4 Flashcards

(249 cards)

1
Q

uma vez que se trata de crime contra a Administração Pública

A

para o qual o Supremo Tribunal Federal não admite a irrelevância penal da conduta ❌ A afirmação está errada. O Supremo Tribunal Federal reconhece de forma pacífica a aplicabilidade do princípio da insignificância ao crime de descaminho

utiliza-se como parâmetro o valor de R$ 20.000

0

conforme estipulado no art. 20 da Lei nº 10.522/2002

com atualização pelas Portarias nº 75 e nº 130/2012 do Ministério da Fazenda. No caso citado (STF

HC 121717/PR

Rel. Min. Rosa Weber

03/06/2014)

considerou-se atípica a conduta que envolvia elisão de tributos federais em quantia pouco superior a R$ 10.000

0

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2
Q

é suficiente que o funcionário público se aposse de bem móvel público ou particular

A

mesmo que não tenha a posse lícita do bem em razão do cargo ❌ A afirmação está errada. Para a caracterização do peculato-apropriação

é indispensável que o funcionário público tenha a posse ou detenção lícita do dinheiro

valor ou qualquer outro bem móvel

público ou particular

em razão do cargo que ocupa. A conduta típica consiste em apropriar-se

ou seja

apoderar-se

assenhorar-se ou arrogar-se a posse da coisa que lhe foi confiada licitamente.

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3
Q

mesmo sem possuir disponibilidade jurídica para alocar recursos

A

não pode responder por peculato ❌ A afirmação está errada. Ainda que não possua liberdade irrestrita para dispor do bem como lhe aprouver

como é o caso do ordenador de despesas

poderá responder por peculato se pagar a si próprio diárias de forma indevida

segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça.

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4
Q

sem necessidade de demonstração externa dessa intenção ❌ A afirmação está errada. A consumação do delito de peculato-apropriação ocorre com a inversão do título da posse

A

quando o agente deixa de possuir o bem em nome alheio

e passa a possuí-lo como se dono fosse (causa dominii). Esse elemento subjetivo deve ser demonstrado por um ato exterior

que vá além da simples vontade interna do agente.

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5
Q

exigindo a qualidade de funcionário público do sujeito ativo

A

mas

não há desclassificação para outro tipo penal ❌ A afirmação está errada. O crime de peculato é classificado como próprio

pois exige que o sujeito ativo seja funcionário público. Além disso

trata-se de delito funcional impróprio

o que significa que

se faltar essa qualidade no agente

há desclassificação para o crime de apropriação indébita

pois o núcleo do tipo (apropriar-se) permanece

mas sem a especial condição exigida.

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6
Q

sendo irrelevante a posse mediata obtida em razão do cargo ❌ A afirmação está errada. A configuração do peculato-apropriação não exige necessariamente a posse direta do bem

A

sendo suficiente a posse mediata em razão do cargo público

a "posse" deve ser compreendida em sentido amplo

abrangendo a disponibilidade jurídica do bem. No caso citado (STJ

REsp 1723969/PR

Rel. Min. Joel Ilan Paciornik)

o repasse de verbas a um “funcionário fantasma” e posterior fruição dessas verbas pelo agente político configurou a apropriação indevida tipificada no art. 312

caput

do Código Penal.

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7
Q

pois isso implicaria violação ao princípio do ne bis in idem

A

já que a condição de funcionário público já integra o tipo penal ❌ A afirmação está errada. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que não configura bis in idem o agravamento da pena-base no crime de peculato quando o agente

age de forma oposta ao que se espera de sua função. A majoração não se fundamentou na elementar do tipo penal (ser funcionário público)

mas sim na natureza específica do cargo e na especial reprovabilidade da conduta

como no caso em que o agente se apropriou de arma apreendida

registrando-a em seu nome.

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8
Q

com a intenção de devolvê-lo

A

caracteriza o crime de peculato-apropriação

ou seja

a intenção de se apropriar definitivamente da coisa

com a inversão da natureza da posse. Por isso

a apropriação meramente temporária

conhecida como peculato de uso

é considerada atípica por grande parte da doutrina e da jurisprudência. O Superior Tribunal de Justiça reconheceu a irrelevância penal da conduta quando o agente apenas utiliza o bem com a intenção de devolvê-lo

não caracterizando crime (STJ

HC 415135/RS

Rel. Min. Felix Fischer

DJe 24/05/2018).

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9
Q

exige-se que o funcionário público desvie bem móvel de que tenha posse em razão do cargo

A

sendo indispensável a intenção de se apropriar definitivamente da coisa ❌ A afirmação está errada. O crime de peculato-desvio

configura-se quando o funcionário público

tendo a posse de dinheiro

valor ou outro bem móvel em razão do cargo

dá a ele destinação diversa

em proveito próprio ou alheio. Não se exige o animus rem sibi habendi

sendo suficiente o uso irregular com finalidade de benefício próprio ou de terceiro

conforme ensina Cezar Bittencourt.

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10
Q

que se consuma com o simples ato de desviar bem público

A

não admitindo tentativa nem exigindo resultado naturalístico ❌ A afirmação está errada. O peculato-desvio é crime material

é um crime de forma livre e plurissubsistente

ou seja

sua conduta pode ser fracionada

o que permite a tentativa. No aspecto subjetivo

exige dolo e também um elemento subjetivo especial: o proveito próprio ou alheio.

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11
Q

antes da execução das obras públicas

A

por ausência de desvio de finalidade ❌ A afirmação está errada. O Supremo Tribunal Federal reconheceu

a possibilidade de capitulação da conduta como peculato-desvio

nos termos do artigo 312

caput

segunda parte

do Código Penal. Trata-se do pagamento antecipado

ilegal

da totalidade do valor de aditivo contratual celebrado de forma irregular

efetuado antes da realização das obras públicas previstas

o que permite o juízo inicial de tipicidade penal e autoriza o recebimento da denúncia (STF

Inquérito 3621/MA

Rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes

julgamento em 28/03/2017).

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12
Q

às custas do erário e sem interesse público

A

configura peculato culposo

sem interesse público e às custas do erário

configura peculato-desvio

e não peculato culposo. Isso porque ficou comprovado o dolo

consubstanciado na consciência e vontade do agente de desviar verba pública de sua finalidade legal

em benefício de outrem e em atendimento a interesses privados

preenchendo todos os elementos objetivos e subjetivos do artigo 312

caput

segunda parte

do Código Penal (APn 629/RO

Rel. Min. Nancy Andrighi

DJe 10/08/2018).

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13
Q

utilizando-os em proveito próprio

A

pratica crime fiscal previsto na Lei n. 8.137/1990

verba com natureza sui generis composta por tributos

não configura crime fiscal previsto na Lei n. 8.137/1990

pois o agente não ostenta a condição de contribuinte originário. Trata-se de peculato-desvio

previsto no artigo 312 do Código Penal

pois o réu era responsável pelo recolhimento e repasse dos valores

tendo desviado as quantias em proveito próprio (STJ

AgRg no HC 855.051/RN

Rel. Min. Ribeiro Dantas

julgado em 04/03/2024).

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14
Q

sendo essa posse condição indispensável para a tipificação da conduta ❌ A afirmação está errada. O peculato-furto

A

previsto no parágrafo primeiro do artigo 312 do Código Penal

ou o concurso para a subtração

de dinheiro

valor ou bem

em proveito próprio ou alheio

desde que o agente se valha da facilidade proporcionada pela função pública. Essa facilidade funcional é o que distingue o peculato-furto do furto comum do artigo 155 do Código Penal.

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15
Q

decorrente de sua função pública

A

para subtrair bem apreendido em depósito judicial

mesmo sem ter a posse do bem ✅ A afirmação está correta. Trata-se de hipótese de peculato-furto

previsto no parágrafo primeiro do artigo 312 do Código Penal. O servidor não detinha a posse do bem

mas se valeu da facilidade proporcionada pela sua qualidade de funcionário público para subtrair objeto do depósito judicial. Essa vantagem funcional

e não a posse

é o que caracteriza essa forma de peculato.

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16
Q

sendo suficiente a negligência do agente público no manuseio do bem público ❌ A afirmação está errada. O peculato-furto exige

A

como elemento subjetivo

ou seja

a vontade livre e consciente de subtrair

em proveito próprio ou alheio

bem móvel que não esteja na posse do agente. É indispensável o animus rem sibi habendi

que representa o desejo de se apoderar definitivamente da coisa alheia. A conduta culposa não é suficiente para a configuração desse tipo penal.

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17
Q

com dolo eventual

A

permite que terceiro se aproprie de bem pertencente à Administração Pública ❌ A afirmação está errada. O peculato culposo

exige que o funcionário público concorra culposamente

ou seja

por imprudência

negligência ou imperícia

para que terceiro se aproprie

desvie ou subtraia dinheiro

valor ou bem móvel pertencente à Administração Pública ou sob sua custódia.

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18
Q

o funcionário público é considerado partícipe do crime doloso praticado por terceiro

A

já que contribui para sua prática por omissão ❌ A afirmação está errada. No peculato culposo

desviar ou subtrair o bem

enquanto o funcionário público responde por violar seu dever objetivo de cuidado

agindo com culpa — por imprudência

negligência ou imperícia — ao permitir

por sua omissão ou descuido

que o crime se concretize.

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19
Q

a reparação do dano após o trânsito em julgado da sentença extingue a punibilidade do agente ❌ A afirmação está errada. Nos termos do parágrafo terceiro do artigo 312 do Código Penal

A

no crime de peculato culposo

ela não extingue a punibilidade

mas apenas reduz a pena imposta pela metade.

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20
Q

a conduta típica consiste em induzir alguém ao erro para obter vantagem indevida em razão do cargo público ❌ A afirmação está errada. O peculato mediante erro de outrem

A

também chamado de peculato-estelionato

por erro de outra pessoa. A conduta típica é apropriar-se

ou seja

apoderar-se de bens entregues por engano

não sendo exigido que o agente induza a vítima ao erro.

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21
Q

o agente recebe o bem licitamente e

A

após isso

motivo pelo qual exige-se posse prévia lícita ❌ A afirmação está errada. No peculato mediante erro de outrem

previsto no artigo 313 do Código Penal

o agente público não recebe o bem com posse ou detenção lícita

mas sim em razão de erro de outra pessoa

que entrega o bem por incorreta percepção da realidade. A apropriação posterior desse bem pelo agente configura a conduta típica

como no exemplo do policial que se apropria de valor entregue equivocadamente por um cidadão simples

acreditando estar pagando fiança.

