Cardiopatias Congenitas Flashcards

(29 cards)

1
Q

Cardiopatias congênitas

A

• Definição: malformações anatômicas do
coração e/ou dos grandes vasos sanguíneos
presentes ao nascimento, decorrentes de
alterações no desenvolvimento embriológico;
• A incidência de cardiopatias congênitas é de
cerca de 8 a 10 em cada 1.000 nascidos vivos, e
essas condições podem se manifestar
isoladamente ou em associação com síndromes
genéticas e outras anomalias;
• Podem ser classificadas em:
o Cardiopatias cianogênicas: Tetralogia
de Fallot;
o Cardiopatias acianogênicas:
comunicação interatrial, comunicação
interventricular e persistência do canal
arterial;
• A manifestação clínica da cardiopatia congênita
ocorre principalmente nos primeiros meses de
idade, no entanto, o reconhecimento da doença
pode ser feito em qualquer fase da vida;

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2
Q

Mudanças na circulação fetal -> neo alta

A

• Expansão pulmonar à redução da resistência
vascular pulmonar;
o Hipoxemia transitória;
o Produção de NO;
o Vasodilatação pulmonar;
• Retirada da placenta à aumento da resistência
vascular sistêmica;
o Queda das prostaglandinas à
vasodilatadores;
o PGE2 à constrição do canal;
• Fechamento do canal:
o Funcional até 72h;
o Anatômico até 7 dias;

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3
Q

Explique o Shunt E -> D
Fisiopatologia

A
  1. Resistência vascular periférica > resistência
    vascular pulmonar;
    1. Shunt E → D: fluxo anômalo
      Sobrecarga volumétrica em câmaras direitas;
  2. Hiperfluxo pulmonar: lesões vasculares
    progressivas
  3. Hiperplasia da camada íntima das artérias
    pulmonares;
  4. Remodelamento dos vasos pulmonares –
    Doença Vascular Pulmonar;
  5. Grande aumento pressão pulmonar: Síndrome
    de Eisenmenger
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4
Q

Explique o shunt D -> E
Fisiopatologia

A
  1. Cursam com hipoxemia e cianose;
  2. Complicações da progressão da doença
    pulmonar + falência cardíaca → morte;
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5
Q

QUANDO SUSPEITAR DE CARDIPATIAS
CONGÊNITAS

A

• Sintomas sugestivos: cianose, cansaço/recusa
de mamadas e dispneia;
o Mal ganho ponderal;
o Baixa estatura;
o Atraso no DNPM;
• Sopros sugestivos:
o Contínuos – holossistólico;
o Diastólicos;
OBS: sopros sistólicos são “inocentes” – atrelados a
causas fisiológicas;
o Alta intensidade > 4+;
o Rude;
o Com irradiação;
o Associado a frêmito, estalido ou
hiperfonese;
OBS: nem toda cardiopatia tem sopro;
OBS: para a suspeita e diagnóstico à associar o
sopro patológico, clínica e alterações em exames
(ECG, RX ou ecocardiograma);

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6
Q

Comunicação interatrial (CIA)

A

• Cardiopatia sem cianose + Hiperfluxo pulmonar;
• Ocorre por um defeito no septo atrial;
• A prevalência da comunicação interatrial é de
0,53 por 1.000 nascidos vivos, e a sua frequência
é de 8,67% dos defeitos cardíacos congênitos;
• Shunt E à D;
o Sobrecarga:
§ Átrio direito;
§ Ventrículo direito;
§ Pulmão – Hiperfluxo;

• Morfologia: são 4 tipos anatômicos de CIA;
o CIA ostium secundum (OS): é o defeito
mais comum e ocorre na região da fossa
oval, sendo, por isso, também
conhecida como CIA tipo fossa oval;
o CIA ostium primum (OP): é conhecida
atualmente como defeito do septo
atrioventricular parcial, e está
localizada junto às valvas
atrioventriculares; quase sempre tem
associada a fenda no folheto anterior da
valva mitral;
o CIA seio venoso (SV): está localizada
junto à desembocadura da veia cava
superior e, em geral, está associada à
drenagem anômala parcial de veias
pulmonares direitas;
o CIA seio coronário (SC): é rara e deve-se
à presença de orifício no teto do seio
coronário, permitindo passagem do
átrio esquerdo para o átrio direito
através do óstio do seio coronário;

