40 anos é internada por dispneia progressiva aos esforços, associada a palpitações, tremor fino de extremidades e baqueteamento digital. Há história de emagrecimento, apesar de negar anorexia. No exame físico, verifica-se aparelho respiratório normal, jugular túrgida a 90°, FC = 120bpm, PA = 150 x 80mmHg, RCR3T com B4 do ventrículo direito, SS ++/4 em foco tricúspide que aumenta com a inspiração, e segunda bulha hiperfonética, com P2 > A2 no foco pulmonar. No ecocardiograma, avalia-se que a função do ventrículo esquerdo é normal e a pressão arterial sistólica da artéria pulmonar é estimada em 55mmHg. A melhor opção diagnóstica é: A) complexo de Eisenmenger B) endomiocardiofibrose C) doença de Graves D) embolia pulmonar
Paciente com sinais e sintomas de hipertensão arterial pulmonar (dispneia, insuficiência cardíaca direita), e além disso, apresenta palpitações, tremor, emagrecimento sem anorexia, o que nos atenta a hipótese de hipertireoidismo. Hipertensão arterial pulmonar (HAP) pode ocorrer por diversos mecanismos secundários. Avaliação de função tireoidiana faz parte da investigação secundária. Distúrbios da tireotoxicose podem levar a insuficiência cardíaca de alto débito ou dilatação da artéria pulmonar com HAP. Isto ocorre principalmente em hipertireoidismo autoimune, como na doença de Graves. Demais alternativas não justificam todos os sintomas do paciente
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Na prática clínica, deparamo-nos frequentemente com pacientes portadores de bronquiectasias. Diante disso, marque a opção correta. A) Em 25% a 50% dos casos o diagnóstico etiológico pode ser determinado. B) A dispneia é o principal sintoma observado em pacientes portadores de bronquiectasias. C) O diagnóstico é realizado pela confirmação das bronquiectasias na espirometria. D) Exacerbações infecciosas agudas das bronquiectasias devem ser tratadas com antibióticos que contemplem H. influenzae e Pseudomonas aeruginosa. E) Aproximadamente 80% das bronquiectasias são curadas com o uso de antibioticoterapia.
Sobre as bronquiectasias, podemos afirmar: - As bronquiectasias são dilatações irreversíveis dos brônquios, resultantes de inflamações das vias aéreas persistentes e repetidas. - Em até um terço dos casos, a causa da bronquiectasia não é identificada. Etiologias determinadas incluem: infecções pulmonares, causas genéticas, anormalidades anatômicas e doenças imunológicas e autoimunes. - A tosse é o principal sintoma. - O diagnóstico é confirmado por TC de tórax de alta resolução que pode mostrar opacidades, sinal do anel de sinete e espessamento da parede brônquica. - O tratamento é direcionado para controle de infecções com o uso de antibióticos nas exacerbações (principalmente H. influenzae e P. aeruginosa), e higiene brônquica. Nos casos refratários está indicado cirurgia. Resposta: letra D.
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Um jovem de 20 anos saudável durante a prática de surf apresentou dor torácica súbita, intensa, unilateral e ventilatório dependente. Um quadro de dispneia leve a moderada também está presente. O diagnóstico mais provável é A) embolia pulmonar. B) pleurodínia por coxsackie. C) pneumonia aspirativa. D) pneumotórax espontâneo. E) herpes zoster torácico na fase inicial pré surgimento das lesões
O pneumotórax espontâneo primário é uma condição relativamente comum em pacientes jovens, homens, magros e altos e sem comorbidades, com incidência de 6 a 10 casos por 100.000 indivíduos/ano. Há um padrão autossômico dominante, com relação genética da doença. Apresenta-se de forma bilateral em apenas cerca de 2% dos casos. Gabarito: Alternativa D.
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Qual a manifestação cutânea mais comum da sarcoidose?
