Capítulo 04 Flashcards

Conceitos Iniciais e Importância (25 cards)

1
Q

Por que a hemocultura é considerada uma das principais ferramentas para o diagnóstico de infecções sistêmicas?

A

Porque permite detectar e identificar patógenos (bactérias, fungos) circulantes no sangue, possibilitando orientar o tratamento antimicrobiano e reduzir a mortalidade em quadros de sepse, endocardite e bacteremias.

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2
Q

Qual a definição moderna de sepse e como a hemocultura se encaixa nesse cenário?

A

Sepse é uma disfunção orgânica causada por resposta desregulada do corpo à infecção. A hemocultura é o exame de escolha para isolar o agente causador, possibilitando o ajuste precoce da antibioticoterapia e reduzindo a mortalidade.

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3
Q

Como a hemocultura influencia diretamente o tratamento em pacientes sépticos?

A

Ao identificar o micro-organismo e seu perfil de sensibilidade, a hemocultura permite trocar a terapia empírica por um esquema dirigido, aumentando a eficácia e evitando uso indevido de antibióticos de amplo espectro.

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4
Q

Por que as hemoculturas são tão importantes para o diagnóstico de endocardite infecciosa?

A

Fazem parte dos Critérios de Duke, essenciais para confirmar endocardite. O isolamento repetido do mesmo patógeno em múltiplas coletas reforça o diagnóstico, pois endocardite costuma apresentar bacteremia contínua ou persistente.

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5
Q

Qual a relação entre tempo de positividade da hemocultura e a suspeita de endocardite?

A

Bactérias associadas a endocardite podem positivar mais rapidamente e em vários frascos devido à alta carga bacteriana ou presença de vegetações sépticas. O tempo de positividade ajuda a diferenciar contaminação de bacteremia real e auxilia no diagnóstico.

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6
Q

Qual a diferença entre bacteremia transitória e bacteremia persistente/intermitente?

A

Transitória: Curta duração, frequentemente após procedimentos invasivos (ex.: extrações dentárias), nem sempre leva a infecção sistêmica.
Persistente/Intermitente: Associada a um foco infeccioso contínuo (endocardite, cateter infectado), surgindo repetidamente ou de forma prolongada.

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7
Q

Como a hemocultura contribui para o manejo de um quadro de bacteremia?

A

Confirma a presença do patógeno no sangue.
Identifica sua espécie e sensibilidade antimicrobiana.
Indica necessidade de trocar cateter ou focar em outro sítio infeccioso (ex.: pneumonia, ITU).
Guia medidas de isolamento se for um patógeno multirresistente.

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8
Q

O que se entende por ‘set’ de hemocultura e quantos são recomendados em quadros de sepse aguda?

A

Um ‘set’ corresponde a um par de frascos (um aeróbio e outro anaeróbio). Em sepse aguda, 2 sets (4 frascos) costumam ser suficientes para a maioria dos diagnósticos.

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9
Q

Quando se opta por 3 ou 4 sets de hemoculturas em vez de apenas 2?

A

Em casos de endocardite ou suspeita de bacteremias de difícil isolamento.
Quando a suspeita clínica permanece alta mesmo após resultados negativos iniciais.
Isso aumenta a sensibilidade (atingindo ≥95%).

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10
Q

Quanto de sangue deve ser coletado para hemocultura em adultos e por que esse valor é importante?

A

Cerca de 20 mL por punção, divididos em 2 frascos (10 mL no aeróbio e 10 mL no anaeróbio). Maior volume aumenta a chance de isolar microrganismos em bacteremias de baixa densidade.

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11
Q

E no caso de crianças, qual o volume recomendado para hemocultura?

A

O volume deve respeitar até 1% da volemia da criança. Em lactentes, mesmo 1–3 mL pode ser suficiente, usando frascos pediátricos específicos, para evitar riscos de anemia ou instabilidade.

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12
Q

Por que é ideal colher hemocultura antes de iniciar antibióticos?

A

Para maximizar a sensibilidade do exame, pois a presença de antibióticos na corrente sanguínea pode inibir ou matar os microrganismos, resultando em falsos-negativos.

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13
Q

Como proceder com a coleta em casos de picos febris ou suspeita de endocardite?