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7
Q

Morfologia CIA

A

• Morfologia: são 4 tipos anatômicos de CIA;
o CIA ostium secundum (OS): é o defeito
mais comum e ocorre na região da fossa
oval, sendo, por isso, também
conhecida como CIA tipo fossa oval;

o CIA ostium primum (OP): é conhecida
atualmente como defeito do septo
atrioventricular parcial, e está
localizada junto às valvas
atrioventriculares; quase sempre tem
associada a fenda no folheto anterior da
valva mitral;

o CIA seio venoso (SV): está localizada
junto à desembocadura da veia cava
superior e, em geral, está associada à
drenagem anômala parcial de veias
pulmonares direitas;

o CIA seio coronário (SC): é rara e deve-se
à presença de orifício no teto do seio
coronário, permitindo passagem do
átrio esquerdo para o átrio direito
através do óstio do seio coronário;

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8
Q

Clínica CIA

A

• Clínica: variável de acordo com o tamanho do
defeito;
o Assintomático;
o Fadiga;
o Infecções de VVAA de repetição – por
congestão pulmonar;
• O crescimento e o desenvolvimento são
normais;
• 40% fecham nos primeiros anos de vida;
o Se não fechar, pode causar inversão do
shunt e síndrome de Eisenmenger (na
terceira/quarta década de vida);
• Ausculta:
o Desdobramento fixo de B2 – Hiperfluxo
pulmonar gera o atraso do fechamento
da valva pulmonar;
o Sopro sistólico à estenose pulmonar
relativa;
§ Audível na borda esternal
superior esquerda;
OBS: o sopro não vem pelo turbilhonar e sim pelo
excesso de sangue passando por ali;
o Sopro diastólico à estenose tricúspide
relativa;
§ Sopro em ruflar em foco
tricúspide;
§ Ocorre pela maior passagem de
sangue do átrio direito para o
ventrículo direito;
o Hiperfonese de B2 – hipertensão
pulmonar;

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9
Q

Diagnóstico CIA

A

o Ecocardiograma – principal forma de
diagnóstico;
o Raio-X de tórax;
§ Cardiomegalia;
§ Aumento da trama pulmonar –
cefalização;
§ Proeminência do Tronco
Pulmonar;
o ECG:
§ Sinais de sobrecarga direita;
§ Desvio do eixo para a direita;
• Tratamento: expectante – acompanhar para
verificar se vai fechar a comunicação;
o Sem restrição a exercícios;
o Sem restrição hídrica;
o Sem medicamentos;
o Sem profilaxia para endocardite;
OBS: necessidade de medicação apenas quando
aparecem as complicações;
OBS: a correção cirúrgica tem de ser realizada
eletivamente por volta de 2 anos de idade, para evitar aumento crônico do átrio e do ventrículo direitos, que
é a causa de arritmia e de insuficiência cardíaca no adulto, levando à morte prematura;

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10
Q

Comunicação interventricular (CIV)

A

• Ocorre por um defeito no septo interventricular;
• A incidência da comunicação interventricular é
de 2,56 casos por 1.000 nascidos vivos;
o É a cardiopatia congênita mais
frequente, correspondendo a 41,59% do
total dessas enfermidades;
• Shunt E à D – sem cianose;
o Sobrecarga:
§ Ventrículo direito;
§ Hiperfluxo pulmonar;
§ Átrio esquerdo;
§ Ventrículo esquerdo;

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11
Q

Classificação CIV

A

Classificação: de acordo com a porção do
septo interventricular acometido;
o Perimembranosa – 70%;
o Infundibular – 5 a 20%;
o Subarterial;

