Esclerose Lateral Amiotrófica Flashcards

1
Q

Definição e Epidemiologia

A
  • incidência 2: 100 mil hab/ano
  • prevalência: 5-6:100 mil hab
  • pico de início: 65-74 anos
  • 5-10% familiar (expansão cromossomo 9? SOD 1
  • H 1,5 > 1 M
  • FR: idade, tabagismo e história família
  • 10% início jovem (< 45 anos); formas juvenis (< 25 anos) são raras e geralmente hereditárias - ex. gene FUS - forma agressiva com inclusões basofílicas postmortem
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2
Q

Aspectos Clínicos

A
  • 65% inicia com apresentação apendicular assimétrica; 30% bulbar e 5% respiratório
  • sintomas quando perda maior 50% da unidade motora
  • quadro clínico típico é progressão em Z -> disseminação + início mm distal
  • cãibras por envolvimento NMI
  • ortopneia, sonolência excessiva diurna, cefaleia matinal
  • atrofia e fasciculação de língua
  • split hand sign (acometimento preferencial mm lateral mão = tenar)
  • dropped head
  • 50% com sintomas cognitivos/psiquiátricos (ex afeto pseudobulbar em até 30%) = mau prognóstico; 15% DFT
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3
Q

Patogenia

A
  • excitotoxicidade
  • stress reticulo endoplasmático
  • inibição proteassoma
  • disfunção mitocondrial
  • liberação de radicais livres
  • alterações no transporte axonal
  • sinalização do músculo
  • papel de céls microglia
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4
Q

ELA familial

A
  • 10% dos pacientes com ELA = herança monogênica, geralmente autossômica dominante
  • variante genética com alta penetrância tipo misense (ganho de função tóxica)
  • SOD1 (cromossomo 21) = 1º gene mapeado, 2º mais comum - geralmente motor puro, formas agressivas e indolentes
  • C9ORF72 = mais comum (espectro com DFT, diferente dos outros precisa de pesquisa específica - expansão, acúmulo de TDP 43)
  • outros: TARDBP, FUS (ELA juvenil, forma agressiva, autos dominante)
  • Brasil: VAPB (zona da mata MG) > C9ORF62 > SOD1 > entre outros
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5
Q

ELA esporádica

A
  • 90% dos pacientes
  • doença poligênica (variantes genéticas comuns que aumentam o risco de ter a doença de acordo com fatores ambientais)
  • Ex. ataxina 2 = ATXN2 (mesmo da SCA2)
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6
Q

ELA vs DFT

A
  • continuum biológico
  • ELA sem comprometimento cognitivo 55%
  • ELA/DFT 15%
  • ELA/Ci (cognitivo),Bi (behaviour) ou plus (cognitivo-comportamental) = quando não preenchem critério para DFT) 30%
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7
Q

Variantes

A
  • forma clássica de início espinhal (85%)
  • esclerose lateral primária: somente NMS
  • amiotrofia muscular progressiva: somente NMI
  • só NMS em um dimídio = Mill
  • bulbar (paralisia bulbar progressiva)
  • pseudopolineuropática = ascendente
  • flail arm = NMI em MMSS ou flail leg
  • início respiratório (até 3%)
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8
Q

Relação com miopatias vacuolares

A
  • gene ANXA11
  • VCP = formas hereditárias IBM
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9
Q

Esclerose Lateral Primária

A
  • somente NMS por pelo menos 5 anos de doença
  • 2-4% das doenças do neurônio motor
  • critério de Pringle
  • mulher > homem
  • geralmente < 50 anos
  • melhor prognóstico
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10
Q

Variante de Mill

A
  • variante de ELP, mas dimidiada
  • somente NMS
  • hemiplegia ascendente ou descendente
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11
Q

Atrofia Muscular Progressiva

A
  • 5-8% das doenças do neurônio motor
  • homem > mulher
  • melhor prognóstico
  • sobrevida 63,7% em 5 anos
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12
Q

Flail-Arm

A
  • homem 9:1 mulher
  • MMSS: fraqueza simétrica* de rápida progressão = diplegia braquial; restante com progressão muito lenta
  • predomínio NMI
  • início em mm proximal
  • DD: fístula dural
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13
Q

Flail-Leg

A
  • H=M
  • rara
  • predomínio NMI em MMII
  • ascendente, início mm distal
  • melhor prognóstico, progressão lenta
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14
Q

Paralisia Bulbar Progressiva

A
  • flácida (fraqueza, atrofia ou fasciculações) ou espástica (pesquisar axiais da face) ou ambas
  • labilidade emocional, afeto pseudobulbar
  • pode haver certa variação diurna dos sintomas, falso positivo anti Ach R
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15
Q

Investigação

A
  • ENMG: baixa amplitude ou ausência de respostas motoras com preservação sensibilidade + desnervação ativa (fibrilação) e crônica em múltiplos miótomos + fasciculações
  • Imagem: geralmente nl, mas pode haver hipersinal T2 nos tratos corticoespinais descendentes e hipossinal SWI giro pré central (motor band sign em 80% dos pacientes)
  • outros exames: NMI (CPK, PCR West Nile, sorologia Lyme, Anti GM1 na suspeita de neuropatia multifocal motora; mas pode ser positivo em até 15% ELA) ou NMS (B12, vit E, cobre, sorologia HIV, HTLV, sífilis, Lyme, FAN)
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16
Q