A

Em geral, não se espera muito tempo o pico febril na sepse aguda, dá-se preferência à rapidez.
Em endocardite, podem-se espaçar as coletas (30 min a 1 hora), obtendo várias amostras de diferentes punções para aumentar a sensibilidade e diferenciar contaminações.

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14
Q

Como funcionam os sistemas automatizados de hemocultura (ex.: BACTEC, BacT/ALERT) e quais suas vantagens?

A

Utilizam sensores de CO₂ ou variações colorimétricas para detectar o crescimento microbiano de forma contínua e eletrônica.
Vantagens:
* Alta sensibilidade e rapidez na detecção.
* Monitoramento em tempo real (alarmes de positividade).
* Menor manipulação, reduzindo contaminação e acidentes.

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15
Q

Qual o tempo de incubação usual em sistemas automatizados e quando pode ser estendido?

A

Normalmente, 5 a 7 dias; algumas bactérias comuns crescem em 24–48 h. Se houver suspeita de patógenos de crescimento lento (ex.: fungos, Brucella), pode-se estender até 10 dias ou mais.

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16
Q

No método manual de hemocultura, como se faz a verificação de crescimento microbiano?

A

Observa-se visualmente a turvação, formação de gás ou alterações de cor, realizando subculturas periódicas em meios sólidos. Exige equipe experiente e tem risco maior de manipulação e contaminação.

17
Q

Qual o princípio da lise-centrifugação e em que casos pode ser benéfica?

A

Consiste em lisar hemácias e centrifugar a amostra para concentrar microrganismos.
Pode aumentar a detecção de fungos (p. ex., Histoplasma) ou patógenos intracelulares. É mais cara e trabalhosa, sendo usada em laboratórios de referência.

18
Q

Dê exemplos de patógenos relevantes que, quando isolados em hemocultura, indicam alta probabilidade de bacteremia verdadeira.

A
  • Staphylococcus aureus
  • Streptococcus pneumoniae
  • Escherichia coli
  • Klebsiella pneumoniae
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Candida spp.
19
Q

Por que isolar um patógeno em múltiplos frascos reforça a interpretação de infecção real?

A

Porque contaminações tendem a ocorrer em apenas um frasco (ou poucos), enquanto patógenos verdadeiramente circulantes se manifestam em várias amostras coletadas em momentos/locais distintos.

20
Q

Cite quatro microrganismos clássicos de flora cutânea que são frequentemente vistos como contaminantes em hemoculturas.

A
  • Staphylococcus coagulase-negativo (ex.: S. epidermidis)
  • Corynebacterium spp. (difteroides)
  • Bacillus spp. (não-anthracis)
  • Propionibacterium acnes (atual Cutibacterium acnes)
21
Q

Como diferenciar um contaminante de um patógeno real em hemocultura?

A

Correlacionar com quadro clínico (sintomas, sinais vitais, PCR/procalcitonina).
Ver quantos frascos e coletas foram positivos.
Avaliar tempo de positividade e presença de fator de risco (ex.: dispositivo intravascular).

22
Q

Por que a análise clínica (febre persistente, hipotensão, marcadores inflamatórios) é fundamental na interpretação do resultado da hemocultura?

A

Para distinguir entre uma infecção verdadeira (que justifica intervenção terapêutica) e uma contaminação laboratorial (que demandaria apenas monitoramento). O contexto clínico confirma ou refuta se o achado bacteriológico faz sentido.

23
Q

O que fazer quando se suspeita de infecção relacionada a cateter venoso central?

A

Coletar amostras pareadas: uma do cateter e outra de veia periférica.
Comparar o tempo de positividade (se o frasco do cateter positivar muito antes do periférico, sugere cateter como fonte).

24
Q

Liste três fatores-chave que garantem o sucesso diagnóstico de uma hemocultura.

A
  • Coleta correta (antissepsia rigorosa, volume ideal, número adequado de sets).
  • Processamento (preferência por sistemas automatizados, tempo de incubação suficiente).
  • Interpretação crítica (diferenciar contaminação de patógeno real, correlacionando achados clínicos).
25
Como a hemocultura impacta o prognóstico de pacientes com sepse ou endocardite?
Identifica o agente etiológico e orienta a antibioticoterapia dirigida, reduzindo o tempo de antibioticoterapia empírica, melhorando desfechos clínicos e diminuindo complicações relacionadas a tratamentos inadequados.