Baixa Estaatura Na Criança Flashcards
(16 cards)
Estatura infantil
• O padrão de crescimento de uma criança é um forte indicador de sua saúde geral – fazer avaliação detalhada;
• O crescimento infantil é dividido em duas partes que contém fatores intrínsecos e extrínsecos:
• A criança precisa ter saúde para que o crescimento ocorra conforme o potencial genético;
o Um ambiente hostil pode afetar tanto a saúde física como mental da criança;
o A criança precisa de nutrição adequada, prática de esportes e sono restaurador;
o O potencial genético também é importante, uma vez que uma criança com anomalias estruturais ou
mutações tem crescimento normal afetado;
§ Além disso precisa saber o histórico familiar de estatura – uso da altura dos pais para calcular
a altura alvo da criança;
• Durante os primeiros anos de vida, o crescimento da criança é influenciado pela nutrição, apesar do GH já
estar presente;
o A velocidade de crescimento diminui com o avanço da idade:
§ 25cm no primeiro ano;
§ 12cm no segundo ano;
§ 5 a 7cm por ano até a puberdade;
• Na puberdade, a velocidade de crescimento aumenta por causa dos esteroides sexuais;
o As meninas têm um estirão mais precoce que os meninos;
OBS: puberdade precoce ou retardada pode afetar a altura final – meninos com puberdade tardia, tendem a ser
em média, 13cm mais altos que meninas na idade adulta;
• O acompanhamento detalhado e sistemático do crescimento infantil é essencial para garantir a identificação
precoce de desvios do padrão normal e para a intervenção adequada quando necessário;
Avaliação da estatura e crescimento
• É importante:
o Crescimento normal = padrão ouro;
o Avaliação da saúde e bem-estar geral da
criança – mas não é garantia de saúde;
• Fatores que influenciam no crescimento:
o Hormonal;
o Hormonal;
o Genético;
o Alimentação;
o Ambiental;
o Psicossocial;
• Quando a altura estiver alterada pode indicar:
o Distúrbio nutricional;
o Comorbidades;
o Instabilidade emocional;
o Más condições socioeconômicas;
Como avaliar estatura
• Curva de crescimento (gráfico): avalia a
velocidade de crescimento;
• Os gráficos diferentes que existem são gerados
a partir de populações diferentes à no Brasil, o
recomendado é o da OMS;
• WHO/OMS:
o A faixa normal: p3 a p97;
o Baixa estatura à < 2dp da mediana;
o Z-score de -3 a 3;
Definição e abordagem da baixa estatura
• Definição: altura que está mais de dois desvios
padrão abaixo da média para idade e sexo (< z-
score -2) ou abaixo do terceiro percentil (p3) nas
curvas da OMS;
o Os meninos têm baixa estatura de modo
mais precoce;
o As meninas são mais negligenciadas;
OBS: se o paciente está acima do p3, mas está tendo uma queda no percentil à risco de baixa estatura;
• Principais causas de baixa estatura com
velocidade de crescimento não comprometida:
o Familiar – genética;
o Constitucional – a criança cresce mais
lentamente, mas a altura final não é
comprometida;
OBS: precisa sempre excluir as causas que são
patológicas;
• A queixa principal dos pais inclui a comparação
com outras crianças;
• Inicialmente, realizar a medição correta e plotar no gráfico correto para o sexo e a idade;
• A depender do resultado:
o Acima do z -2 à a criança não requer
maiores investigações;
§ Vai investigar se tiver: redução
progressiva da VC, sinais de
dimorfismo, sinais de doença
sistêmica ou crescimento
muito abaixo do alvo genético;
o Abaixo do z -2 à a criança tem baixa
estatura e precisa avaliar;
• Perguntas essenciais a serem feitas:
o A criança é pequena?
o O quão pequena é a criança?
o A velocidade de crescimento está
comprometida?
o Qual a provável altura final da criança?
