Farmacologia: TGI Flashcards
(12 cards)
1
Q
Principais condições patológicas que requerem redução da secreção gástrica.
A
- Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): falha no EEI, favorecendo refluxo do ácido que vai para esôfago, cujas células epiteliais não estão preparadas para ambiente ácido.
- Síndrome de Zollinger-Ellison: raro tumor que causa hipersecreção de gastrina.
- Ulceração péptica: duodenal ou gástrica.
2
Q
Helicobacter pylori.
A
- Maior causa de úlceras (tanto gástricas como duodenais).
- Bactéria gram - espiralada.
- Principal fonte de contaminação: via oral.
- Alcançam células da mucosa por meio de seus flagelos: se fixa no duodeno, em áreas que têm células epiteliais.
- Secreta urease, que converte ureia e água presente no suco gástrico em amônia.
- Amônia reage com Cl- e forma NH4Cl: formação de um microambiente mais básico ao seu redor, onde continua convertendo ureia.
- O pH mais básico estimula células G a secretarem gastrina, resultando no aumento da secreção de ácido (uso contínuo de antiácido aumenta o pH gátrico, estimulando a secreção de gastrina, que vai justamente reduzir o pH.
- Inicia um processo inflamatório, com liberação de mediadores inflamatórios, que inibem as células D e, consequentemente, a produção de somatostatina, aumentado a secreção de gastrina.
- A gastrina atua na célula parietal, estimulando a proliferação dessas células: com isso, haverá aumento da secreção gástrica e uma maior lesão do epitélio devido ao aumento da secreção gástrica: doença ulcerosa duodenal.
3
Q
Como detectar a H. Pylori.
A
- Biópsia local.
- Teste respiratório: paciente bebe ureia marcada com carbono 13 diluída em suco. Na presença de H. Pylori, se produz HCO3 com carbono 13 marcado. O pulmão transforma o HCO3 em CO2 com carbono marcado. Paciente expira CO2 em uma bolsa plástica, e ar dessa bolsa é testado em um aparelho para ver se contém CO2 com carbono 13 marcado.
4
Q
AINEs na formação de úlceras.
A
- Ácido Araquidônico: PGG2.
- Essa reação é realizada pelas COXs, alvo dos AINEs.
- A COX-1 possui efeitos protetores, uma vez que inibe a bomba de prótons, aumenta a produção de muco e de HCO3-.
- Quando a AINE inibe a COX-1, que produz PGE2, a concentração de PGE2 diminui. Assim, PGE2 estimula menos o receptor EP3, responsável por inibir a ação de H+/K+/ATPase.
- Com menor inibição da atividade da bomba, há maior acidificação do lúmen gástrico.
- Além disso, menos PGE2 significa menor secreção de muco e de bicarbonato, favorecendo um ambiente de elevada acidez e pouco muco. Por isso, o fármaco anti-inflamatório pode induzir às lesões gástricas e à úlcera, porque inibe essas enzimas e as prostaglandinas.
- A COX-2 é importante na cicatrização da úlcera.
- Os AINEs inibem as duas COX, então o indivíduo tem uma perda do papel protetor de prostaglandinas, por isso pode ter algum tipo de irritação gástrica e pode até ter úlcera.
5
Q
Antagonistas H2 (Cimetidina, Famotidina, Ranitidina, Nizatidina).
A
- Tratamento farmacológico da úlcera péptica.
- Administração oral.
- São medicamentos de primeira escolha para gestantes, com exceção da cimetidina (por ser antagonista androgênico).
- Mecanismo de ação: bloqueiam de maneira competitiva e reversível o receptor H2 (receptor de histamina) e, consequentemente, não há sinalização para a translocação e ativação da bomba de prótons.
- Ocorre redução da secreção gástrica.
- Não possuem efeito sobre os receptores H1 (presentes no SNC e coração).
- Efeitos adverso: diarreia, tontura, dores musculares e erupções cutâneas transitórias.
6
Q
Efeitos adversos da Cimetidina.
A
- Pode causar ginecomastia em homens, uma vez que tem afinidade pelo receptor hormonal androgênico.