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22
Q

independentemente de qualquer manifestação posterior de vontade de se apropriar dele ❌ A afirmação está errada. A consumação do crime de peculato mediante erro de outrem ocorre com a inversão do título da posse

A

quando o agente público

deixa de deter o bem em nome alheio (alieno domine) e passa a possuí-lo como dono (causa dominii). Esse elemento subjetivo deve ser demonstrado por ato exterior

que vá além da mera vontade interna do agente.

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23
Q

de mera conduta e instantâneo

A

bastando a simples recepção do bem por erro de terceiro para sua consumação ❌ A afirmação está errada. O peculato mediante erro de outrem é crime próprio

conforme o artigo 327 do Código Penal. Trata-se de crime material

pois exige a efetiva inversão da posse com a apropriação do dinheiro ou utilidade recebida por erro. É um delito de forma livre e plurissubsistente

o que permite a tentativa.

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24
Q

sendo irrelevante a finalidade de obter vantagem indevida ou causar dano ❌ A afirmação está errada. O crime de inserção de dados falsos em sistema de informações

A

também denominado peculato-eletrônico

facilite a inserção

altere ou exclua indevidamente dados em sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública. Contudo

além da conduta típica

é indispensável que o agente atue com o propósito específico de obter vantagem indevida para si ou para outrem

ou de causar dano.

