NCS SP 1.3 - TUTORIA Flashcards

1
Q

Quais são os principais fatores de risco gerais para desenvolvimento de hemopatias malignas?

A
  • Fatores genéticos (principalmente);
  • Ambientais:
    *Radiação (sobre a medula óssea, é leucemogênica);
    *Fármacos;
    *Agentes químicos (exposição ao benzeno - Leucemia Mieoloide Aguda);
    *Infecções (HIV, EBV e H. pylori).
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2
Q

As mutações genéticas que levam às neoplasias hematológicas podem ocorrer por uma variedade de mecanismos. Quais são elas?

A
  • Translocações cromossômicas (principalmente);
  • Mutações pontuais;
  • Deleções de genes;
  • Duplicação cromossômica.
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3
Q

As translocações cromossômicas são as alterações genéticas características das hemopatias malignas. Cite algumas doenças em que essa mutação está presente.

A

Leucemia mieloide crônica (LMC);
Leucemia linfoblástica aguda de células B (LLA-B);
Leucemia mieloide aguda (LMA);
Linfoma folicular e de Burkitt.

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4
Q

Qual a relação entre as enzimas tirosinoquinases e as hemopatias malignas?

A

As tirosinoquinases são enzimas que fosforilam proteínas, sendo importantes na sinalização celular. As mutações nas tirosinoquinases são origem de diversas hemopatias malignas e são alvos de inúmeros fármacos, altamente eficazes. Ex:
*JAK2 nas neoplasias mieloproliferativas

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5
Q

Qual a diferença entre mutações condutoras e mutações conduzidas? Qual a relação disso com o tratamento das neoplasias malignas?

A

As mutações condutoras são aquelas que conferem uma vantagem de crescimento seletiva a uma célula cancerosa. Já as mutações conduzidas não apresentam tal vantagem, podendo ja estar presentes na célula que se origina o câncer, ou de maneira neutra na célula em proliferação. É importante, assim, que os tratamentos com fármacos de ação direcionada tenham como alvo a atividade de mutações condutoras.

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6
Q

Conceitue leucemia

A

Leucemias são um grupo de doenças clonais caracterizadas pelo acúmulo de leucócitos malignos na medula óssea e no sangue. Tais células anormais causam sintomas por:
1. Insuficiência da medula óssea (anemia, neutropenia, trombocitopenia);
2. Infiltração de órgãos (baço, linfonodos, fígado, cérebro, meninges, pele ou testículos).

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7
Q

Como são classificadas as leucemias?

A

São classificadas em 4 tipos (leucemias agudas e crônicas que se subdividem em linfoides ou mieloides).

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8
Q

Caracterize a origem hematopoiética mieloide e linfoide

A

Uma célula tronco pluripotente da medula óssea dá origem a uma célula progenitora mieloide e outra linfoide;
(1) A célula progenitora mieloide dará origem aos eritrócitos, plaquetas, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos;

(1) A célula tronco linfóide dará origem aos linfócitos T, B e células NK.

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9
Q

Caracterize as leucemias agudas

A

As leucemias agudas são doenças geralmente agressivas nas quais há uma transformação maligna das células-tronco hematopoiéticas ou de progenitores primitivos, tanto da linhagem mieloide, quanto linfoide. O dano genético envolve processos bioquímicos que resultam em:

(1) aumento da velocidade de produção;
(2) diminuição da apoptose;
(3) bloqueio na diferenciação celular.

As leucemias agudas caracterizam-se pela proliferação clonal e pelo bloqueio maturativo das células hematopoéticas, com substituição difusa da medula óssea por células neoplásicas.
A medula não consegue gerar células adultas e passa a produzir desordenadamente mais unidades celulares imaturas (blastos) para compensar essa falta, que não é efetiva. Isso agrava ainda mais o quadro, podendo levar a medula óssea ao colapso e a sua insuficiência. A leucemia aguda é definida pela presença de mais de 20% de blastos na medula óssea na apresentação clínica.

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10
Q

Qual o aspecto clínico dominante da leucemia aguda?

A

O aspecto clínico dominante da leucemia aguda é a insuficiência da medula óssea, causada pelo acúmulo de blastos, embora também costume ocorrer infiltração tecidual. Se não forem tratadas, as leucemias agudas são, via de regra, rapidamente fatais, porém, com o tratamento moderno, a maioria dos pacientes jovens consegue a cura da doença.

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11
Q

Caracterize a leucemia mieloide aguda

A

Doença clonal do tecido hematopoético caracterizada pela transformação maligna e proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mieloide.

