NCS SP1 - TUTORIA Flashcards

1
Q

Diferencie neoplasia, tumor e câncer

A

-> Neoplasia significa um novo crecimento. A neoplasia pode ser melhor definida como um distúrbio de crescimento celular, gerando uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo, descontrolado autônomo, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes ou proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. O distúrbio do crescimento persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações;
-> O termo tumor é atualmente equivalente à neoplasia. Oncologia (do grego onco = tumor) é o estudo dos tumores ou dos neoplasmas. Os tumores podem ser benignos e malignos;
-> Tumores ou neoplasias malignas são coletivamente denominados como cânceres.
(Robbins, 9ed.) (Bogliolo, 10ed.)

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2
Q

Classifique as informações a seguir como verdadeiras ou falsas e assinale a alternativa correta

l. Neoplasias podem ser causadas por mutações adquiridas que afetam uma única celula e sua progênie clonal;

ll. Mutações causais fornecem para a célula neoplásica uma vantagem de sobrevivência e de crecimento, resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais fisiológicos de crescimento (autônoma).

a) apenas I é verdadeira
b) apenas II é verdadeira
c) as duas são verdadeiras
d) as duas são falsas

A

c)

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3
Q

Quais são os dois componentes básicos de todo tumor?

A

(1) células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral;

(2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo.

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4
Q

Considere (1) componente paraquimentoso do tumor e (2) estroma do tumor.

Qual deles se relaciona com a classificação do tumor e o seu comportamento biológico e qual está relacionado com o seu crescimento e disseminação?

A

A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso, mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma.

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5
Q

Cite as principais diferenças entre neoplasias benigna e maligna

A

BENIGNO:
-> Diferenciação/Anaplasia:
*Bem diferenciado, estrutura algumas vezes típica do tecido de origem.

-> Taxa de crescimento:
*Normalmente progressivo e lento, pode chegar a uma paralisação ou regredir, figuras mitóticas raras e normais.

-> Invasão Local:
*Normalmente massa coesa e bem demarcada que não invade ou se infiltra em tecidos normais circundantes.

-> Metástase:
*Ausente

MALIGNO:
-> Diferenciação/Anaplasia:
*Variado, apresentando sempre alguma falta de diferenciação (anaplasia); estrutura muitas vezes atípica.

-> Taxa de crescimento:
*Irregular, pode ser de lento a rápido; figuras mitóticas podem ser numerosas e anormais.

-> Invasão Local:
*Localmente invasivo, infiltrando tecido circundante; às vezes pode ser enganosamente coeso e expansivo.

-> Metástase:
*Frequente; mais provável com grandes tumores primários indiferenciados.

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6
Q

Como é feita a nomenclatura dos tumores benignos?

A

Em geral, os tumores benignos são designados ligando o sufixo -oma ao nome do tipo de célula a partir do qual se origina o tumor. Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem essa regra. Por exemplo, um tumor benigno que surge nos tecidos fibrosos é denominado fibroma, enquanto um tumor cartilaginoso benigno é denominado condroma. (Robbins, 9ed).

Por outro lado, a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa; alguns são classificados com base em suas células de origem, outros no padrão microscópico, e sua arquitetura macroscópica. O termo adenoma é aplicado a uma neoplasia epitelial benigna derivada de glândulas, apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. (Robbins, 9ed.)

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7
Q

Cite 5 tumores benignos de origem mesenquimal

A

Leiomioma
Osteoma
Lipoma
Fibroma
Condroma

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8
Q

Como é feita a nomenclatura dos tumores malignos?

A
  • Os tumores malignos que surgem em tecidos mesenquimais sólidos são geralmente chamados de sarcomas, ex: leiomiosarcoma, fibrossarcoma, condrossarcoma;
  • células formadoras de sangue são as leucemias (literalmente, sangue branco) ou linfomas (tumores de linfócitos ou seus precursores);
  • As neoplasias malignas de origem nas células epiteliais são denominadas carcinomas;
  • Os carcinomas podem ser ainda mais especificados. O termo carcinoma de células escamosas denota um câncer em que as células tumorais lembram o epitélio escamoso estratificado, e adenocarcinoma denota uma lesão em que as células epiteliais neoplásicas crescem em um padrão glandular;
  • Não é infrequente que um câncer seja composto por células de origem tecidual desconhecida,devendo ser designado meramente como um tumor maligno indiferenciado.

(Robbins, 9ed.)

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9
Q

Diferencie pólipo de pólipo adenomatoso

A

Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível acima da superfície mucosa e se projeta, por exemplo, na luz gástrica ou colônica, denomina- se pólipo. Se o pólipo possuir tecido glandular, ele é chamado de um pólipo adenomatoso.

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10
Q

Caracterize a metaplasia

A

A metaplasia é definida como a substituição, em um tecido, de um tipo celular por outro tipo celular da mesma linhagem. A metaplasia quase sempre é encontrada em associação com os processos de dano, reparo e regeneração teciduais adaptativos, em resposta a algum tipo de alteração ambiental. Por exemplo, o refluxo gastro-esofágico danifica o epitélio escamoso do esôfago, levando à sua substituição por epitélio glandular (gástrico ou intestinal), mais adaptado a um ambiente ácido. Embora seja um processo adaptativo, algumas vezes a mudança de um epitélio em outro pode ser danosa: (a) metaplasia escamosa na árvore respiratória favorece infecções pulmonares; (b) quando prolongada, a metaplasia pode sofrer outras alterações na expressão gênica e constituir lesão pré-cancerosa. (Robbins, 9ed) (Bogliollo, 10ed).