- Inibe muitas enzimas do Citocromo 450: como esse citocromo é responsável pela metabolização de diversos fármacos, a sua inibição pode levar à potencialização do efeitos adversos de diversos fármacos.
7
Q
Inibidores da bomba de prótons (IBP).
A
- Tratamento farmacológico da úlcera péptica.
- Omeprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol, pantoprazol: 1 dose ao dia.
- Mecanismo de ação: inibem irreversivelmente a bomba de prótons. Com isso, é preciso que uma nova bomba seja translocada para a membrana para “recuperar” a bomba que foi inibida, processo que demora pelo menos umas 21h para acontecer.
- A secreção de ácido só retorna após a síntese e inserção de novas moléculas da bomba na membrana luminal, proporcionando, assim, uma supressão prolongada da secreção ácida.
- Só exercem seu efeito depois de chegarem à circulação.
- São pró-fármacos: possuem um revestimento entérico.
- Devem ser ingeridos 30 min antes do alimento.
- Efeitos adversos: náusea, dor abdominal, constipação, flatulência, diarreia e maio risco de tumor (Omeprazol não deve ser prescrito para gestante).
- Redução da absorção da vitamina B12.
8
Q
Antiácidos.
A
- Não são usados para tratar ulceração.
- São fármacos de ação local: neutralizam o pH apenas no lúmen.
- Efeito transitório: usados principalmente de forma paliativa, para alívio rápido e momentâneo dos sintomas.
- Mecanismo de ação: são compostos básicos que reagem com o HCl do suco gástrico, tornando o pH local básico por algumas horas.
- Efeitos adversos: provoca aumento de gastrina. Logo aumento de acidez (acidez de rebote).
9
Q
Quelato de bismuto.
A
- Agentes protetores da mucosa.
- Seu mecanismo de ação preciso é desconhecido.
- Possui efeitos tóxicos contra o H. pylori: parece dificultar a aderência da bactéria, impedindo-a de causar danos à mucosa
- Também potencializa a síntese local de prostaglandinas e estimula a secreção de bicarbonato.
- Efeitos adversos: escurecimento das fezes (pode ser um problema caso o paciente esteja com ulcerações gástricas, uma vez que a cor escura vai mascarar a presença de sangue nas fezes).
10
Q
Sucralfato.
A
- Agentes protetores da mucosa.
- Complexo de alumínio e sacarose sulfatada: promove formação de uma barreira protetora.
- O complexo, ao entrar em contato com o ácido gástrico, libera o alumínio. O complexo residual apresenta carga negativa e se liga a grupos catiônicos em proteínas, glicoproteínas, formando um gel complexado com o muco, que reduz degradação do muco pela pepsina e limita difusão de íons H+.
- O local onde se forma barreira é o local lesionado, já que apresenta carga positiva pela qual o radical negativo do fármaco se atrai.
- Estimula a secreção de muco, bicarbonato e prostaglandinas.
- Utilizado na ulceração que não responde a redutores de produção de ácido.
- Efeitos adversos: constipação, formação de complexos sólidos (bezoar) e redução da absorção de uma série de outros fármacos.
11
Q
Misoprostol.
A
- Agentes protetores da mucosa.
- Análogo da PGE2 (agonista do receptor de PGE2).
- PGE2 se liga ao receptor de prostaglandinas e estimula a secreção de muco e de bicarbonato.
- PGE2 reduz a atividade da bomba de prótons das células parietais.
- Mecanismo de ação: análogo da PGE2, impedindo ação ulcerogênica dos AINEs ao se fazer uso deles.
- Bem absorvido oralmente.
- Efeitos adversos: diarreia e dor abdominal.
- Não deve ser utilizado em gestantes, porque estimula contração uterina. Por isso, sua utilização foi proibida no Brasil (CYTOTEC era utilizado para aborto).
12
Q
Antibióticos para tratamento de H. Pylori.
A
- Fármacos: Claritromicina, Amoxicilina, Tetraciclina, Metronidazol.
- Terapia tripla (80-85% de eficácia): Inibidor da bomba de prótons ou Antagonista H2 + 2 antibióticos.
- Terapia quádrupla (80-85% de eficácia): adicionar quelato de bismuto à terapia tripla.