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12
Q

Qual o quadro clínico da leucemia mieloide aguda?

A

*Produção insuficiente das células sanguíneas normais, por insuficiência medular -> anemia, neutropenia e trombocitopenia;

  • Anemia: fadiga, palidez, anorexia;
  • Neutropenia: infecções
  • Trombocitopenia: hemorragia de gravidade variável.

*Coagulação intravascular disseminada (CIVD) é característica da LMA promielocítica (pode levar a sangramentos);

*Infiltração leucêmica pode levar à hepatomegalia, esplenomegalia, hipertrofia das gengivas e dor óssea;

*Hipertrofia da gengiva, infiltração da pele e do SNC são características dos subtipos mielomonocítico e monocítico.

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13
Q

Cite uma característica epidemiológica da leucemia mieloide aguda

A

A LMA é rara na infância e corresponde cerca de 80% das leucemias agudas no adulto.

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14
Q

Cite uma característica morfológica comum dos blastos da leucemia mieloide aguda

A

Presença dos bastões de Auer

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15
Q

Quais fatores de risco estão associados a LMA?

A
  • Doenças genéticas como Síndrome de Down e Klinefelter;
  • Exposição à radiação e alguns quimioterápicos;
  • Exposição à agentes químicos como solventes, pesticidas, benzeno
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16
Q

Como é feito o diagnóstico da LMA?

A

Considerando inicialmente a anamnese e o exame físico, o diagnóstico é feito por hemograma e mielograma. No hemograma observa-se anemia normocítica e normocrômica; trombocitopenia; leucocitose com blastos mileoides exceto na LMA promielocítica (M3). No mielograma é feita a caracterização morfológica das células leucêmicas; presença de bastonetes de Auer; Blastos > de 20%. Não é mandatário realizar biópsia de medula óssea.

Além disso, pode ser realizado imunofenotipagem e análise citogenética e molecular para definir melhor o prognóstico e terapias alvo.

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17
Q

Como se dá o tratamento da LMA?

A

Objetiva remissão total, com <5% de blastos na medula, hemograma e status clínicos normais. O tratamento varia e pode ser geral e específico.

Medidas gerais:
-> Acesso venoso central de longa permanência;
-> Hidratação vigorosa;
-> Controle os dados vitais: PA, FC, temperatura;
-> Suporte transfusional de hemácias e plaquetas;
-> Prevenção da lise tumoral;
-> Antiparasitários, antibióticos, antifúngicos;
-> Terapia antiemética;

Tratamento específico:
- Quimioterapia intensiva;
- Ás vezes profilaxia de SNC;
- O transplante de celulas-tronco alogênica pode ser uma opção em casos de mau prognóstico ou recidiva.

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18
Q

Caracterize a leucemia linfoblástica aguda

A

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é causada pela transformação maligna e acúmulo de linfoblastos na medula óssea e é a doença maligna mais comum na infância. As linhagens acometidas são a das células B (85%) e T (15%). A LLA subclassifica-se de acordo com o defeito genético subjacente, dos quais há ampla
variedade. O número de cromossomos nas células leucêmicas tem importância prognóstica: as células hiperdiploides (> 50 cromossomos) têm melhor prognóstico, ao passo que as células hipodiploides (<45 cromossomos) são acompanhadas de mau prognóstico. Outras anormalidades citogenéticas são t(12;21) e t(9;22) (minoria).

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19
Q

Quais os aspectos clínicos da LLA?

A

Insuficiência da medula óssea:
- Anemia (palidez, letargia, dispneia);
- Neutropenia (febre, mal-estar, infecções);
- Trombocitopenia (equimoses espontâneas, púrpura, sangramento gengival e menorragia)

Invasão de órgãos pelas células leucêmicas:
- Dor óssea, linfonodopatia, esplenomegalia, hepatomegalia, síndrome meníngea (cefaleia, náuseas e vômitos, visão turva, diplopia)

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20
Q

V ou F
Se houver predomínio de massas linfonodais ou extranodais, com < 20% de blastos na medula óssea, a doença é denominada linfoma linfoblástico, mas tratada como LLA.

A

Verdadeiro.

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21
Q

Como é feito o diagnóstico da LLA?