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11
Q

Caracterize a displasia

A

O termo displasia literalmente significa ‘‘crescimento desordenado’’. É caracterizada por várias alterações, incluindo um pleomorfismo (alteração do tamanho e forma) considerável, perda da uniformidade das células individuais, arquitetura desordenada e desorientada, mitoses abudantes, assim como núcleos hipercromáticos grandes com uma grande razão núcleo-citoplasma. É encontrada principalmente em epitélios.
(Bogliollo, 10ed)

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12
Q

Qual a relação entre a metaplasia e a displasia?

A

Muitas vezes, displasias encontram-se associadas a metaplasia ou nela se originam, entretanto, nem todos epitélios metaplásicos são displásicos. (Bogliollo, 10ed)

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13
Q

Qual a relação entre as displasias e os cânceres?

A

As principais lesões pré-cancerosas são as displasias. Quanto mais desenvolvida é a lesão, maior é a probabilidade de evoluir para câncer. Entretanto, nem toda lesão pré-cancerosa caminha para um tumor maligno. Com a remoção das causas agressoras, displasias leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser completamente reversíveis (Robbins, 9ed) (Bogliollo, 10ed.)

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14
Q

Qual a relação entre as displasias, tecidos epiteliais e desenvolvimento de cânceres?

A

As displasias são encontradas principalmente em tecidos epiteliais. Para indicar o risco da displasia evoluir para lesões mais graves, a OMS adota a denominação neoplasias intraepiteliais, de baixo ou de alto grau, conforme a intensidade e a extensão das alterações celulares. Quanto mais indiferenciada e extensa é a lesão, maior o risco de evolução para um câncer. Assim, fala-se em neoplasia intraepitelial cervical (NIC), neoplasia intraepitelial vulvar (NIV), neoplasia intraepitelial da próstata (PIN). (Robbins, 9ed.) (Bogliollo, 10ed)

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15
Q

V ou F
Certas hiperplasias ou neoplasias benignas podem ser lesões pré-cancerosas.

A

Verdadeiro. Como a hiperplasia do endométrio e os pólipos adenomatosos do intestino grosso. A regeneração hiperplásica que ocorre no fígado cirrótico também é um elemento importante na gênese do carcinoma hepatocelular.

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16
Q

V ou F
Mutações hereditárias genéticas podem induzir o desenvolvimento de um câncer

A

Verdadeira. Defeitos em protooncogenes, em genes supressores de tumor ou em genes de reparo do DNA podem resultar em proliferação celular anormal, perda de diferenciação e câncer em idade precoce (Bogliollo, 10ed)

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17
Q

V ou F
Inflamações crônicas, infecciosas ou não podem aumentam o risco de câncer.

A

Verdadeiro. Por aumentar a taxa de regeneração celular pela destruição celular ou por ação de radicais livres liberados por leucócitos, que aumentam o número de mutações e favorecem instabilidade do genoma. (Bogliollo, 10ed)

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18
Q

Cite um fator que pode ajudar a diferenciar conceitualmente uma neoplasia de uma displasia ou hiperplasia

A

Autonomia de proliferação

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19
Q

Caracterize o colo do útero

A

Também conhecido como cérvice uterino, é a porção inferior do útero que se abre para vagina. Permite a passagem do bebê e da menstruação. Apresenta duas regiões importantes: Endocérvice (forma a parede do canal cervical, voltada para o útero) e Ectocérvice (voltada para a vagina).

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20
Q

Qual tecido reveste a endocérvice? Caracterize-o

A

Epitélio colunar simples com células secretoras de muco. Esse epitélio repousa sobre a lâmina própria/basal de tecido conjuntivo com glândulas secretoras de muco

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21
Q

Qual tecido reveste a ectocérvice? Caracterize-o

A

Epitélio escamoso estratificado não queratinizado que repousa sobre lâmina basal/própria de tecido conjuntivo. Tal epitélio apresenta camada basal com células que apresentam relação núcleo/citoplasma alta, ficando escuras. A medida em que se direciona pra superfície, as célula se achatam, com maior quantidade de citoplasma em relação ao núcleo, ficando mais claras. O estrógeno permite o armazenamento de glicogênio nas camadas intermediária e superficial desse epitélio

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22
Q

O epitélio da ectocérvice, quando maduro (durante a fase reprodutiva da mulher), é representado por quatro diferentes camadas. Quais são elas?

A

Basal
Parabasal
Intermediária
Superficial & escamosa

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23
Q

Caracterize morfologicamente as camadas da ectocérvice

A

células basais com relação nucleo/citoplasma alto alinhadas sobre uma membrana basal;
células parabasais com relação núcleo-citoplasma alto entre a camada basal e as camadas celulares maduras;
células intermediárias, poligonais e maduras;
células superficiais, com morfologia similar à das células intermediárias, porém com núcleo picnótico e pequeno.

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24
Q

Caracterize a JEC

A

A junção escamo-colunar ou JEC é uma zona de transição entre o epitélio do endocérvice e do ectocérvice. Nessa região, há uma relativa metaplasia fisiológica, porém por ser uma área de transformação fica mais sujeita a infecções e a processos inflamatórios.