A manifestação mais comum são as erupções maculopapulares, de cor avermelhada a violácea e predomínio na região palpebral ou perioral. O aspecto em "geleia de maçã" à diascopia (vitropressão)
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Em pacientes com eritema nodoso e suspeita de lúpus, a biópsia do EN postiva confirma o diagnóstico de sarcoidose V ou F
F Eritema nodoso ocorre em cerca de 10% dos pacientes, mas normalmente fazendo parte da síndrome de Löfgren. São tipicamente lesões nodulares subcutâneas, quentes e macias, mais comuns nas pernas, aparecendo também nos braços e nádegas. As lesões persistem por uma a três semanas e podem recorrer. As lesões do áreas de eritema nodoso geralmente apresentam paniculite septal não específica, sem os granulomas sarcoides por isso, a biópsia dessas lesões não costuma ser útil!). Sua presença indica um bom prognóstico, com até 85% dos pacientes melhorando da doença dentro de dois anos.
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corresponde a um conjunto de lesões endurecidas, azuladas ou violáceas, irregulares e brilhantes, distribuídos ao redor do nariz, bochechas, lábios e orelhas. achado É um específico para a sarcoidose! Pacientes com esse tipo de lesão costumam ter um curso crônico da sarcoidose, com doença pulmonar fibrótica e envolvimento do trato respiratório superior.
Lúpus pernio
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Como é feito o TTO da sarcoidose?
Como se trata de uma doença de origem não esclarecida, não dispomos de prevenção nem tratamento específico para a doença. Assim, a base do tratamento é a corticoterapia, com a utilização inicialmente de prednisona 20 a 40 mg, uma vez por dia, por três meses. Corticoides inalatórios devem ser usados apenas em pacientes com hiper-reatividade brônquica ou tosse persistente. O envolvimento do SNC geralmente requer pulsoterapia. Se houver resposta com três meses de tratamento, a prednisona deve ter a sua dose reduzida gradualmente para 10 a 15 mg por dia, por mais seis a nove meses. A falta de resposta sugere não adesão à terapia, uma dose inadequada de prednisona, ou doença fibrótica irreversível. Ocorre recaída em 25% dos pacientes, tanto após a redução da dose quanto após o término do tratamento. Por isso, os pacientes devem ser seguidos de perto durante um a dois anos após a interrupção do tratamento. Nos pacientes que não respondem à corticoterapia ou que não podem tolerá-la, drogas citotóxicas e imunossupressoras podem ser utilizadas, como o metotrexato e a azatioprina. Em pacientes que são dependentes de esteroides, mas têm doença extrapulmonar em curso, a adição de infliximabe (anti-TNF), 3 a 5 mg/kg por 24 semanas, pode ser eficaz. Outras opções incluem o bosentano nos casos de hipertensão pulmonar (embora não tenha demonstrado melhorar a tolerância ao exercício) e o adalimumabe (anti-TNF) no tratamento de lesões da pele.
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TVP em paturrilha é a principal causa de qual tipo de embolia?
Embolia paradoxal A trombose venosa na panturrilha, por si só, não impõe um grande risco de embolia, porém essa condição deve ser tratada devido à propagação ascendente do trombo até os vasos da coxa (estes sim um grande risco para os pulmões!). Além disso, a trombose da panturrilha é a principal causa de embolia paradoxal. Este quadro pode acontecer simultaneamente ao TEP e ocorre na presença de um forame oval patente, quando o êmbolo que chega às câmaras direitas pode passar para o lado esquerdo do coração e, assim, atingir a circulação arterial sistêmica
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Descreva a síndrome de Paget-schroetter
Trata-se de uma causa rara (2:100.000 habitantes) de trombose do sistema subclávia-axilar, não associada à presença de cateteres. Aparece mais em indivíduos jovens e hígidos, induzida por esforço intenso, que leva a microlesões endoteliais e ativação da coagulação. Um exemplo é a hiperextensão repetida do membro dominante (ex.: tenista). O uso de muletas com apoio axilar, alteração anatômica da clavícula, costela cervical e hipertrofia do escaleno e do pequeno peitoral são fatores de risco também.
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Em casos de edema maciço do membro inferior decorrente de envolvimento do sistema iliofemoral, o membro pode se encontrar extremamente edemaciado, com cacifo e apresentando palidez (compressão de vasos arteriais por edema), uma condição conhecida como... Caso o edema persista, pode haver comprometimento da perfusão arterial do membro inferior, surgindo e dor intensa (hipóxia de estase), uma complicação conhecida como cianose... A progressão desses casos, sem restabelecimento da circulação, pode levar ao aparecimento de gangrena venosa.
phlegmasia alba dolens phlegmasia cerulea dolens*
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Em pacientes com sobrecarga crônica de VD, encontramos hipertrofia em vez de dilatação e, além disso, as alterações de hipocinesia descritas são... , diferentemente do que se vê na embolia pulmonar e sobrecarga aguda, em que ocorre hipocinesia
difusas de parede livre e da base, poupando o ápice (sinal de McConnel).