• A história clínica detalhada e um exame físico
preciso são essenciais para avaliar a estatura da
criança;
o Buscar: condições genéticas,
endócrinas ou gastrointestinais;
• Variação normal da estatura:
o Velocidade do crescimento normal;
o Dentro do canal familiar;
o Assintomático;
o Exame físico normal;
• Exames complementares direcionais:
o Hemograma;
o Urina I + urocultura;
o Protoparasitológico;
Padrões de Avaliação da estatura importantes
• Altura Absoluta: primeiro passo da avaliação e
serve para mostrar se a altura atual da criança está alterada em relação aos percentis ou
desvios padrão da média;
• Velocidade do Crescimento (cm/ano): medir a
altura em intervalos regulares permite identificar se a criança está crescendo de acordo com sua idade cronológica;
o Obter pelo menos duas medições com
intervalos de 3 a seis meses;
§ Idealmente: entre seis e 12
meses;
o A velocidade de crescimento é
geralmente uniforme, apesar das
medições de comprimento e altura
terem uma maior amplitude;
§ Precisa fazer avaliação se a
criança estiver “caindo” do
percentil de altura ou cruzando
duas linhas percentuais
principais entre 2 anos de idade
e a puberdade;
o Velocidade de crescimento
comprometida indica uma provável
causa patológica – anemia, ITU,
parasitose, acidose tubular, síndrome
de Turner etc.;
o Padrões de velocidade de crescimento:
§ 2 a 4 anos à 5,5 a 9 cm /ano;
§ 4 a 6 anos à 5 a 8,5 cm/ano;
§ 6 anos a puberdade:
• Menino: 4 a 6 cm/ano;
• Menina: 4,5 a
6,5cm/ano;
OBS: a desaceleração (ou aceleração) do
crescimento pode ser normal até os 2 anos de idade para que ela entre no canal familiar de crescimento;
• Altura Alvo (Genético): a altura média dos pais
fornece uma indicação do potencial genético de
crescimento da criança à +/- 8,5cm (p3 a p97)
plotado na idade cronológica de 18 a 20 anos;
o É uma estimativa, não é certeza;
o Se a altura projetada diferir em mais de
8,5cm da altura média parental, pode
haver uma condição patológica
presente;
• Idade Óssea (Maturação Esquelética):
avaliada pela radiografia do punho e mão
esquerda, sendo que o exame será comparado
com padrões correspondentes a idade e ao
sexo;
o Crianças com variações normais de
crescimento podem ter uma idade
óssea avançada ou atrasada à desvios
na maturação esquelética indicam
condições hormonais ou genéticas que
afetam o crescimento;
§ Exemplo: menino com 5 anos
de idade e com idade óssea de
7 anos à está acelerado;
§ Exemplo: menino com 5 anos
de idade e com idade óssea de
6 anos à está normal;
o Variações Aceitáveis: > 2dp = 20% da
IC;
§ 2 a 4 anos à +/- 12 meses;
§ 4 a 12 anos à +/- 18 meses;
§ > 12 anos à +/- 24 meses;
o Atraso da idade óssea: primeiro deve
se pensar em atraso constitucional,
porém pode ser causada por:
§ Desnutrição;
§ Doenças sistêmicas;
§ Deficiência de GH;
§ Hipotireoidismo;
OBS: se o paciente não tem nenhuma queixa, a
velocidade está adequada, deve-se pensar sempre
no atraso constitucional do desenvolvimento;
o Adiantamento da idade óssea:
aceleração do fechamento das epífises
e compromete a estatura final:
§ Puberdade precoce;
§ Hipertireoidismo;
• Relação Peso-Altura: serve para diferenciar
condições que afetam o crescimento linear vs.
aquelas que afetam o ganho de peso;
o Ex: endocrinopatias preservam ganho
de peso e doenças sistêmicas tendem a
comprometer mais o peso do que a
altura;
• Proporções Corporais: analisa as proporções
entre o segmento superior e inferior do corpo –
ajuda a diferenciar a baixa estatura
proporcionada ou desproporcional;
o Útil no diagnóstico diferencial de
displasias esqueléticas;
Causas de baixa estatura
• Nutrição: consumo, absorção ou perdas;
o Baixa ingesta;
o Doenças inflamatórias intestinais; e
Síndrome do intestino curto;
o Diarreia crônica;
o Erros inatos do metabolismo;
o Nefropatias;
• Oxigenação: troca gasosa, CA de O2 adequado
e transporte;
o Pneumopatias;
o Cardiopatias cianogênicas;
o ICC;
o Anemias;
o Hemoglobinopatias;
• Equilíbrio Metabólico: catabolismo vs.