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25
Q

Qual a relação da JEC com a infecção pelo HPV?

A

O epitélio metaplásico escamoso na JEC é mais suscetível à ação do papiloma vírus humano (HPV), que infecta inicialmente as células basais.

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26
Q

Que tipo de vírus é o HPV?

A

Vírus de DNA

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27
Q

O vírus do papiloma humano (HPV) têm tropismo pelo epitélio escamoso da pele e de mucosas, nas quais provoca quais tipos de lesões?

A

Lesões proliferativas benignas ou malignas

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28
Q

Qual o principal fator de risco para o câncer de colo de útero?

A

O principal fator de risco para o câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV)
(Bogliollo, 10ed)

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29
Q

Além da infecção pelo HPV, cite outros fatores de risco para o câncer de colo de útero

A

Outros fatores considerados de risco para o câncer do colo do útero são: tabagismo, contraceptivos orais e fatores reprodutivos. Desses, o mais importante é o tabagismo. Pacientes portadoras do HPV e fumantes têm risco muito maior de desenvolverem neoplasia intraepitelial de alto grau comparadas com pacientes não fumantes. (Bogliollo, 10ed.)

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30
Q

Excetuando-se o câncer da pele, o do colo uterino representa o terceiro lugar em frequência na população feminina brasileira, vindo logo depois do câncer da mama e colorretal. Nesse sentido, qual a relação entre o câncer cervical e os fatores socioeconômicos?

A

Estudos epidemiológicos mostram que o câncer cervical comporta-se como doença sexualmente transmissível e é mais frequente em mulheres de baixa condição socioeconômica, fatores responsáveis pelo aumento da sua incidência em muitos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. (Tratado de Oncologia)

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31
Q

Qual a incidência e prevalência do HPV no Brasil?

A

O pico de incidência do HPV ocorre entre 25 e 30 anos e declina após essa idade;

O HPV é mais prevalente em mulheres sexualmente ativas entre 18 e 30 anos;

Após 55 anos, há redução expressiva da prevalência de infecção pelo HPV. O câncer é mais comum em mulheres com mais de 35 anos, o que sugere infecção precoce e progressão lenta.
(Bogliollo, 10ed.) (Tratado de Oncologia)

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32
Q

V ou F
A infecção pelo HPV é muito prevalente, mas apenas pequena parcela de casos progride para o câncer.

A

Verdadeiro. Na maioria das vezes, a infecção viral é transitória e regride espontaneamente entre 6 meses a 2 anos. Nos poucos casos de infecção persistente, sobretudo naquelas causadas por vírus de alto risco oncogênico, podem surgir lesões precursoras do câncer. (Bogliollo, 10ed).

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33
Q

A progressão para o câncer de colo de útero ocorre de 10 a 20 anos depois da infecção, embora alguns casos possam evoluir em 1 ou 2 anos. Fatores exógenos e endógenos atuam em conjunto com o vírus na progressão das lesões. Quais seriam eles?

A

Entre os fatores relacionados ao vírus, têm-se: (a) tipo viral (tipos com alto e baixo risco); (b) infecção múltipla (mais de um tipo de vírus) e variantes geográficas do HPV; (c) carga viral na lesão (maior no HPV 16); (d) taxa de integração do vírus ao genoma celular;

Os fatores relacionados ao hospedeiro são: (a) resposta imunitária; (b) tabagismo; (c) início precoce de atividade sexual; (d) uso prolongado de contraceptivos orais; (e) multiparidade; (f) múltiplos parceiros sexuais; (g) associação com outras infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV;

(Bogliollo, 10ed.)

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34
Q

Explique, de maneira geral, como a infecção pelo HPV pode induzir o desenvolvimento do câncer do colo de útero.

A

O câncer do colo do útero associa-se a infecção persistente por subtipos do HPV de alto risco oncogênico, principalmente HPV 16 e HPV 18. Tais vírus, que dependem da célula infectada para a sua replicação, induzem proliferação epitelial e estão associados às lesões precursoras do carcinoma escamoso (NIC 2 e NIC 3) e ao carcinoma invasivo.

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35
Q

Como o HPV infecta a pele e as mucosas do hospedeiro?

A
  • A infecção requer exposição da camada basal (microabrasão), na qual o vírus se adere a partir de uma proteína chamada de L1 presente no capsídeo viral. Após o vírus ter se aderido, ele expõe outra proteína, chamada de L2, que permite o reconhecimento do vírus pelas células do tecido basal e consequentemente a sua internalização;
  • Dentro da célula basal, o vírus inicia os processos de replicação e transcrição, por estímulo de E1 e E2, ao mesmo tempo em que sobe para as camadas mais externas.

Ele se replica no interior do núcleo da célula hospedeira.

36
Q

Liste os principais de tipos de HPV de baixo e alto risco oncogênico e sua relação com o núcleo das células do epitélio cervical

A

Os HPV de baixo risco oncogênico (6 e 11) replicam-se no núcleo das células e na maioria das vezes estão na sua forma epissomal (sem integração do DNA viral ao DNA celular). Assim, o número de cópias virais cresce, gerando maior atividade proliferativa da camada basal, causando alteração morfológica conhecida como atipia coilocitótica que associa-se ao condiloma acuminado no trato genital inferior e nas regiões anal e perianal.

