Fazenda Pública Flashcards
(331 cards)
Pode-se dizer que a Fazenda Pública tem privilégios processuais?
Não se trata, a bem da verdade, de privilégios. Estes – os privilégios – consistem em vantagens sem fundamento, criando-se uma discriminação, com situações de desvantagens. As “vantagens” processuais conferidas à Fazenda Pública revestem o matiz de prerrogativas, pois contêm fundamento razoável, atendendo, efetivamente, ao princípio da igualdade, no sentido de tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, além de atuar na defesa do interesse público.
Que órgãos estão abrangidos pelo termo “fazenda pública’’?
Entes públicos, Autarquias (incluindo os conselhos de fiscalização profissional), Associações Públicas, Fundações Públicas, Agências Reguladoras e Executivas.
EP e SEM NÃO (são pj de direito privado), com exceção dos Correios.
Qual é o benefício que a fazendo pública goza no tocante aos prazos processuais?
Poder Público goza de prazo EM DOBRO para todas as suas manifestações processuais, iniciando a contagem do prazo a partir da INTIMAÇÃO PESSOAL, não somente quando atua como parte, mas também quando comparece em juízo como assistente de uma das partes ou, ainda, quando figura como interveniente.
Quando a Lei expressamente estabelecer PRAZO PRÓPRIO para o Poder Público, NÃO se aplicará a prerrogativa da contagem do prazo em dobro.
Em que casos não se aplica o prazo em dobro para a Fazenda Pública?
- Quando há previsão expressa em lei de prazo próprio para o ente público ;
- Nos Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública;
- Nos prazos judiciais, se o despacho do juiz for dirigido especificamente ao Poder Público;
- Ações de Controle Abstrato de Constitucionalidade;
- Para a Fazenda Pública ajuizar Ação Rescisória (2 anos);
- Prazo para apresentação de informações no âmbito da Ação de Mandado de Segurança também não é dobrado;
- O prazo para apresentação da contestação à Ação Popular também não é dobrado para a Fazenda Pública, sendo comum para todos os interessados.
- O prazo para impugnação ao cumprimento da sentença e para apresentação dos embargos à execução pela Fazenda Pública não é dobrado.
- Não se aplica a prerrogativa do prazo em dobro para Estado estrangeiro.
Diferencie prescrição de decadência.
A prescrição implica a perda do poder de reagir contra a violação de um direito, violação essa que gerou uma “pretensão” para seu titular; ela não afasta o direito em si, mas a sua pretensão em juízo.
A decadência implica a perda do próprio direito potestativo, ante a inércia do seu titular.
Qual é o prazo prescricional e decadencial para demandas em face do Poder Público, em regra?
5 anos.
As pretensões movidas em face do Estado, cuja causa de pedir seja dano decorrente do período militar – como tortura e perseguição política – prescrevem em 5 anos, conforme regra geral?
Não, são imprescritíveis.
Uma vez interrompida a prescrição contra a Fazenda Pública, como o novo prazo voltará a correr?
O novo prazo recomeçará pela metade. A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
Qual é o prazo de prescrição nas ações de reparação civil de danos em face da Fazenda Pública?
5 anos, apesar de o prazo prescricional das ações de reparação civil de danos previsto no Código Civil de 2002 ser de 3 anos (Vale o decreto de 1932).
O que são as situações de trato sucessivo e de fundo de direito?
As situações de trato sucessivo são caracterizadas quando há omissão ou quando a Administração não se pronuncia expressamente sobre o pleito da parte interessada, passando a agir sem prévio pronunciamento formal.
Caso haja, todavia, expresso pronunciamento da Administração, que venha a rejeitar formalmente o pleito do sujeito, é evidente que, a partir da ciência do ato administrativo denegatório, aí é fundo de direito.
Como funciona a prescrição nas situações de trato sucessivo e de fundo de direito?
Nas relações de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedor, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação.
A resposta expressa da Administração negando um direito ao servidor público deflagra o prazo prescricional de cinco anos, que ultrapassado, levará à perda do próprio fundo de direito. (na verdade, é decadência)
Sobre lesão única e específica, a supressão total de uma vantagem implica lesão única para fins de contagem do prazo prescricional (sob pena de perder-se o próprio fundo de direito). Já a supressão parcial, isto é, a redução de uma vantagem, implicará a contagem do prazo prescricional de forma progressiva (prescrição de trato sucessivo).
