Assepsia, antissepsia, escovação e esterelização Flashcards
(10 cards)
Conceitos
- Contaminação: entrada de microrganismos em algum objeto, material ou ambiente.
Pode ser direta ou indireta - Infecção: processo pelo qual ocorre a invasão do corpo por microrganismos com ou
sem doença manifestada - Assepsia: manobras realizadas com o intuito de manter o doente e o ambiente
cirúrgico livres de germes (higienização preventiva) - Antissepsia: utilização de produtos (microbicidas ou microbiostáticos) sobre a pele
ou mucosa com o objetivo de reduzir os microrganismos na superfície. - Esterilização: conjunto de operações que objetiva destruir ou remover todas as
formas possíveis de microrganismos - Desinfecção: visa a eliminação de microrganismos na forma vegetativa
excetuando-se esporos bacterianos e endotoxinas
OBJETIVOS DA ASSEPSIA, ANTISSEPSIA, ESCOVAÇÃO E ESTERILIZAÇÃO:
- Reduzir o número de microorganismos patogênicos para níveis em que os
mecanismos de defesa normais dos pacientes podem impedir a infecção - Quebrar o ciclo de infecção e eliminar a contaminação cruzada
- Tratar todos os pacientes e instrumentos como passíveis de transmitir doença
infecciosa - Proteger pacientes e profissionais de saúde da infecção e suas consequências
TÉCNICAS:
- Técnicas de barreira combinadas com protocolos: utilização de luvas, máscara,
roupão e tampas de borracha associados a protocolos de
esterilização/desinfecção/antissepsia apropriados - Uso de substâncias químicas e físicas: utilizadas nos diversos processos de
desinfecção, antissepsia e assepsia, associado à esterilização - Técnica de desinfecção: processo que visa a eliminação de MO na forma vegetativa,
excetuando-se esporos bacterianos ou suas endotoxinas → não asseguram a
eliminação total de bactérias na forma de esporos ou de proteínas tóxicas (príons,
endotoxinas bacterianas) - Técnica de antissepsia: procedimento através do qual os MO presentes em tecidos
(pele e mucosas) são destruídos ou eliminados após a aplicação de agentes
antimicrobianos denominadas antissépticos
SUBSTÂNCIAS RECOMENDADOS PARA LIMPAR:
- Compostos de iodo: é um halogênio pouco solúvel em água, porém facilmente
solúvel em álcool e em soluções aquosas de iodeto de potássio - O iodo livre é mais bactericida do que bacteriostático e dá um poder residual
à solução - O composto de iodo mais usado é o álcool iodado a 0,5% ou 1%
- Iodóforos: a polivinilpirrolidona PVP, além de conservar inalteradas as propriedades
germicidas do iodo, não queima, não mancha tecidos, raramente provoca reações
alérgicas, não interfere no metabolismo e mantém ação germicida residual - O complexo dissolvido em solução aquosa é usado para feridas abertas ou
mucosas e sondagem vesical - A solução alcoólica é usada para antissepsia da pele íntegra
- Etanol (álcool etílico): Em concentrações de 6070% após a limpeza química com
sabonetes comuns e/ou escova - Clorexidina: É um dos compostos mais utilizados atualmente (maior preferência em
relação aos compostos com iodo) - É um composto orgânico contendo cloro e anéis fenólicos
- É suave, tem baixa toxicidade, ação rápida e baixa absorção tecidual
- É o antisséptico mais utilizado no controle de Staphylococcus
- É utilizada para degermação das mãos e antebraço da equipe e para preparo
da pele (pré-operatório e procedimentos invasivos) - Triclosan: Apresenta ação contra bactérias gram-positivas e a maioria das
gram-negativas - É encontrado em formulações de sabonetes em barra e líquidos
- É utilização na degermação da equipe médica
TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO:
Conceito: é o conjunto de operações que objetiva destruir (ou remover) todas as formas
possíveis de MO (incluindo esporos bacterianos) de superfícies animadas ou inanimadas
- Técnicas de esterilização:
- Calor seco: os MO são carbonizados ou consumidos pelo calor (oxidação),
pela chama (flambagem) ou pela eletricidade (fulguração). Exemplo: estufa
para esterilizar materiais secos como vidraria, seringas, agulhas, pós,
instrumentos cortantes, gases vaselinadas, gases furacinadas, óleos e
vaselina.
- Calor úmido: pode-se usar o calor através da fervura. Foi um método
correntemente usado na prática diária, mas não oferece uma esterilização
completa
- Vapor sob pressão (autoclave): age difundindo o vapor dʼágua sob pressão
para dentro da membrana celular. Serve para objetos que não estragam com
a umidade e com a temperatura alta como panos, meios bacteriológicos,
soluções salinas, instrumentais (não os de corte), agulhas, seringas e vidraria
(não as de precisão)
- Óxido de etileno: é um gás incolor bactericida, esporicida e virucida.
Penetra em substâncias porosas, não corrói ou danifica materiais, age
rapidamente e é removível
- Aldeído: glutaraldeído a 2% associada a um antioxidante, por 8 a 12 horas.
