Hemorragia Puerperal Flashcards

(26 cards)

1
Q

Definição de hemorragia puerperal:

A

Hemorragia Pós Parto (HPP):
-Perda sanguínea superior a 500ml após parto vaginal ou > 1000ml após cesariana.
-Queda maior que 10 % do hematócrito entre admissão da gestante e período puerperal
-Instabilidade hemodinâmica

HPP MACIÇA:
- Perda sanguínea superior a 2000ml nas 1ª 24h pós parto
-Necessidade de transfusão ≥ 4U de concentrado de hemácias
-Queda de hemoglobina ≥ 4 g/dl
-Distúrbios de coagulação

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2
Q

A hemorragia puerperal pode ser dividida em primária e secundária, define-se :

A

Primária: dentro das 1ª 24h pós-parto
Secundária: entre 24h e 12 semanas pós-parto

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3
Q

Quais as causas de hemorragia pós parto?

A

(4 T’s) :
- Tônus: atonia uterina
-Trauma: laceração, hematoma, inversão e rotura uterina
-Tecido: retenção de tecido placentário, coágulos e acretismo placentário
-Trombina: coagulopatias e uso de anticoagulantes

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4
Q

Quais os fatores de risco anteparto?

A

-História prévia
-Distensão uterina (gemelar, polidrâmnio, macrossomia)
-Distúrbios de coagulação (congênitas ou adquiridas)
-Uso de anticoagulantes
-PCS com placenta anterior (acretismo)
-Grande multípara (4 PV ou 3 PCS)
-Hipertensão na gestação
-Anemia na gestação
-Primeiro filho após os 40 anos

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5
Q

Quais os fatores de risco intraparto?

A
  • TP prolongado ou taquitócito
    -Laceração vaginal 3º ou 4º ou episiotomia prolongafa
    -Placentação anormal (acreta, prévia)
    -Descolamento prematuro da placenta
    -Indução de trabalho de parto
    -Corioamnionite
    -Parada de progressão do polo cefálico
    -Parto instrumentado (fórceps, vácuo)
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6
Q

Em um caso de hemorragia obstétrica, como calcular o índice de choque?

A

Frequência cardíaca meterna / pressão arterial sistólica

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7
Q

Como é feita a profilaxia da HPP?

A

De acordo com o momento:
Pré- natal - correção de anemia
3º período - manejo ativo com ocitocina 10 UI (2 ampolas) IM + observação do tônus uterino / massagem uterina + tração controlada do cordão
4º período: avaliação adequada

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8
Q

Quais os métodos podemos utilizar para identificar um sangramento aumentado?

A

-Estimativa Visual
-Pesagem de compressas sujas
-Parâmetros clínicos
-Índice de choque

Visual avaliando poça:
Poça de 50 cm - 500 ml
Poça de 75 cm - 1000 ml
Poça de 100 cm - 1500 ml
Cama com poça de sangue sobre o lençol: provavelmente menos de 1000ml
Hemorragia vaginal com sangue fluindo para o chão - provavelmente excede 1000 ml

Índice de choque : FC / PAS
IC ≥ 0,9 (PERDA SANGUÍNEA SIGNIFICATIVA)

IC ≥ 1,0 (NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO)

IC ≥ 1,3 - 1,7 (TRANSFUSÃO SANGUÍNEA MACIÇA)

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9
Q

Quais são as medidas clínicas iniciais no tratamento da hemorragia puerperal?

A

Dois acessos venosos calibrosos (calibre 14 ou 16)

Início de infusão com soro fisiológico 0,9%

Solicitar exames: Hb, Ht, plaquetas, coagulograma, fibrinogênio, prova cruzada, ionograma

Se o caso for grave: lactato e gasometria arterial

Administração de oxigênio a 8–10 L/min com máscara facial

Elevação dos membros inferiores (MMII)

Monitorização contínua dos sinais vitais

Inserção de sonda vesical de demora (SVD) para controle da diurese

Avaliação da necessidade de antibioticoprofilaxia

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10
Q

O que deve ser feito durante a “hora de ouro” no manejo da hemorragia puerperal?

A

Controlar a volemia e realizar reposição se necessário

Estimar a gravidade da perda sanguínea

Se índice de choque ≥ 0,9, considerar transfusão

Administrar cristalóide e reavaliar a cada 250–500 mL

Se não houver resposta após 1500 mL de cristalóide, iniciar transfusão

Observar risco de diluição dos fatores de coagulação

Indicar transfusão nos seguintes casos:

Instabilidade hemodinâmica

Coagulopatia

Falta de resposta à infusão de cristalóide

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11
Q

Quais são as metas transfusionais no tratamento da hemorragia puerperal?

