Acidentes biológicos: Riscos e Manejo Flashcards

(31 cards)

1
Q

Qual o risco de transmissão de HIV por acidente percutâneo, de mucosa e cutâneo, e quais fatores aumentam esse risco?

A

Percutâneo: ~1/300 episódios (0,3%)
* Fatores que aumentam o risco: agulha oca, sangue visível no material, acidente profundo, material usado em artéria/veia.
* Mucosa: ~1/1000 episódios (0,09%)
* Fatores que aumentam o risco: grande volume.
* Cutâneo: <1/1000 episódios
* Fatores que aumentam o risco: pele não intacta.

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2
Q

Quais são os principais patógenos veiculados pelo sangue em acidentes ocupacionais?

A
  • Vírus da hepatite B (HBV)
  • Vírus da hepatite C (HCV)
  • Vírus da AIDS (HIV)
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3
Q

Quais são os tipos de acidentes com materiais biológicos em ordem decrescente de gravidade?

A
  • Percutâneo: Lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (agulhas, bisturis, vidrarias).
  • Mucosas: Respingos envolvendo mucosas como olho, nariz e boca.
  • Pele não íntegra: Contato com pele com dermatite ou feridas abertas.
  • Mordeduras humanas: Havendo presença de sangue, avaliar tanto o indivíduo que provocou a lesão quanto o exposto.
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4
Q

Quais fatores aumentam a gravidade de um acidente com material biológico de risco?

A
  • Maior quantidade de material de risco envolvido.
  • Agulha de grosso calibre e com lúmen (maior risco ao coletar sangue do que ao injetar medicamento).
  • Lesão profunda.
  • Agulha diretamente inserida em acesso arterial ou venoso.
  • Sangue visível no objeto contaminante.
  • Grande volume (contato prolongado ou grande quantidade de material biológico de risco).
  • Paciente-fonte com carga viral elevada.
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5
Q

Quais são os pilares das políticas combinadas para prevenção da exposição ocupacional em profissionais de saúde?

A
  • Avaliação do risco.
  • Prevenção da exposição.
  • Treinamento e educação.
  • Monitoramento (investigar causas e circunstâncias do acidente, cuidado imediato do acidentado, incluindo PEP).
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6
Q

Quais são as precauções padrão que devem ser aplicadas para todos os pacientes?

A
  • Higienização das mãos antes e após contato com cada paciente.
  • Uso de avental e luvas ao contato com sangue e secreções.
  • Uso de óculos e máscara se houver risco de respingos.
  • Descarte adequado de materiais perfurocortantes.
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7
Q

Quais são as técnicas de prevenção da exposição ocupacional (profilaxia pré-exposição)?

A
  • Impedir que o acidente ocorra (melhor técnica).
  • Imunização para hepatite B.
  • Não reencapar as agulhas utilizadas.
  • Desprezar perfurocortantes em recipientes apropriados (sem desconectá-las das seringas se só houver um recipiente).
  • Manter atenção durante atividades com materiais perfurocortantes ou orgânicos.
  • Imobilizar o paciente se necessário.
  • Transportar orgânicos e perfurocortantes em bandejas ou cubas.
  • Montar perfurocortantes com auxílio de pinças.
  • Não usar propés sem sapatos.
  • Evitar dois cirurgiões no mesmo campo de sutura.
  • Usar os EPIs necessários.
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8
Q

Quais são as medidas pós-exposição imediatas em caso de acidente com material biológico?

A

Lavar imediatamente o local afetado:
* Pele: água e sabão ou antisséptico.
* Mucosas: água ou soro fisiológico 0,9%.
* Comunicar o acidente para o supervisor.
* Avaliar o paciente-fonte.
* Avaliar o profissional acidentado (exames).

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9
Q

Quais fatores determinam a conduta após um acidente ocupacional com material biológico?

A
  • Exposição (tipo e gravidade do acidente).
  • Fluido e gravidade (sangue é o mais grave).
  • Paciente-fonte (situação sorológica).
  • Suscetibilidade do acidentado.
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10
Q

Qual o risco de transmissão da hepatite B (HBV) dependendo do HBeAg do paciente-fonte?