A

Considerando inicialmente a anamnese o exame físico, a LLA pode ser diagnosticada por meio de achados laboratoriais. O hemograma, na maioria dos casos, mostra anemia normocítica normocrômica e trombocitopenia, leucocitose com blastos linfoides; raras vezes com leucopenia;

Apesar da biópsia da medula óssea não ser obrigatória, o mielograma permite a caracterização morfológica das células leucêmicas – classificação FAB; Blastos > 20%;

A imunofenotipagem pode ser utilizada para diferenciação do fenótipo B ou T.

22
Q

Como se dá o tratamento da LLA?

A

Objetiva remissão total, com <5% de blastos na medula, hemograma e status clínicos normais. O tratamento varia e pode ser geral e específico.

Tratamento geral:
- O mesmo da LMA.

Tratamento específico:
Os complexos protocolos de tratamento de LLA geralmente têm quatro componentes: indução de remissão, intensificação, tratamento direcionado ao SNC e manutenção. Normalmente é feito com quimioterapia, corticoides e às vezes radioterapia.

23
Q

Caracterize a leucemia mieloide crônica

A

Leucemia mieloide (ou mielocítica) crônica BCR-ABL1+ (LMC) é um distúrbio clonal de uma célula-tronco pluripotente. A doença é responsável por cerca de 15% das leucemias e embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre 40 e 60 anos. O diagnóstico de LMC raramente é difícil; é confirmado pela presença característica do cromossomo Filadélfia (Ph, do inglês, Philadelphia). Ele resulta da translocação t(9:22) entre os cromossomos 9 e 22, em que parte do oncogene ABL1 é transferida para o gene BCR no cromossomo 22, e parte do cromossomo 22 é transferida para o cromossomo 9. Este cromossomo 22 anormal é o cromossomo Ph. O gene resultante codifica uma proteína de fusão com uma atividade tirosinoquinase aumentada, que induz a proliferação celular e reduz apoptose.

24
Q

V ou F
Em relação à LMC, em 50% dos casos, o diagnóstico é notado incidentalmente, ao fazer-se um hemograma por outra causa.

A

Verdadeiro. (Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

25
Q

Qual o quadro clínico da LMC?

A

Nos casos em que a doença já se apresenta com sintomas/sinais clínicos, os aspectos gerais são os seguintes:
1. Sintomas relativos a hipermetabolismo (p. ex., perda de peso, lassidão, anorexia ou suores noturnos).
2. A esplenomegalia está quase sempre presente e pode ser volumosa. Em alguns pacientes, o aumento do baço associa-se a considerável desconforto abdominal, dor ou indigestão.
3. Sintomas de anemia, como palidez, dispneia e taquicardia.
4. Equimoses, epistaxe, menorragia e hemorragia em outros locais devido ao defeito funcional das plaquetas.
5. Gota ou insuficiência renal causadas pela hiperuricemia do catabolismo excessivo de purina.

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

26
Q

A leucemia mieloide crônica pode avançar para uma transformação acelerada e uma transformação blástica (aguda) caracterize cada uma delas.

A

A transformação aguda (≥ 20% de blastos no sangue ou na medula óssea) pode ocorrer rapidamente, em dias ou semanas, mas é mais comum haver antes uma fase acelerada, com anemia, trombocitopenia (plaquetas < 100 × 10³/μµL), basofilia > 20%, blastos nos sangue e blastos de 10 a 19% na medula óssea. O baço pode estar aumentado, apesar da contagem de leucócitos no sangue estar contida, e a biópsia costuma mostrar fibrose medular. Essa fase pode durar vários meses e em cerca de um quinto dos casos, a transformação aguda é linfoblástica, e vários entre esses pacientes, se tratados de modo semelhante ao da LLA, retornam à fase crônica. (Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

27
Q

Quais os achados laboratoriais da LMC?

A
  1. Leucocitose é o principal aspecto, e pode atingir cifras superiores a 200 × 10³/µL. Um espectro completo de células mieloides é visto no sangue periférico. Os níveis de neutrófilos e mielócitos excedem aos de blastos e promielócitos.
  2. Aumento de basófilos no hemograma é característico.
  3. Anemia normocítica normocrômica é comum.
  4. Medula óssea hipercelular com predominância granulocitopoética e fibrose.
  5. Presença do cromossomo Ph na análise citogenética.
  6. Ácido úrico sérico geralmente aumentado.

(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

28
Q

Como é analisado o prognóstico da LMC?

A

O mais usado é o escore de Sokal, que leva em conta idade, porcentagem de blastos, dimensões do baço e contagem de plaquetas. Atualmente, a medida prognóstica mais relevante é a velocidade de resposta ao tratamento com um inibidor de tirosinoquinase. (Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

29
Q

Qual o tratamento da LMC?