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12
Q

Sintomas CIV

A

• Sintomas: a depender do tamanho do defeito e
início das manifestações ao final do 1º mês;
o Pequena: relação Qp/Qs entre 1 e 1,5;
§ Assintomático;
§ Crescimento e ganho de peso
normal;
§ DNPM normal;
o Moderado/grande: relação Qp/Qs de
1,5 a > 2;
§ Mal ganho pondero-estatural;
§ Pneumonias de repetição;
§ Fadiga;
§ Dispneia;
§ ICC;
• Sopro: holossistólico e audível na borda
esternal inferior esquerda;
o Estenose mitral relativa: diastólico em
ruflar;
o Insuficiência mitral: dilatação do anel
valvar;
§ Sistólico em foco mitral;
§ Relacionado a regurgitação;
• Ausculta: outros aspectos;
o Desdobramento fixo de B2;
o Se tiver hipertensão pulmonar à
hiperfonese de B2;

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13
Q

Diagnóstico CIV

A

• Diagnóstico:
o Ecocardiograma – padrão ouro;
o Raio-X;
§ Cardiomegalia;
• Câmaras Esquerdas;
• Ventrículo direito;
§ Aumento da trama pulmonar;
§ Proeminência do tronco
pulmonar;
§ Sinal de duplo contorno –
crescimento atrial esquerdo;
o ECG;
§ Pequenas: normal;
§ Moderadas/Grandes: sinais de
sobrecarga esquerda;
• Tratamento:
o Sem restrição a exercícios – exceto de
hipertensão pulmonar;
o Digitálicos se ICC;
o Diuréticos se sobrecarga importante;
o Profilaxia para endocardite;
OBS: a correção cirúrgica total está indicada em
qualquer idade para pacientes que apresentam
insuficiência cardíaca refratária ao tratamento
clínico, retardo do desenvolvimento pondero
estatural e desenvolvimento de hipertensão
pulmonar;
OBS: na evolução natural, a comunicação
interventricular pode apresentar fechamento
espontâneo, desenvolvimento de estenose
pulmonar, progressão da hipertensão pulmonar para
síndrome de Eisenmenger, insuficiência aórtica,
obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo e
endocardite infecciosa; o fechamento espontâneo
ocorre em até 70% dos casos, a maioria no 1º ano de
vida, e acontece nas comunicações
interventriculares perimembranosas, na muscular
pequena e na subaórtica (Perimembranosa ou
duplamente relacionada);

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14
Q

Persistência do canal arterial (PCA)

A

• O canal arterial está patente na vida fetal, como
um curto e largo vaso conectando a artéria
pulmonar à aorta descendente, logo abaixo do
istmo aórtico;
o É uma estrutura fundamental na
circulação fetal; e após o nascimento,
seu fechamento funcional comumente
ocorre entre 12 e 15 horas de vida, e o
anatômico é completado entre o 5º e o
7º dia de vida, prolongando-se, em
alguns casos, até o 21º dia;
OBS: em algumas situações, a persistência do canal
arterial é a condição obrigatória para a manutenção
da vida do paciente à tetralogia de Fallot;
• Shunt E à D (Ao à TP) – sem cianose;
o Sobrecarga:
§ Hiperfluxo pulmonar;
§ Átrio esquerdo;
§ Ventrículo esquerdo;

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Q
A
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16
Q

Sintomas PCA

A

Sintomas: a depender do tamanho do defeito –
se assemelha a CIV;
o Pequeno: assintomático;
o Moderado: cansaço aos esforços;
o Grande:
§ Mal ganho ponderal;
§ Baixa estatura;
§ Pneumonias de repetição;
§ Dispneia;
§ Hipertensão pulmonar;
OBS: assim como na comunicação interventricular
(CIV), a persistência crônica da doença é capaz de
levar à síndrome de Eisenmenger;

17
Q

Sintomas PCA

A

• Ausculta: presença de sopro;
o Audível em: borda esternal superior
esquerda, infraclavicular e dorso;
o Contínuo: crescente na sístole e
decrescente na diástole;
o Sopro “em maquinário”;
o Abafa a B2;
• Pulso paradoxal e alta amplitude;

18
Q

Diagnóstico PCA

A

Diagnóstico: semelhante a CIV;
o Ecocardiograma – padrão ouro de
diagnóstico;
o ECG:
§ Defeito pequeno à normal;
§ Defeito moderado/grande:
sinais de sobrecarga esquerda;
o Raio-X:
§ Semelhante ao da CIV;
§ Cardiomegalia;
§ Aumento da trama pulmonar;
§ Proeminência do tronco
pulmonar;
• Tratamento:
HP;
o Sem restrição a exercícios – exceto se
o Digitálicos se ICC;
o Diuréticos se sobrecarga importante;
o Indomectina – prematuros;