A
  • HBeAg+: indica presença de replicação viral → chance de transmissão de 37 a 62%.
  • HBeAg–: indica ausência de replicação viral → chance de transmissão de 23 a 37%.
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11
Q

Quais são os materiais biológicos de risco para transmissão de HBV?

A
  • Sangue e seus produtos.
  • Sêmen e secreção vaginal.
  • Fluidos orgânicos com sangue.
  • Saliva e cultura de vírus.
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12
Q

Como é a imunização dos profissionais de saúde para hepatite B e qual o título protetor de anti-HBs?

A
  • 3 doses (0, 30, 180 dias).
  • Verificar anti-HBs após 30-60 dias (título protetor > 10 mUI/mL).
  • Eficácia 90 a 95%.
  • Não reator (não formou anti-HBs): repetir esquema. Se ainda não soroconverter, a pessoa não é capaz de adquirir imunidade.
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13
Q

Quando a Imunoglobulina Humana Anti-Hepatite B (IGHAHB) é administrada?

A
  • Administrada em expostos que não são vacinados ou possuem vacinação incompleta E em que o paciente-fonte possui o antígeno de superfície (HBsAg) positivo.
  • Dose: 0,06 mL/Kg, IM.
  • Administrar idealmente nas primeiras 24-48h, até 7 dias após o acidente, em um sítio diferente da vacina.
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14
Q

Qual o risco de transmissão da hepatite C (HCV) e quais são os materiais biológicos de risco?

A
  • Risco de transmissão: 1,8% (0 a 7%).
  • Materiais biológicos de risco: sangue e seus produtos, fluidos orgânicos com sangue, cultura de vírus.
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15
Q

Como é a testagem do paciente-fonte para HCV após uma exposição?

A
  • Testar no momento zero.
    • Não reagente: liberar o profissional (em algumas situações considerar janela diagnóstica de 33 a 129 dias).
    • Reagente: acompanhar profissional exposto até 6 meses após a exposição.
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16
Q

Como é a testagem e acompanhamento do profissional exposto para HCV?

A
  • Testar até 48 horas após a exposição.
    • Reagente: infecção pré-existente → encaminhar para acompanhamento.
    • Não reagente: acompanhar e realizar RNA HCV (PCR) em torno de 3 semanas após a exposição.
      • Se negativo: alta.
      • Se positivo: permanece em acompanhamento.
17
Q

Quais os critérios diagnósticos para Hepatite C aguda (soroconversão recente <6 meses documentada)?

A
  • Anti-HCV Não Reagente (NR) na exposição → anti HCV Reagente (R) em 2º teste com intervalo de 90 dias OU anti-HCV NR na exposição e detecção da Carga Viral (CV) em até 90 dias após a exposição.
18
Q

Qual a conduta para tratamento da Hepatite C aguda (sintomáticos e assintomáticos)?

A
  • Sintomáticos: aguardar aproximadamente 90 dias após o início dos sintomas para ver se há clareamento viral (CV negativa) → se não houver, tratar.
  • Assintomáticos: iniciar o tratamento imediatamente após o diagnóstico (aproximadamente 4 semanas após a exposição).
  • Tratamento (independente do genótipo): alfapeguinterferon associado ou não a ribavirina.
    • 24 semanas se HCV-RNA for negativo na 4ª semana.
    • 48 semanas se HCV-RNA for positivo na 4ª semana.
19
Q

Qual o risco de transmissão de HIV e como a carga viral do paciente-fonte influencia esse risco?

A
  • Risco de transmissão: 0,02 a 0,3%.
  • Carga viral:
    • Estágio inicial: alta carga viral → maior risco de acidente.
    • Estágio intermediário: redução da carga viral por resposta imune.
    • Estágio avançado: aumento da carga viral por enfraquecimento do sistema imune → maior risco de acidente.
20
Q

Quais materiais biológicos são considerados de risco para transmissão de HIV e quais não são?

A
  • Com risco: sangue, sêmen, fluidos vaginais, líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e leite materno.
  • Sem risco: suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, saliva e secreções nasais → com a presença de sangue se tornam de risco.
21
Q

Quais são os 4 passos para avaliação da indicação da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) para HIV?

