CONSTITUCIONAL Flashcards
(55 cards)
É constitucional a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago
somente nos casos de erro material, inexatidão aritmética ou substituição de índices aplicáveis
por força de alteração normativa ?
VERDADEIRO.
É constitucional a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago
somente nos casos de erro material, inexatidão aritmética ou substituição de índices aplicáveis
por força de alteração normativa.
(Info 1160).
A análise da legitimidade de complementação de precatório pode ser apreciada no recurso
extraordinário, mesmo que envolva reexame de provas ?
FALSO.
A verificação de tais hipóteses depende do reexame de fatos e provas, o que é vedado
na via do recurso extraordinário, de acordo com a Súmula 279 do STF.
A Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece que não cabe recurso extraordinário para simples reexame de prova. Isso significa que o STF não analisa novamente as provas já analisadas pelas instâncias inferiores, a menos que haja questão constitucional a ser debatida.
É legítima a imposição legal de distância mínima entre determinados tipos de estabelecimentos
comerciais, como postos de combustíveis, desde que fundada em razões de segurança, proteção à
saúde ou ao meio ambiente ?
VERDADEIRO.
A jurisprudência consolidada do STF admite a validade de normas municipais que
impõem distância mínima entre certos estabelecimentos — como postos de combustíveis — desde
que justificadas por razões de segurança pública, proteção ambiental ou saúde coletiva (ex: Rcl
30.986 AgR, Rcl 32.229).
Leis municipais que fixem distância mínima entre estabelecimentos de mesmo ramo são
legítimas quando respaldadas por fundamentos de interesse urbanístico e de ordenamento
territorial exclusivamente comercial ?
FALSO.
O STF entendeu que o simples interesse de organização comercial urbana, sem
vinculação com fatores como segurança ou saúde, não é justificativa constitucional suficiente para
afastar o princípio da livre concorrência (ex: RE 193749/SP).
A definição dos limites para RPV é matéria de iniciativa legislativa exclusiva do chefe do Poder
Executivo, em razão de seu impacto direto na execução orçamentária ?
FALSO.
O STF firmou entendimento de que a definição do teto de RPV não está sujeita à
iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo, por não se tratar de matéria orçamentária nem
de organização da Administração Pública (Tema 1326).
Os entes federativos podem definir limites próprios de RPV inferiores aos valores previstos no
artigo 87 do ADCT, desde que fundamentados na capacidade econômica e respeitado o princípio da
proporcionalidade?
VERDADEIRO.
O STF, no Tema 1231, afirmou que os entes federativos podem fixar limites inferiores
aos do art. 87 do ADCT, desde que em conformidade com sua capacidade econômica, analisada
sob os prismas da receita, endividamento e grau de litigiosidade, observando o princípio da
proporcionalidade.
A ausência de demonstração concreta de desproporcionalidade permite que o Poder Judiciário
revise os valores estabelecidos pelas leis locais a título de RPV ?
FALSO.
A ausência de demonstração concreta de desproporcionalidade impõe deferência do
Judiciário à escolha legislativa local, sendo vedado ao Judiciário intervir nos valores definidos sem
fundamento objetivo.
É inconstitucional qualquer lei de iniciativa parlamentar que altere o valor das RPVs por acarretar
aumento de despesas para a Administração Pública ?
FALSO.
O STF afastou o vício formal de leis sobre RPV de iniciativa parlamentar, pois o simples
aumento de despesa não atrai a reserva de iniciativa do Executivo, ausente previsão constitucional
expressa nesse sentido.
É possível a aplicação direta de sanções administrativas, como imputação de débito ou multa, a
chefes do Poder Executivo em tomada de contas especial, independentemente de aprovação
posterior pelo Poder Legislativo ?
VERDADEIRO.
No Tema 1287, o STF decidiu que é possível a aplicação direta de sanções
administrativas em tomada de contas especial a chefes do Executivo sem necessidade de
confirmação pelo Poder Legislativo, quando comprovada sua responsabilidade pessoal por
irregularidades em convênios federativos.
A jurisprudência do STF impede a imposição de qualquer penalidade por Tribunais de Contas
quando envolvido o julgamento de condutas de mandatários políticos com prerrogativas
institucionais ?
FALSO.
A jurisprudência reconhece limites, mas admite a responsabilização de agentes
políticos pelos Tribunais de Contas quando atuem como ordenadores de despesa ou gestores de
convênios, desde que respeitados os limites constitucionais.
A ADPF pode ser utilizada como instrumento para garantir a observância de precedentes
vinculantes firmados pelo STF, sempre que houver descumprimento por tribunais locais ?
FALSO.
O STF tem reiteradamente decidido que o descumprimento de precedente deve ser
impugnado por meio recursal próprio. A ADPF não pode ser usada como atalho recursal, ainda que
o precedente tenha sido firmado em repercussão geral (ADPF 560 AgR, Rel. Min. Alexandre de
Moraes).
O ajuizamento de ADPF é admitido como via adequada para revisar decisões do STF em
repercussão geral, desde que se invoquem preceitos fundamentais como parâmetro de controle ?
FALSO.
A ADPF é incabível como meio para rediscutir teses firmadas pelo Supremo em sede
de repercussão geral, sob pena de violação à segurança jurídica e à sistemática dos precedentes
vinculantes (ADPF 560 AgR).
A existência de controle concentrado disponível no Tribunal de Justiça estadual, com base na
Constituição local ou em norma de reprodução obrigatória da Constituição Federal, afasta o
cabimento da ADPF por ausência de subsidiariedade ?
VERDADEIRO.