A

Os inibidores da tirosinoquinase (TKI) são a base do tratamento de LMC. Cerca de 60% dos pacientes que recebem inatibe alcançam uma excelente resposta; os demais 40% passam a um agente de segunda linha devido à intolerância ou resistência aos inibidores. O transplante de células-tronco alogênicas pode ser curativo e também utilizado como recurso contra doença avançada.
(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

30
Q

Caracterize a leucemia linfoide crônica

A

Várias doenças são incluídas neste grupo e caracterizadas pelo acúmulo de linfócitos maduros no sangue de tipo celular B ou T. Esses linfócitos são funcionalmente incompetentes. A linfocitose é crônica e persistente e acredita-se que a LLC clínica se desenvolva a partir da linfocitose B monoclonal. As células da LLC, em geral, exibem diminuição da apoptose e sobrevida prolongada, o que se reflete em acúmulo no sangue, na medula óssea, no fígado, no baço e nos linfonodos.
(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

31
Q

Qual a epidemiologia da LLC?

A

É a leucemia mais comum na Europa e nos EUA, mas é menos frequente no resto do mundo. A leucemia linfocítica crônica B (LLC-B) representa 90% dos casos e tem um pico de incidência entre 60 e 80 anos. Há uma predisposição genética e predomina no sexo masculino.
(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

32
Q

Quais os aspectos clínicos da LLC?

A
  1. A idade média ao diagnóstico é 72 anos, com apenas 15% dos casos antes dos 50 anos de idade. Predomina no sexo masculino na proporção aproximada de 2:1.
  2. Mais de 80% dos casos são diagnosticados em hemograma de rotina, feito por outro motivo.
  3. O aumento simétrico de linfonodos cervicais, axilares ou inguinais é o sinal clínico mais frequente. Os linfonodos, em geral, não se fundem e são insensíveis.
  4. Podem estar presentes sinais e sintomas de anemia, e os pacientes com trombocitopenia podem ter manifestações purpúricas.
  5. Esplenomegalia e, menos vezes, hepatomegalia são comuns em estágios tardios.
  6. Imunossupressão é um problema significativo que resulta da hipogamaglobulinemia e disfunção da imunidade celular. No início da doença predomina, infecções bacterianas, como sinusite e infecções pulmonares; na doença avançada predominam infecções fúngicas e virais, sobretudo herpes-zóster. Os pacientes devem receber vacina pneumocócica conjugada.
  7. É comum o desenvolvimento de autoimunidade contra células do sistema hematopoiético. Anemia hemolítica autoimune é a mais frequente, porém trombocitopenia e neutropenia podem ocorrer.
  8. A aspiração da medula óssea pode mostrar infiltração linfocítica que pode chegar à substituição de 95% dos componentes mieloides normais, o que também gera anemia.

(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

33
Q

Quais são os achados laboratoriais da LLC?

A
  1. Linfocitose. A contagem absoluta de linfócitos clonais B, por definição, é > 5 × 10%µL, mas pode ultrapassar 300 x 10 μL. De 70 a 99% dos leucócitos do sangue têm aspecto de pequenos linfócitos;
  2. A imunofenotipagem dos linfócitos mostra que são células B (CD19 de superfície) com níveis baixos de imunoglobulina de superfície (IgM ou IgD) e expressão de apenas uma cadeia leve;
  3. Há diminuição da concentração de imunoglobulinas séricas, mais intensa na doença avançada.
    (Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)
34
Q

Como é feito o estadiamento da LLC?

A

É útil estadiar os pacientes por ocasião do diagnóstico, tanto para a estimativa prognóstica como para a escolha do tratamento. Os sistemas de estadiamento que podem ser utilizadados são os de Rai e Binet.
(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

35
Q

Como se dá o tratamento da LLC?