É usado para esterilizar material de acrílico, cateteres, drenos, nylon,
silicone, teflon, PVC, laringoscópios e outros. Formaldeído usado tanto na
forma líquida quanto na forma gasosa por 18 hora
- Ácido peracético: é usado como desinfetante e esterilizante para cateteres
CUIDADOS COM O PACIENTE
Etapas no preparo pré-operatório: a limpeza e a antissepsia da pele a ser operada
contribuem para a prevenção da infecção da incisão cirúrgica
- Banho geral
- Tricotomia: realizar a tricotomia apenas quando o pelo prejudicar a técnica cirúrgica.
Deve ser realizada o mais próximo da cirurgia, não ultrapassando o prazo de 2
horas. Deve-se usar aparelho elétrico.
- Degermação (antissepsia): a degermação do leito cirúrgico consiste no preparo
químico da área cirúrgica e se caracteriza pela aplicação de produtos antissépticos
sobre o leito cirúrgico (área da pele na qual se dará a incisão e o procedimento
cirúrgico).Objetiva reduzir ao máximo a microbiota da pele, evitando
consequentemente a presença de MO na ferida cirúrgica. Produtos: álcool iodado,
clorexidina e iodofóricos PVPI
CUIDADOS COM O AMBIENTE CIRÚRGICO
- Ambiente: o procedimento cirúrgico deve ser realizado em unidade cirúrgica
preparada e dimensionada para a realização de cirurgias, devendo ser em um
ambiente com contaminação controlada e utilizando materiais esterilizados e livres
de patógenos - Preconiza-se que o ambiente possua circulação de ar com fluxo laminar e
com pressão positiva, sem comunicação com o ar externo
COLOCAÇÃO DOS CAMPOS CIRÚRGICOS
Após a paramentação e antissepsia do paciente, deve-se iniciar a colocação dos campos
operatórios.
- Campos (são 5): inferior de proteção, lateral direito, lateral esquerdo, superior e
inferior
- Técnica:
- 1. O instrumentador entrega ao cirurgião um dos campos maiores, sendo
este desdobrado nas duas extremidades, uma sendo segurada pelo cirurgião
e outra pelo auxiliar → os campos cirúrgicos devem ser adequadamente
fixados com Backhaus, adesivo ou ponto cirúrgico
- 2. Após a colocação dos campos, procede-se a fixação da caneta do bisturi
elétrico e a borracha do aspirador
- 3. Para pequenas operações, usa-se campos menores de tamanhos
variáveis com um orifício no centro através do qual se realiza o
procedimento= (campos fenestrados)
CUIDADO COM A EQUIPE MÉDICA
- Lavagem das mãos
- Escovação (degermação)
a. Agentes empregados: gluconato de clorexidina, iodo-povidona,
hexaclorofeno, triclosana ou paraclorometaxilenol - Vestuário cirúrgico
PREVENÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS
Eventos adversos: complicações indesejadas decorrentes do cuidado prestado aos
pacientes, não atribuídas à evolução natural da doença de base. Estudos apontam que 1 a
cada 10 pacientes sofre pelo menos 1 evento adverso
- Queda
- Administração incorreta de medicamentos
- Falhas na identificação do paciente
- Erros em procedimentos cirúrgicos
- Infecções
- Mau uso de dispositivos e equipamentos médicos
Medidas de prevenção dos efeitos adversos:
- Prevenção: a maior parte destas ocorrências poderia ser evitada com medidas para
ampliar a segurança do paciente no hospital
- Comitê para a Qualidade do Cuidado à Saúde na América do IOM, concluído em
1999 e publicado em 2000: estudo com 815 pacientes em um hospital geral
universitário: erros em saúde matam ou deixam sequelas 36% de eventos adversos,
9% de lesões graves e 2% de morte)
- Melhora da prevenção:
- Melhores técnicas de monitorização
- Adoção de Guidelines
- Abordagens sistemáticas a erros
- Estudo conduzido pela Society of Actuaries SOA verificou que eventos adversos
preveníveis custaram ao sistema de saúde americano $19,5 bilhões em 2008
- Organização mundial da saúde 2008: cirurgia segura salva vidas. 16.000 pessoas
morrem/dia e centenas com sequelas permanentes Infecção sítio cirúrgico 14% dos
eventos adversos
- Checklist manifesto: Atul Gawande com membros da OMS em 2008 instituíram em 8
países um checklist cirúrgico composto por 19 itens com resultados surpreendentes
- Redução de 36% das maiores complicações cirúrgicas
- Redução da mortalidade em 47%
- Redução das infecções em 50%
- Redução das reoperações em 25%
- A implantação do checklist evitou dano a 250 pacientes e evitou 27 mortes
- A epidemia de danos ao paciente em hospitais deve ser levada mais a sério se
quiser ser contida → para atingir esse objetivo, deve-se ouvir o paciente na
identificação de danos, a responsabilidade pelos danos deve ser transparente e
corrigir as causas básicas de danos
- Global guidelines for the prevention of surgical site infection: questões importantes
na abordagem para prevenção de infecção de sítio cirúrgica.
- A infecção do sítio cirúrgico está associada com qualquer tipo de intervenção
cirúrgica, entretanto está entre as mais preveníveis infecções no cuidado do
paciente
- Tem impacto significativo na morbimortalidade, na permanência hospitalar, e
consequentemente no custo ao sistema de saúde