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A melhor opção para o tratamento de um empiema pleural seria: A) Na fase aguda e fibrinopurulenta precoce, a toracocentese poderá ser diagnóstica, mas não terapêutica. B) Toracostomia fechada em selo d ́água com dreno número 28 no empiema organizado. C) Drenagem do empiema loculado por VATS (Video-assisted thoracoscopic surgery). D) Toracostomia aberta com a ressecção de costela para o empiema agudo e fibrinopurulento. E) Toracocentese eco-guiada no empiema de necessidade
a) Incorreta. Na fase inicial (exudativa), o empiema apresenta-se mais fluido sem a presença de trabeculações. O tratamento é drenagem torácica em selo d'água ou pela própria toracocentese. b) Incorreta. Na terceira fase (organização/crônica), o empiema apresenta encarceramento pulmonar e fixação de estruturas mediastinais. O tratamento consiste em pleurostomia ou decorticação pulmonar, para remover a carapaça sobre o pulmão acometido. c) Correta. A segunda fase do empiema (fibrino-purulenta/transição) apresenta loculações, fibrina e septações no espaço pleural. O tratamento é realizado com decorticação precoce ou preferencialmente por videotoracoscopia (VATS - Video-assisted thoracoscopic surgery) com remoção das fibrinas e loculações. O objetivo do tratamento dessa fase é impedir a cronificação do processo. d) Incorreta. A cirurgia aberta é terapia de exceção em casos de empiema pleural em fase inicial e fase fibrino-purulenta. e) Incorreta. Empiema de necessidade é quando o empiema fistuliza para a pele, situação dramática, onde o tratamento com drenagem por toracocentese não é suficiente. A cirurgia aberta com ampla drenagem e decorticação pulmonar, frequentemente, é necessária. Gabarito letra C
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Em relação à Trombose Venosa Profunda (TVP) e seu tratamento, assinale a afirmativa INCORRETA. A) Um escore de Wells de baixa probabilidade com dosagem de D-dímeros negativa não exclui TVP e exige uma ultrassonografiadoppler para afastar esse diagnóstico. B) Quando é associada à malignidade, a heparina de baixo peso molecular (HBPM) é o tratamento preconizado. C) A heparina não fracionada se liga à antitrombina III, enquanto a heparina de baixo peso molecular (HBPM) inativa se liga, preferencialmente, ao fator Xa. D) Alguns Anticoagulantes Orais (ACO) bloqueiam o fator IIa, enquanto outros (como o rivaroxaban) bloqueiam o fator Xa. E) Durante a gravidez, o tratamento recomendado é a HBPM, enquanto os cumarínicos são contraindicados, e os ACO ainda não são recomendados por falta de estudos conclusivos.
O escore de Wells é um modelo de predição clínica, através da estratificação de risco baseado em sinais e sintomas, fatores de risco associados e diagnósticos alternativos, afim de estimar a probabilidade pré-teste para TVP. O escore deve ser utilizado em combinação com eco doppler vascular (ECV) em pacientes com alto escore, e dosagem de D-dímero em pacientes com baixo escore. Sendo assim, pacientes D-dímero negativo e escore de Wells de baixa probabilidade para TVP, apresentam probabilidade TVP < 2%, e pode ser excluído a hipótese diagnóstica, sem demais exames (com exceção de pacientes com câncer ou TVP recorrente). - Coagulopatias ocorrem pacientes com câncer, por diferentes mecanismos patogênico. O tratamento preconizado é a heparina de baixo peso molecular (HBPM) é o tratamento preconizado, por três a seis meses. - Alguns Anticoagulantes Orais (ACO) bloqueiam o fator IIa (dabigatrana), enquanto outros (como o rivaroxaban) bloqueiam o fator Xa. - Durante a gravidez, o tratamento recomendado é a HBPM, por apresentarem menos efeitos colaterais e facilidade de uso (comparado a heparina não fracionada), podendo ser usado em qualquer época da gestação. Os cumarínicos são contraindicados, pois podem causar teratogenicidade e complicações hemorrágicas no feto. Os ACO ainda não são recomendados por falta de estudos conclusivos. Quando indicados devem ser usados na menor dose possível, devido ao risco de teratogenicidade. - A heparina não fracionada se liga à antitrombina III, e inativa principalmente os fatores IIa e Xa, seno a heparina de baixo peso molecular (HBPM) apresenta maior efeito anti-Xa. Resposta incorreta: Um escore de Wells de baixa probabilidade com dosagem de D-dímeros negativa não exclui TVP e exige uma ultrassonografia-doppler para afastar esse diagnóstico
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Homem de 52 anos será submetido à Prostatectomia radical por câncer de próstata. Em relação à profilaxia do tromboembolismo pulmonar, qual a conduta adequada? A) Não indicar. B) Indicar com 5.000 UI 24 h antes da cirurgia. C) Indicar com 10.00 UI 12 h antes da cirurgia. D) Indicar com 5.000 UI no momento da indução anestésica.