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25
26
previsto no artigo 313-A do Código Penal
é doloso e exige elemento subjetivo especial do tipo ## Footnote ou de causar dano. Contudo trata-se de crime formal consumando-se com a prática da conduta típica independentemente da efetiva obtenção da vantagem ou da concretização do dano.
27
o delito de inserção de dados falsos em sistema de informações não admite tentativa ❌ A afirmação está errada. O crime de inserção de dados falsos em sistema de informações é classificado como de forma livre
pois a lei não limita as formas de sua prática ## Footnote uma vez que seu iter criminis pode ser fracionado. Por essa razão admite a tentativa.
28
que exige que o funcionário público seja autorizado a acessar os sistemas
o crime do artigo 313-B — modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações — não exige essa condição. Basta que o agente seja funcionário público e realize a conduta sem autorização ou solicitação de autoridade competente
29
previsto no artigo 313-B do Código Penal
se configura justamente quando o funcionário público modifica ou altera sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente. Os núcleos do tipo penal misto alternativo são ""modificar"" e ""alterar""
30
material e permanente
que exige resultado naturalístico para sua consumação ❌ A afirmação está errada. O crime previsto no artigo 313-B do Código Penal é próprio ## Footnote não exigindo resultado naturalístico para sua consumação. Além disso é um crime instantâneo consumando-se em um único momento e plurissubsistente uma vez que sua conduta pode ser fracionada o que permite a tentativa.
31
desde que haja qualquer dano à Administração Pública ou ao administrado ❌ A afirmação está errada. O parágrafo único do artigo 313-B do Código Penal prevê aumento de pena — de um terço até a metade — apenas se da modificação ou alteração não autorizada resultar efetivo dano para a Administração Pública ou para o administrado.
32
sonegação ou inutilização de livro ou documento configura-se quando o funcionário público
tendo a guarda de livro oficial ou documento em razão do cargo ## Footnote sonega ou inutiliza total ou parcialmente esse bem ✅ A afirmação está correta. O artigo 314 do Código Penal prevê o crime de extravio sonegação ou inutilização de livro ou documento como tipo penal misto alternativo praticado por funcionário público que tendo a guarda de livro oficial ou qualquer documento em razão do cargo o extravia (desencaminha) sonega (oculta) ou inutiliza (total ou parcialmente).
33
sonegação ou inutilização de livro ou documento admite como objeto material qualquer bem público ou particular que esteja sob a posse momentânea do agente público
ainda que não tenha relação com o exercício do cargo ❌ A afirmação está errada. O crime de extravio ## Footnote portanto a incidência do tipo sobre bens que estejam sob posse momentânea e desvinculada da função pública.
34
sonegação ou inutilização de livro ou documento é próprio
doloso ## Footnote segundo a doutrina admite tentativa apenas nas modalidades plurissubsistentes como extraviar e inutilizar ✅ A afirmação está correta. Trata-se de crime próprio que só pode ser praticado por funcionário público. É doloso não exigindo elemento subjetivo especial do tipo. A doutrina o classifica como plurissubsistente salvo a modalidade de sonegação que por ser unissubsistente não admite tentativa. As demais formas por permitirem fracionamento da conduta admitem a forma tentada.
35
como decretos ou portarias ❌ A afirmação está errada. O crime previsto no artigo 315 do Código Penal exige que a irregularidade consista na aplicação das verbas ou rendas públicas em desacordo com o que está estabelecido em lei. Como o tipo penal menciona expressamente o termo “lei”
ficam excluídos atos normativos infralegais ## Footnote portarias ou instruções normativas.
36
excluindo-se
por exemplo ## Footnote cuja conduta está prevista em norma especial ✅ A afirmação está correta. O sujeito ativo do crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas é o funcionário público que possui atribuição de gestão ou seja aquele que tem a responsabilidade de gerir os recursos públicos. A conduta do Prefeito por sua vez está disciplinada por norma especial especificamente no artigo 1º inciso III do Decreto-Lei nº 201/1967.
37
ainda que não ocorra aplicação efetiva dos recursos de forma ilegal ❌ A afirmação está errada. Embora o crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas seja doloso e classificado como formal
segundo Cezar Bitencourt ele não se consuma com a mera escrituração contábil irregular. É necessária a efetiva aplicação das verbas ou rendas públicas de maneira ilegal ## Footnote em desconformidade com o que determina a lei.
38
ainda que de pequeno valor
não admite a aplicação do princípio da insignificância ## Footnote não se pode considerar insignificante o desvio de bens públicos praticado por Prefeito Municipal dada a obrigatoriedade de observância aos princípios legais e constitucionais especialmente o da moralidade pública. A realização de despesas com doações a pessoas físicas sem autorização legal específica contraria o artigo 26 da Lei Complementar nº 101/2000 e configura em tese crime de responsabilidade (STJ REsp 677159/PE Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca DJ 21/03/2005).
39
sem necessidade de coação moral sobre a vítima ❌ A afirmação está errada. O crime de concussão
previsto no artigo 316 do Código Penal ## Footnote ordene ou obrigue o sujeito passivo a oferecer vantagem indevida ou seja exige-se uma violência moral — coação — para a configuração do delito. A mera solicitação sem coação caracteriza o crime de corrupção passiva não concussão.
40
sendo necessário que o mal prometido esteja relacionado ao exercício da função pública do agente ✅ A afirmação está correta. A concussão é uma modalidade de extorsão caracterizada pelo uso da função pública para coagir alguém à entrega de vantagem indevida
ou seja ## Footnote o crime configurado será o de extorsão comum e não concussão.
41
introduzida pela Lei nº 13.964/2019
pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua vigência. ❌ A afirmação está errada. A nova redação do caput do artigo 316 do Código Penal ## Footnote aumentou a pena máxima do crime de concussão de 8 para 12 anos de reclusão constituindo alteração mais gravosa. Por isso só se aplica a crimes cometidos após sua entrada em vigor conforme o princípio da irretroatividade da norma penal mais severa.
42
a vantagem exigida pelo agente deve ser indevida
sendo possível sua configuração mesmo que não tenha natureza econômica ou patrimonial ## Footnote ou seja contrária ao ordenamento jurídico. Embora exista divergência doutrinária quanto à necessidade de natureza patrimonial a maioria admite que a vantagem não precisa ser necessariamente econômica pois o tipo penal não faz essa restrição expressa entendimento que também encontra respaldo jurisprudencial.
43
independentemente de ocupar cargo público ou agir em razão da função pública ❌ A afirmação está errada. O crime de concussão é próprio
ou seja ## Footnote no entanto que o agente ainda não tenha tomado posse ou esteja licenciado desde que a exigência da vantagem indevida decorra da função pública exercida ou a ser exercida. A relação funcional é portanto essencial para a configuração do tipo penal.
44
exige dolo e possui elemento subjetivo especial
consistente na obtenção de vantagem indevida para si ou para outrem ✅ A afirmação está correta. O crime de concussão exige dolo como elemento subjetivo e não admite a forma culposa. Além disso ## Footnote expresso na fórmula “para si ou para outrem”. Trata-se de crime formal cuja consumação independe da efetiva obtenção da vantagem indevida bastando a exigência.
45
sendo
portanto ## Footnote consumando-se com a simples exigência de vantagem indevida pelo agente público ainda que esta não se concretize. A efetiva obtenção da vantagem não é necessária para a consumação do delito conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ AgRg no REsp 1366683/PR DJe 24/11/2017).
46
ou
sendo devido ## Footnote ou mesmo sendo devido utiliza meio vexatório ou gravoso não autorizado pela legislação para cobrá-lo. Os núcleos do tipo são “exigir” e “empregar”.
47
para sua configuração
que o tributo cobrado seja indevido
48
exige dolo e só pode ser praticado por funcionário público
havendo divergência doutrinária sobre a existência de elemento subjetivo especial do injusto ✅ A afirmação está correta. Trata-se de crime próprio ## Footnote e há divergência doutrinária quanto à necessidade de dolo específico: para Cezar Bitencourt há elemento subjetivo especial do injusto consistente na expressão “para si ou para outrem”
49
o excesso de exação não admite tentativa
ainda que a exigência seja feita por escrito ou com emprego de meio vexatório ❌ A afirmação está errada. O crime de excesso de exação admite tentativa ## Footnote pois a conduta é plurissubsistente. Da mesma forma a tentativa também é punível na hipótese de cobrança com emprego de meio vexatório ou gravoso a depender da forma de execução adotada pelo agente.
50
em proveito próprio ou de outrem
o valor que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos ## Footnote que se verifica quando o funcionário público desvia em benefício próprio ou de terceiros o valor que recebeu indevidamente para repassar aos cofres públicos. Trata-se de hipótese de apropriação com pena de reclusão de dois a doze anos e multa.
51
sendo atípicas as condutas de solicitação ou aceitação de promessa ❌ A afirmação está errada. O artigo 317 do Código Penal prevê como típicas as condutas do funcionário público que solicita
recebe ou aceita promessa de vantagem indevida ## Footnote direta ou indiretamente. Assim não é necessário o recebimento efetivo da vantagem para a configuração do crime bastando a solicitação ou aceitação da promessa.
52
desde que a solicitação
o recebimento ou a aceitação da promessa de vantagem indevida estejam relacionadas à função ✅ A afirmação está correta. Todas as condutas típicas do crime de corrupção passiva devem guardar relação com a função pública ## Footnote desde que ocorram em razão da função que o agente exerce ou exercerá.
53
necessariamente
que a vantagem indevida tenha natureza econômico-financeira ## Footnote o entendimento majoritário — respaldado no próprio texto legal — é de que a vantagem indevida para fins de caracterização da corrupção passiva pode ser de qualquer natureza desde que seja injusta e ilícita. A lei não exige que a vantagem seja necessariamente econômica ou financeira.
54
sendo dispensável a realização do ato de ofício prometido ou esperado em troca da vantagem ✅ A afirmação está correta. O crime de corrupção passiva é próprio
exigindo como sujeito ativo um funcionário público. Trata-se de crime formal ## Footnote o recebimento ou a aceitação de promessa de vantagem indevida independentemente da prática do ato funcional. Segundo o STJ o ato de ofício configura mera causa de aumento de pena (AgRg no AREsp 1389718/RS DJe 17/12/2019).
55
a tentativa de corrupção passiva é sempre admissível
independentemente do modo como se dá a solicitação ou aceitação da vantagem indevida ❌ A afirmação está errada. Embora a corrupção passiva seja crime de forma livre e ## Footnote plurissubsistente a tentativa não será admitida quando a solicitação ou aceitação da vantagem indevida ocorrer de forma oral pois se trata de conduta unissubsistente ou seja que se consuma em um único ato o que impede o fracionamento do iter criminis.
56
visando influenciar ato de ofício
não responde por corrupção passiva em coautoria ## Footnote o Código Penal prevê que o particular que oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público responderá pelo crime de corrupção ativa (art. 333) enquanto o funcionário se aceitar responde por corrupção passiva (art. 317) não se configurando concurso de agentes.
57
a consumação ocorre com a solicitação ou o recebimento da vantagem indevida
sendo dispensável a prática posterior do ato de ofício pelo funcionário público ✅ A afirmação está correta. De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal ## Footnote sendo irrelevante a posterior prática do ato de ofício (STF AO 2057/RN Rel. Min. Luiz Fux Primeira Turma Julgamento 02/10/2018).
58
é imprescindível a demonstração do nexo de causalidade entre a vantagem indevida e o ato de ofício para que se configure o delito ❌ A afirmação está incorreta. Segundo entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça
para a configuração do crime de corrupção passiva ## Footnote omissão ou retardamento de ato de ofício. A exigência de vínculo entre a vantagem e as competências formais do agente aplica-se apenas ao crime de corrupção ativa previsto no caput do artigo 333 do Código Penal. No artigo 317 do Código Penal que trata da corrupção passiva o “ato de ofício” aparece apenas como causa de aumento (§1.º) e na modalidade privilegiada (§2.º) conforme decisão no REsp 1745410/SP Rel. Min. Laurita Vaz DJe 23/10/2018.