A

A curabilidade da LLC é diminuta, portanto, é preferível um tratamento conservador com o objetivo de controlar os sintomas, e não de normalizar o hemograma. De fato, quimioterapia muito precoce pode diminuir a expectativa de vida, em vez de aumentá-la. Outro fato importante é que muitos pacientes nunca requerem tratamento; este é indicado no caso de linfonodopatias ou esplenomegalia incomodativas, sintomas sistêmicos, como emagrecimento ou supressão da medula óssea pela infiltração linfoide. A contagem de linfócitos isoladamente não é um bom guia para o tratamento, mas a duplicação em < 6 meses é indicativa de necessidade próxima de iniciá-lo. Em geral, os pacientes no estágio C de Binet necessitarão de tratamento, assim como alguns no estágio B.
(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)

36
Q

Caracterize os linfomas

A

Os linfomas são um grupo de neoplasias causadas por linfócitos malignos que se acumulam nos linfonodos e produzem o quadro clínico característico de linfonodopatias. Às vezes, eles podem invadir o sangue (“fase leucêmica”) ou infiltrar órgãos fora do tecido linfoide;
Os linfomas são subdivididos em linfoma de Hodgkin e linfomas não Hodgkin, com base na presença histológica de células de Reed-Sternberg (RS) no linfoma de Hodgkin. As células de Reed-Sternberg são células B neoplásicas, porém as células do linfonodo são, em sua maioria, células inflamatórias reacionais.
(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

37
Q

Caracterize o linfoma de Hodgkin

A

No linfoma de Hodgkin, as células RS características e as células mononucleares anormais associadas são neoplásicas, ao passo que as células inflamatórias infiltrantes são reacionais. Sugere-se que a célula de RS é de linhagem linfoide B, com um gene de imunoglobulina “aleijado”, ocasionado pela aquisição de mutações que impedem a síntese de uma imunoglobulina completa. As células do tumor costumam perder a expressão de HLA classe I;
O genoma do vírus de Epstein-Barr (EBV) é detectado em mais de 50% dos casos no tecido Hodgkin, porém seu papel na patogênese é incerto;

A doença pode surgir em qualquer idade, mas é rara em crianças e tem um pico de incidência em adultos jovens. Há predominância no sexo masculino de quase 2:1.

(Fundamentos de Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

38
Q

Quais são os aspectos clínicos da doença de Hodgkin?

A
  • Linfonodopatias assimétricas indolores, mais comuns no pescoço, constituem a apresentação clínica comuns. Tais linfonodos são firmes e separados e incluem, em ordem decrescente de incidência: cervicais, axilares e inguinais.
  • Os sintomas sistêmicos são proeminentes em pacientes com doença avançada: febre, perda de peso, sudorese.

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

39
Q

Quais os achados laboratoriais do Linfoma de Hodgkin?

A
  • anemia normocítica e normocrômica, neutrofilia, eosinofilia, aumento da desidrogenase láctica e da velocidade de sedimentação globular.
    (Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)
40
Q

Como é feito o diagnóstico do Linfoma de Hodgkin?

A

O diagnóstico é feito por exame anatomopatológico de linfonodo exciso. Nele, encontram-se a célula de Reed-Stenberg (RS) multinucleada, as células mononucleares de Hodking (que também fazem parte do clone maligno) e os componentes inflamatórios (neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, plasmócitos, histiócitos, etc..). Apesar da classificação histológica dividir o linfoma de Hodgkin em quatro tipos, não há diferença no prognóstico ou tratamento.

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

41
Q

Cite um aspecto morfológico característico da célula RS

A

Célula multinucleada com aspecto característico de olhos de coruja

42
Q

Como é feito o estadiamento do linfoma de Hodgkin?

A

O estadiamento da doença é importante para a escolha do tratamento e para o prognóstico. Para esse fim são usados: história, exame físico, exames de sangue, TC e TEP scan.

No estágio I há envolvimento de uma região de linfonodos. No estágio II, a doença envolve duas ou mais regiões de linfonodos confinadas em um lado do diafragma. No estágio III, a doença envolve linfonodos acima e abaixo do diafragma. A doença esplênica é incluída no estágio III. No estágio IV, ocorre envolvimento fora das regiões de linfonodos e doença difusa ou disseminada na medula óssea, no fígado e em outros locais extranodais.

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

43
Q

Como se dá o tratamento e o prognóstico do linfoma de Hodgkin?

A

O tratamento é feito com radioterapia, quimioterapia ou combinação de ambos, que depende do estágio. O prognóstico é favorável, com curabilidade ultrapassando os 85%. Os efeitos tardios, entretanto, são preocupantes e podem envolver: tumores malignos secundários, como câncer de pulmão e de mama, LMA, problemas intestinais, doença arterial coronária, etc..

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

44
Q

Caracterize os linfomas não Hodgkin

A

Grande grupo de tumores linfoides clonais, cerca de 85% originados de células B e 15% de células T ou NK. Os linfomas B tendem a mimetizar as células B em diferentes estágios de desenvolvimento, podendo ser divididos entre os que se assemelham a precursores de células B encontrados na medula óssea, e os que se assemelham a células dos centros germinativos (CG) e a células pós-CG nos linfonodos. As células dos linfomas T assemelham-se a precursores de células T da medula óssea ou do timo, ou a células T periféricas maduras.
(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed).