19
Q

Tetralogia de FALLOT

A

• A prevalência da tetralogia de Fallot é de 0,21 por
1.000 nascidos vivos, correspondendo a
aproximadamente 3,36% das cardiopatias
congênitas;
o É a mais comum das cardiopatias
cianogênicas;
• Quatro defeitos característicos:
o Grande comunicação interventricular;
o Obstrução de via de saída do ventrículo
direito – estenose pulmonar;
o Aorta acavalgada sobre o septo
interventricular – dextroposição da
aorta;
o Hipertrofia de ventrículo direito;

OBS: pode apresentar atresia pulmonar – mas não é
clássico;
• Shunt D à E – com cianose;
o Sobrecarga:
§ Pressórica em VD;
§ Hipofluxo pulmonar;

20
Q

Sintomas Tetralogia de FALLOT

A

o Cianose;
o Dispneia aos esforços;
o Baqueteamento digital;
o Crises de hipoxemia – se a criança
chora, aumenta a pressão intratorácica
diminui a pressão no lado esquerdo e
aumenta o Shunt;
o Mal ganho ponderal;
o Baixa estatura;
o Atraso no DNPM;

• Ausculta:
o Sopro de estenose pulmonar à
sistólico, ejetivo e audível no 2º, 3º e 4º
EIC esquerdo (polifocal);
o B2 única: não tem desdobramento –
Hipofluxo pulmonar;
o Estalido de abertura aórtico;
o Sopro de canal arterial aberto;
OBS: forma acianótica (paciente PINK) à quando
tem obstrução pequena na via de saída do VD – sopro
se aproxima da CIV pequena;

21
Q

Diagnóstico Tetralogia de FALLOT

A

o Raio-X:
§ Hipofluxo pulmonar à
depressão do tronco pulmonar;
• Depressão do arco da
pulmonar;
§ Hipertrofia do VD;
• Elevação do ápice;
• Coração em bota;
o ECG:
§ Sobrecarga ventricular direita;
§ Desvio de eixo para direita;
§ Padrão de bloqueio do ramo
direito;
• Tratamento:
o Cirúrgico: paliativo e corretivo;
§ Paliativo: shunt sistêmico –
pulmonar ou Blalock-Taussig
(entre a pulmonar e a subclávia
para oxigenar o sangue
novamente);
§ Corretivo: corrige todas as
alterações;
OBS: enquanto a cirurgia não for feita, o canal arterial
deve ser mantido aberto por medicamentos com
prostaglandinas à garantir que o sangue seja
oxigenado de novo;

22
Q

DEFEITO DO SEPTO ATRIOVENTRICULAR
TOTAL – DSAVT

A

• O defeito do septo atrioventricular total é uma
anormalidade do desenvolvimento dos coxins
endocárdicos, resultando em uma comunicação
interatrial tipo ostium primum, uma
comunicação interventricular e uma única valva
atrioventricular;
• A prevalência da doença é de 0,25 por 1.000
nascidos vivos, e a sua frequência é de 4% das
cardiopatias congênitas;
o É a anomalia cardíaca congênita mais
frequente na síndrome de Down;
• Morfologia: no DSAV (defeito do septo
atrioventricular), há uma junção atrioventricular
comum, com uma valva única conectando as
cavidades atriais e ventriculares, além de
comunicações entre o átrio e o ventrículo;
o Classificação por Tipos: o defeito
completo é classificado nos tipos A, B e
C de Rastelli, conforme a estrutura da
valva atrioventricular;
o Pode haver obstruções nas vias de saída
dos ventrículos direito e esquerdo, bem
como desbalanceamento das
cavidades ventriculares (um ventrículo
sendo hipoplásico em relação ao outro);
6º PERÍODO • Shunt E à D: causando Hiperfluxo pulmonar;