Na infecção por HPVs de alto risco oncogênico (16 e 18), ocorre integração do DNA viral ao DNA celular em região que permite a expressão das proteínas virais E6 e E7. Se a infecção é prolongada, como acontece nesses vírus, e a carga viral é alta, pode ocorrer integração persistente do DNA viral ao DNA celular. Como E6 e E7 são oncoproteínas, ocorre transformação celular. A proteína E6 de HPVs de alto risco liga-se à p53 e a torna inativa. Como a p53 atua no reparo do DNA e induz apoptose, tais funções ficam abolidas, e a célula perde seu controle de qualidade. A proteína E7 de HPVs de alto risco liga-se à proteína do retinoblastoma (pRB) e impede sua ação no controle do ciclo celular, resultando em proliferação e transformação celular. Em consequência, a célula acumula maior número de danos no DNA e mutações que, se não reparados, podem evoluir para lesões precursoras e, finalmente, para o câncer invasor. Estudos mostram que a integração do DNA do HPV nas células basais do epitélio escamoso precede a transformação de lesões de baixo grau (NIC1) para alto grau (NIC2 e NIC3). (Bogliolo, 10ed)

37
Q

Explique os processos que estão (1), (2) e (3)

A

Infecção por HPV. Após o vírus penetrar na célula, o DNA viral dirige-se ao núcleo, onde pode: (1) replicar-se, mas sem produzir as proteínas virais e, portanto, sem formar novas partículas virais (infecção inativa); (2) multiplicar-se e codificar proteínas virais, formando novas partículas virais, que são eliminadas da célula (infecção ativa); (3) integrar-se de forma persistente ao DNA celular e codificar as oncoproteínas E6 e E7, que inativam as proteínas pRB e p53. (Bogliolo, 10ed.)

38
Q

O que significa a sigla ASCUS?

A

ASCUS = Células escamosas atípicas de significado indeterminado;

Sendo que:
ASC-US: possivelmente não neoplásico (repetir citologia de acordo com a idade).

ASC-H: não se pode afastar lesão de alto grau (encaminhar para colposcopia)

39
Q

O que significa as siglas NIC, LSIL e HSIL?

A

NIC = Neoplasia Intraepitelial Cervical
LSIL= Lesão Intraepitelial Escamosa de baixo grau
HSIL= Lesão Intraepitelial Escamosa de alto grau

40
Q

Segundo a classificação de Richart e o Sistema de Bethesda, quais lesões cervicais têm maior chance de progredir para o carcinoma das células escamosas do colo uterino?

A

NIC II e NIC III (Richart) que correspondem às lesões intraepiteliais de alto grau (HSIL) (Bethesda)

41
Q

V ou F
NIC III, Neoplasia Intraepitelial Cervical grau lll e carcinoma in situ podem ser usados como sinônimos para descrever a lesão precursora do câncer cervical

A

Verdadeiro.

42
Q

Qual o tipo histológico mais frequente do câncer cervical?

A

O carcinoma de células escamosas (CCE) é o tipo histológico mais frequente de câncer cervical (85% das neoplasias malignas do colo uterino) e manifesta-se preferencialmente em mulheres jovens (sobretudo entre a terceira e a quinta décadas de vida), em idade fértil e socialmente produtiva. (Robbins, 10ed)

43
Q

Como o carcinoma de células escamosas se comporta microscopicamente?

A

Microscopicamente, encontram-se massas ou grupos de células pleomórficas e atípicas que infiltram o estroma adjacente. Segundo o grau de diferenciação celular, o tumor pode ser bem, moderadamente ou pouco diferenciado. O CCE bem diferenciado é formado por células bem diferenciadas, com produção de ceratina e formação de pérolas córneas; o tumor moderadamente diferenciado tem células mais pleomórficas, menor ceratinização individual e escassas pérolas córneas, enquanto no tumor pouco diferenciado encontram-se pleomorfismo celular acentuado, alto índice mitótico, necrose e ausência de ceratinização. (Bogliollo, 10ed)

44
Q

Em relação à classificação NIC, descreva a evolução histológica das lesões precursoras do câncer de colo de útero.

A

Epitélio escamoso normal para comparação; LSIL (NIC I) com atipia coilocitótica; HSIL (NIC II) com atipia progressiva e expansão das células basais imaturas acima do terço inferior da espessura epitelial; HSIL (NIC III) com atipia difusa, perda de maturação e expansão das células basais imaturas até a superfície epitelial. (Robbins, 9ed.)

45
Q

Como se dá o estadiamento do câncer de colo de útero?

A

Estádio 0: carcinoma in situ (lesão precursora);
No estádio I, o tumor está restrito ao colo uterino
No estádio Ia (carcinoma microinvasor), cujo diagnóstico é apenas microscópico, não há tumor visível macroscopicamente. O carcinoma microinvasor tem melhor prognóstico do que os demais cânceres invasivos e pode ser tratado de forma conservadora;

No estádio II, a neoplasia invade além do colo uterino, porém não atinge a parede pélvica e nem o terço inferior da vagina;

No estádio III, a lesão invade o terço inferior da vagina ou a parede pélvica, ou acomete o ureter, causando hidronefrose, ou tem metástases em linfonodos pélvicos ou para-aórticos;

No estádio IV, o câncer estende-se além da pelve ou invade a mucosa do reto ou da bexiga, bem como metástases a distância;

(Bogliolo, 10ed.)

