Patologia: Hemorragia e Choque Flashcards
(20 cards)
Hemorragia.
- Extravasamento sanguíneo para fora do sistema cardiovascular.
- Saída de sangue dos vasos para o interstício cavidades corpóreas ou para fora do organismo.
Classificação da hemorragia quanto à relação com o organismo e morfologia.
- Internas: petéquias, equimoses e sufusões, hematoma e apoplexia…
- Internas com fluxo externo: epistaxe, hemoptise, hematêmese, melena…
Classificação da hemorragia quanto ao vaso de origem.
- Artérias: saída intermitente, pressão maior e sangue vermelho brilhante.
- Veias: saída contínua, menor pressão e sangue mais escuro.
- Capilares: saída em pouca quantidade.
Classificação da hemorragia quanto à idade do processo.
- Recente: hemácias íntegras nos cortes histológicos.
- Antiga: hemólise e hemossiderose presentes.
Hemorragia com ruptura vascular (rexe).
- Traumatismos, enfraquecimento da parede vascular (em casos de aneurisma, aterosclerose) e hipertensão sanguínea.
- Aterosclerose: devido ao acúmulo de colesterol na parede da íntima dos vasos, há perda da elasticidade da parede vascular.
- Aneurisma: a dilatação enfraquece a parede do vaso.
- Escorbuto: formação de petéquias e sufusões em mucosas e pele em decorrência da deficiência de vitamina C, comprometendo a parede vascular
- Ulcerações: digestão do vaso, com extravasamento do sangue.
Hemorragia sem ruptura do vaso (diapedese).
- Comum em vênulas e capilares quando existe hiperemia passiva resultante do aumento da pressão intravascular.
- Anóxia: pode causar danos ao endotélio, resultando em uma resposta inflamatória que aumenta a permeabilidade vascular e favorece o vazamento de líquido e sangue para os tecidos circundante.
- Embolia gordurosa: êmbolo gorduroso obstrui o fluxo sanguíneo, levando ao aumento da pressão hidrostática sobre a parede do vaso (gera púrpura cerebral (petéquias)).
- Reação alérgica: liberação de mediadores inflamatórias que facilitam a passagem das células inflamatórias pela parede do vaso (púrpura).
Hemorragia devido a alteração da coagulação sanguínea.
- Hipovitaminoses (vit K atua como cofator na síntese hepática de fatores da coagulação).
- Hepatopatias.
- Intoxicações.
- Hemofilias.
- Doença de Von Willebrand.
Hemorragia devido a alterações das plaquetas.
- Diminuição de sua produção: trombocitopenia (ex: aplasia da medula óssea).
- Aumento da destruição.
- Ex: púrpura trombocitopênica imune auto-anticorpos, geralmente do tipo IgG, direcionados a antígenos da membrana plaquetária.
Diáteses Hemorrágicas.
- Hemorragias espontâneas sem causa aparente devido à distúrbios na coagulação sanguínea, plaquetas ou vasos sanguíneos.
- Etiologias: alterações plaquetárias, dos fatores de coagulação, comprometimentos vasculares (crise hipertensiva, por exemplo), escorbuto (deficiência de colágeno).
Macroscopia da hemorragia.
- Depende da hemorragia.
- No início: vermelho, depois azulado e depois pigmentos.
- 1° dia: local vermelho.
- Dias seguintes: azul-violáceo por redução do teor de O2.
- 1a semana: esverdeado em decorrência do acúmulo de bilirrubina e biliverdina.
- 10o dia: amarelo (acúmulo de hemossiderina).
Microscopia da hemorragia.
Hemácias fora do vaso ou hemossiderina em macrófagos.
Evolução e consequências da hemorragia.
- Evolução: absorção do coágulo, organização e fibrose do coágulo, colonização bacteriana e supuração.
- Consequências: dependente do local, volume de sangue e velocidade da perda. Anemias, asfixias, alterações locais, choque hipovolêmico e choques cardiogêncos.
Choque.
- Deficiência circulatória aguda da perfusão tecidual (hipoperfusão), grave e generalizada.
- Incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial em nível suficiente para garantir a perfusão sanguínea ao organismo, o que resulta em hipóxia generalizada.
- Alterações básicas: redução do volume circulatório, má circulação periférica, anóxia tissular e hipotensão.
Choque cardiogênico.
- Coração se torna incapaz de bombear adequadamente o sangue.
- Associado a lesões nos oração que vão alterar sua capacidade de agir como bomba: infartos, arritmias, ICC, miocardites, obstáculos da circulação intratorácica (choque cardiogênico secundário), trauma torácico, insuficiência respiratória (asma, enfisema, pneumonia).
Patogenia do choque cardiogênico.
- O sangue é ejetado com uma força menor (menor DC), de forma que ele se acumula na microcirculação, já que não irá conseguir fazer o retorno.
- Com a progressiva redução do DC, não chega sangue o suficiente aos tecidos, causando hipoperfusão tecidual e choque.
Choque hipovolêmico.
- Associado à quantidade de sangue: o volume sanguíneo não é suficiente para manter a pressão dentro dos vasos e a perfusão tecidual.
- Ocorre quando há perda de aguda e intensa sangue, como em casos de hemorragias graves, ou de líquido, vômitos intensos, diarreias intensas e queimados.
- Ocorre ativação de mecanismos de adaptação: aumento da FC e vasoconstrição periférica.
Choque vasculogênico (distributivo) anafilático.
- O mecanismo básico é a vasodilatação periférica que se instala rapidamente, por causa da liberação de histamina quando mastócitos são estimulados por antígenos/ alérgenos que se ligam a IgE na superfície deles.
- Histamina provoca vasodilatação e queda brusca da pressão arterial: reduz a perfusão tecidual e reduz mais ainda o retorno venoso, agravando o choque em um círculo vicioso.
- Se não há intervenção rápida, o choque pode levar rapidamente à morte por hipoperfusão persistente do sistema nervoso central.
Choque vasculogênico (distributivo) séptico.
- Causado por resposta inflamatória sistêmica, devido à presença de microrganismos (infecções) e lesões teciduais causadas por agentes físicos ou químicos.
- Ativação sistêmica da liberação de mediadores químicos, que vão induzir a vasodilatação e aumentar a permeabilidade do vaso em vários locais ao mesmo tempo, gerando edema e diminuindo ainda mais a quantidade de sangue circulante.
- Hipoperfusão generalizada, com falência múltipla dos órgãos se o choque persistir.
- O agente agressor também pode causar lesão endotelial, levando à ativação da cascata de coagulação, formando de trombos, com exacerbação da hipoperfusão tecidual.
Choque vasculogênico (distributivo) neurogênico.
- Resulta de uma desregulação de origem neuronal, que causa redução do tônus de artérias e veias, queda na resistência vascular periférica e diminuição do retorno venoso ao coração.
- Causado principalmente por traumatismos, insolação, dor e ingestão excessiva de depressores do SNC.
Consequências do choque.
- A etiologia de todos os tipos de choque vai convergir para uma redução da volemia sanguínea, com hipoperfusão tecidual generalizada.
- Provoca-se hipóxia em várias células, com degeneração inicialmente, que é uma lesão reversível, ou necrose.
- Gera uma resposta inflamatória local, com vasodilatação e edema, intensificando a redução da volemia.
- Uma vez iniciado o choque, independente da causa, a fase inicial é reversível: “estágio não progressivo”.
- Se a causa não for eliminada, pode seguir para um estágio irreversível, levando a morte.