Capítulo 11 Flashcards
Aplicações Especiais e Métodos Complementares. (25 cards)
Quais os principais exemplos de micobactérias de relevância clínica?
Mycobacterium tuberculosis (agente da tuberculose).
Micobactérias não tuberculosas (MNT), como Mycobacterium avium complex, Mycobacterium kansasii etc.
Por que o isolamento de micobactérias é desafiador e quais meios são utilizados?
Micobactérias apresentam crescimento lento e exigem condições específicas.
Usam-se meios sólidos como Lowenstein-Jensen e caldos automatizados (MGIT), que podem detectar crescimento mais rapidamente.
Cite exemplos de amostras que podem ser utilizadas para a cultura de micobactérias.
Escarro, lavado broncoalveolar, urina (suspeita de TB renal), biópsias de linfonodos ou tecidos, dependendo do local de infecção.
Como se faz a identificação de micobactérias após o crescimento?
Antigos métodos: provas bioquímicas manuais ou cromatografia (HPLC).
Atualmente: técnicas moleculares (ex.: PCR em tempo real, GeneXpert) para detecção de M. tuberculosis e resistência à rifampicina.
Quais são os dois grandes grupos de fungos de interesse clínico e como se diferenciam no laboratório?
Leveduras (p.ex. Candida, Cryptococcus), que formam colônias cremosas e podem ser identificadas por testes de fermentação, germ tube etc.
Fungos filamentosos (ex.: Aspergillus, Fusarium, Mucorales), que formam colônias “algodonosas” e exigem análise macro e microscópica das hifas e conídios.
Em que meios de cultura são semeados fungos?
Sabouraud dextrose agar (SDA) e Mycosel (com inibidores bacterianos).
Podem ser usados caldos ou meios enriquecidos (BHI) dependendo da suspeita. Candida spp. pode ser diferenciada em Chromagar para observação de colônias coloridas específicas.
Como se identificam leveduras e fungos filamentosos em laboratório?
Leveduras: testes bioquímicos (fermentação, assimilação) ou plataformas como MALDI-TOF.
Filamentosos: análise macroscópica (cor, textura) e microscópica (morfo de hifas, conidiação), além de testes moleculares.
Como se detecta Cryptococcus neoformans em LCR além da cultura?
Pesquisa de antígeno capsular via látex (criptococcal antigen test).
Muito útil em pacientes imunodeprimidos (ex.: HIV/AIDS) pela rapidez.
Em que consiste o cultivo viral clássico e qual sua principal limitação?
Utiliza linhagens de células (ex.: Vero, MDCK, fibroblastos) para detectar efeito citopático do vírus.
Limitação: precisa de infraestrutura complexa de virologia, tempo prolongado de incubação e manejo do risco biológico.
Dê exemplos de amostras que podem ser usadas para cultivo de vírus no laboratório.
Secreção nasofaríngea (ex.: influenza, adenovírus).
LCR (ex.: enterovírus, herpes). Lesões vesiculares (varicela, herpes). Líquidos corporais dependendo do quadro clínico.
Quais alternativas ao cultivo viral tradicional têm ganhado espaço e por quê?
Testes moleculares (PCR em tempo real) e testes rápidos de antígenos, pois são mais rápidos, sensíveis e não exigem ambiente de biossegurança para cultivo celular.
O que é MALDI-TOF e qual seu princípio?
Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization – Time of Flight: técnica de espectrometria de massa que analisa o perfil proteico do microrganismo (colônia isolada).
Cada espécie tem um “fingerprint” proteico único, permitindo identificação rápida.
Como o MALDI-TOF é aplicado em bactérias e fungos?
Bactérias (Gram-positivas, Gram-negativas, fastidiosas) podem ser identificadas a partir de colônias.
Fungos, especialmente leveduras (Candida), são identificadas com boa acurácia. Fungos filamentosos requerem preparo especial.
Quais as vantagens do MALDI-TOF?
Rapidez (identificação em minutos após o crescimento).
Baixo custo por teste após investimento inicial. Alta acurácia para maioria dos patógenos presentes na base de dados.
E as limitações do MALDI-TOF?
Necessidade de base de dados extensa e atualizada.
Dificuldade em identificar microrganismos muito raros ou cepas novas não contidas na biblioteca. Não substitui o antibiograma, pois não avalia suscetibilidade.
Como o uso de MALDI-TOF acelera a decisão terapêutica?
Se a espécie (ex.: Staphylococcus aureus) for identificada rapidamente, o clínico pode ajustar o esquema antimicrobiano de forma precoce, encurtando o tempo de antibioticoterapia empírica.
O MALDI-TOF substitui completamente o antibiograma?
Não. Ele identifica a espécie, mas não determina resistência ou suscetibilidade; é necessário realizar testes fenotípicos de sensibilidade ou métodos moleculares complementares para perfil de resistência.
Explique brevemente como funciona a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para detecção de patógenos.
Amplifica fragmentos de DNA/RNA microbiano presentes na amostra, mesmo em baixa quantidade, permitindo detecção rápida e específica.
Pode ser aplicada diretamente na amostra (LCR, escarro) ou em colônias isoladas.
O que é Multiplex PCR e cite uma aplicação prática.
Multiplex PCR: detecta múltiplos alvos (genes) simultaneamente em uma mesma reação.
Exemplo: painéis de pneumonia (S. pneumoniae, Legionella, Mycoplasma), meningite (Neisseria meningitidis, H. influenzae, S. pneumoniae) ou sepse (diversos patógenos em um só teste).
Liste duas vantagens principais dos testes moleculares em relação às culturas convencionais.
Rapidez: resultado em horas, enquanto a cultura pode levar dias ou semanas (ex.: tuberculose).
Alta sensibilidade: detecta mesmo quantidades muito pequenas de DNA/RNA.
Como os testes moleculares podem identificar genes de resistência?
Eles detectam sequências genéticas específicas (p. ex., mecA, blaKPC, vanA/vanB), indicando potencial resistência do patógeno a certos antibióticos (meticilina, carbapenêmicos, vancomicina etc.).
Dê um exemplo de limitação em testes moleculares associados a culturas.
Eles não diferenciam microrganismos vivos de mortos (DNA residual após antibiótico), podendo gerar falsos-positivos mesmo que o patógeno já não esteja viável.
Também têm custo elevado e exigem infraestrutura e pessoal treinado.
Por que ainda é imprescindível o isolamento em cultura, mesmo com os testes moleculares?
Para obter o patógeno vivo e realizar testes de suscetibilidade fenotípica, estudos epidemiológicos, vigilância de surtos, e caracterização mais aprofundada do microrganismo.
Cite quatro métodos complementares ou especiais em microbiologia que ampliam a capacidade diagnóstica.
Culturas especiais para micobactérias e fungos.
Cultivo viral (em células) ou testes moleculares para vírus. MALDI-TOF para identificação rápida de colônias. Testes moleculares (PCR, multiplex PCR) para detecção direta de patógenos e genes de resistência.