46
Q

Qual o quadro clínico do câncer de colo de útero?

A

Durante todo o processo de neoplasia pré-invasiva, que dura vários anos, e mesmo nas etapas iniciais da doença invasiva, (estádio Ia) o câncer do colo do útero cursa de forma assintomática. As primeiras manifestações clínicas costumam ser o sangramento durante as relações sexuais. Posteriormente, o sangramento torna-se mais frequente e imotivado. Os tumores avançados sofrem necrose e em consequência disso surge corrimento sero-sanguinolento de odor fétido. O câncer do colo uterino deve ser sempre considerado em pacientes com sangramento vaginal. O sangramento durante as relações sexuais são os que mais se relacionam com câncer do colo do útero (Tratado de Oncologia);

Em fase avançada, quando as pacientes queixam-se de sangramento irregular, sem relação com menstruação, corrimento com restos celulares, dispareunia, dor, insuficiência renal, fístulas cervicovesicais ou retais e edema das extremidades por metástases linfonodais. Metástases ocorrem preferencialmente nos linfonodos pélvicos (sacrais, ilíacos, para-aórticos e inguinais). Metástases sanguíneas, em especial na medula óssea, no fígado e nos pulmões, são menos comuns e ocorrem nos estádios avançados da doença. Complicação grave é a extensão do tumor à bexiga e ao reto, com manifestações urinárias, intestinais e fístulas. Em muitas pacientes, a morte resulta de obstrução das vias urinárias, hidronefrose, pielonefrite e insuficiência renal. (Bogliolo, 10ed)

47
Q

Como se dá o rastreamento das lesões precursoras do câncer cervical e a confirmação do diagnóstico?

A

As lesões precursoras do câncer do colo uterino e os carcinomas em estádio inicial (estádio Ia) não têm manifestações clínicas e, por isso, só são diagnosticados por exames de triagem (citopatológico) ou pesquisa de HPV. Pacientes com alterações citológicas ou com HPV de alto risco são encaminhadas para colposcopia e biópsia dirigida. O diagnóstico histológico da biópsia é o padrão-ouro para a definição da conduta e do tratamento. (Bogliolo, 10ed.)

48
Q

Qual o tratamento para o câncer cervical?

A

O tratamento do câncer do colo do útero combina cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A cirurgia é o tratamento de escolha nos estágios iniciais da doença e pode ser suficiente. Nos casos avançados, a associação de radioterapia e quimioterapia concomitante é o tratamento padrão;

No estágio Ia1, o tratamento local com margens livres é suficiente. Dessa forma, a conização ou amputação do colo do útero é tratamento suficiente nas pacientes que desejam manter a função menstrual e reprodutiva. Nas pacientes sem esses interesses, a histerectomia simples por qualquer via é o tratamento padrão;

Nos estádios Ia2 o tratamento de escolha ainda é a cirurgia radical, com histerectomia total, parametrectomia e linfadenectomia pélvica, mesmo na ausência de comprometimento linfovascular;

Em tumores mais avançados, o tratamento combinado de radioterapia e quimioterapia concomitante com platina demonstrou redução expressiva no número de recidivas e mortes pela doença na ordem de 30 a 50%. Com base nesses dados, houve várias recomendações para que esse esquema se tornasse o tratamento padrão do carcinoma avançado do colo uterino.

(Tratado de Oncologia)

49
Q

Como previnir o câncer cervical?

A

A associação de rastreamento periódico com vacinação contra o HPV é a estratégia mais efetiva para reduzir a incidência do câncer do colo uterino. (Bogliolo, 10ed)

50
Q

Como ocorre a prevenção contra o HPV?

A
  • Vacinação bivalente (16 e 18) ou quadrivalente (6,11,16 e 18). O objetivo da vacinação é previnir o câncer de colo de útero, de pênis, de testículo, de ânus, de boca e de orofaringe;
  • A camisinha ajuda a diminuir o risco de contaminação, mas não protege totalmente, já que pode se alojar em locais que o preservativo não cobre;
  • Exame preventivo para detectar lesões iniciais e tratamento.
51
Q

Qual processo tratamento da infecção pelo HPV?

A
  • Não há um tratamento específico para o HPV, já que a infecção pode ser combatida espontaneamente pela sistema imune. O tratamento específico seria voltado para as verrugas e lesões pré-malignas que ele pode causar. Nesse sentido, as medidas tomadas variam com a região e o grau da lesão, podendo ser descamação, remoção cirúrgica, cauterização;
  • As verrugas externas podem ser removidas por laser, cirurgia, ácidos, etc
  • Lesões de baixo grau devem ser acompanhadas por exames citológicos, pois a maioria dessas lesões se curam espontaneamente;
  • Lesões de alto grau podem ser removidas por bisturi ou por excisão eletrocirúrgica.
52
Q

Caracterize o ciclo celular

A

O ciclo celular é o processo responsável pela reprodução das células eucarióticas, renovação e regeneração de tecidos. Ele permite que o corpo cresça, se regenere e que o embrião se desenvolva, por exemplo. De maneira geral, esse processo ocorre pela duplicação e divisão dos conteúdos celulares, como DNA e organelas.