anabolismo e oferta/demanda;
o Cardiopatias;
o Pneumopatias;
o Doenças inflamatórias crônicas;
o Infecções/imunodeficiências;
o Alterações hormonais;
• Hormônios: GH, IGF-1, TSH/T4L, insulina e
glicocorticoides;
o Hipotireoidismo;
o Deficiência de GH;
o Diabetes mellitus;
• Outras causas:
o Expressão genética – Down, Turner,
Edwards, Prader-Willi e Alcoólico Fetal;
o Equilíbrio emocional;
o Uso crônico de medicamentos –
corticoterapia;
Condições associadas a baixa estatura
• Atraso Constitucional do Crescimento e
Puberdade (CDGP): caracterizado por tamanho
normal ao nascimento e uma diminuição da
velocidade de crescimento nos primeiros 3 a 5
anos à mantém a velocidade pré-puberal até o
surto de crescimento puberal, e resulta num
percentil baixo (podendo estar abaixo do p5);
o Característica diagnóstica: idade
óssea atrasada;
o História familiar: pai ou outros parentes
que tiveram puberdade “atrasada”;
o O componente emocional é importante
pois muitas vezes os meninos se
diferem muito entre si;
o Pode ser necessário um
acompanhamento com o endócrino
para uso de terapias hormonais à
garantir a altura adulta do potencial
genético;
• Estatura Baixa Familiar (FSS): variante normal,
onde a criança é inferior a 2dp para a sua idade,
mas altura ainda é esperada para atingir o alvo
genético;
o Característica Diagnóstica:
velocidade de crescimento baixa e uma
idade óssea = a idade cronológica;
o Não exclui causas monogênicas ou
poligênicas, uma vez que a família pode
carregar variantes genéticas
responsáveis pela baixa estatura;
• Pequeno para a Idade Gestacional: neonatos
PIG são definidos como um peso e/ou
comprimento ao nascimento inferior a 2 desvios
padrão abaixo da média (percentil 2,3 ou
inferior);
o 15% das crianças PIG não atingem o
crescimento compensatório até 2 anos
de idade;
o Se a estatura baixa persistir além dos 2
anos, precisa buscar causas
secundários;
• Distúrbios Endócrinos: causas menos comuns
de estatura baixa, o mais comum é a deficiência
de GH e deficiência do hormônio tireoidiano
(TSH);
o Precisa diferenciar causas primárias
(endócrinas) ou secundárias – doença
celíaca ou doença inflamatória
intestinal;
o Deficiência de GH: pode se apresentar
como estatura baixa isolada e atraso no
crescimento – tratamento é a terapia de
substituição de GH para atingir o
potencial genético esperado;
o Deficiência do T4: crescimento lento e
atraso no desenvolvimento físico e
mental, com estatura baixo –
tratamento é repor o hormônio e a
criança pode atingir o potencial
genético;
Manejo da baixa estatura
• Para crianças cuja causa da baixa estatura não é identificada na avaliação inicial, testes
laboratoriais adicionais podem ser realizados;
• Se a avaliação inicial sugerir uma desordem
genética, endócrina, nutricional, inflamatória ou
infecciosa, são recomendados testes
laboratoriais adicionais;
• Para as crianças assintomáticas estudos
retrospectivos indicam que a avaliação
laboratorial completa é geralmente de baixo
rendimento e cara;
Condições associadas a alta estatura
• A estatura alta é mais comumente atribuída à
estatura alta constitucional (ou familiar) ou
supernutrição;
• Estatura Alta Constitucional: neonatos
nascem com um tamanho apropriado para a
idade gestacional (AIG), apresentam um
aumento na velocidade de crescimento,
cruzando o p97 até cerca dos 4 anos de idade,
quando há uma estabilização;
o Exame físico é normal: envergadura
normal e relação normal entre o
segmento superior e inferior;
o Idade óssea é congruente;
o Histórico familiar vai apontar alguém da
família que ocorreu o mesmo
fenômeno;
• Hipertireoidismo: crescimento linear acelerado
com perda de peso, resultado de um estado
hipermetabólico;
o Causa mais comum é a doença de
Graves;
o Pacientes podem apresentar: bócio,
taquicardia, hipertensão, tremores,
atraso palpebral, exoftalmia,
intolerância ao calor e ansiedade;
o Avaliado pela medição de TSH/T4 livre –
geralmente TSH suprimido e T4 elevado;
• Puberdade Precoce: o eixo hipotálamo/hipófise
é ativado precocemente, resultando em uma
produção aumentada de estrogênio e
testosterona à desenvolvimento mamário e
testicular;
o Idade óssea avançada;
o Se a puberdade precoce não for tratada,
o fechamento epifisário pode ocorrer de
maneira precoce e causar uma altura
adulta menor do que o esperado;
Como deve ser avaliada a
estatura/comprimento da criança?