59
é necessário que o favorecimento negociado pelo agente público esteja vinculado às atribuições do cargo que exerce ✅ A afirmação está correta. O Supremo Tribunal Federal
no julgamento do Inquérito 4342 ## Footnote a denúncia foi considerada inepta por não indicar quais atribuições do cargo teriam sido objeto da negociação nem os interesses envolvidos reforçando a necessidade de vínculo entre a vantagem indevida e as atribuições do agente.
60
é imprescindível a identificação ou a condenação do particular corruptor para que haja responsabilização do agente público ❌ A afirmação está errada. De acordo com entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça
não é necessária a identificação ou condenação do corruptor ativo (particular) para que se possa punir o funcionário público pelo crime de corrupção passiva. A bilateralidade entre os crimes de corrupção ativa e passiva é apenas fático-jurídica ## Footnote AgInt no AREsp 1064109/GO Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca DJe 20/09/2017).
61
exige-se que o funcionário público receba vantagem indevida para que se configure o delito ❌ A assertiva está incorreta. A modalidade privilegiada do artigo 317
§ 2º ## Footnote configurando-se quando o funcionário pratica deixa de praticar ou retarda ato de ofício com infração de dever funcional cedendo a pedido ou influência de outrem.
62
bastando que tenha vínculo com a Administração Pública ❌ A assertiva está incorreta. Para a configuração do crime previsto no artigo 318 do Código Penal
é indispensável que o funcionário público facilite a prática de contrabando ou descaminho mediante a violação de dever funcional
63
mesmo que haja concurso entre funcionário público e particular
ambos respondem pelo mesmo tipo penal ## Footnote aplica-se exceção à teoria monista pois o particular responde pelo crime de contrabando (art. 334-A do Código Penal) ou descaminho (art. 334 do Código Penal) enquanto o funcionário público responde pelo delito autônomo de facilitação previsto no artigo 318 do Código Penal.
64
exige-se a efetiva consumação do contrabando ou descaminho pelo particular para a responsabilização penal do funcionário público ❌ A assertiva está incorreta. Trata-se de crime formal
bastando a facilitação por parte do funcionário público ## Footnote admite-se a tentativa desde que a conduta do agente seja comissiva.
65
exige-se que o funcionário público pratique ou se omita de praticar ato de ofício com o intuito de satisfazer interesse ou sentimento pessoal
em detrimento do interesse público ✅ A assertiva está correta. O crime de prevaricação ## Footnote exige que o agente atue de forma indevida comissiva ou omissivamente sempre com o fim de satisfazer interesse ou sentimento pessoal o que caracteriza o elemento subjetivo especial do tipo.
66
o interesse pessoal deve ser obrigatoriamente de natureza econômica e o sentimento pessoal deve ter conotação negativa
como ódio ou desdém ❌ A assertiva está errada. O interesse pessoal pode ser material ou moral ## Footnote podendo ser inclusive nobre não sendo exigido que tenha conotação negativa.
67
haverá tipicidade penal se o agente
mesmo agindo dentro do espaço de discricionariedade legal ## Footnote o ato deve ser da competência do agente e não pode decorrer de opção discricionária legalmente prevista. Se o agente escolhe entre alternativas permitidas pela lei ainda que motivado por interesse ou sentimento pessoal não se configura o delito.
68
a consumação independe da efetiva satisfação do interesse ou sentimento pessoal do agente
sendo suficiente a prática do ato com esse intuito especial? ✅ Correto. O crime de prevaricação exige dolo e o especial fim de agir ## Footnote mas trata-se de crime formal consumando-se com a prática do ato independentemente de a satisfação desejada pelo agente se concretizar.
69
pois a omissão. Além disso
trata-se de crime próprio ## Footnote e é de forma livre.
70
por ação ou omissão
que preso tenha acesso a aparelho que permita comunicação externa? ✅ Correto. O crime previsto no artigo 319-A do Código Penal ## Footnote se consuma quando o Diretor de Penitenciária ou outro agente público deixa de cumprir o dever de impedir que o preso tenha acesso a aparelho telefônico de rádio ou similar por conduta comissiva ou omissiva permitindo comunicação com o ambiente externo ou com outros presos.
71
razão pela qual não admite tentativa. Além disso
é formal ## Footnote independentemente de o preso efetivamente utilizar o aparelho para se comunicar.
72
por indulgência
deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou ## Footnote deixa de comunicar o fato à autoridade competente. ✅ Correto. O artigo 320 do Código Penal incrimina a conduta do funcionário público que por indulgência se omite em sua obrigação de responsabilizar o subordinado que praticou infração no exercício do cargo ou quando não é competente para tanto deixa de comunicar o fato à autoridade competente sendo a infração administrativa ou penal.
73
é irrelevante o motivo da omissão do agente
bastando que ele deixe de responsabilizar o subordinado infrator. ❌ Errado. Para a configuração do crime de condescendência criminosa ## Footnote ou seja de sentimento pessoal de piedade clemência ou misericórdia. Caso a motivação seja outra como vantagem indevida poderá configurar outro crime como a corrupção passiva.
74
exige-se que o agente seja funcionário público e que a omissão decorra de sentimento de indulgência
tratando-se de crime formal e omissivo puro ## Footnote pois exige que o sujeito ativo seja funcionário público e formal pois independe de resultado naturalístico. Além disso é omissivo puro não admitindo a forma tentada e exige o dolo havendo corrente doutrinária que reconhece o sentimento de indulgência como elemento subjetivo especial.
75
para configurar o crime de condescendência criminosa
a omissão do dever de apuração deve partir exclusivamente da autoridade hierarquicamente superior ao agente infrator? ❌ Errado. O crime de condescendência criminosa não exige hierarquia direta entre o agente omisso e o infrator. Segundo o Superior Tribunal de Justiça ## Footnote sob pena de incidir no delito (AgRg no AREsp 1548430/RS Rel. Min. Ribeiro Dantas Quinta Turma DJe 19/12/2019).
76
o patrocínio de interesse privado pode se dar de forma indireta
por interposta pessoa ## Footnote previsto no artigo 321 do Código Penal configura-se quando o funcionário público patrocina direta ou indiretamente interesse privado perante a Administração Pública utilizando-se da sua função. O patrocínio pode ser feito por interposta pessoa desde que caracterizada a utilização da qualidade funcional para favorecer o interesse privado.
77
só se configura a infração penal se o interesse privado patrocinado pelo funcionário público for ilegítimo ou contrário à lei ❌ Errado. Para a configuração do crime de advocacia administrativa
previsto no artigo 321 do Código Penal ## Footnote o delito se caracteriza pelo simples fato de o agente valer-se do cargo público para promover esse interesse.
78
de forma legítima
ainda que se identifique como servidor público no procedimento ✅ Correto. Não se pune o funcionário público que defenda legitimamente seu próprio interesse ## Footnote por exemplo ao requerer férias perante o setor de pessoal. A doutrina exige para configuração do crime previsto no artigo 321 do Código Penal que haja patrocínio de interesse alheio utilizando-se o agente da função pública para favorecer terceiro.
79
valendo-se de sua função
patrocina interesse legítimo de terceiro junto à Administração Pública ❌ Errado. Ainda que o interesse defendido por terceiro seja legítimo ## Footnote independentemente da licitude da causa defendida.
80
próprio
doloso e admite tentativa na forma plurissubsistente ✅ Correto. Trata-se de crime próprio ## Footnote que se consuma independentemente de resultado naturalístico (crime formal) sendo exigido apenas o dolo sem necessidade de finalidade específica. É ainda plurissubsistente o que admite a tentativa nos termos do art. 321 do Código Penal.
81
prevista no parágrafo único do artigo 321 do Código Penal
exige que o interesse seja ilegítimo ## Footnote ilícito contrário ao ordenamento jurídico para que incida a pena mais gravosa.
82
no exercício da função
pratica violência física de forma injustificada ## Footnote previsto no artigo 322 do Código Penal exige que o agente no exercício da função ou a pretexto de exercê-la pratique violência — entendida como força física (vis corporalis) — de forma ilícita ou seja sem respaldo legal sendo atípica a conduta quando há legítima defesa ou uso necessário da força como na prisão de indivíduo resistente.
83
consumando-se com a simples ameaça de uso da força pelo agente público
ainda que não haja emprego de violência física ❌ Errado. O crime de violência arbitrária ## Footnote é classificado como crime material exigindo o efetivo emprego de violência física (vis corporalis) para sua consumação. Não se consuma com mera ameaça sendo indispensável o uso concreto da força.
84
e a doutrina esclarece que o crime somente se configura se o agente ocupa efetivamente um cargo público e o abandona de maneira não autorizada legalmente
ou seja
85
permitindo coautoria e participação. ❌ Errado. O crime de abandono de função é um crime próprio
pois exige que o agente seja funcionário público ocupante de cargo público. Além disso ## Footnote significando que só pode ser praticado pessoalmente pelo agente designado no tipo penal não admitindo coautoria apenas participação.
86
quando resultar prejuízo público
configura uma forma qualificada ## Footnote caso do fato resultar prejuízo público. Nessa hipótese há um maior desvalor do resultado e a pena passa a ser de detenção de três meses a um ano além de multa."
87
o parágrafo segundo do artigo 323 do Código Penal prevê causa de aumento de pena se o fato ocorrer em zona urbana densamente habitada. "❌ Errado. O parágrafo segundo do artigo 323 do Código Penal prevê circunstância que qualifica o crime com pena de detenção de um a três anos e multa quando o abandono de função ocorrer em local situado na faixa de fronteira
e não em zona urbana densamente habitada. O desvalor da conduta decorre da potencialidade de dano à Administração Pública em regiões fronteiriças
88
remoção
substituição ou suspensão. "✅ Certo. O artigo 324 do Código Penal incrimina tanto a conduta de ingresso no exercício da função pública antes de cumpridas as exigências legais quanto a de permanência indevida após o agente ter sido oficialmente cientificado da exoneração ## Footnote substituição ou suspensão tutelando o regular funcionamento da Administração Pública."
89
pois não se trata de delito de mão própria. "❌ Errado. Trata-se de crime próprio
que exige a qualidade de funcionário público do agente ## Footnote não admitindo coautoria mas apenas a participação. Além disso é doloso formal e plurissubsistente admitindo a tentativa."
90
configura-se a infração tanto quando o agente revela quanto quando facilita a revelação de fato que tenha ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo. " ""✅ Certo. O tipo penal do artigo 325 do Código Penal contempla duas condutas típicas: revelar ou facilitar a revelação de fato que o agente tenha ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo
sendo ambas puníveis de igual forma."""
91
não havendo previsão de modalidade culposa. Além disso
trata-se de crime próprio
92
instantâneo e plurissubsistente na forma escrita
admitindo tentativa. "✅ Correto. Trata-se de crime formal ## Footnote consumando-se em um único momento e plurissubsistente na forma escrita admitindo tentativa nessa modalidade."
93
conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ
decisão monocrática no Inq 554
94
exigindo a ocorrência de dano à Administração Pública ou a outrem para sua consumação. " ""✅ Correto. Nos termos do parágrafo segundo do artigo 325 do Código Penal
a forma qualificada da violação de sigilo funcional é crime material ## Footnote sendo punida com reclusão de 2 a 6 anos além de multa."""
95
restringindo-se apenas aos servidores ocupantes de cargo público efetivo. "❌ Errado. O artigo 327 do Código Penal apresenta um conceito penal ampliado de funcionário público
que abrange quem exerce cargo ## Footnote ainda que de forma transitória ou sem remuneração não se limitando ao conceito restrito do Direito Administrativo."
96
o defensor dativo atuante por meio de convênio entre a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública é equiparado a funcionário público para fins penais
nos termos do artigo 327 do Código Penal (STJ ## Footnote DJe 09/06/2020)."""
97
pois exercem múnus público semelhante ao jurado. " ""❌ Errado. Embora o tutor e o curador exerçam múnus público
não se enquadram no conceito de funcionário público para fins penais ## Footnote atuando apenas na esfera da vida privada dos incapazes que representam ou assistem."""
98
para fins penais
