Pneumonia Na Infância Flashcards

(19 cards)

1
Q

INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA PNEUMONIA

A

• A pneumonia é a principal causa de mortalidade
em crianças menores de cinco anos nos países
em desenvolvimento;
• O diagnóstico correto e a intervenção precoce
são os pontos fundamentais para reduzir a
mortalidade;
• Vários sinais e sintomas foram descritos em
casos PAC e são dependentes da idade da
criança, da extensão do acometimento e
gravidade do quadro;
• Em uma criança que tem 4 a 6 infecções
respiratórias agudas/ano à 2 a 3% evoluem para
pneumonia;
• As internações representam 7 a 15% dos casos;
o 80% nos menores de 5 anos;
• Mortalidade: 10 a 20%;
o 2ª causa de óbito em menores de 5
anos;
• Fatores de risco:
o Idas a creche/escolinha;
o Sibilantes recorrentes – predisposição;
o Desmame precoce;
o Vacinação incompleta;
o Má situação socioeconômica;

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2
Q

Etiologia pneumonia

A

• A pneumonia representa uma inflamação do
parênquima pulmonar, que tem como causa:
o Química – silicose e asbestose;
o Radioativa;
o Infecciosa – bacteriana (44% a 53%),
viral (42% a 62%) e fúngica;

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3
Q

Pneumonia viral

A

• São os principais causadores de pneumonia em
< 5 anos;
• Principais agentes:
o VSR;
o Influenza A e B;
o Adenovírus;
o Parainfluenza;

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4
Q

Pneumonia BACTERIANA

A

• Existem agentes específicos para cada faixa
etária;
o < 2 meses: Streptococcus do grupo B
(H. lactae), gram negativos entéricos (E.
coli), Staphylococcus aureus, Listeria
monocytogenes;
o 1 a 3 meses: Chlamydia trachomatis –
infecção ao nascimento (incubação de
até 3 meses);
§ Associada a conjuntivite, tosse
intensa e eosinofilia;
o > 2 meses: Streptococcus pneumoniae,
Haemophilus tipo b, gram negativos e
Staphylococcus aureus;
o Escolares e adolescentes:
Streptococcus pneumoniae,
Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia
pneumoniae;
OBS: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia
pneumoniae também podem estar presentes nos
pré-escolares;

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5
Q

Patogenia pneumonia

A
  1. Colonização ou infecção das vias aéreas
    superiores;
  2. Invasão das vias aéreas inferiores;
  3. Início do processo inflamatório:
    a. Migração leucocitária;
    b. Aumento da permeabilidade vascular;
    c. Hipersecreção glandular;
  4. Preenchimento das vias aéreas: leucócitos +
    líquidos + restos celulares;
  5. Formação de edema intersticial e aumento da
    secreção brônquica;
    OBS: os vírus tendem a comprometer o interstício
    (sibilos e estertor subcrepitante) e bactérias a
    comprometer os alvéolos;
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6
Q

Quadro clinico pneumonia

A

• O principal sinal é a taquipneia;
o Alta sensibilidade (72 a 94%) e baixa
especificidade (38 a 99%);
o Estreita relação com a gravidade do
caso;
o Avaliação pode ser prejudicada se
sibilância ou febre;

Faixa etária e FR:
< 2 MESES < 60 IRPM
2 A 12 MESES < 50 IRPM
1 A 5 ANOS < 40 IRPM
6 A 8 ANOS < 30 IRPM
> 8 ANOS < 20 IRPM

• Febre é frequente (70%), mas não é
indispensável;
• Outros sintomas:
o Tosse e sintomas gripais;
o Sibilância;
o Irritabilidade e inapetência;
o Cefaleia e vômitos;
• Dor abdominal presente em 34% dos casos e
está associada a: derrame pleural, pneumonia
basal e linfonodomegalia abdominal;

• Ausculta: Estertoração, redução do murmúrio
vesicular e sibilância;