O primeiro ponto a se considerar na avaliação deste paciente é: ele possui indicação para profilaxia de tromboembolismo venoso (TEV) perioperatória? Ora - trata-se de uma cirurgia de grande porte, em um paciente acima de 40 anos e portador de malignidade. Portanto, há um grande risco de TEV no pós-operatório! Uma vez indicada a profilaxia (letra A incorreta), há a possibilidade de realizar heparina de baixo peso molecular (ex.: enoxaparina 40 mg/dia, subcutânea, iniciada de 2 a 12 horas antes da cirurgia) OU, como na questão, a heparina não-fracionada, sendo a dose habitual de 5.000 UI de 12/12h ou de 8/8h, subcutânea, com a primeira dose administrada entre 2 a 12 horas antes da cirurgia (letras B, C e D incorretas). Questão sem resposta correta e anulada pela banca do concurso
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Sobre a bronquiectasia, é correto afirmar: A) A bronquiectasia é uma dilatação irreversível das vias aéreas que envolve o pulmão em um modo focal (devido à obstrução) ou difuso (devido a um processo sistêmico ou infeccioso). Mais de 80% dos casos têm uma causa bem definida. B) Diferentemente da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, a disfunção pulmonar obstrutiva com hipoxemia não acontece mesmo em estágios adiantados com doença moderada ou grave. C) A hidratação e a administração de mucolíticos, a aerossolização com broncodilatadores e agentes hiperosmolares (por exemplo, solução salina hipertônica) e fisioterapia respiratória podem ser utilizados para aumentar a depuração de secreções, enquanto é aguardado o resultado das culturas de escarro para iniciar a antibioticoterapia para tratamento da exacerbação infecciosa. D) A hemoptise é uma complicação muito frequente da Bronquiectasia, sendo necessária a embolização da artéria brônquica ou ressecção cirúrgica. E) O Haemophilus influenzae é o organismo mais comum identificado em pacientes com fibrose não-cística com bronquiectasia.
Acerca das bronquiectasias, todas as assertivas são incorretas, exceto a alternativa E, que traz uma informação conceitual. Vamos fazer uma breve revisão sobre o tema: As bronquiectasias são alterações estruturais do parênquima pulmonar, com inflamação e dilatação irreversível dos brônquios distais, comumente resultante de lesão brônquica por processo infeccioso grave ou de repetição, apesar de não ser identificada uma causa definitiva na maioria dos casos (alternativa A incorreta). Tais alterações facilitam o colapso das vias e a obstrução ao fluxo aéreo, o que gera sintomas crônicos, como tosse secretiva, e facilita a infecção e exacerbações respiratórias, podendo complicar com hipoxemia nos casos graves (alternativas B e D incorretas). Por fim, em casos suspeitos de infecção associada, não deve-se esperar para o início da antibioticoterapia sob o risco de evolução desfavorável do quadro (alternativa C incorreta). Resposta E
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Qual o limite de líquido a ser drenado em uma toracocentese terapêutica?
Devemos ter um cuidado muito importante durante a toracocentese: não deve ser feita a retirada de grandes volumes (> 1-1,5 L) em uma única punção, pois pode causar edema pulmonar de reexpansão!!!