45
Q

Diferencie os linfomas não Hodgkin de baixo e alto graus

A

Os linfomas não Hodgkin (LNH) constituem um grupo diverso de doenças, variando de tumores altamente proliferativos e rapidamente fatais até alguns dos tumores malignos mais indolentes e bem-tolerados. Linfomas de baixo grau são indolentes, respondem bem à quimioterapia, porém são muito difíceis de curar. Em contrapartida, os linfomas de alto grau são agressivos e necessitam de tratamento imediato, mas muitas vezes são potencialmente curáveis.

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed).

46
Q

Qual a patogênese do linfoma não Hodgkin?

A

A etiologia persiste desconhecida na maioria dos casos de linfoma, embora agentes infecciosos sejam importantes como causa de alguns subtipos (EBV no linfoma de Burkitt, por ex.). Há, também, considerável variação geográfica. Anormalidades citogenéticas são frequentes, muitas vezes envolvendo os genes de imunoglobulina nas neoplasias de origem B.
(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed).

47
Q

Cite alguns dos subtipos mais comuns de linfomas não Hodgkin

A

Linfoma folicular, linfoma difuso de células B grande, linfoma linfocítico, lifoma de Burkitt, etc..

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed).

48
Q

Quais são os aspectos clínicos dos linfomas não Hodgkin?

A
  1. Linfonodopatia superficial:
    A maioria dos pacientes apresenta aumento assimétrico e indolor de linfonodos em uma ou mais regiões de linfonodos periféricos.
  2. Doença abdominal:
    O fígado e o baço estão frequentemente aumentados, e o envolvimento de linfonodos retroperitoneais e mesentéricos é comum. O trato gastrintestinal é o sítio extranodal mais envolvido depois da medula óssea, e os pacientes podem apresentar-se com sintomas abdominais agudos.
  3. Envolvimento orofaríngeo:
    Em 5 a 10% dos pacientes há envolvimento das estruturas linfoides da orofaringe (anel de Waldeyer), o que pode causar queixas de dor de garganta ou de respiração ruidosa ou obstruída.
  4. Manifestações das citopenias:
    Sinais e sintomas de anemia, infecções devidas a neutropenia ou púrpura com trombocitopenia podem estar presentes à apresentação em pacientes com acometimento difuso da medula óssea. As citopenias também podem ser autoimunes ou decorrentes de sequestração esplênica.
  5. Sintomas sistêmicos:
    Febre, sudorese noturna e perda de peso são menos frequentes do que no linfoma de Hodgkin. Sua presença, em geral, está associada com doença disseminada.

(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

49
Q

Como é feito o diagnóstico dos linfomas não Hodgkin?

A

Exame histopatológico de biópsia excisional de linfonodo ou de outro tecido afetado (p. ex., medula óssea ou tecido extranodal) é a investigação definitiva. Exames de imagem, como TEP/TC e radiografia, são utilizados para estadiamento. Análise imunofenotípica e genética auxiliam a distinção entre os subtipos e as mutações presentes.
(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

50
Q

Quais são os achados laboratoriais nos linfomas não Hodgkin?

A
  1. Na doença avançada com o envolvimento da medula óssea pode haver anemia, neutropenia ou trombocitopenia.
  2. A desidrogenase láctica sérica eleva-se em doença extensa e de proliferação rápida.
  3. Pode haver hiperuricemia.
  4. Células linfomatosas no sangue periférico.
    (Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed.)
51
Q

Qual o tratamento dos linfomas não Hodgkin?

A

O tratamento dos LNH baseia-se em uma variedade de regimes de quimioterapia. Os anticorpos anti-CD20 são usados em muitos casos de linfomas de células B e melhoraram significativamente o prognóstico.
(Fundamentos em Hematologia, Hoffbrand, 7ed)

52
Q

Diferencie tumores sólidos de não sólidos

A
  • Os tumores sólidos são massas de células neoplásicas como os sarcomas (mesenquimais sólidos) e carcinomas (epiteliais sólidos) e neles incluem-se o câncer de próstata, pulmão, cervical, etc..
  • Os tumores não sólidos ou hematológicos são tumores mesenquimais originados do sangue, como as leucemia e os linfomas.
    (Ulife; Robbins, 9ed; Tratado de Oncologia.)