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7
Q

Exames complementares pneumonia

A

RADIOGRAFIA
OBS: não é necessária para o diagnóstico – é clínico;
• Indicações:
o Doença grave;
o Achados clínicos inconclusivos;
o Suspeita de complicações;
o Pneumonias de repetição;
OBS: não utilizada para controle de cura;
• Pode ser usada para diferenciar etiologia, mas a
acurácia é baixa;
• Bacteriana: padrão alveolar à homogêneo;
o Segmentar ou lobar;
o Broncograma aéreo;
o Abscesso, pneumatocele e derrame
pleural;

• Virais: padrão intersticial à heterogêneo;
o Espessamento brônquico;
o Adenopatia hilar/perihilar;
o Hiperinsuflação;
o Atelectasia;

• Atípicas: alterações mistas;
o Usualmente infiltrado heterogêneo;
o Intersticial ou reticulonodular (mais
comum em pré-escolares);
Imagens intersticiais bilaterais de criança de 2
meses com pneumonia por C. trachomatis,
mostrando broncopneumonia à direita e
hiperinsuflação.
OBS: a presença de consolidações é mais comum
em escolares e adolescentes;

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8
Q

Score radiológico para d gnóstico presuntivo pneumonia

A

• Sistemas de pontuação radiológica auxiliam na
tentativa de diferenciar as pneumonias virais das
bacterianas, como o escore descrito por
Khamapirad e Glezen à nele, quanto maior a
pontuação, maior a possibilidade de infecção
bacteriana e pontuação negativa está associada
à infecção viral;

• A análise final conduzida pelos autores revelou
escores que variaram de:
o +1,5 a +6,3 para pneumonias
bacterianas;
o –1,4 a –2,8 para processos virais;

Achado radiológico: Infiltrado
• Bem delimitado (distribuição lobar ou segmentar ou aspecto arredondado): pontuação 2
• Limites imprecisos e distribuição difusa: pontuação 1
• Intersticial e/ou peribrônquico: pontuação -1

Achado radiológico: Localização
• Lobar (um único lobo): pontuação 1
• Lobos múltiplos em um ou ambos os pulmões, com infiltrado bem delimitado: pontuação 1
• Localização múltipla, perihilar, infiltrado de limites imprecisos: pontuação -1

Achado radiológico: Derrame pleural
• Velamento mínimo do seio costofrênico: pontuação 1
• Derrame evidente: pontuação 2

Achado radiológico: Abscesso, pneumatocele e lesões bolhosas
• Duvidoso: pontuação 1
• Evidente: pontuação 2

Achado radiológico: Atelectasia
• Subsegmentar (múltiplas localizações): pontuação -1
• Lobar (envolvendo lobo superior ou médio direitos): pontuação -1
• Lobar (envolvendo outros lobos): pontuação 0

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9
Q

Outros exames de image pneumonia

A

• Tomografia e ultrassom – avaliar consolidação,
derrame pleural e presença de pneumotórax;

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10
Q

Exames laboratoriais pneumonias

A

HEMOGRAMA
OBS: não é necessária para o diagnóstico – é clínico;
• Indicações:
o Doença grave;
o Internação;
o Todos < 2 meses e < 36 meses com FSS;
• Pode ajudar a diferenciar a etiologia;
o Porém baixa acurácia e achados podem
se sobrepor;

HEMOCULTURA
• Serve para pacientes internados – 2,5 a 50% de
positividade;
• Pode ajudar a guiar a antibioticoterapia;

