Capítulo 02 Flashcards

Contexto Geral: Importância dos Líquidos Estéreis (22 cards)

1
Q

Por que a análise de líquidos estéreis (LCR, pleural, ascítico, pericárdico, sinovial) é considerada tão relevante no diagnóstico de infecções graves?

A

Porque qualquer crescimento nesses fluidos, que em condições normais são estéreis, geralmente indica infecção de alta gravidade. Isso exige coleta e processamento adequados para diagnóstico preciso, pois o achado tende a ser clinicamente relevante.

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2
Q

Qual a função do Líquido Cefalorraquidiano (LCR) e em que condições sua análise se torna indispensável?

A

O LCR envolve e protege o sistema nervoso central (cérebro e medula). Sua análise é fundamental na suspeita de meningite (bacteriana, viral, fúngica, tuberculosa) e em outras infecções do SNC (encefalites, abscessos cerebrais, ventriculites).

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3
Q

Como deve ser realizada a coleta do LCR e qual volume costuma ser coletado?

A

A coleta é feita por punção lombar, em ambiente e técnica estéreis, preferencialmente por médico habilitado. O volume geralmente varia de 2 a 10 mL, distribuídos em 3 ou mais tubos para análises bioquímicas, citológicas e microbiológicas.

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4
Q

Qual a prioridade de uso do material quando o volume de LCR coletado é muito pequeno (apenas um tubo disponível)?

A

O teste microbiológico (bacterioscopia e cultura) deve ser prioritário, antes dos demais exames (bioquímica, citologia), para evitar contaminação ou consumo irreversível da amostra.

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5
Q

Como deve ser o transporte e a conservação do LCR até o laboratório, sobretudo em suspeita de patógenos sensíveis ao frio?

A

O envio deve ser imediato. Se houver suspeita de microrganismos sensíveis (ex.: Neisseria meningitidis), evitar refrigeração precoce. Manter em temperatura ambiente para não comprometer a viabilidade.

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6
Q

Quais os principais passos no processamento laboratorial do LCR para fins microbiológicos?

A
  • Bacterioscopia (Gram) para detecção imediata de cocos ou bastonetes.
  • Culturas em ágar sangue, ágar chocolate e caldos de enriquecimento (BHI, tioglicolato).
  • Meios especiais se houver suspeita de Mycobacterium tuberculosis (Lowenstein-Jensen) ou fungos (Sabouraud).
  • Testes rápidos (aglutinação em látex para N. meningitidis, H. influenzae, S. pneumoniae; antígeno criptocócico).
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7
Q

Por que líquidos cavitários (pleural, ascítico, pericárdico e sinovial) são considerados normalmente estéreis?

A

Eles ocupam cavidades corporais fechadas (pleura, peritônio, pericárdio, articulações) que, em condições normais, não contêm microrganismos. Qualquer achado de patógeno em cultura sugere infecção local (empíema, peritonite, pericardite, artrite séptica).

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8
Q

O que é empiema e como se obtém o líquido pleural para análise microbiológica?

A

Empiema é o acúmulo de pus no espaço pleural, frequentemente decorrente de pneumonia adjacente ou disseminação hematogênica. O líquido pleural é coletado por punção torácica (toracocentese), em técnica estéril.

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9
Q

Qual a vantagem de inocular parte do líquido pleural em frascos de hemocultura?

A

Aumenta a chance de isolamento de bactérias, pois os frascos de hemocultura contêm meio de enriquecimento que favorece o crescimento de microrganismos mesmo em baixa concentração.

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10
Q

Em quais pacientes a peritonite bacteriana primária é mais frequente e como é coletado o líquido ascítico?

A

Ocorre mais em pacientes cirróticos (por ex., com cirrose hepática) ou em perfurações abdominais. A coleta se dá via paracentese (punção da cavidade peritoneal), podendo-se retirar 20 mL ou mais de líquido.

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11
Q

Além de cultura rotineira, qual outro procedimento costuma ser feito com líquido ascítico para aumentar sensibilidade?

A

Distribuir parte do líquido em frascos de hemocultura, o que enriquece e favorece o crescimento de bactérias em baixa concentração.

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12
Q

Quais microrganismos podem estar envolvidos em pericardite infecciosa e qual a forma de coleta?