Biomarcadores

A
  • dosagem no LCR (método SIMOA melhor que ELISA) e sangue (menos sensível) do neurofilamento de cadeia leve = marcador de lesão axonal
  • neuroimagem com tractografia, volumetria, morfometria medular
  • micro- RNA: regulam transcrição gênica; miomicroRNA 206 no plasma (PCR quantitativo) - sinalizalizam desnervação
  • hiperexcitabilidade neuronal - pode ser avaliada por estimulação magnética (TMS) excitatória pareada no pré central e captação do sinal no músculo (demonstra período refratário reduzido)
  • bx muscular: TDP 43 fosforilada em intramuscular nerve bundles
17
Q

Diagnósticos diferenciais NMS

A
  • paraparesia espástica hereditária (mas com acometimento esfincteriano, sintomas sensitivos, predomínio em MMII e progressão mais lenta)
  • deficiências nutricionais (B12, cobre, vit E): sintomas sensitivos, neuropatia periférica
  • adrenomieloneuropatia: sintomas sensitivos, neuropatia periférica, padrão ligado ao X
  • infecções: HIV, sífilis, HTLV
  • EMPP
  • espondilopatia compressiva/fístula dural
18
Q

Diagnósticos diferenciais NMI

A
  • Neuropatia motora multifocal: fraqueza com distribuição de n periférico, progressão em degraus, melhora/estabilização com IVIG, não acomete mm bulbar/respiratória, ENMG com bloqueio de condução + AntiGM1 +
  • Atrofia muscular espinhal
  • Sd pós polio: discrepância comprimento membro, deformidades nos pés, dor, fadiga
  • Sd Kennedy: ginecomastia, fasciculações periorais, CPK > 1000, pode ter envolvimento sensitivo
  • IBM
  • espondilopatia compressiva/ fístula dural
19
Q

Critérios Diagnósticos - Gold Coast

A
  • déficit motor progressivo documentado pela anamnese ou aval clínica repetida
  • NMS e NMI em 1 região do corpo (bulbar, cervical, torácico e lombossacro) ou NMI em 2 regiões
  • exclusão de outras causas
20
Q

Tratamento

A
  • riluzol = inibição de glutamato pré-sináptico -> aumento 7% sobrevida em 18 meses
  • edaravone = free-radical scavanger -> redução declínio funcional em análise post-hoc (< 2 anos de doença, função respiratória preservada e score pelo menos 2 nos itens da escala ALSFRS-R)
  • outras em estudo:
    Fenilbutirato de sódio + ácido tauroursodeoxicólico -> maior sobrevida; estudo fase 3
    Tofersen = antisense oligonucleotide SOD1- maior sobrevida e melhor função pulmonar
    Metilcobalamina doses altas - estudo japonês, passa BHE
    L-serina
    TUDCA/AMX 0035 - desfecho positivo Jacifusen - FUS - em andamento
21
Q

Manejo

A

Aval respiratória (CVF) no dx e a cada 3m
- ventilação não invasiva -> CVF < 65% (50% CONITEC) ou CVF supino/sentado < 80% predito + sinais de insuficiência respiratória, sniff nasal inspiratory pressure < - 40cmH20 ou Pinsp máx < - 60cmH20 ou na presença de ortopneia/PaCO2 > 45 ou oximetria noturna anormal
- ventilação invasiva: sialorreia refratária, obstrução de via aérea por paralisia cordas vocais, refratariedade VNI, desejo do paciente

GTT: disfagia moderada a grave, perda de peso (> 10% em 3m), CVF < 50% predito

22
Q

Prognóstico

A
  • fenótipos variantes (ex. flail) = evolução mais lenta
  • alta mortalidade
  • sobrevida média 3-5 anos
  • 20% vive mais de 5 anos e 10% mais de 10 anos
  • prognóstico mais difícil = início bulbar
  • ENCALS -> escala prognóstica
23
Q

Prescrição Riluzol

A
  • duas vias, CNES, LME, cópia de documentos (identidade, CPF, comprovante de residência e CNS), cópia laudo RM crânio e coluna cervical + ENMG
  • termo de responsabilidade
  • hemograma completo, INR, Cr, U, ALT e AST
24
Q

Manejo de sintomas

A
  • sialorreia (atropina a cada 4-6h, amitriptilina até 150mg/dia, escopolamina, botox)
  • cãimbras (água tônica 100mL 1-2x/dia, baclofeno, gabapentin, CBZ, LEV)
  • afeto pseudobulbar (dextrometorfano + quinina 30mg, amitriptilina, ISRS)
25
Q

Overlap ALS-Parkinsonian-Dementia

A
  • Guam, península Kim Japão e Papua Nova Guiné
  • parkinsonismo na evolução