A estatura deve ser avaliada por meio do gráfico da
OMS que avalia a velocidade de crescimento; sendo
que a faixa normal corresponde entre o p3 e o p97 ou
z-score entre -3 e +3;
. Quais os principais fatores que influenciam no
crescimento da criança?
Os principais fatores incluem: nutrição, presença de doenças sistêmicas, instabilidade emocional,
condições socioeconômicas, além do potencial
genético.
Como é definido o diagnóstico de baixa
estatura na criança?
A baixa estatura é definida para criança quando ela
se encontra 2 desvios-padrão abaixo da mediana no
sistema de z-score ou abaixo do p3 no gráfico da
OMS. É preciso excluir causas patológicas que
estejam comprometendo o crescimento. Além
disso, se o paciente estiver acima do p3, mas estiver
apresentando uma queda na velocidade de
crescimento, existe um risco de baixa estatura;
Criança acima do z-score -2 não requer maiores
investigações (investigar se queda na velocidade de
crescimento) e criança abaixo do z-score -2 precisa
prosseguir investigação;
Além da medida isolada da
estatura/comprimento, quais outros
aspectos devem ser avaliados durante a
investigação da baixa estatura?
Precisa ser avaliado os seguintes critérios:
Velocidade de crescimento da criança: o ideal é
medir entre 6 e 12 meses para verificar se a
velocidade está constante; VC comprometida vai
apontar alguma causa patológica que esteja
interferindo no crescimento da criança; existe um padrão de crescimento que varia com a idade, sendo 2 a 4 anos é 5,5 a 9cm/ano, 4 a 6 anos 5 a 8,5cm/ano, e acima de 6 anos até a puberdade 4 a 6cm/ano para meninas e 4,5 a 6,5cm/ano para os meninos.
Altura alvo: calcular o potencial genético da criança com base na altura dos pais, o canal familiar é estabelecido por +/-8,5cm do cálculo menino (pai + mãe +13)/2 e menina (pai + mãe -13)/2; se diferir em mais de 8,5cm tem alguma causa patológica;
Idade Óssea: observada a partir de uma radiografia de punho e mão esquerda; atrasos ou avanços na idade óssea em relação a idade cronológica podem ser normais, seguindo os seguintes valores 2 a 4 anos (+/-12 meses), 4 a 12 anos (+/- 18 meses) e acima de 12 anos (+/- 24 meses); idade óssea atrasada pode-se pensar em desnutrição, doença sistêmica, deficiência de Gh e hipotireoidismo - se criança
estiver assintomática e com a VC adequada é atraso constitucional do crescimento; idade óssea avançada pode indicar puberdade precoce e sugere o fechamento precoce das epífises ósseas e comprometimento da altura final.
Quais são as causas mais comuns de baixa
estatura?
As causas mais comuns de baixa estatura incluem:
problemas nutricionais (consumo, absorção ou
perdas, baixa ingesta, doenças intestinais, diarreias
crônicas e erros inatos do metabolismo); problemas
de oxigenação (pneumopatias e cardiopatias
cianogênicas), deficiências hormonais (mais raras -
associadas a hipotireoidismo, deficiência de GH e
diabetes mellitus) além de doenças genéticas e uso
crônico de medicamentos (corticoide);
Cite algumas patologias que podem
comprometer o crescimento da criança,
levando a baixa estatura ou mesmo ao risco
de baixa estatura pela redução da velocidade
de crescimento.
Hipotireoidismo, deficiência de GH, doença celíaca,
insuficiência renal crônica, doenças cardíacas
congênitas e síndromes genéticas (ex.: Turner,
Down).
Explique os conceitos de atraso
constitucional do crescimento e estatura
baixa familiar.
Atraso Constitucional do Crescimento corresponde
a uma criança que tem um tamanho normal ao
nascimento, mas que teve uma diminuição na
velocidade de crescimento nos primeiros 3 a 5 anos
e resulta em um percentil baixo; essa criança
apresenta uma IO atrasada e um histórico familiar de
alguém da família que teve uma puberdade atrasada;
pode ser necessário um acompanhamento com o
endocrinologista para reposição hormonal para
tentar atingir a altura alvo do potencial genético;
Já a baixa estatura familiar é aquela criança em que
a criança está 2 desvios padrão abaixo da média,
mas ainda se encontra dentro do canal familiar;
apresenta uma baixa VC, mas a IO e IC são
compatíveis (diferente do atraso constitucional);