23
Q

Quadro clinico DSAVT

A

: o quadro clínico do DSAV é
similar ao de um grande defeito do septo
interventricular, com sintomas como dispneia,
baixo desenvolvimento de peso e infecções
respiratórias frequentes;
o Crianças com insuficiência grave da
valva atrioventricular podem apresentar
insuficiência cardíaca precoce, muitas
vezes de difícil controle com tratamento
clínico;
o Em crianças com síndrome de Down, a
regressão da pressão pulmonar pode
ser lenta, podendo mascarar os
sintomas e dificultar o diagnóstico da
doença; por isso, é recomendável
realizar ecocardiograma devido à alta
incidência de cardiopatia congênita;
o Devido às pressões equilibradas entre
átrios e ventrículos, o sopro no exame
físico pode ser discreto ou ausente;
o Na presença de regurgitação
significativa da valva atrioventricular, é
possível auscultar um sopro sistólico de
regurgitação na borda esternal
esquerda e uma segunda bulha
hiperfonética, algumas vezes com
desdobramento fixo;
o Com o desenvolvimento de hipertensão
pulmonar e aumento da resistência
vascular pulmonar, pode ocorrer
cianose generalizada, sendo essa
alteração mais precoce em crianças
com síndrome de Down;

24
Q

Diagnóstico e tratamento DSAVT

A

o Raio-X: assemelha-se ao da CIV;
o Eletrocardiograma: hemibloqueio
anterior esquerd;
o Ecocardiograma: diagnóstico padrão
ouro;
• Tratamento: cirúrgico;
OBS: a evolução do defeito do septo atrioventricular
total é semelhante à da comunicação
interventricular grande; o retardo na correção pode
levar ao desenvolvimento de doença vascular
pulmonar obstrutiva; a correção cirúrgica pode ser
realizada com baixa mortalidade, e melhora o
prognóstico do paciente;