A
  • Bacteriana (Staphylococcus aureus)
  • Viral (enterovírus)
  • Fúngica (menos comum)
    A coleta é realizada por punção pericárdica (geralmente em ambiente cardiológico), em técnica estéril, e deve ser transportada rapidamente.
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13
Q

Quais as principais causas de artrite séptica e como se coleta o líquido sinovial?

A
  • Principais agentes: Staphylococcus aureus, micobactérias, fungos (dependendo do contexto clínico).
    Coleta por artrocentese (punção articular), obtendo 5–20 mL (ou mais) em condições estéreis para cultura, análise citológica e teste de cristais.
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14
Q

Quais cuidados devem ser tomados na coleta de líquidos estéreis?

A
  • Feita por profissional habilitado (médico/cirurgião) em técnica estéril.
  • Antissepsia rigorosa (clorexidina, PVPI).
  • Material estéril (agulhas, frascos).
  • Volume adequado: quanto maior, maior a chance de isolar microrganismos.
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15
Q

Em relação ao transporte, qual a recomendação de tempo e modo de envio de líquidos estéreis ao laboratório?

A

Deve-se encaminhar em até 1–2 horas, se possível. Manter em temperatura ambiente inicial, exceto em casos especiais (suspeita de patógenos sensíveis ou quando indicado refrigeração). Pode-se inocular parte em frascos de hemocultura para aumentar sensibilidade.

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16
Q

Descreva quatro etapas principais do processamento laboratorial dos líquidos estéreis.

A
  • Macroscopia: cor, viscosidade, pus, sangue.
  • Bacterioscopia (Gram): triagem rápida de possíveis patógenos.
  • Culturas: ágar sangue, MacConkey, caldo de enriquecimento, entre outros.
  • Exames complementares: citologia, bioquímica (LDH, proteínas, glicose), testes específicos (fungos, anaeróbios, micobactérias).
17
Q

Por que qualquer crescimento no LCR ou em líquidos cavitários costuma ser significativo?

A

Porque esses fluidos são normalmente estéreis. Se um microrganismo cresce, há grande probabilidade de ser um patógeno real, associado a uma infecção local ou sistêmica grave.

18
Q

Quais fatores devem ser correlacionados para interpretar corretamente resultados de cultura de líquidos estéreis?

A
  • Quadro clínico: febre, sinais inflamatórios, exames de imagem.
  • Uso prévio de antibióticos (pode reduzir o isolamento).
  • Velocidade de crescimento do patógeno.
  • Fatores de risco do paciente (imunossupressão, cirurgias recentes, etc.).
19
Q

Em que situações podemos ter falsas positividades (contaminações) em líquidos estéreis e como proceder?

A

Podem ocorrer por falha na antissepsia ou manuseio, trazendo organismos da pele (ex.: Staphylococcus coagulase-negativo, Corynebacterium spp.). Se houver suspeita de contaminação ou inconsistência clínica, recomenda-se repetir a coleta e confirmar o achado.

20
Q

Cite dois desafios específicos que podem gerar resultados falso-negativos ou dificultar a interpretação de líquidos estéreis.

A
  • Coleta insuficiente (pouco volume) → baixa sensibilidade.
  • Transporte tardio ou inadequado → morte do patógeno (ex.: Neisseria meningitidis).
  • Alta celularidade ou inflamação intensa pode mascarar a visualização de bactérias na bacterioscopia.
21
Q

Quais são os pilares para um diagnóstico de qualidade em LCR e líquidos cavitários?

A
  • Coleta correta (técnica estéril, volume adequado).
  • Transporte rápido ao laboratório.
  • Processamento adequado (cultura, meio de enriquecimento, exames complementares).
  • Interpretação integrada (dados clínicos, laboratoriais e de imagem).
22
Q

Como o laboratório deve proceder se a cultura de um líquido estéril vier negativa, mas houver forte suspeita clínica de infecção?

A
  • Verificar possível uso prévio de antibióticos que possa ter inibido o crescimento.
  • Repetir a coleta se clinicamente viável, buscando meios especiais ou métodos adicionais (ex.: micobactérias, fungos, testes moleculares).
  • Checar condições de transporte e amostra para descartar erros.