53
Q

O ciclo celular é dividido em 2 fases principais, que por sua vez se subdividem em outras. Quais seriam essas fases?

A

(1) Intérfase, que se subdivide em:
- G1 (gap 1);
- S (síntese);
- G2 (gap 2);

(2) Fase M (mitose + citocinese), que por sua vez que se subdivide em:
- Prófase;
- Prometáfase;
- Metáfase;
- Anáfase;
- Telófase;
- Citocinese.

54
Q

A duplicação do material genético e das organelas, bem como a divisão da célula, envolvem resumidamente 2 processos. Quais seriam eles?

A
  1. Produção de novos componentes celulares
  2. Direcionamento desses componentes para seus locais corretos e divisão celular adequada em duas.
55
Q

A interfáse é o período mais variável do ciclo celular, uma vez que depende de:

A

*nutrientes
*fatores de crescimento (mitógenos)
*Idade da célula
*grau de diferenciação

56
Q

Caracterize a fase G1

A

*Transcrição gênica (produção intensa de RNA), síntese proteica e de nucleotídeos (processos essenciais para a fase S);
*Início da duplicação de organelas;
*Aumento da massa celular;
*Influenciada por sinais externos à célula e pelas condições do DNA.

57
Q

Caracterize a fase S (síntese)

A
  • Replicação da cromatina (associação de coesinas mantém as cromátides-irmãs unidas);
  • Replicação do centrossomo.
58
Q

Caracterize a fase G2

A

*Produção de moléculas (proteínas) necessárias à divisão celular;
*Início da condensação dos cromossomos;
*Aumento no tamanho das células;
*Fim da duplicação de organelas;

59
Q

Caracterize a fase G0

A

A célula sai do ciclo celular e entra em repouso (ex: células somáticas). Tal repouso pode durar horas, dias, anos, décadas ou a vida toda. Isso ocorre principalmente em células especializadas, como o músculo e os neurônios, que passam a vida realizando contração e propagação do impulso nervoso, respectivamente. Essas células podem entrar novamente no ciclo celular de maneira natural, para regenerar uma parte do corpo por exemplo ou ainda de forma descontrolada, como ocorre no câncer.

60
Q

Caracterize a fase M

A

Fase M (mitose e citocinese):
- Grau máximo de condensação dos cromossomos;
- Separação dos cromossomos duplicados;
- Divisão celular (núcleo + citoplasma);
- É subdividida em prófase, prometáfase, metáfase, anáfase, telófase e citocinese.

61
Q

Quais eventos ocorrem na prófase?

A

> Formação do fuso mitótico a partir dos centrossomos;
-> Proteínas associadas aos microtúbulos dos centrossomos são fosforiladas, garantindo maior estabilidade;
-> Interação entre os microtúbulos dos centrossomo, a partir de proteínas motoras;
-> Desorganização do nucleólo e consequente interrupção da síntese de RNAs;
-> Cromossomos ainda não totalmente condensados.

62
Q

Quais eventos ocorrem na pró-metáfase?

A

-> Dissociação do envelope nuclear em várias vesículas por meio de fosforilação e dissociação das proteínas do poro nuclear e dos filamentos intermediários que formam a lâmina nuclear;

63
Q

Quais eventos ocorrem na metáfase?

A

-> Cromossomos se ligam às fibras do fuso através do cinetocoro (complexos proteicos ligados aos centrômeros);
-> Cromossomos alinham-se entre os dois polos, na região equatorial, formando a placa metafásica na com auxílio de proteínas motoras, presos ao fuso mitótico e mantidos sobre grande tensão;
-> Condensação máxima;

64
Q

Quais eventos ocorrem na anáfase?

A

> Separação das cromátides-irmãs para os polos opostos da célula. Isso ocorre devido ao rompimento da ligação de coesinas pelas proteínas do complexo promotor da anáfase (APC);
-> Encurtamento dos microtúbulos do cinetocoro (despolimerização);
-> Distanciamento dos polos do fuso.

65
Q

Quais eventos ocorrem na telófase?

A

-> Fuso mitótico é desmontado e vesículas do envelope nuclear se fundem formando um novo envelope (as proteínas do poro nuclear e da lâmina nuclear são desfosforiladas;
-> Bombeamento de proteínas nucleares para dentro e expansão do núcleo;
-> Cromossomos voltam ao estado relaxado e transcrição gênica é retomada;
-> Início da formação do anel contrátil.

66
Q

Quais eventos ocorrem na citocinese?

A

Divisão do citoplasma com consequente separação das duas células novas por contração de um anel contrátil composto por filamentos de actina e miosina.

67
Q

Os diversos eventos do ciclo celular precisam ser bem orquestrados e ocorrer na sequência e momentos corretos para que a duplicação e a divisão celular ocorram adequadamente, permitindo que duas células-filhas apresentem material genético idêntico ao da mãe. Nesse sentido, caracterize o controle do ciclo celular.

A

O controle do ciclo celular é executado por uma série de genes que vão produzir proteínas que atuam no controle dos eventos genéticos e epigenéticos (do ambiente celular) que permitem que o ciclo avance ou pare. Para que a célula continue o processo, é preciso estímulos apropriados e DNA sem defeitos.