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DP Hemorrágico: acidente de punção, câncer e embolia pulmonar (chamamos de hemotórax o derrame pleural cujo hematócrito é superior a do Ht sanguíneo);
50%
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Doença vascular/do colágeno, como artrite | reumatoide, granulomatose de Wegener, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Churg-Strauss, causam DP do tipo...
exsudato
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Quanto ao tipo histológico, tanto em adultos quanto em crianças, os tumores mais comuns do mediastino são os...
neurogênicos
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A maioria dos tumores do mediastino é benigna (58%). Os tumores do mediastino anterossuperior são benignos na maioria dos casos. Nos tumores do mediastino médio e posterior, o risco de malignidade é bem maior V ou F
A maioria dos tumores do mediastino é benigna (58%). ➤Os tumores do mediastino anterossuperior são malignos na maioria dos casos (59%). Nos tumores do mediastino médio e posterior, o risco de malignidade é bem menor (29 e 16%, respectivamente).
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95% dos tumores desse compartimento são representados pelos famosos "4 T", cite-os
➤Tumores de células germinativas: geralmente benignos, representados principalmente pelo Teratoma (1º T); ➤Timomas e cistos tímicos: a maioria dos cistos tímicos é benigna, porém cerca de 30% podem invadir a cápsula do órgão, configurando os Timomas (2º T). Os carcinomas tímicos, mais agressivos que os timomas, são bastante raros; ➤Tireoide: a tireoide pode, raramente, invadir o mediastino anterior (bócio mergulhante de tireoide). Portanto, 3º T = Tireoide; ➤Linfomas: podem ser Hodgkin ou não Hodgkin. Aqueles de crescimento rápido (alto grau) são os mais associados a sintomas... 4º T: "Terrível" linfoma.
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maioria dos casos de mediastinite aguda se deve à perfuração do esôfago ou ocorre após a esternotomia mediana para cirurgia cardíaca. Os pacientes com ruptura do esôfago geralmente apresentam sintomatologia aguda, com dor torácica e dispneia. A ruptura do esôfago pode ser espontânea (após êmese síndrome de... ) ou ocorrer como complicação de um câncer de esôfago, da impactação de um corpo estranho, após uma EDA ou instalação de um balão de Sengstaken-Blakemore. O tratamento consiste na...
Boerhaave abordagem cirúrgica, com exploração do mediastino, reparo primário da laceração do esôfago e drenagem do espaço pleural e do mediastino.
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A mediastinite crônica geralmente deve-se à resposta imune exacerbada a uma infecção intratorácica, destacando-se a... seguida pela... O uso de metisergida para tratamento de cefaleia é uma causa incomum, assim como a silicose e a sarcoidose. Esses pacientes comumente apresentamse com sinais de compressão de estruturas do mediastino, como veia cava superior e vias respiratórias, ou mesmo paralisia do nervo frênico ou do laríngeo recorrente. Além do tratamento específico na mediastinite tuberculosa, nenhum outro tratamento demonstrou benefício nesses pacientes.
histoplasmose (principal), tuberculose, actinomicose, aspergilose, etc.
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O pneumomediastino, como o próprio nome já diz, é caracterizado pela presença de gás no mediastino (pneuma = ar, em grego). As três causas principais são:
(1) Ruptura alveolar com dissecção de gás para dentro do mediastino; (2) Perfuração ou ruptura do esôfago, traqueia ou brônquios principais; (3) Dissecção do ar proveniente da região cervical ou do abdome para dentro do mediastino.
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Sinais clássicos do pneumomediastino
Enfisema subcutâneo na fúrcula esternal e/ou região supraclavicular; ➤Sinal de Hamman (ruído crepitante ou estalido concomitante aos batimentos cardíacos, mais audível com o paciente em decúbito lateral esquerdo).