A

Hemoglobina > 8 g/dL

Hematócrito entre 21–24%

Plaquetas > 50.000/mm³ (ou > 100.000/mm³ se houver sangramento ativo)

Tempo de protrombina < 1,5x o controle

TTPA < 1,5–1,7x o controle

Fibrinogênio > 200 mg/dL

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12
Q

Em um caso de hemorragia puerperal aguda, qual a conduta inicial imediata?
A) Administrar ocitocina IM
B) Realizar histerectomia de urgência
C) Iniciar dois acessos venosos calibrosos e reposição volêmica com cristalóide
D) Solicitar ultrassonografia transvaginal

A

C

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13
Q

Qual dos seguintes exames deve ser solicitado rotineiramente na avaliação inicial da hemorragia puerperal?
A) Teste de Coombs direto
B) Prova cruzada
C) Urocultura
D) Ecocardiograma

A

B

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14
Q

Em uma paciente com hemorragia puerperal e índice de choque ≥ 0,9, qual a próxima conduta?
A) Aguardar resposta à infusão de até 2000 mL de cristalóide
B) Iniciar antibioticoterapia empírica
C) Considerar necessidade de transfusão sanguínea
D) Realizar curetagem uterina imediata

A

C

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15
Q

Qual dos seguintes parâmetros indica falha na resposta à infusão de cristalóide e necessidade de iniciar transfusão?
A) Hipotensão leve após 500 mL de soro
B) Instabilidade hemodinâmica persistente após infusão de 1500 mL de cristalóide
C) Diurese > 50 mL/h
D) Hemoglobina inicial de 10 g/dL

A

B

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16
Q

Em relação às metas transfusionais na hemorragia puerperal, assinale a alternativa incorreta:
A) Fibrinogênio deve ser mantido > 200 mg/dL
B) TTPA deve ser < 2,0x o controle
C) Hemoglobina deve ser mantida > 8 g/dL
D) Plaquetas devem ser mantidas > 100.000/mm³ se sangramento ativo

A

B (o valor correto do TTPA é < 1,5–1,7x o controle)

17
Q

. Em paciente com sangramento pós-parto e coagulopatia, a transfusão está indicada. Qual outro achado também justifica transfusão imediata?
A) Presença de dor abdominal
B) Perda estimada < 500 mL
C) Instabilidade hemodinâmica
D) Saturação de oxigênio > 95%

18
Q

Como investigar os 4 Ts

A

Tônus - avaliar tônus uterino (atonia)
Trauma - revisar canal do parto (vagina, colo, istmo se cesárea prévia)
Tecido - reavaliar cavidade uterina / placenta
Trombina - avaliar história de coagulopatia (doenças prévias, medicações, anticoagulantes) , coagulograma

19
Q

Como é feito o tratamento da atonia uterina?

A

Medidas gerais + massagem uterina bimanual (manobra de taxe) + Ocitocina (5UI IV bolus em 3 min, 20-40 UI em 500 ml a 250 ml/h). Se sem resposta - adicionar ergometrina ( 0,2 mg, IM) Se ainda sem resposta- adicionar Misoprostol (800 mcg, via retal) . Sem resposta: balão de tamponamento intrauterino (BIU) por 24h . Ainda sem resposta: ligaduras vasculares ou suturas hemostáticas (B-Lynch) . Se nada de resposta : Histerectomia.

Obs: ergometrina contraindicada para hipertensas e pré-eclâmpsia

Ácido Tranexâmico usado simultaneamente aos uterotônicos, feito 1 g IV, lento . 1ml/min

20
Q

Qual o uterotônico de primeira escolha no tratamento da HPP?

21
Q

Quais são os uterotônicos utilizado no tratamento da HPP?

A

-Ocitocina : EV - primeira escolha
-Ergometrina/ metilergometrina: IM - contraindicado se hipertensão ou doença cardíaca
-Misoprostol: VR
-Ácido tranexâmico : utilizado em todos os casos de HPP junto com ocitocina

22
Q

Como é feito o tratamento do trauma?

A

Lacerações: sutura de lacerações; revisão do colo uterino e vagina

Hematoma: avaliar necessidade de drenagem e exploração cirúrgica; maior atenção nos partos operatórios

Inversão uterina: manobra de Taxe; laparotomia

Rotura uterina: laparotomia; revisar segmento se HPP e cesárea anterior

23
Q

Qual o quadro clínico da inversão uterina ?

A
  • Dor abdominal importante
    -Invaginação do fundo uterino para a vagina - massa uterina na vagina e abdome com útero não palpável
  • Choque neurogênico (choque vasovagal): bradicardia e hipotensão desproporcional ao sangramento
24
Q

Quadro clínico da rotura uterina:

A

-Bradicardia fetal
-Distensão do segmento uterino e palpação do ligamento redondo retesado (sinal de Banl-Frommel)
-Não se sente mais a apresentação ao toque vaginal
-Contrações param subitamente com melhora temporária da dor
-Hemorragia intra-abdominal (sinal de Lafont e sinal de Cullen)
-Sinais de choque hemorrágico

25
Tratamento da causa de HPP por tecido:
Retenção Placentária : > 30 minutos do parto --> extração manual e curagem uterina Restos placentários: curetagem Acretismo placentário: não remover a placenta , histerectomia com placenta in situ
26
Qual o tratamento da HPP causada pelo último T - Trombina?
Concentrado de hemácias, plasma fresco congelado, plaquetas, criopreciptado Fator VII ativado, desmopressina, protamina, concentrado de fibrinogênio Protocolo de transfusão maciça: 6 concentrados de hemácia + 6 unidades de plasma fresco congelado + 1 pool de plaquetas