68
Q

Caracterize os pontos de checagem durante o ciclo celular

A

Os pontos de checagem avaliam se o ambiente celular e o DNA estão apropriados para que a célula continue o ciclo. Existem 3 pontos de checagem:

(1): Ocorre na transição da fase G1 para fase S. Avalia a disponibilidade de nutrientes (nucleotídeos para síntese de DNA, por exemplo), tamanho da célula e a presença de fatores de crescimento (mitógenos). Os mitógenos são produzidos pelas células vizinhas e liberados no meio extracelular, que irão autorizar aquela célula a entrar ou não em divisão;

(2): O segundo ponto de checagem é na transição de G2 para a Mitose, que irá avaliar se o DNA foi duplicado completamente e corretamente. Caso ocorra algum dano no DNA, o processo não avança com o objetivo de reparar primeiramente os erros. Se a célula não consegue reparar os danos, ela entra em apoptose (morte celular programada). A apoptose evita o surgimento de cânceres;

(3): Ocorre na transição da metáfase para a anáfase. Na metáfase os cromosssomos estão alinhados no meio da célula e na anáfase há separação das cromátides-irmãs. Para ocorrer a transição, os cromossomos precisam estar alinhados e ligados ao fuso mitótico a partir do cinetocoro. Se isso não ocorre, há o resultado de células com aneuploidia (células com cromossomos a mais ou menos).

69
Q

Cite 3 mediadores químicos que controlam o ciclo celular

A

*complexo Cdk + Ciclina (apenas ativo quando juntas);
*APC/C;
*SCF;

70
Q

Três características importantes das cinases (Cdk):

A

(1) Fosforilam as moléculas que desencadeiam a passagem do ciclo;
(2) São ativadas por ciclinas específicas;
(3) Com níveis constantes ao longo do ciclo

71
Q

Três características importantes das ciclinas:

A

(1) São proteínas que regulam a atividade de Cdk;
(2) Sofrem síntese e degradação ao longo do ciclo, então em cada parte do ciclo tem uma ciclina específica que ativa uma cinase específica;
(3) Existem 3 principais classes de ciclinas que regulam o ciclo celular das células eucarioticas.

72
Q

Quais as 3 principais classes de ciclinas e qual sua função?

A

G1/S ciclinas (Ciclina E):
*Atuam na transição G1/S, iniciando o ciclo celular (ponto de restrição);
*Seus níveis caem na fase S, mostrando que após a transição ela começa a ser degradada.

  • S ciclinas (Ciclina A):
    *Estimulam a produção das enzimas de replicação do DNA e do centrossomo;
    *Estimulam o desencadeamento dos eventos que irão iniciar a mitose e, por isso, seus níveis caem apenas no início da mitose.
  • M ciclinas (Ciclina B):
    *Estimulam a entrada da célula na mitose, sendo que seus níveis começam a decair a partir da metáfase, assim controlam os eventos de polimerização dos microtúbulos para formação do fuso mitótico, desaparecimento de carioteca, condensação dos cromossomos e assim por diante.
73
Q

A ligação de Cdk + ciclina torna o complexo parcialmente ativo. Qual processo bioquímico permite que tal molécula torne-se totalmente ativa?

A

A presença da Cinase ativadora de Cdk (CAK) fosforila a ligação Ciclina+Cdk, tornando a molécula totalmente ativa.

74
Q

Qual o processo mais simples e com menor gasto energético para inativar um complexo Ciclina-CdK?

A

O complexo de ciclina-CdK ativo é inativado quando a Wee1 fosforila dois sítios próximos acima do sítio ativo. A Wee1 é uma cinanse inibidora de Cdk (CKI). A remoção desses fosfatos pela Cdc25 ativa o complexo novamente.

75
Q

Qual o papel de APC/C no controle do ciclo celular?

A

A APC/C ativa irá ubiquitinizar a ciclina do complexo, que então é degradada no proteassomo. Sem a ciclina, o complexo ciclina-Cdk não é ativado.

76
Q

Quais ciclinas são degradadas pela ação da APC/C?

A

S-ciclinas, M-ciclinas e securinas

77
Q

Qual o papel da SCF no controle do ciclo celular?

A

Ubiquitinização e consequentemente degradação de proteínas inibidoras de CdK (CKI) no proteassomo. Um exemplo de CKI é a cinase Wee1 que inativa o complexo Cdk. Com a degradação de Wee1, o complexo CdK é ativo novamente.

78
Q

Caracterize o primeiro ponto de checagem do ciclo celular e os fatores de regulação

A
  • Ocorre na transição G1 para S (ponto de restrição);
  • O final dessa fase indica o início do ciclo celular, sendo que nesse momento a célula irá dedicar a se dividir;
  • O que faz a célula sair de G1 para fase S é o Fator de Crescimento (mitógeno) que é produzido pelas células vizinhas e se liga ao receptor de membrana da célula que irá se dividir. Essa ligação permite a ativação do gene da Ciclina, que produz essa molécula e, assim, se liga à Cdk. O complexo Ciclina-Cdk ativo fosforila a Proteína retinoblastoma (PRB), que modifica sua estrutura e libera o Fator de Transcrição E2F, que até então estava ligado a ela;
  • E2F se liga ao DNA e ativa os genes das enzimas de replicação, um dos fatores que poderá permitir que a célula passe para a fase S.
79
Q

Qual outro fator permite a passagem da célula da fase G1 para S?