quem exerce cargo ## Footnote bem como quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para execução de atividade típica da Administração Pública como é o caso de funcionário terceirizado na Polícia Federal que atua na emissão de passaportes."
99
que presta serviços públicos mediante repasse de verbas públicas
pode ser equiparado a funcionário público para fins penais. " ""✅ Certo. Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça ## Footnote nos termos do § 1º do artigo 327 do Código Penal por se tratar de entidade paraestatal (STJ HC 416672/PR Rel. Min. Antonio Saldanha Pinheiro DJe 11/10/2019)."""
100
função de direção ou de assessoramento em órgão da Administração direta
sociedade de economia mista ## Footnote quando o agente ocupar cargo em comissão função de direção ou de assessoramento em órgão da Administração direta sociedade de economia mista empresa pública ou fundação instituída pelo Poder Público.
101
ao praticar crime funcional
não está sujeito à causa de aumento de pena do art. 327 ## Footnote do Código Penal por não ocupar função de direção na Administração Pública? ❌ Errado. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal o Governador de Estado exerce função de direção da Administração Pública direta razão pela qual incide na causa de aumento de pena prevista no art. 327 §2º do Código Penal. A interpretação é compatível com o texto legal e não configura analogia in malam partem (STF Inq 2606/MT Rel. Min. Luiz Fux Tribunal Pleno julgado em 04/09/2014).
102
é indispensável que o agente efetivamente pratique atos inerentes à função pública
seja ela remunerada ou não ## Footnote conforme o previsto no artigo 328 do Código Penal.
103
pois exige que apenas pessoas sem vínculo com a Administração possam praticá-lo. ❌ Errado. O crime de usurpação de função pública é comum
podendo ser praticado por qualquer pessoa ## Footnote formal e plurissubsistente admitindo tentativa.
104
por si só
o crime de usurpação de função pública ao exercer sua profissão ## Footnote conforme a Lei n. 13.432/2017 restringe-se à seara extrapenal e não configura por si só o crime de usurpação de função pública previsto no art. 328 do Código Penal. Somente se o detetive extrapolar os limites legais e atuar em diligências criminais é que poderá incorrer no delito.
105
hipótese em que a pena cominada é aumentada. ✅ Correto. O parágrafo único do artigo 328 do Código Penal prevê a forma qualificada do crime de usurpação de função pública
caso o agente obtenha vantagem em razão da prática delituosa ## Footnote além de multa.
106
previsto no artigo 329 do Código Penal
configura-se tanto pelo uso de violência (vis absoluta) quanto de ameaça (vis relativa) ## Footnote no exercício da execução de ato legal.
107
mesmo que não haja violência ou ameaça. ❌ Errado. O crime de resistência exige o emprego de violência ou ameaça contra funcionário público ou quem o auxilie na execução de ato legal
não se configurando nas hipóteses de resistência passiva ## Footnote sem o uso de força física ou coação moral.
108
exige resultado naturalístico para sua consumação e não admite a tentativa. ❌ Errado. O crime de resistência é comum
pois não exige qualidade especial do sujeito ativo
109
em decorrência da oposição violenta ou ameaçadora do agente
o ato legal deixa de ser executado. ✅ Certo. O artigo 329 ## Footnote do Código Penal prevê a forma qualificada do crime de resistência com pena de reclusão de um a três anos quando em razão da resistência o ato legal não se executa caracterizando crime qualificado pelo resultado.
110
salvo se esta configurar apenas contravenção de vias de fato
hipótese em que será absorvida. ✅ Certo. Nos termos do parágrafo segundo do artigo 329 do Código Penal ## Footnote salvo quando esta se restringir à contravenção de vias de fato que será absorvida por se tratar de infração penal de menor gravidade.
111
desde que essa ordem seja dirigida especificamente ao agente e este esteja obrigado a cumpri-la.
112
segundo entendimento doutrinário majoritário. ✅ Certo. De acordo com o entendimento majoritário mencionado
não se configura o crime de desobediência quando há cominação de sanção civil ou administrativa específica ## Footnote mesmo que essa limitação ao ius puniendi seja considerada contra legem por autores como Nilo Batista.
113
doloso e admite tentativa
sendo classificado como comum ## Footnote pois não exige condição especial do agente
114
desde que a ofensa esteja relacionada a ela. ✅ Certo. O crime de desacato exige nexo funcional entre a ofensa e o exercício da função pública
bastando que a humilhação ocorra em razão da função ## Footnote como ao ofender um delegado chamando-o de corrupto em local público.
115
já que o crime é plurissubsistente em qualquer forma de execução. ❌ Errado. Embora o crime de desacato seja considerado plurissubsistente segundo a doutrina majoritária
a tentativa só é admitida em formas fracionáveis de execução ## Footnote não sendo possível a tentativa quando a ofensa for verbal por se tratar de conduta unissubsistente.
116
sendo necessário que a ofensa produza dano efetivo à honra do funcionário público. ❌ Errado. O crime de desacato é formal
consumando-se no momento do ultraje ou da ofensa ## Footnote contudo que a ofensa ocorra na presença do funcionário público sob pena de configurar-se de forma subsidiária crime contra a honra.
117
razão pela qual não subsiste sua criminalização. ❌ Errado. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que subsiste a criminalização da conduta de desacato no ordenamento jurídico brasileiro
reconhecendo a validade do artigo 331 do Código Penal
118
conforme interpretação do Supremo Tribunal Federal
configura-se mesmo quando a ofensa for proferida por meio de redes sociais ## Footnote mas estabeleceu interpretação restritiva: o crime exige a presença do funcionário público a ofensa deve menosprezar a função pública e obstruir ou perturbar a execução de suas funções não se aplicando a ofensas por meio de imprensa ou redes sociais nem a críticas veementes protegidas pela liberdade de expressão.
119
em um mesmo contexto fático
incorrerá em concurso formal de crimes de desacato ## Footnote praticado o desacato em um mesmo contexto fático contra vários funcionários públicos configura-se crime único pois o bem jurídico — o prestígio da Administração Pública — é atingido uma única vez (AgRg no RHC 136.918/SP STJ).
120
para sua configuração
que o agente efetivamente possua influência sobre o funcionário público e que consiga alterar o ato administrativo. ❌ Errado. O crime de tráfico de influência não exige que o agente possua real influência nem que consiga modificar a atuação do funcionário público. Basta que ## Footnote solicite exija cobre ou obtenha vantagem ou promessa de vantagem (art. 332 do Código Penal).
121
sendo classificado como plurissubsistente e de forma livre. ✅ Certo. Trata-se de crime doloso
comum ## Footnote admitindo tentativa. Além disso é formal nas modalidades "solicitar" "exigir" e "cobrar" e material na forma "obter".
122
sem envolver o funcionário público. ❌ Errado. A majorante aplica-se quando o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário público
pois isso compromete a sua probidade e agrava o desvalor da conduta
123
omita ou retarde ato de ofício. ✅ Certo. O crime de corrupção ativa
previsto no artigo 333 do Código Penal ## Footnote omitir ou retardar ato de ofício.
124
mesmo que particular e funcionário público atuem em concurso
ambos responderão pelo mesmo crime ## Footnote pois ainda que o particular e o funcionário público ajam em concurso cada um responde por crime distinto: o particular por corrupção ativa (art. 333 do Código Penal) e o funcionário público por corrupção passiva (art. 317 do Código Penal).
125
comum
formal e plurissubsistente ## Footnote exige dolo não admite forma culposa independe de resultado naturalístico para consumação (é formal) consuma-se em momento determinado (é instantâneo) e admite tentativa por ser plurissubsistente.
126
sendo dispensável qualquer finalidade específica do agente quanto ao comportamento do funcionário público. ❌ Errado. Exige-se elemento subjetivo especial do tipo
consistente na finalidade específica de determinar o funcionário público a praticar ## Footnote o que caracteriza o dolo específico.
127
sendo
portanto ## Footnote sendo irrelevante a aceitação ou solicitação do funcionário público (STJ HC 445469/RJ).
128
na primeira fase da dosimetria
com base no motivo do crime quando este for o intuito de lucro. ❌ Errado. O intuito de lucro é elemento ínsito ao crime de corrupção ativa e ## Footnote não pode justificar o aumento da pena na primeira fase da dosimetria conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1648924/SP Rel. Min. Nefi Cordeiro).
129
não se exige a efetiva prática do ato de ofício pelo funcionário público. O crime se consuma com a oferta ou promessa de vantagem indevida
e a prática ## Footnote conforme o parágrafo único do artigo 333 do Código Penal e o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ AgRg no HC 446612/PR).
130
para a configuração do crime de corrupção ativa
a indicação do ato de ofício cuja prática se pretendeu influenciar por meio da promessa ou oferta de vantagem indevida. ❌ Errado. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal firmado no julgamento da Ação Penal 470 (Caso do Mensalão) ## Footnote retardamento ou omissão se buscava influenciar com o pagamento de propina configurando-se elemento essencial à caracterização do crime de corrupção ativa.
131
sendo indispensável a presença desse nexo na narrativa acusatória (STJ
RHC 82611/SP ## Footnote DJe 21/06/2019).
132
em razão da vantagem indevida
retarda ou omite ato de ofício ou o pratica com infringência de dever funcional. ✅ Correto. O parágrafo único do artigo 333 do Código Penal prevê causa de aumento de um terço na pena se o funcionário ## Footnote retarda omite ou pratica ato de ofício com violação de dever funcional. Trata-se de resultado naturalístico que agrava a pena embora não seja exigido para a consumação da modalidade simples do delito.
133
saída ou consumo de mercadoria. ✅ Correto. O artigo 334 do Código Penal tipifica como crime a conduta de iludir
total ou parcialmente ## Footnote saída ou consumo de mercadoria abrangendo inclusive a omissão de tributos devidos pela importação exportação ou consumo.
134
é indispensável a existência de fraude ou malícia por parte do agente. ❌ Errado. Há divergência sobre o tema
mas a jurisprudência ## Footnote admite que o simples não pagamento dos tributos já é suficiente para a subsunção da conduta ao tipo penal previsto no artigo 334 do Código Penal independentemente de fraude ou malícia.
135
pois sua conduta pode ser fracionada
o que permite a tentativa. Além disso ## Footnote doloso de forma livre e instantâneo consumando-se em um único momento.
136
dada a dificuldade de fiscalização. ❌ Errado. A aplicação em dobro da pena do crime de descaminho
conforme o parágrafo terceiro do artigo 334 do Código Penal ## Footnote marítimo ou fluvial justamente pela maior dificuldade de fiscalização em relação ao transporte rodoviário.
137
ainda que se trate de voo regular
conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. ✅ Certo. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o parágrafo 3º do artigo 334 do Código Penal prevê a aplicação da pena em dobro nos casos de contrabando ou descaminho praticados por transporte aéreo ## Footnote AgRg no REsp 1850255/SP DJe 04/06/2020).
138
conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça (STJ
AgRg no REsp 1426834/ES
139
o descaminho não tem sua punibilidade extinta pelo pagamento ou parcelamento posterior do tributo
conforme entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça (STJ ## Footnote DJe 11/06/2019).
140
mesmo que a pena cominada ao descaminho seja menor. ✅ Correto. Segundo o Superior Tribunal de Justiça
quando o falso se exaure no descaminho ## Footnote ele é absorvido como crime-meio prevalecendo o descaminho como crime-fim ainda que a ele seja cominada pena inferior (STJ REsp 1.378.053-PR julgado em 10/08/2016).
141
00. ❌ Errado. Segundo a tese firmada pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp 1709029/MG
o princípio da insignificância aplica-se aos crimes de descaminho e tributários federais somente quando o débito tributário não ultrapassar o valor de R$ 20.000 ## Footnote conforme o art. 20 da Lei nº 10.522/2002 e as Portarias nº 75 e 130 do Ministério da Fazenda.
142
desde que o valor do tributo iludido esteja abaixo do limite jurisprudencial. ❌ Errado. De acordo com o Supremo Tribunal Federal
a reiteração delitiva no crime de descaminho afasta a aplicação do princípio da insignificância ## Footnote Rel. Min. Luiz Fux 06/09/2016).
143
o crime de descaminho é de competência da Justiça Federal em todos os casos
independentemente da existência de indícios de transnacionalidade ## Footnote conforme estabelecido no julgamento do CC 160.748/SP (STJ AgRg no CC 160673/SP Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca DJe 19/02/2019).