De acordo com o STF, a possibilidade de impugnação de ato normativo municipal
perante o Tribunal de Justiça local, em sede concentrada, com fundamento em norma da
Constituição estadual ou em norma de reprodução obrigatória da Constituição Federal, constitui meio eficaz de controle, tornando incabível a ADPF por ausência de subsidiariedade (art. 4º, § 1º,
da Lei 9.882/1999). Esse foi o entendimento adotado no julgamento da ADPF 560 AgR.
O ajuizamento de ADPF é cabível sempre que a norma impugnada for de origem municipal, uma
vez que somente o STF possui competência para exercer controle direto de constitucionalidade
sobre leis municipais ?
FALSO.
Embora somente o STF possa exercer o controle abstrato de constitucionalidade de
leis municipais em face da Constituição Federal, essa competência NÃO torna automática a
admissibilidade da ADPF, devendo ser observados os requisitos da subsidiariedade e da relevância
constitucional.
A inadmissibilidade da ADPF em hipóteses como essa decorre da exigência de controvérsia
judicial reiterada, e não da existência de outro instrumento processual de alcance equivalente ?
FALSO.
O requisito da subsidiariedade se refere à inexistência de outro meio eficaz, e não à
existência de reiteradas decisões judiciais. A existência de controle concentrado estadual torna a
ADPF incabível, MESMO sem multiplicidade de casos (ADPF 560 AgR).
A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo
público acarreta o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição ?
VERDADEIRO.
A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de
cargo, emprego ou função pública acarreta o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo
de contribuição (§ 14 do art. 37, incluído pela EC nº 103/2019).
Os órgãos e entidades da administração pública não estão obrigados a divulgar os resultados das
avaliações de políticas públicas realizadas, sendo essa divulgação facultativa e condicionada à
regulamentação específica ?
FALSO.
Os órgãos e entidades da administração pública devem realizar avaliações das políticas
públicas e divulgar tanto o objeto avaliado quanto os resultados alcançados, conforme
determinação expressa no § 16 do art. 37 (incluído pela EC nº 109/2021).
A eleição para os cargos diretivos dos Tribunais de Justiça, independentemente do número de
desembargadores, deve ser realizada por voto direto e secreto, sendo vedada qualquer recondução
ao cargo ?
FALSO.
A regra especial de eleição direta e secreta com vedação a mais de uma recondução
aplica-se apenas aos Tribunais de Justiça que tenham mais de 170 desembargadores, conforme
dispõe o parágrafo único do art. 96, incluído pela EC nº 134/2024.
Nos Tribunais de Justiça compostos por mais de 170 desembargadores em efetivo exercício, a
eleição para os cargos diretivos será realizada entre os membros do tribunal pleno, por maioria
absoluta e voto direto e secreto, para um mandato de dois anos, com vedação a mais de uma
recondução sucessiva ?
VERDADEIRO.
O parágrafo único do art. 96 determina que, nos Tribunais de Justiça com mais de 170
desembargadores em efetivo exercício, a eleição para os cargos diretivos será feita entre os
membros do tribunal pleno, por maioria absoluta e voto direto e secreto, com mandato de dois anos
e vedação a mais de uma recondução sucessiva.
A criação de órgãos paralelos à Procuradoria do Município, com atribuição concorrente de
consultoria e representação judicial, é compatível com o princípio da descentralização
administrativa e não viola qualquer parâmetro constitucional ?
FALSO.
O STF entende que a existência de múltiplos órgãos exercendo funções típicas da
Advocacia Pública VIOLA o princípio da unicidade institucional, gerando riscos à coerência jurídica
da atuação do ente federativo (ADPF 1037, rel. Min. Gilmar Mendes).
É válida a designação, por ato da Presidência de Tribunal de Contas Estadual, de servidores
administrativos para o exercício da função de representação judicial, ainda que sem investidura
específica para tal fim ?
FALSO.
O STF considerou inconstitucional a designação de servidores alheios ao quadro
jurídico para exercer função de representação judicial, em razão da necessidade de provimento por
concurso público específico (ADI 7177, rel. Min. Luís Roberto Barroso).
Criada Procuradoria Municipal por lei, é inconstitucional atribuir a órgãos estranhos a esse
quadro — como assessorias jurídicas compostas por cargos comissionados — o exercício das
funções típicas de consultoria e representação judicial do Município, em razão do princípio da
unicidade institucional da Advocacia Pública ?
VERDADEIRO.
Criada a Procuradoria Municipal, o exercício da consultoria e da representação judicial
do ente deve se dar exclusivamente por seus integrantes, respeitada a unicidade institucional. Não
se admite a atuação de comissionados ou servidores estranhos a esse quadro (ADPF 1037).
É obrigatória a instituição de Procuradorias Municipais por todos os Municípios, sem margem
para liberdade de conformação legislativa local ?
FALSO.
O STF reconhece a liberdade de conformação dos Municípios para decidirem sobre a
instituição da Advocacia Pública local; portanto, ela NÃO é obrigatória (ADPF 1037).
A regulação do transporte urbano privado por motoristas vinculados a aplicativos digitais é matéria de competência exclusiva dos Municípios, os quais podem, em nome da proteção ao interesse público local, proibir ou restringir essa atividade econômica, mesmo em contrariedade à
legislação federal aplicável ao tema ?
FALSO.
A Corte Suprema decidiu, no Tema 967 (RE 1.054.110), que a atividade de transporte
privado individual por meio de aplicativos NÃO pode ser proibida ou restringida por normas
municipais que contrariem os parâmetros estabelecidos por lei federal, sob pena de violação à livre
iniciativa e à livre concorrência.
à administração pública municipal tão somente exercer o poder de fiscalização da atividade, envolvendo a análise das condições e conservação e de segurança dos veículos, documentação e aplicação da legislação de trânsito.