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11
Q

Outros métodos diagnósticos pneumonia

A

• Sorologia: os métodos sorológicos são muito
úteis para o diagnóstico das infecções por
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia
trachomatis e Chlamydia pneumoniae.
o Nessas infecções, a elevação da IgM ou
elevação de 4 vezes nos títulos da IgG,
dosados nas fases aguda e
convalescente, são suficientes para o
diagnóstico;
o Alguns vírus, como sincicial
respiratório, adenovírus, parainfluenza
e influenza também podem ser
diagnosticados pelo encontro de um
aumento de 4 vezes nos níveis de IgG,
com intervalo de cerca de 2 semanas.
• Detecção de antígenos: a identificação de
antígenos virais em secreção nasofaríngea tem-
se mostrado muito útil ao diagnóstico das
infecções causadas por esses agentes.
o Antígenos bacterianos do S.
pneumoniae, H. influenzae e S. aureus
podem ser detectados no líquido pleural
e em amostras de urina após
concentração, caso em que a
sensibilidade e a especificidade se
situam em torno de 80%;
• 3. PCR (polymerase chain reaction): é um
método para detecção de DNA em secreção de
naso ou orofaringe ou material pulmonar de
alguns patógenos, como: M. pneumoniae, C.
pneumoniae, C. trachomatis, L. pneumophila, S.
aureus, vírus respiratórios, B. pertussis, M.
tuberculosis e S. pneumoniae;

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12
Q

Complicações pneumonia

A

• Derrame pleural;

Pneumonia extensa;

• Abscesso;

• Atelectasia;
• Pneumotórax;
• Pneumatocele;

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13
Q

Sinais de gravidade pneumonia

A

• Em < 2 meses:
o Dispneia;
o Prostração e toxemia;
o Hipoxemia;
o Taquipneia importante;
o Apneia;
OBS: indicação de internação se tiver dispneia,
prostração e taquipneia importante, hipoxemia,
sepse, instabilidade Hemodinâmica, apneia;
OBS: internar em UTI à necessidade de VPM, sepse
e choque;

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14
Q

Conduta pneumonia

A

• Monitorização: sinais vitais e saturação;
• Dieta e jejum;
• Acessos venosos – hidratação e ATB se
necessário;
• ATB a depender da faixa etária;
• Suporte de O2 – cateter, máscara, tenda, VNI e
IOT;
OBS: outras indicações de internação à falha
terapêutica ambulatorial, condições familiares
desfavoráveis, comorbidade e impossibilidade de se
alimentar;
• Tratamento Ambulatorial:
o ATB para cada faixa etária;
o Reavaliar – 24 a 72 horas;
o Orientar sinais de gravidade;

CRIANÇA MENOR DE 2 MESES:

Fluxograma:
1. Há taquipneia ou tiragem subcostal ou sinais de gravidade?
• Sim:
• Classifique como possível infecção bacteriana grave
• Interne
• Coletar: hemograma, VHS, PCR e hemocultura
• Inicie antibiótico com uma das seguintes opções:
• Ampicilina ou penicilina com aminoglicosídeo
• Ampicilina ou penicilina com cefalosporina de 3ª geração (associar oxacilina se houver suspeita de estafilococo)
• Eritromicina, caso haja suspeita de clamídia

CRIANÇA MAIOR DE 2 MESES:

Conduta inicial:
• Criança com tosse ou dificuldade para respirar e taquipneia
• Se apresentar sibilância ou história prévia de sibilância, tratar com broncodilatador por até 3 sessões e reavaliar
• Se mantiver taquipneia, realizar RX de tórax
• Pneumonia confirmada: coletar hemograma, VHS, PCR e hemocultura e iniciar antibioticoterapia
• Se houver derrame pleural, puncionar para avaliação
• Classificar de acordo com uma das 3 categorias abaixo:

  1. Pneumonia (taquipneia):
    • Iniciar amoxicilina ou penicilina procaína
    • Tratamento ambulatorial
    • Reavaliar em 48 horas
  2. Pneumonia grave (presença de tiragem):
    • Internar
    • Iniciar penicilina cristalina ou ampicilina
  3. Pneumonia muito grave (sinais de gravidade):
    • Internar
    • Iniciar oxacilina ou ceftriaxona associada à oxacilina