144
que inseriu o artigo 334-A no Código Penal
distinguindo-o do crime de descaminho. Sua conduta típica consiste em importar ou exportar mercadoria proibida.
145
por exigir qualidade especial do agente. ❌ Errado. O crime de contrabando é comum
não exigindo qualquer qualidade específica do sujeito ativo para sua configuração. Trata-se de crime doloso ## Footnote instantâneo e plurissubsistente admitindo a tentativa.
146
por envolver pequeno valor tributário. ❌ Errado. No crime de contrabando
tutela-se a saúde pública ou a incolumidade pública ## Footnote o Supremo Tribunal Federal afastou a aplicação do princípio da insignificância no caso de contrabando de cigarros conforme decidido no HC 131205/MG.
147
em regra
é aplicável ao crime de contrabando de cigarros ## Footnote em regra ao crime de contrabando de cigarros independentemente do valor envolvido pois a conduta atinge bens jurídicos como a saúde a segurança e a moralidade públicas (AgRg no HC 555086/SP STJ). Excepcionalmente o STJ passou a admitir a bagatela em caso de contrabando de cigarros: “Acolhida a seguinte tese: O princípio da insignificância é aplicável ao crime de contrabando de cigarros quando a quantidade apreendida não ultrapassar 1.000 (mil) maços seja pela diminuta reprovabilidade da conduta seja pela necessidade de se dar efetividade à repressão ao contrabando de vulto excetuada a hipótese de reiteração da conduta circunstância apta a indicar maior reprovabilidade e periculosidade social da ação.
148
marítimo ou fluvial. ✅ Correto. O parágrafo terceiro do artigo 334-A do Código Penal prevê a aplicação em dobro da pena nos casos em que o contrabando for praticado utilizando transporte aéreo
marítimo ou fluvial
149
independentemente da existência de indícios de transnacionalidade. Isso se deve ao fato de que o contrabando tutela prioritariamente interesses da União
como a definição dos produtos de ingresso proibido no país e a fiscalização aduaneira e de fronteiras ## Footnote AgRg no CC 160673/SP DJe 19/02/2019).
150
inutilizar ou conspurcar edital fixado por ordem de funcionário público
bem como violar ou inutilizar selo ou sinal usado por determinação legal ou por ordem de funcionário público. ✅ Correto. O artigo 336 do Código Penal tipifica essas condutas ## Footnote inutilizar ou conspurcar edital fixado por ordem de funcionário público
151
total ou parcial
de livro oficial ## Footnote em razão de ofício ou de particular em serviço público configura crime previsto no Código Penal. ✅ A afirmativa está correta. O artigo 337 do Código Penal tipifica como crime a conduta de subtrair ou inutilizar total ou parcialmente livro oficial processo ou documento que esteja sob a guarda de funcionário público em razão de ofício ou de particular no exercício de função pública. "Subtrair" significa apoderar-se ou pegar algo de outrem enquanto "inutilizar" é tornar o objeto imprestável ou danificado para o fim a que se destina.
152
doloso
de forma vinculada e unissubsistente ## Footnote pois não exige qualidade específica do sujeito ativo. É doloso sem previsão de modalidade culposa de forma livre instantâneo e plurissubsistente o que permite o fracionamento da conduta e portanto admite a modalidade tentada. A maioria da doutrina entende não ser necessário elemento subjetivo especial do injusto.
153
entre outras hipóteses
quando o empregador omite da folha de pagamento segurados que lhe prestam serviços ou deixa de contabilizar mensalmente as quantias devidas. ✅ A afirmativa está correta. O artigo 337-A do Código Penal tipifica como crime a conduta de suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório ## Footnote entre outras ações: (i) omitir da folha de pagamento da empresa segurados que lhe prestem serviços
154
pois o tipo penal especifica as condutas pelas quais suprimir ou reduzir contribuição previdenciária ou seus acessórios se torna típico. Além disso
o caput do artigo 337-A do Código Penal configura norma penal em branco
155
culposo
permanente e unissubsistente ## Footnote pois não exige qualidade especial do sujeito ativo
156
o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça consolidaram o entendimento de que o crime de sonegação de contribuição previdenciária é material
consumando-se apenas após a constituição definitiva do crédito tributário ## Footnote HC 324131/SP Rel. Des. Convocado Leopoldo de Arruda Pedroso Quinta Turma DJe 23/09/2015.
157
exige-se a presença de dolo específico
consistente na vontade direcionada a fraudar o fisco. ❌ A afirmativa está errada. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que o crime de sonegação de contribuição previdenciária exige apenas o dolo genérico ## Footnote no prazo legal dos valores devidos sendo desnecessária a demonstração de dolo específico. Precedente: STJ AgRg no AREsp 493.584/SP Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca Quinta Turma julgado em 2/6/2016 DJe 8/6/2016.
158
desde que o valor do débito seja irrisório. ❌ A afirmativa está errada. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de que é inadmissível a aplicação do princípio da insignificância ao crime de sonegação de contribuição previdenciária
independentemente do valor do débito. Isso se deve à elevada reprovabilidade da conduta ## Footnote AgRg no REsp 1783334/PB Rel. Ministra Laurita Vaz Sexta Turma DJe 02/12/2019.
159
desde que o valor envolvido seja reduzido. ❌ A afirmativa está errada. O Supremo Tribunal Federal possui precedente que não admite a aplicação do princípio da insignificância ao crime de sonegação de contribuição previdenciária
mesmo em casos de valor reduzido ## Footnote RHC 132706 AgR/SP Rel. Min. Gilmar Mendes Segunda Turma julgamento em 21/06/2016.
160
por serem ambos do mesmo gênero. ❌ A afirmativa está errada. Embora os crimes de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária pertençam ao mesmo gênero
eles são de espécies distintas ## Footnote o Superior Tribunal de Justiça não admite o reconhecimento de crime continuado entre eles. Precedente: STJ AgRg no AREsp 1172428/SP Rel. Min. Felix Fischer Quinta Turma DJe 20/06/2018.
161
mantendo-se hígida a punibilidade do agente mesmo após a quitação. ❌ A afirmativa está errada. De acordo com o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça
a quitação integral do débito referente ao crédito previdenciário extingue a punibilidade do agente ## Footnote § 2º da Lei nº 10.684/2003. Além disso a adesão ao parcelamento suspende a ação penal e o curso do prazo prescricional até a revogação do parcelamento ou a extinção da punibilidade por pagamento integral. Precedentes: STJ EDcl no AgRg no AREsp 320281/SE DJe 16/09/2016
162
o pagamento integral do débito não é suficiente para extinguir a punibilidade do agente após o trânsito em julgado da condenação. ❌ A afirmativa está errada. O Supremo Tribunal Federal possui precedente no sentido de que
nos casos de apropriação indébita previdenciária ## Footnote mesmo após o trânsito em julgado da condenação é causa de extinção da punibilidade nos termos do artigo 9º § 2º da Lei nº 10.684/2003. Precedente: STF RHC 128245/SP Rel. Min. Dias Toffoli Segunda Turma julgamento em 23/08/2016.
163
ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4273
declarou constitucionais os dispositivos que preveem a suspensão da pretensão punitiva estatal em razão do parcelamento (nos termos do artigo 83 ## Footnote da Lei nº 9.430/1996) e a extinção da punibilidade em caso de quitação integral do débito tributário (conforme artigo 69 da Lei nº 11.941/2009 e artigo 9º §§ 1º e 2º da Lei nº 10.684/2003). O Tribunal reconheceu que tais medidas despenalizadoras promovem os objetivos fundamentais da República previstos no artigo 3º da Constituição Federal. Precedente: STF ADI 4273 Rel. Min. Nunes Marques Tribunal Pleno julgado em 15/08/2023.
164
oferece ou dá vantagem indevida a funcionário público estrangeiro
desde que não haja relação com ato de ofício. ❌ A afirmativa está errada. O crime de corrupção ativa em transação comercial internacional ## Footnote configura-se quando alguém promete oferece ou dá direta ou indiretamente vantagem indevida a funcionário público estrangeiro ou a terceira pessoa com o fim de determiná-lo a praticar omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional.
165
aplicando-se a ambos a legislação penal brasileira. ❌ A afirmativa está errada. No crime de corrupção ativa em transação comercial internacional
previsto no artigo 337-B do Código Penal ## Footnote mesmo que praticadas em concurso. O particular responde pela legislação penal brasileira enquanto o funcionário público estrangeiro será responsabilizado conforme as leis do seu país. O bem jurídico tutelado é a regularidade e a probidade das relações comerciais internacionais de que o Brasil seja parte.
166
admite modalidade culposa e dispensa a presença de elemento subjetivo especial do tipo. ❌ A afirmativa está errada. Trata-se de crime comum
pois não exige qualidade especial do sujeito ativo. É doloso ## Footnote exige elemento subjetivo especial do tipo consistente na intenção de determinar o funcionário público estrangeiro a praticar omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional.
167
plurissubsistente e sempre admite tentativa
independentemente da forma como se realiza a conduta. ❌ A afirmativa está errada. O crime de corrupção ativa em transação comercial internacional é classificado como instantâneo ## Footnote admitindo tentativa quando a conduta puder ser fracionada. No entanto se o agente apenas promete ou oferece verbalmente a vantagem indevida não é possível a tentativa.
168
em razão da vantagem indevida ou promessa
o funcionário público estrangeiro praticar o ato de ofício em conformidade com o seu dever funcional. ❌ A afirmativa está errada. A pena do crime de corrupção ativa em transação comercial internacional será aumentada de um terço quando ## Footnote o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Essa consequência que em regra seria considerada mero exaurimento é elevada a causa de aumento de pena devido à gravidade da conduta.
169
para si ou para outrem
solicite ## Footnote cobre ou obtenha vantagem indevida alegando ser capaz de influenciar ato de funcionário público estrangeiro vinculado a transação comercial internacional. ✅ A afirmativa está correta. O crime de tráfico de influência em transação comercial internacional previsto no artigo 337-C do Código Penal consiste em solicitar exigir cobrar ou obter para si ou para outrem direta ou indiretamente vantagem ou promessa de vantagem alegando capacidade de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício da função relacionado à transação comercial internacional. Trata-se de uma forma especial do tráfico de influência com foco na relação internacional.
170
exige-se que o agente tenha
de fato ## Footnote não é necessário que o agente possua efetivamente a influência ou que consiga alterar a conduta do funcionário público estrangeiro. Basta que ele utilize esse pretexto para solicitar exigir cobrar ou obter vantagem ou promessa de vantagem. O bem jurídico tutelado é a regularidade e a probidade das relações comerciais internacionais das quais o Brasil participe.
171
culposo
de forma vinculada e unissubsistente ## Footnote pois não exige qualidade especial do sujeito ativo
172
ao solicitar vantagem
afirma ou insinua que ela também se destina a funcionário público estrangeiro. ✅ A afirmativa está correta. De acordo com o parágrafo único do artigo 337-C do Código Penal ## Footnote exigida cobrada ou obtida também se destina a funcionário público estrangeiro. Essa causa de aumento de pena justifica-se pelo desprestígio à função pública estrangeira com violação à honra objetiva do servidor.
173
mesmo que esteja amparada por hipótese legal expressa de dispensa ou inexigibilidade. ❌ A afirmativa está errada. O crime de contratação direta ilegal
previsto no artigo 337-E do Código Penal ## Footnote possibilita ou dá causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei ou seja de forma ilegal. Trata-se de norma penal em branco imprópria heterovitelina cujo complemento é fornecido por outras leis como a Lei nº 14.133/2021.
174
é indispensável a comprovação de que o agente obteve
de fato ## Footnote previsto no artigo 337-F do Código Penal exige dolo e elemento subjetivo especial do tipo — a finalidade de obter vantagem para si ou para outrem decorrente da adjudicação. No entanto trata-se de crime formal sendo suficiente que o agente atue com esse propósito sem necessidade de que a vantagem tenha sido efetivamente alcançada.
175
e a prática de mais de uma das condutas previstas
no mesmo procedimento licitatório ## Footnote o que significa que a realização de mais de uma das condutas descritas no tipo penal (como frustrar e fraudar) no mesmo procedimento licitatório configura apenas um único crime e não concurso de crimes.
176
a vantagem obtida deve ser necessariamente econômica e quantificável. ❌ A afirmativa está errada. Embora a vantagem obtida no crime de frustração do caráter competitivo de licitação não precise ser necessariamente econômica ou quantificável