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Sobre o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP), considere as seguintes afirmativas: 1. TEP maciço é definido por extensão anatômica de no mínimo 30% da vasculatura, notadamente quando acomete o tronco da artéria pulmonar, com imagem de trombo em sela ou em cavaleiro. 2. TEP maciço é caracterizado por instabilidade hemodinâmica, podendo haver choque cardiogênico e necessidade de drogas inotrópicas e/ou vasopressoras. 3. TEP submaciço é definido por disfunção de ventrículo direito sem comprometimento da pressão arterial sistólica. Assinale a alternativa correta. A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. B) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. C) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. D) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. E) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras
Essa questão foi formulada com conceitos retirados na íntegra do Harrison! Repare só: Afirmativa 1 - FALSA - De acordo com o Harrison, "A embolia pulmonar maciça representa 5-10% dos casos e caracteriza-se por trombose extensa afetando no mínimo metade da vasculatura pulmonar". O TEP maciço também pode ser definido pela presença de êmbolos centrais em sela no tronco da artéria pulmonar; Afirmativa 2 - VERDADEIRA - O TEP maciço pode causar colapso circulatório agudo com hipotensão e choque. Cuidado para não se confundir: ele até é uma causa de choque obstrutivo, mas pode causar também choque cardiogênico, motivo pelo qual alguns autores consideram o choque obstrutivo como uma forma particular de choque cardiogênico. A obstrução severa e aguda da circulação arterial pulmonar dificulta a ejeção do ventriculo direito, além de ocorrer abaulamento do septo intraventricular pela dilatação do VD para a cavidade do VE, diminuindo também o seu volume. Como diz o próprio Harrison: "Os pacientes com embolia pulmonar maciça podem se apresentar em choque cardiogênico e morrer com falência de múltiplos órgãos"; Afirmativa 3 - VERDADEIRA - Mais uma vez, frase retirada do Harrison: "A embolia pulmonar submaciça responde por 20-25% dos casos e caracteriza-se por disfunção VD, embora a pressão arterial sistêmica permaneça normal"; Gabarito: letra D
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Paciente de 53 anos, internado em Unidade de Terapia Intensiva para pós-operatório de retossigmoidectomia à Hartmann devido neoplasia de cólon. No 1º pós-operatório paciente evolui com dispneia e dor torácica ventilatório dependente. Exame físico com PA 70x50 mmHg, Sat O₂ 82%, murmúrios vesiculares presentes e simétricos, sem ruídos adventícios. Radiografia de tórax sem alterações e ecocardiograma transtorácico demonstrado a seguir. Qual opção terapêutica mais adequada para tratar a causa do choque circulatório desse paciente? ``` A) Alteplase. B) Antibioticoterapia de amplo espectro. C) Pericardiocentese. D) Heparina não fracionada. E) Trombectomia mecânica ```
Considerando um paciente com diagnóstico provável de tromboembolismo pulmonar, uma vez que há sobrecarga importante de ventrículo direito, evoluindo com queda importante da saturação de oxigênio e choque circulatório (hipotensão), a anticoagulação isoladamente não é capaz de impactar a morbimortalidade associada à doença de forma significativa, como faríamos no paciente sem os sinais de gravidade apresentados. Assim, a trombólise com alteplase é a principal medida a ser instituída. No entanto, o procedimento cirúrgico recente contraindica o uso de fibronolítico. Por essa razão, a trombectomia mecânica é o procedimento de escolha para o paciente. Gabarito: Alternativa E.
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Mulher, 46 anos, em investigação de hipertensão pulmonar. Realizado cateterismo de câmaras direitas e evidenciado Pressão arterial pulmonar media de 28 mmHg e elevada pressão capilar pulmonar. Diante deste caso, qual a mais provável etiologia desta hipertensão pulmonar? A) Estenose mitral importante. B) Doença intersticial pulmonar. C) Doença pulmonar obstrutiva crônica. D) Tromboembolismo pulmonar crônico
O cateterismo cardíaco direito é realizado com objetivo de confirmar o diagnóstico da hipertensão pulmonar, avaliando a possível existência de doença do coração esquerdo como fator contribuidor do quadro. A medida de pressão arterial pulmonar média acima de 25 mmHg em repouso inicialmente confirma o diagnóstico. Em seguida, ao insuflar o balonete do cateter de Swan-Ganz, temos a medida da pressão capilar pulmonar (PCP) que reflete com bastante acurácia a pressão do átrio esquerdo. A elevada PCP indica que existe sobrecarga pressórica gerada pelo coração esquerdo, se refletindo retrogradamente na circulação pulmonar. Entre as alternativas, a única que representa doença com origem no coração esquerdo é a letra A, portanto esta é a resposta correta na opinião da equipe MEDGRUPO. Contudo, o gabarito oficial divulgado pela banca examinadora inexplicavelmente foi a letra B