A

Verificação da integridade do DNA. Se o DNA estiver danificado, duas proteínas sensoras ATM e ATR, que ficam presas à dupla hélice, ativam o gene da p53, que ativa p21, responsável por inibir o complexo ciclina-cdk até que o DNA seja reparado. Com a inibição de C-cdk, a PRB mantém o fator de transcrição E2F preso;assim, os genes das enzimas de replicação não serão ativos e, consequentemente, a célula não passa para a fase S.

80
Q

Como ocorre a regulação das cinases e ciclinas entre a fase G1 e S?

A
  • Na fase G1, ocorre aumento das G1/S ciclinas que se ligam a G1/S-Cdks, que ajuda a desencadear o início do ciclo celular; Ainda em G1, ocorre aumento gradativo de S-ciclinas, que permanecem inativas por ação de CKI e inativação de APC/C;
  • Para passagem de fase, é necessário que SCF catalize a ubiquitinização de CKI de S-CDK, permitindo o início de S;
  • A SCF também irá destruir g1/S ciclinas.
81
Q

Como ocorre a regulação de ciclinas e cinases na fase S?

A

-> Nessa fase ocorre a replicação do DNA, estimulada por S-Cdk, que foi ativa por SCF;
-> A replicação do DNA só ocorre uma vez por ciclo e divide-se em duas fases:

(1) A helicase inativa é direcionada ao local correto da abertura do DNA quando se liga às ORC’s (Complexo de Reconhecimento da Origem), formando o Complexo pré-replicativo;

(2) S - Cdk irá ativar a helicase bem como o recrutar a DNA polimerase e proteínas de replicação, para a duplicação do material genético. Durante esse processo, as ORC’s são inativadas pela fosforilação de S-Cdk previnindo a ocorrência de uma segunda replicação;

-> A S - Cdk estimula a duplicação da cromatina, ocorrendo a síntese de histonas, que empacotam o DNA e diminui a sua expressão gênica. No entanto, algumas caudas de histonas são marcadas para que alguma parte do DNA funcionando para continuidade do ciclo celular;

-> Ao final da replicação, cada cromossomo se torna um par de cromátides-irmãs unidas pelas coesinas

82
Q

Caracterize o segundo ponto de checagem do ciclo celular e os fatores de regulação

A

Ocorre na fase G2 e verifica se o DNA foi duplicado corretamente e completamente. Se sim, ocorre a ativação da ciclina M, que se liga à Cdk promovendo 3 importantes fosforilações, que repercutirão nas próximas fases:

(1) Fosforilação das Histonas e Condensinas, que irão condensar o DNA na fase M;
(2) Fosforilação das proteínas motoras no final de G2, que irão organizar o fuso mitótico que leva os cromossomos para o centro da célula;
(3) Fosforilação da lâmina nuclear, que desmonta a carioteca, fazendo com que o núcleo desapareça na prófase.

  • Se o DNA não foi duplicado corretamente ou ainda não foi completamente duplicado, a CKI Wee1 inibe Ciclina-M-Cdk e a célula não avança para a profase até que o DNA esteja íntegro ou a célula entra em apoptose. Quando o DNA estiver íntegro, ocorre a inativação de Wee1 pela CDC25 permitindo a ativação da M-ciclina e do complexo M-Cdk, disparando a fase M.
  • Obs: nesse momento os níveis de S-ciclina permanecem constantes
83
Q

Como ocorre a regulação de ciclinas e cinases na prófase?

A
  • Aumento abrupto de M-cliclinas;
  • As condesinas são fosforiladas pela M-CDK, promovendo a condensação da cromatina;
84
Q

Como ocorre a regulação de ciclinas e cinases na prometáfase?-

A
  • Nessa fase ocorre a fragmentação do envelope nuclear, por meio da fosforilação das subunidades dos poros pela M-cdk
85
Q

Caracterize o terceiro ponto de checagem do ciclo celular e os fatores de regulação

A

Ocorrena transição metáfase/anáfase. Na metáfase, as cromatides movem-se para a região equatorial da célula e os cromossomos se ligam às fibras do fuso através dos microtúbulos associados ao cinetocoro (complexos proteicos ligados aos centrômeros) com ajuda das cinesinas;

  • Verifica-se, então, se os cromossomos estão alinhados na placa equatorial e se estão presos ao fuso mitótico. Se sim, há ativação da proteína CdC20, que ativa o Complexo Promotor da Anáfase (APC);
  • Se os cromossomos não estiverem alinhados e nem presos ao fuso mitótico, uma proteína chamada MAD inibe Cdc20, até que os defeitos sejam reparados, se não a célula pode ficar com aneuploidia.
86
Q

Caracterize a anáfase e os fatores de regulação

A

A ativação de APC/C pela Cdc20 promove a degradação da securina, que estava ligada à separase, inativando-a. Agora a separase está ativa e degrada a coesina, fazendo com que as cromátides-irmãs se separem. Durante esse processo, a APC/C irá destruir as S-ciclinas e M-cliclinas, levando as fosfatases a desfosforilarem os substratos-alvo da CDK. Com a inibicao de M-Cdk tambem promovida pela CdC20, os microtúbulos irão puxar as cromátides-irmãs para os polos opostos da célula na anáfase.