é exigido que ela tenha o potencial de causar prejuízo ao erário. A lei não restringe o tipo de vantagem ## Footnote por exemplo em liderança no mercado local desde que relacionada à violação do bem jurídico tutelado.
177
culposo
permanente ## Footnote não admitindo tentativa. ❌ A afirmativa está errada. O crime de frustração do caráter competitivo de licitação é comum pois não exige qualidade específica do sujeito ativo
178
previsto no artigo 337-G do Código Penal
é uma modalidade especial de advocacia administrativa e possui como sujeito ativo apenas o funcionário público. Trata-se de crime funcional próprio ## Footnote não se referindo à atuação de advogado mas sim ao uso indevido da posição funcional.
179
pune-se o agente que
valendo-se de sua qualidade funcional ## Footnote sendo possível a punição mesmo quando o interesse patrocinado seja legítimo. O patrocínio pode ser direto realizado pelo próprio funcionário ou indireto por intermédio de terceiro.
180
razão pela qual é classificado como crime formal. ❌ A afirmativa está errada. O crime de patrocínio de contratação indevida
previsto no artigo 337-G do Código Penal ## Footnote trata-se de crime material.
181
culposo
formal e permanente ## Footnote pois exige que o agente seja funcionário público. É doloso sem previsão de forma culposa e material pois requer que o patrocínio dê causa à instauração da licitação ou à celebração do contrato. Trata-se de crime de forma livre plurissubsistente unissubjetivo e instantâneo.
182
para sua configuração
que o agente seja funcionário público e que a licitação tenha sido efetivamente frustrada. ❌ A afirmativa está errada. O crime de perturbação de processo licitatório ## Footnote pode ser praticado por qualquer pessoa inclusive por funcionário público e não exige que a licitação tenha sido efetivamente frustrada. Trata-se de tipo penal de ação ampla e misto alternativo sendo suficiente que o agente pratique qualquer conduta apta a impedir perturbar ou fraudar a realização de ato referente ao processo licitatório.
183
admite forma culposa
é permanente e exige qualidade específica do agente para sua configuração. ❌ A afirmativa está errada. O crime de perturbação de processo licitatório é comum ## Footnote sem exigir qualidade específica do agente. É doloso sem previsão de modalidade culposa. Trata-se de crime instantâneo comissivo unissubjetivo e de forma livre.
184
pois somente o agente público pode ser responsabilizado pela quebra ou facilitação da quebra de sigilo. ❌ A afirmativa está errada. O crime de violação de sigilo em licitação
previsto no artigo 337-J do Código Penal ## Footnote independentemente de ser ou não funcionário público. Trata-se de tipo penal misto alternativo que abrange as condutas de devassar ou proporcionar a quebra do sigilo licitatório.
185
plurissubjetivo
permanente e admite a modalidade culposa. ❌ A afirmativa está errada. O crime de violação de sigilo em licitação é comum
186
para sua consumação
que o concorrente seja efetivamente removido do certame ## Footnote previsto no artigo 337-K do Código Penal é classificado como crime de atentado ou de mero empreendimento em que a tentativa é equiparada à consumação. Assim basta que o agente tente afastar o licitante por meio de violência grave ameaça fraude ou oferecimento de vantagem para que o delito se configure independentemente de êxito.
187
bastando a simples intenção de fraudar. ❌ A afirmativa está errada. O crime de fraude em licitação ou contrato administrativo
previsto no artigo 337-L do Código Penal ## Footnote à licitação ou ao contrato dela decorrente. Trata-se de tipo penal de forma vinculada cuja configuração depende da prática de uma das condutas expressamente previstas como fornecimento de mercadoria falsificada alteração de qualidade ou quantidade ou qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa a proposta ou execução contratual.
188
podendo ser praticado por qualquer pessoa que permita a participação de empresa declarada inidônea em processo licitatório. ❌ A afirmativa está errada. O crime de contratação inidônea
previsto no artigo 337-M do Código Penal ## Footnote pois somente pode ser praticado por funcionário público que detenha a competência para admitir participantes no processo licitatório. A simples admissão de pessoa física ou jurídica previamente declarada inidônea já compromete a probidade do certame e configura a infração penal.
189
sendo crime próprio praticável apenas por funcionário público. ✅ A afirmativa está correta. O parágrafo primeiro do artigo 337-M do Código Penal prevê a forma qualificada do crime de contratação inidônea
configurada pela celebração de contrato com pessoa física ou jurídica previamente declarada inidônea. Essa conduta representa violação mais grave ao bem jurídico da probidade administrativa ## Footnote pois apenas o funcionário público que celebra o contrato em nome da Administração pode praticá-lo.
190
basta que o agente obste ou cancele registros cadastrais de interessados na licitação
ainda que a medida tenha amparo legal ou esteja prevista nas normas aplicáveis. ❌ A afirmativa está errada. O crime de impedimento indevido ## Footnote exige a presença do elemento normativo “injustamente” ou “indevidamente”. Assim se a conduta de obstar impedir dificultar ou promover alteração suspensão ou cancelamento de registro estiver amparada em fundamento legal ou nas normas aplicáveis será considerada atípica.
191
ainda que o estrangeiro não tenha ciência da expulsão ou que esta tenha sido revogada Certo ou Errado?
192
doloso
material ## Footnote segundo entendimento majoritário. ✅ Correto. Trata-se de crime de mão própria pois somente o estrangeiro expulso pode praticá-lo. É crime doloso sem previsão de modalidade culposa. A maioria da doutrina o classifica como crime material. Ainda segundo o entendimento predominante é instantâneo e plurissubsistente sendo possível sua tentativa.
193
previsto no artigo 338 do Código Penal. A análise judicial limita-se à existência formal da expulsão
conforme decidido no HC 290.849/DF ## Footnote DJe 02/06/2014.
194
e “investigação administrativa” por “processo administrativo disciplinar”
sem abolir a figura criminosa. ✅ Correto. A Lei nº 14.110 ## Footnote modificou o caput do artigo 339 do Código Penal ampliando o âmbito de incriminação da denunciação caluniosa. A nova redação substituiu “investigação policial” por termos mais específicos — “inquérito policial” e “procedimento investigatório criminal” — e “investigação administrativa” por “processo administrativo disciplinar”. Trata-se de novatio legis in pejus (lex gravior) sem ocorrência de abolitio criminis.
195
basta que a imputação falsa provoque a instauração de investigação
sendo irrelevante se o agente tinha ou não certeza da inocência da vítima. ❌ Errado. Para a configuração do crime de denunciação caluniosa é imprescindível que o agente tenha ciência de que a imputação é objetivamente falsa ou certeza de que a vítima é inocente. Esse entendimento é pacificado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça ## Footnote Rel. Min. Ribeiro Dantas DJe 02/03/2020 e no RHC 106.998/MA Rel. Min. Rogério Schietti Cruz julgado em 21/02/2019.
196
pois dificulta a averiguação da falsidade da imputação e a identificação da autoria da denunciação caluniosa
prejudicando a atuação da Administração Pública.
197
considerada pelo legislador como infração de menor gravidade. ✅ Correto. O parágrafo segundo do artigo 339 do Código Penal prevê uma causa de diminuição de pena pela metade quando a falsa imputação recair sobre contravenção penal. A contravenção é uma infração penal definida pelo legislador como de menor gravidade
em contraposição aos crimes ## Footnote e não de diferença ontológica.
198
não sendo necessária a instauração formal de inquérito policial. A conduta típica consiste em provocar a atuação da autoridade
comunicando-lhe fato criminoso ou contravencional que o agente sabe não ter ocorrido.
199
naquela
o agente atribui falsamente a prática de infração penal a alguém determinado ## Footnote prevista no artigo 340 do Código Penal ocorre quando o agente comunica à autoridade a ocorrência de infração penal que sabe não ter acontecido sem imputar o fato a pessoa determinada. Já na denunciação caluniosa prevista no artigo 339 do Código Penal o agente imputa falsamente a prática de crime ato ímprobo ou infração ético-disciplinar a pessoa sabidamente inocente.
200
material
instantâneo ## Footnote sem previsão de modalidade culposa. É classificado como material pois exige a modificação do mundo exterior para sua consumação o que se dá com o início das providências pela autoridade. É instantâneo consumando-se em momento determinado e por ser plurissubsistente admite tentativa.
201
perante autoridade
atribui a si a prática de crime inexistente ou cometido por outra pessoa. ✅ Correto. O crime de autoacusação falsa ## Footnote se configura quando o agente perante a autoridade se apresenta como responsável por infração penal inexistente ou por crime cometido por outrem ou seja atribui falsamente a si a autoria de fato típico que não praticou.
202
formal e instantâneo
consumando-se com a comunicação feita à autoridade ## Footnote podendo ser praticado por qualquer pessoa. É formal não exigindo resultado naturalístico ou seja a prática de ato pela autoridade para sua consumação. É também instantâneo consumando-se em momento determinado com a simples comunicação da falsa autoria do crime.
203
plurissubsistente e admite tentativa
havendo entendimento doutrinário no sentido de que exige finalidade específica de provocar a ação inútil da autoridade. ✅ Correto. O crime de autoacusação falsa exige dolo e ## Footnote há necessidade de elemento subjetivo especial do tipo caracterizado pelo intuito de provocar a ação inútil da autoridade. Além disso por ser a conduta fracionável trata-se de crime plurissubsistente admitindo tentativa.
204
na qualidade de testemunha
perito ## Footnote tradutor ou intérprete faz afirmação falsa nega ou cala a verdade sobre fato que conhece. ✅ Correto. O artigo 342 do Código Penal tipifica como crime as condutas praticadas por testemunha perito contador tradutor ou intérprete que consistem em fazer afirmação falsa negar a verdade ou calar a verdade ou seja omitir fato que conhece e que corresponde à realidade.
205
não se aplicando a procedimentos administrativos
inquéritos policiais ou juízos arbitrais. ❌ Errado. A falsidade punida pelo crime de falso testemunho ou falsa perícia pode ocorrer não apenas em processo judicial ## Footnote inquérito policial ou juízo arbitral. Todos esses contextos são abrangidos pelo tipo penal desde que haja a prática das condutas tipificadas por testemunha perito contador tradutor ou intérprete.
206
por ser de mão própria
jamais admite coautoria ## Footnote em regra de mão própria — sendo praticado apenas pela própria testemunha perito tradutor contador ou intérprete — admite-se de forma excepcionalíssima a coautoria no caso de falsa perícia quando dois peritos assinarem conjuntamente o laudo falso decorrente da perícia que realizaram.
207
é necessário que a conduta seja potencialmente capaz de influenciar o convencimento do julgador ou a condução das investigações. ✅ Correto. Grande parte da doutrina reconhece a exigência de que a conduta praticada tenha potencialidade lesiva
ou seja ## Footnote o que reforça a gravidade do falso testemunho ou da falsa perícia.
208
sendo competente para processá-lo o juízo do local onde foi prestado
ainda que se trate de carta precatória. ✅ Correto. O crime de falso testemunho é instantâneo e sua consumação ocorre com o encerramento do depoimento ## Footnote nega ou cala a verdade. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça estabelece que é competente o juízo do local em que o depoimento foi prestado mesmo se realizado por carta precatória (STJ CC 30.309/PR rel. Min. Gilson Dipp DJ 11/3/2002).
209
por se tratar de matéria afeta à sua competência. ❌ Errado. De acordo com a Súmula 165 do Superior Tribunal de Justiça
compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falso testemunho praticado em processo trabalhista. Ainda que o processo de origem seja da competência da Justiça do Trabalho
210
já que somente se aperfeiçoa com apuração formal do fato. ❌ Errado. O crime de falso testemunho é de natureza formal e se consuma no momento em que o depoente profere a afirmação falsa sobre fato juridicamente relevante
sendo aperfeiçoado com o encerramento do depoimento. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça ## Footnote RHC 82.027/SC Rel. Min. Félix Fischer DJe 09/05/2018).
211
mas sim ao processo originário em cujo curso foi cometido o ilícito.
212
perito
