Idade gestacional Flashcards
(33 cards)
Qual a definição de recém-nascido pré-termo, a termo e pós-termo, de acordo com a classificação pela idade gestacional?
Pré-termo: nascidos vivos antes da 37ª semana; Termo: nascidos vivos entre 37ª e 41ª semana e 6 dias; Pós-termo: nascidos vivos com 42ª semanas ou mais.
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Defina Baixo Peso, Muito Baixo Peso e Extremo Baixo Peso ao nascer, de acordo com o peso de nascimento.
Baixo Peso: peso de nascimento abaixo de 2500 g; Muito Baixo Peso: abaixo de 1500 g; Extremo Baixo Peso: abaixo de 1000 g.
Como é classificado o peso de nascimento em relação à idade gestacional (IG)?
PIG (Pequeno para a Idade Gestacional): abaixo do percentil 10; AIG (Adequado para a Idade Gestacional): entre os percentis 10 e 90; GIG (Grande para a Idade Gestacional): acima do percentil 90.
Qual a definição de nascimento prematuro e sua relevância para a mortalidade infantil?
Nascimento prematuro é aquele que ocorre antes de completar 37 semanas de gestação. Constitui-se em ocorrência complexa, multifatorial, associada a riscos demográficos e obstétricos, com alta representatividade na mortalidade infantil.
Considerando a classificação da OMS, diferencie o prematuro extremo, muito prematuro, prematuro moderado e prematuro tardio em termos de idade gestacional.
Prematuro Extremo: nascido antes de 28 semanas completas; Muito Prematuro: entre 28 e 32 semanas; Prematuro Moderado: 32 e 36 semanas; Prematuro Tardio: 36 semanas a 36 semanas e 6 dias.
Qual a sobrevida à alta hospitalar de recém-nascidos com Muito Baixo Peso (MBP) entre 23 e 31 semanas de idade gestacional, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais (2014-2020)?
A sobrevida à alta hospitalar é maior que 90% entre RN de 30 a 31 semanas de IG, com redução gradativa da sobrevida, chegando a 9% entre aqueles de 23 semanas. Contudo, a partir de 26 semanas de IG a sobrevida ultrapassa 50% nesses centros.
Liste as principais complicações respiratórias associadas à prematuridade e como são diagnosticadas.
As principais complicações respiratórias são: Deficiência de surfactante (Síndrome do Desconforto Respiratório do RN - SDR), Displasia broncopulmonar, Apneia da prematuridade e Pneumonias. O diagnóstico envolve história clínica, exame físico e exames complementares como RX tórax, Hemograma, gasometria arterial, PCR e hemoculturas.
Descreva a fisiopatologia da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) em prematuros e seu tratamento principal.
A SDR é a forma clássica de dificuldade respiratória em RN prematuros, causada pela deficiência de surfactante intra-alveolar. Isso leva ao colapso das estruturas alveolares, alterando a relação ventilação-perfusão e provocando hipoxemia. O tratamento inclui surfactante exógeno endotraqueal e suporte ventilatório com pressão positiva contínua nas vias aéreas, por pronga nasal ou, se necessário, entubação traqueal.
O que caracteriza a Displasia Broncopulmonar (DBP) e quais os fatores envolvidos em sua gênese?
A DBP é uma síndrome multifatorial caracterizada pela interrupção do crescimento do parênquima, vias aéreas e vasos pulmonares. Na sua gênese estão envolvidos a imaturidade pulmonar, fatores inflamatórios e infecciosos, e o uso de oxigênio e ventilação mecânica, que levam ao dano pulmonar. É definida pela dependência de oxigênio em concentrações acima de 21% por período maior ou igual a 28 dias.
Quais são as principais complicações neurológicas em prematuros e qual o método de rastreio recomendado e sua periodicidade?
As principais complicações neurológicas são encefalopatia hipóxico-isquêmica, hemorragias periventriculares, leucomalácia periventricular e malformações do SNC. O rastreio é feito por ultrassonografia transfontanelar em todos os RN < 34 semanas ou <1.500g.
Aprofunde na Hemorragia Intraventricular (HIV) no prematuro: etiologia, incidência, classificação e sequelas das formas mais graves.
A HIV é uma hemorragia intracraniana ocasionada pelo sangramento da matriz germinativa devido à fragilidade inerente ao prematuro nessa região. Ocorre em 20% dos PT, podendo levar à hidrocefalia pós-hemorrágica. O diagnóstico é ultrassonográfico e classificado em graus de I a IV pela escala de Papile. As formas mais graves (III e IV) podem evoluir para sequelas como paralisia cerebral, convulsões, cegueira e surdez.
Descreva a Doença Metabólica Óssea (DMO) na prematuridade: incidência, causa subjacente, etiologia multifatorial e manifestações clínicas.
A DMO tem alta incidência (55%), principalmente em PT de extremo baixo peso. Ocorre devido ao conteúdo mineral ósseo diminuído, principalmente por falta de ingestão adequada de cálcio e fósforo. Sua etiologia é multifatorial, incluindo prematuridade extrema, ventilação mecânica prolongada, diuréticos, corticoides e nutrição parenteral prolongada. Manifesta-se entre seis e 12 semanas de vida com quadro clínico variável, podendo apresentar parada de crescimento, craniotabes e até fraturas espontâneas nas formas graves.
Quais são os marcadores bioquímicos séricos que indicam Doença Metabólica Óssea em prematuros?
Os marcadores bioquímicos séricos alterados na DMO incluem redução do cálcio e fósforo e aumento da fosfatase alcalina.