Observações adicionais:
• Em maiores de 5 anos de idade:
• Se quadro clínico insidioso, considerar Mycoplasma pneumoniae e prescrever macrolídeo
• Se quadro agudo, prescrever amoxicilina
• Em casos tratados no ambulatório, mas com necessidade de internação, seguir as condutas acima

Se houver derrame pleural associado:
• Puncionar
• Se o líquido for turvo ou purulento: fazer Gram e cultura e colocar em dreno fechado
• Se o líquido for claro: fazer citologia, bioquímica (DHL, glicose, pH) e microbiologia para decisão terapêutica

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15
Q

Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de pneumonia em crianças, e como
esses fatores influenciam a gravidade da doença?

A

Os fatores de risco para pneumonia incluem: idas a creche/escolinha em idade precoce (o que leva ao risco de
contrair um patógeno mais virulento e a criança não ter proteção para combater), pacientes que são sibilantes
recorrentes (hiper-reatividade da via aérea), desmame precoce (perda as imunoglobulinas maternas que ajudam
na resposta imune), vacinação incompleta (predisposição a microrganismos que são combatidos com vacina);

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16
Q

Explique as diferenças entre os padrões radiológicos associados às pneumonias bacterianas, virais e
atípicas, e a importância do uso de exames de imagem no diagnóstico

A

As pneumonias bacterianas têm um padrão alveolar e mais homogêneo, com comprometimento segmentar ou
lobar, presença de broncograma aéreo; podendo estar associado a abscesso, pneumatocele e derrame pleural;
As pneumonias virais têm padrão intersticial e mais heterogêneo, com hiperinsuflação, além de estar associado a
adenopatia hilar/perihilar e atelectasia; A radiografia não é necessária para o diagnóstico, uma vez que é clínico;
ela é solicitada em caso de doença grave, achados clínicos inconclusivos, suspeita de complicação e pneumonias
de repetição; outros exames de imagem são necessários para observar complicações como derrame pleural e
presença de consolidações;

17
Q

Discuta a relação entre a faixa etária e os agentes etiológicos mais comuns da pneumonia na infância,
destacando as implicações para o tratamento antibiótico.

A

O ATB deve ser escolhido com base nos patógenos mais prevalentes para cada faixa etária; Em menores de 2
meses: Streptococcus do grupo B, gram-negativos entéricos (E. coli), Staphylococcus aureus e Listeria; De 1 a 3
meses: Chlamydia trachomatis - infecção ao nascimento e pode ficar latente até 3 meses; se manifesta associada
a conjuntivite, tosse intensa e eosinofilia; Em maiores de 2 meses? Streptococcus pneumoniae, Haemophilus tipo
B, gram negativos e Staphylococcus aureus; Em escolares e adolescentes: Streptococcus pneumoniae,
Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae;

18
Q

Como o quadro clínico de pneumonia pode variar de acordo com a gravidade da doença, e quais são os
sinais que indicam necessidade de internação?

A

O quadro clínico da pneumonia se manifesta por taquipneia, tosse, febre (pode ser infrequente), sibilância,
cefaleias e vômitos, dor abdominal e irritabilidade; o que vai dizer a respeito da gravidade é a intensidade da
taquipneia, quanto mais taquipneico mais grave; na ausculta podem ser encontrados estertoração (se
bacteriana), redução do MV e sibilância; Sinais de alerta que indiquem a internação: toxemia, prostração,
dispneia, taquipneia importante e sinais de apneia; internar na UTI se sinais de sepse e choque;

19
Q

Analise as principais estratégias de manejo clínico da pneumonia na infância, incluindo indicações para
tratamento ambulatorial, internação e cuidados em UTI.

A

A conduta é feita a partir da monitorização do paciente (sinais vitais e saturação), dieta e jejum, acessos venosos
para hidratação (e ATB), ATB a depender da faixa etária e suporte de O2; o tratamento ambulatorial é feito com ATB
para faixa etária, reavaliar em 24-72h e orientar sinais de gravidade que justifiquem internação;