contador ## Footnote oferece ou promete vantagem a esses sujeitos ainda que não haja a finalidade de influenciar suas declarações ou manifestações técnicas. ❌ Errado. O crime de corrupção ativa de testemunha perito contador tradutor ou intérprete previsto no artigo 343 do Código Penal exige além da conduta de dar oferecer ou prometer vantagem o elemento subjetivo especial do tipo: a finalidade de que o destinatário da vantagem faça afirmação falsa negue ou cale a verdade em depoimento perícia cálculos tradução ou interpretação.
213
perito
contador ## Footnote doloso exige finalidade específica é formal instantâneo e admite tentativa. ✅ Correto. O crime previsto no artigo 343 do Código Penal pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum) e é doloso exigindo o elemento subjetivo especial do tipo — a finalidade de obter do destinatário uma afirmação falsa negativa ou omissão da verdade. Trata-se de crime formal não exigindo resultado naturalístico para sua consumação que ocorre de forma instantânea. Por ser a conduta fracionável é crime plurissubsistente e admite tentativa.
214
para que ela preste falso depoimento. ❌ Errado. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça
a mãe e representante legal da vítima menor de idade não pode ser considerada testemunha para fins do artigo 343 do Código Penal. Assim ## Footnote pois ela não possui legitimidade ativa para o crime de falso testemunho (STJ REsp 1.549.417/MG Rel. Min. Sebastião Reis Júnior DJe 08/09/2016).
215
policial
administrativo ou arbitral ## Footnote parte ou qualquer pessoa que atue ou seja chamada a atuar em processo judicial policial administrativo ou em juízo arbitral desde que com o objetivo de favorecer interesse próprio ou alheio.
216
doloso
formal ## Footnote plurissubsistente e admite tentativa. ✅ Correto. Trata-se de crime comum podendo ser praticado por qualquer pessoa. É doloso com exigência de elemento subjetivo especial consistente no intuito de favorecer interesse próprio ou de terceiro. É formal pois se consuma sem necessidade de resultado naturalístico. Como é instantâneo consuma-se em momento determinado e por ser plurissubsistente admite tentativa.
217
ainda que envolva violência ou grave ameaça. ❌ Errado. O Superior Tribunal de Justiça entende que não é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos no crime de coação no curso do processo
pois a violência ou grave ameaça é elemento do tipo penal e ## Footnote não se cumpre o requisito exigido pelo artigo 44 do Código Penal (STJ AgRg no AREsp 1.031.908/DF Rel. Min. Jorge Mussi DJe 07/03/2018).
218
mesmo nos casos em que a lei autoriza tal conduta. ❌ Errado. O crime de exercício arbitrário das próprias razões
previsto no artigo 345 do Código Penal ## Footnote ainda que legítima salvo quando a lei autoriza essa conduta. Se houver permissão legal como nos casos de legítima defesa ou retenção de bens legalmente autorizada não se configura o crime.
219
consumando-se independentemente da satisfação da pretensão do agente. ❌ Errado. Não há consenso na doutrina sobre a natureza do crime de exercício arbitrário das próprias razões. Parte entende que o crime é material
exigindo a satisfação da pretensão para sua consumação — como defende Nelson Hungria. Outra parte sustenta tratar-se de crime formal
220
por meio de artifício ou ardil
altera o estado de lugar ## Footnote com o objetivo de induzir a erro o juiz ou o perito. ✅ Correto. O artigo 347 do Código Penal tipifica como crime a conduta de inovar artificiosamente na pendência de processo civil ou administrativo o estado de lugar de coisa ou de pessoa com a finalidade de induzir a erro o juiz ou o perito. A modificação deve recair exclusivamente sobre esses três objetos materiais não sendo admitida analogia para outros elementos.
221
é necessário que a conduta ocorra antes da instauração de processo civil ou administrativo. ❌ Errado. O crime de fraude processual
na modalidade prevista no caput do artigo 347 do Código Penal ## Footnote o início do procedimento deve preceder a ação do agente sendo essa uma condição para a configuração do tipo penal.
222
doloso
exige a intenção de induzir o juiz ou o perito a erro ## Footnote exige dolo com elemento subjetivo especial consistente na intenção de induzir o juiz ou o perito a erro. É um crime instantâneo consumando-se em um momento determinado e plurissubsistente o que permite a sua tentativa já que a conduta é fracionável.
223
sendo desnecessária a existência de processo penal já instaurado. O Superior Tribunal de Justiça entende que
diferentemente do caput ## Footnote RHC 53491/PE Rel. Min. Félix Fischer DJe 27/11/2005).
224
desde que a ajuda ocorra após a consumação. ❌ Errado. Para a configuração do crime de favorecimento pessoal
é necessário que a conduta ocorra após a consumação do crime — ou ## Footnote após o término dos atos executórios — e que não tenha havido acordo prévio entre o agente favorecedor e o autor do crime. Caso haja ajuste anterior à prática do delito configura-se concurso de pessoas e o agente responde como partícipe do crime principal.
225
configura-se o crime de favorecimento pessoal. ❌ Errado. Quando o auxílio visa tornar seguro o proveito do crime — e não ajudar o agente a se subtrair da ação da autoridade —
configura-se o crime de favorecimento real ## Footnote com o fim de evitar a atuação da autoridade pública.
226
doloso
formal ## Footnote admitindo tentativa. ✅ Correto. O crime de favorecimento pessoal pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum) e exige dolo sem previsão de modalidade culposa nem de elemento subjetivo especial do injusto. Trata-se de crime formal consumando-se sem necessidade de resultado naturalístico. É instantâneo consumando-se em momento determinado e plurissubsistente admitindo a tentativa por ser fracionável.
227
uma vez que tal conduta não visa à fuga ou à subtração da ação da autoridade pública (STJ
HC 46209/BA ## Footnote DJ 26/06/2006).
228
desde que não se trate de coautoria ou receptação. ❌ Errado. O crime de favorecimento real
previsto no artigo 349 do Código Penal ## Footnote e não em ajudá-lo a se subtrair da ação da autoridade — hipótese esta que caracteriza o favorecimento pessoal. O auxílio não deve configurar coautoria nem receptação pois nesses casos aplica-se o tipo penal correspondente.
229
é necessário que a conduta do agente ocorra após a consumação do crime ou
no caso de tentativa ## Footnote e que não tenha havido acordo prévio com o autor do crime. Se houver ajuste anterior trata-se de concurso de pessoas sendo o agente considerado partícipe do delito principal.
230
já que ambos visam à proteção do proveito do crime. ❌ Errado. O crime de favorecimento real é subsidiário em relação ao crime de receptação. Isso significa que ele só se configura quando a conduta do agente
ao tentar assegurar o proveito do crime
231
previsto no artigo 349 do Código Penal
exige que o auxílio seja prestado para tornar seguro o proveito de crime ## Footnote vedada no Direito Penal."
232
exige dolo e finalidade específica de tornar seguro o proveito do crime. ✅ Correto. O crime de favorecimento real é comum
podendo ser praticado por qualquer pessoa. É doloso ## Footnote e exige a presença de elemento subjetivo especial do tipo consistente na finalidade específica de tornar seguro o proveito do crime.
233
instantâneo e plurissubsistente
sendo possível a sua tentativa. ✅ Correto. O crime de favorecimento real é formal ## Footnote pois sua consumação ocorre em um dado momento no tempo e plurissubsistente já que sua conduta é fracionável admitindo portanto a tentativa.
234
pois está absorvido pela infração penal principal da qual decorre o proveito. ❌ Errado. O Superior Tribunal de Justiça reconhece que o crime de favorecimento real possui natureza acessória
mas admite punição autônoma ## Footnote embora vinculado ao crime antecedente conserva autonomia típica e sancionatória (STJ APn 458/SP Rel. p/ acórdão Min. Gilson Dipp DJe 18/12/2009).
235
incluído pela Lei 12.012/2009
é de tipo penal misto alternativo ## Footnote como ingressar promover intermediar auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico móvel de rádio ou similar em estabelecimento prisional sem autorização legal. Assim não se limita ao ingresso físico do agente com o objeto.
236
doloso
formal ## Footnote admitindo tentativa conforme entendimento predominante. ✅ Correto. Trata-se de crime comum podendo ser praticado por qualquer pessoa. É doloso sem previsão de forma culposa nem exigência de elemento subjetivo especial. É crime formal pois se consuma independentemente do resultado naturalístico (acesso do preso ao aparelho) sendo instantâneo e plurissubsistente admitindo tentativa segundo entendimento majoritário.
237
configurando-se pelas condutas de promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa — seja por prisão simples
reclusão ## Footnote flagrante ou prisão processual — ou submetida a medida de segurança detentiva como internação para tratamento psiquiátrico.
238
doloso
material ## Footnote admitindo tentativa. ✅ Correto. Trata-se de crime comum que pode ser praticado por qualquer pessoa. É doloso sem previsão de forma culposa nem exigência de elemento subjetivo especial do injusto. É crime material consumando-se com a efetiva fuga do preso ou internado. É instantâneo pois se consuma em momento determinado e plurissubsistente admitindo tentativa por ser fracionável.
239
previsto no Código Penal. ❌ Errado. A expressão “pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva”
constante do caput do artigo 351 do Código Penal ## Footnote vedada pelo princípio da legalidade (STJ RHC 86991/SE Rel. Min. Ribeiro Dantas DJe 18/10/2017).
240
por mais de uma pessoa ou mediante arrombamento
sendo irrelevante se a arma for própria ou imprópria. ✅ Correto. A forma qualificada do crime do artigo 351 ## Footnote do Código Penal aplica-se quando a fuga for promovida ou facilitada a mão armada (abrangendo arma própria ou imprópria) por mais de uma pessoa ou mediante arrombamento entendido como destruição ou deslocamento de obstáculo. Há divergência quanto à contagem apenas de coautores ou também de partícipes na hipótese de pluralidade de agentes.
241
utilizando coação física contra alguém. ✅ Correto. O artigo 352 do Código Penal tipifica como crime a evasão
ou tentativa de evasão ## Footnote desde que empregue violência contra a pessoa o que implica o uso de coação física como forma vinculada da conduta.
242
pois o tipo penal equipara a fuga consumada à tentativa de fuga. ✅ Correto. O artigo 352 do Código Penal considera típicas tanto a evasão quanto a tentativa de evasão mediante violência contra a pessoa
razão pela qual o delito é classificado como crime de atentado ou de empreendimento
243
podendo ser praticado exclusivamente por preso ou internado e não admitindo coautoria. ✅ Correto. O crime previsto no artigo 352 do Código Penal é próprio
pois somente pode ser praticado por quem se encontra legalmente preso ou internado em razão de medida de segurança. É ## Footnote crime de mão própria já que exige a atuação pessoal do agente não admitindo coautoria.
244
sem emprego de violência contra a pessoa
configura o crime de evasão previsto no artigo 352 do Código Penal. ❌ Errado. O crime de evasão previsto no artigo 352 do Código Penal exige o uso de violência contra a pessoa ## Footnote conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça tal conduta não configura sequer o crime de dano se realizada exclusivamente para a fuga (STJ REsp 867353/PR Rel. Min. Felix Fischer DJe 27/08/2007).
245
jurado
membro do Ministério Público ou qualquer pessoa vinculada à função jurisdicional. ✅ Correto. O crime de exploração de prestígio ## Footnote consiste em solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade com o pretexto de influir sobre juiz jurado membro do Ministério Público funcionário da Justiça perito tradutor intérprete ou testemunha. A conduta incriminada envolve a exploração de influência alegadamente exercida sobre esses agentes.
246
como magistrados
promotores ## Footnote direcionada à suposta influência sobre pessoas que atuam no sistema de Justiça. Trata-se de norma penal especial em relação ao tráfico de influência (art. 332 do Código Penal) que possui conteúdo mais genérico. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece a exploração de prestígio como subespécie do tráfico de influência (STJ PExt no RHC 55940/SP DJe 04/02/2019.
247
doloso e pode ser considerado formal na modalidade de solicitar
e material na modalidade de receber ## Footnote doloso e que não exige elemento subjetivo especial do injusto. É formal quando o agente solicita vantagem mas é material quando a recebe. Classifica-se como crime instantâneo e plurissubsistente admitindo a tentativa exceto se a solicitação ocorrer verbalmente hipótese em que a conduta é unissubsistente.
248
exige-se que a decisão desobedecida seja de natureza penal. ✅ Correto. O Supremo Tribunal Federal entende que o crime previsto no artigo 359 do Código Penal pressupõe a existência de decisão judicial de natureza penal. Caso a decisão seja de natureza civil
como proibição de atuar em nome de sociedade ## Footnote HC 88572/RS Rel. Min. Cezar Peluso Segunda Turma julgamento em 08/08/2006).
249