A
  • Tipo de material biológico envolvido é de risco?
  • Tipo de exposição é de risco (percutânea, mucosa, pele não íntegra)?
  • Tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento ≤ 72 horas?
  • Condição sorológica para o HIV da pessoa exposta e do paciente-fonte configuram risco (paciente-fonte HIV positivo ou desconhecido, pessoa exposta HIV negativo)?
    Se todas as respostas forem SIM, a PEP para HIV é indicada.
22
Q

Por que a PEP é considerada uma urgência médica e qual o tempo ideal e máximo para início?

A
  • É considerada uma urgência médica.
  • Iniciar preferencialmente nas primeiras 2 horas após a exposição.
  • Tempo máximo: 72 horas.
23
Q

Por quanto tempo os antirretrovirais são utilizados na PEP para HIV e quais as recomendações para o profissional exposto durante esse período?

A
  • Utilizados por 28 dias para garantir a eficácia da PEP.
  • A pessoa exposta deve ser acompanhada por 90 dias e deve usar preservativos e evitar contato durante esse período.
24
Q

Quais são os fármacos de primeira linha utilizados na PEP para HIV e suas posologias/contraindicações?

A
  • TDF (Tenofovir) + 3TC (Lamivudina):
    • Apresentação: comprimido coformulado (TDF 300 mg + 3TC 300 mg).
    • Posologia: 1 cápsula por dia VO.
    • Contraindicações: pacientes com doença renal, paciente-fonte resistente a TDF.
  • DTG (Dolutegravir):
    • Apresentação: comprimido 50 mg.
    • Posologia: 1 cápsula por dia.
    • Contraindicações: gestação (usar Raltegravir), pessoas em uso de fenitoína/fenobarbital, carbamazepina, oxicarbamazepina, dofetilida, pilsicainida e metformina (aumenta a concentração), paciente-fonte resistente a DTG.
25
Quais são as alternativas de fármacos na PEP para HIV em caso de impossibilidade dos de primeira linha?
* Impossibilidade de TDF: AZT + 3TC + DTG. * Impossibilidade de DTG: TDF + 3TC + ATV/r. * Impossibilidade de ATV/r: TDF + 3TC + DRV/r.
26
Qual a diferença entre microbiota transitória e microbiota normal (residente)?
* Microbiota transitória: contaminante, facilmente removível com água e sabão. * Microbiota normal (residente): colonizadora.
27
Qual a diferença entre colonização e infecção?
* Colonização: presença do germe e ausência de sinais e sintomas. * Infecção: presença do germe e presença de sinais e sintomas.
28
Quais são as precauções padrão em medidas de bloqueio epidemiológico?
* Lavagem das mãos. * Uso correto de luvas, aventais, máscaras e óculos. * Manejo e descarte apropriado de materiais perfurocortantes e biológicos. * Indicação de quarto privativo SN (se necessário).
29
Quais são as indicações e medidas das precauções por aerossóis?
* Indicações: Tuberculose bacilífera, varicela (e zóster disseminado), sarampo, COVID-19. * Incluem: * Máscara N95: profissional de saúde. * Máscara cirúrgica/comum: paciente (transporte). * Quarto privativo com a porta fechada ou em conjunto com pacientes com a mesma doença.
30
Quais são as indicações e medidas das precauções por gotículas?
* Indicações: Meningite meningocócica, coqueluche, difteria faringeana, infecções virais (rubéola, adenovírus, caxumba). * Incluem: * Quarto privativo com porta aberta ou em conjunto com pacientes com mesma doença. * Uso de máscara cirúrgica para profissional e paciente (transporte).
31
Quais são as indicações e medidas das precauções de contato?
* Indicações: Germes multirresistentes (pseudomonas, acinetobacter MDR, KPC), infecções cutâneas (herpes simples mucocutâneo, impetigo, pediculose, escabiose). * Incluem: * Lavagem rigorosa das mãos. * Uso de luvas e avental extra → retirar esse material antes de sair do quarto. * Uso individual de estetoscópio e esfigmomanômetro (usar materiais disponíveis somente para o paciente; se usar próprios, fazer limpeza cuidadosa). * Coortes (pacientes com a mesma doença) ou quartos privativos se disponíveis (porta pode ficar aberta). * Transporte em cadeira de rodas (transporte com secreções contidas).