As pretensões da própria Administração em face de particular são prescritíveis? Há Exceções?
Em regra, sim. É PRESCRITÍVEL (3 anos) a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil, mas É IMPRESCRITÍVEL a ação de ressarcimento ao erário fundada na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.
O agente que praticou ato de improbidade pode ser punido mesmo com a ação sendo ajuizada mais de 5 anos depois?
Se se passaram mais de 5 anos, não se pode mais ajuizar ação de improbidade administrativa contra o agente que praticou o ato de improbidade pedindo que lhe seja aplicada uma das penas do art. 12. Ele ficará livre das sanções de suspensão dos direitos políticos, multa etc. No entanto, ainda será possível ajuizar ação de ressarcimento contra ele pedindo que indenize o Poder Público pelos prejuízos causados ao erário, causados por atos de improbidade dolosos.
Qual é o prazo de prescrição para as ações propostas pelo Estado buscando o ressarcimento ao erário decorrente de ilícito civil?
Para o STF, 3 anos (CC).
Para o STJ, 5 anos (Decreto de 1932 - princípio da isonomia).
Quais são as sanções que podem ser aplicadas às pessoas condenadas por ato de improbidade administrativa?
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente;
- perda da função pública;
- suspensão dos direitos políticos;
- multa civil;
- proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios;
- ressarcimento integral do dano.
a 6 é a única imprescritível, se dolosa.
Qual é o prazo para a Administração Pública promover a execução da multa por infração ambiental?
Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo.
É igualmente de CINCO ANOS o prazo para que a Administração Pública promova a execução de créditos decorrentes da aplicação de multa administrativa, se não houver previsão legal específica em sentido diverso
Qual é o prazo para o TCU, por meio de tomada de contas especial, exigir do ex-gestor público municipal a comprovação da regular aplicação de verbas federais repassadas ao respectivo Município?
5 anos
As ações declaratórias, por serem em regra imprescritíveis, podem ser propostas a qualquer momento em face da Fazenda Pública?
Sim, art 19 e 20 cpc
Qual é termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de suposta tortura e morte de preso custodiado pelo Estado, nos casos em que chegou a ser ajuizada ação penal para apurar os fatos e nos casos de o inquérito policial tiver sido arquivado?
Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição será o trânsito em julgado da sentença penal. Se o inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial da prescrição da ação de indenização é a data do arquivamento do IP.
As ações de indenização por danos morais decorrentes de perseguição, tortura e prisão, por motivos políticos, durante o regime militar, são imprescritíveis. Para esses casos, não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto
O benefício do prazo em dobro aplica-se à defesa do ente público em sede de ação popular?
Não. Unidade de prazo para os vários réus.
Pode lei criar cargos em comissão de assessor jurídico junto aos Gabinetes de Secretários de Estado, de livre provimento por estes, para exercer a consultoria jurídica a respeito da legalidade dos atos administrativos, normativos e contratos e atuar em juízo em defesa dos atos praticados pelo Secretário?
Não, pois é incompatível com a Constituição Federal, uma vez que a consultoria jurídica aos Gabinetes de Secretários e a representação do Estado em juízo são atribuições dos Procuradores do Estado
São garantidas ao advogado público independência funcional e inamovibilidade?
Não, pois, para o STF, a garantia da inamovibilidade é conferida pela Constituição Federal apenas aos magistrados, aos membros do Ministério Público e aos membros da Defensoria Pública, não podendo ser estendida aos procuradores do Estado.
Cabe á Procuradoria do Estado promover a execução judicial, das multas aplicadas pelo Tribunal de Contas do Estado aos responsáveis em casos de ilegalidade de despesas ou irregularidades de contas?
Sim.
Quais são as espécies de despesa processual?
a) Custas: são as despesas geradas pela prestação da atividade jurisdicional, através do órgão julgador e serventias e cartórios judiciais. TAXA
b) Emolumentos: são as despesas destinadas à remuneração dos serviços prestados por cartórios e serventias não oficializados. O pagamento destes serviços é realizado pelos usuários, não pelo Poder Público. TAXA
c) Despesas em sentido estrito: estas despesas remuneram serviços prestados por terceiros, acionados durante o processo judicial. Por exemplo, honorários de perito.