25
Explique as características das cardiopatias congênitas com shunt esquerda-direita, destacando os mecanismos fisiopatológicos envolvidos em casos como CIA, CIV e PCA.
As cardiopatias congênitas com shunt esquerda-direita (CIA, CIV e PCA) caracterizam-se pela passagem anômala de sangue do lado esquerdo para o lado direito do coração ou da circulação, o que gera hiperfluxo pulmonar. Fisiopatologia comum: • O sangue oxigenado do lado esquerdo, devido à maior resistência sistêmica comparada à pulmonar, migra para o lado direito. • Isso leva à sobrecarga volumétrica nas câmaras direitas e nos pulmões. • O hiperfluxo pulmonar crônico resulta em lesões vasculares pulmonares, como hiperplasia da camada íntima e remodelamento vascular. • A progressão pode culminar na síndrome de Eisenmenger, onde o shunt se inverte (direita-esquerda), causando cianose e comprometendo o prognóstico. Exemplos: • CIA: sobrecarga do átrio e ventrículo direitos e dos pulmões. • CIV: sobrecarga do VD, átrio esquerdo e VE. • PCA: sobrecarga do AE, VE e pulmões
26
Compare as manifestações clínicas de uma comunicação interatrial (CIA) e uma comunicação interventricular (CIV), considerando os sintomas, achados ao exame físico e sinais radiológicos.
A comunicação interatrial (CIA) e a comunicação interventricular (CIV) são defeitos cardíacos congênitos que permitem a passagem de sangue do lado esquerdo para o direito do coração, aumentando o fluxo para os pulmões. No entanto, elas se apresentam de maneiras diferentes. Na CIA, o defeito está entre os átrios. Muitas vezes, a criança é assintomática ou tem poucos sintomas, como cansaço leve e infecções respiratórias de repetição. O crescimento geralmente é normal. No exame físico, um dos sinais mais característicos é o desdobramento fixo da segunda bulha cardíaca (B2), por causa do atraso no fechamento da valva pulmonar. Pode haver também um sopro sistólico suave, causado não por turbulência no defeito, mas pelo aumento do volume de sangue passando pela valva pulmonar. Radiologicamente, pode-se observar aumento do coração (sobretudo câmaras direitas), aumento da vascularização pulmonar e dilatação do tronco pulmonar. Já na CIV, o defeito está entre os ventrículos e, quando é pequeno, pode não causar sintomas. Porém, em casos moderados ou grandes, os sintomas aparecem cedo, geralmente a partir do primeiro mês de vida. A criança pode apresentar dificuldade para ganhar peso, cansaço fácil, respiração acelerada, infecções pulmonares frequentes e até sinais de insuficiência cardíaca. No exame físico, o sopro é mais intenso, holossistólico (ocupa toda a sístole), audível na borda esternal inferior. Também pode haver sopros adicionais se houver repercussões nas valvas. O raio-X pode mostrar aumento do coração, principalmente das câmaras esquerdas e do ventrículo direito, além de aumento da trama vascular pulmonar. O eletrocardiograma pode demonstrar sobrecarga das câmaras esquerdas, dependendo do tamanho do defeito. Em resumo, a CIA costuma ser mais discreta e bem tolerada, enquanto a CIV, especialmente se for maior, tende a causar sintomas mais precoces e evidentes.
27
Analise a importância do fechamento funcional e anatômico do canal arterial no recém-nascido e discuta as implicações clínicas de uma persistência do canal arterial (PCA).
O canal arterial é vital na vida fetal, conectando a aorta à artéria pulmonar. Após o nascimento: • O fechamento funcional ocorre entre 12–15h de vida. • O fechamento anatômico ocorre até o 7º dia (podendo se estender até 21 dias). Importância: • Garante a separação das circulações pulmonar e sistêmica. • O não fechamento resulta em PCA, com shunt esquerda-direita, causando hiperfluxo pulmonar, sobrecarga do AE e VE. Implicações clínicas da PCA: • Pequena: geralmente assintomática. • Grande: causa ICC, pneumonias, baixa estatura, hipertensão pulmonar. • Pode evoluir para síndrome de Eisenmenger se não tratada. • Sopro típico: contínuo “em maquinário”, ouvido em borda esternal superior esquerda, infraclavicular e dorso. • Tratamento envolve uso de indometacina em prematuros, diuréticos, digitálicos e cirurgia em casos refratários.
28
Descreva os quatro componentes da Tetralogia de Fallot e discuta como eles contribuem para as manifestações clínicas, como cianose, crises de hipoxemia e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
Componentes: 1. Comunicação interventricular (CIV) ampla. 2. Estenose da via de saída do ventrículo direito (estenose pulmonar). 3. Dextroposição da aorta (aorta acavalgada sobre o septo). 4. Hipertrofia do ventrículo direito. Fisiopatologia: • O fluxo sanguíneo pulmonar é obstruído, forçando o sangue a desviar da direita para a esquerda via CIV. • Isso leva à cianose (sangue venoso no sistema arterial), baqueteamento digital, crises hipoxêmicas (especialmente durante o choro) e atraso no DNPM. Diagnóstico: • Raio-X: coração em bota, hipofluxo pulmonar. • ECG: sobrecarga de VD, desvio do eixo para a direita. Tratamento: • Cirúrgico: paliativo (shunt Blalock-Taussig) e corretivo. • Prostaglandinas para manter o canal arterial aberto até cirurgia.
29
Explique os critérios para o tratamento das cardiopatias congênitas, abordando a necessidade de profilaxia para endocardite, o uso de medicamentos como digitálicos e diuréticos, e as indicações para intervenções cirúrgicas
Critérios de tratamento: 1. Conduta clínica: • Digitálicos: usados em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. • Diuréticos: indicados quando há sobrecarga de volume ou ICC. • Indometacina: em prematuros com PCA. • Prostaglandinas: na Tetralogia de Fallot para manter canal arterial aberto. 2. Profilaxia para endocardite: • Indicada em cardiopatias com risco aumentado de infecção, como PCA e CIV significativas. • CIA simples: não requer profilaxia. 3. Indicações cirúrgicas: • CIA: correção eletiva por volta dos 2 anos, se não houver fechamento espontâneo. • CIV: cirurgia precoce se ICC refratária, retardo de crescimento ou hipertensão pulmonar. • PCA: fechamento quando sintomas importantes ou ausência de fechamento espontâneo. • Tetralogia de Fallot e DSAVT: correção obrigatória, pois evoluem mal sem cirurgia.