Quais são as principais complicações oftalmológicas e auditivas associadas à prematuridade e como é feito o rastreio e acompanhamento de cada uma?
As complicações são Retinopatia da Prematuridade (ROP) e distúrbios auditivos. Para a ROP, o exame de fundo de olho é iniciado durante a internação na UTI Neonatal, recomendado para PN abaixo de 1.500g e/ou IG inferior a 32 semanas, com acompanhamento pós-alta até a completa vascularização retiniana. Para distúrbios auditivos, a Triagem Auditiva Neonatal (EOA) é seguida por BERA em pacientes de maior risco.
Explique as fases de crescimento do prematuro: perda de peso inicial, transição, catch-up e equilíbrio. Destaque a ordem de recuperação no catch-up.
As fases são: perda de peso inicial, fase de transição e fase de crescimento acelerado (catch-up), com rápido aumento de peso, comprimento e PC. Primeiramente, o catch-up ocorre no PC (seis a 12 meses de IC), seguido pela recuperação do escore Z do comprimento (ao redor de dois anos de IC) e do peso (com três anos de IC). Por fim, a fase de equilíbrio.
Defina Idade Corrigida (IC) e explique sua importância na avaliação do crescimento e desenvolvimento de prematuros. Demonstre como é calculada.
Idade Corrigida (IC) é o ajuste da idade cronológica em função do grau de prematuridade, essencial para a avaliação longitudinal do crescimento e desenvolvimento. É determinada descontando-se da idade cronológica as semanas que faltaram para a idade gestacional de 40 semanas. Fórmula: IC = idade cronológica – (40 sem – idade gestacional em sem).
Diferencie curvas de crescimento ‘prescritivas’ e ‘não prescritivas’ e cite um exemplo de cada.
Curvas de crescimento prescritivas (curvas padrão): indicam como as crianças devem crescer em condições ideais de alimentação e atenção de saúde (Ex: Curvas INTERGROWTH-21st a partir de 27 semanas).
Curvas de crescimento não prescritivas (curvas de referência): descrevem como um determinado grupo de crianças cresce, sem caracterizar como padrão de normalidade (Ex: Curvas de Fenton 2013).
Quais são as características das Curvas de Fenton (2013) e suas limitações para prematuros de menor idade gestacional?
As Curvas de Fenton (2013) são exemplos de curvas de referência, construídas a partir de revisão sistemática e meta-análise, com dados de aproximadamente 4 milhões de RN de países desenvolvidos. Apresentam valores de peso, PC e comprimento individualizados por gênero, estratificados em percentis de 24 a 50 semanas de IC. Sua limitação é o pequeno número de PT abaixo de 33 semanas incluídos, sendo mais adequadas para acompanhar PT a partir de 33 semanas até 64 semanas pós-concepcionais, após o que se usa a curva da OMS (2006).
Descreva as Curvas do Projeto INTERGROWTH-21st, destacando sua natureza (prescritiva/referência), abrangência e limitação para prematuros extremos.
As Curvas INTERGROWTH-21st são prescritivas a partir de 27 semanas, abrangentes, definidas com dados de oito países (incluindo o Brasil), com a finalidade de produzir uma curva padrão internacional de crescimento do feto e do RN de gestações de baixo risco, alimentados com leite materno e práticas clínicas evidenciadas. Sua limitação é o pequeno número de PT abaixo de 33 semanas incluídos.
Quais as características das curvas da OMS (2006) e como são utilizadas no acompanhamento de prematuros após 64 semanas pós-concepcionais?
As curvas da OMS (2006) utilizam dados transversais e longitudinais de crianças em aleitamento materno exclusivo de seis regiões do mundo. São utilizadas para o acompanhamento com a Idade Corrigida (IC) até dois a três anos, e após essa idade, o acompanhamento é feito pela idade cronológica.
Detalhe a profilaxia com sulfato ferroso para prematuros, especificando as doses e durações de acordo com o peso de nascimento.
Para RN com peso de nascimento (PN) < 1.000g, a dose é de 4 mg/kg/dia durante um ano. Para PN entre 1.000 e 1.500g, a dose é de 3 mg/kg/dia durante um ano. Para PT > 1.500g, a dose é de 2 mg/kg/dia durante um ano. Após esse período, manter 1 mg/kg/dia até dois anos de idade.
Quais as recomendações para a suplementação de polivitamínicos e sulfato de zinco em prematuros?
A oferta de polivitamínico (solução oral) deve conter Vitaminas A, D e C, com a oferta de vitamina D sendo de 400 UI/dia. Sulfato de zinco (10mg/ml) deve ser administrado na dose de 0,5 – 1 mg/kg/dia via oral, desde 36 semanas até seis meses de idade corrigida.
Explique as particularidades da vacinação para prematuros, abordando BCG, Hepatite B, Poliomielite e DPT acelular, e as condições para sua administração.
- BCG: Vacinar acima de 2.000g.
- Hepatite B: Em PT com menos de 2.000g ou 33 semanas, devem ser aplicadas quatro doses (primeiras 12 horas de vida, 1, 2 e 6 meses).
- Poliomielite: A vacina Salk (injetável, com vírus inativado) é indicada em PT com peso inferior a 1.000g e em crianças internadas, que não devem receber a vacina oral.
- DPT acelular: Indicada para menores de 1.000g ou < 31 semanas e em crianças internadas.
Quando a vacina contra Rotavírus é indicada para prematuros, e qual a recomendação para a vacina Influenza em relação aos contactantes?
A vacina contra Rotavírus deve ser administrada apenas após a alta hospitalar. Para a vacina Influenza, recomenda-se vacinar também familiares e comunicantes familiares do prematuro.