Manejo De Suicidas Flashcards

(3 cards)

1
Q

Manejo de suicidas

A

Boa, Caio. Esse slide sobre Manejo de Suicidas traz um apanhado muito importante de dados epidemiológicos, fatores de risco e proteção, além de mitos clássicos que caem em prova. Vamos destrinchar linha por linha, aprofundando e destacando os pontos mais relevantes pra clínica e avaliação.

“Maioria em casa”

– A maior parte das tentativas e dos suicídios consumados ocorrem no domicílio.
– Por isso, intervenções familiares e ambientais são essenciais na prevenção.

“De cada 100 → 17 pensam, 5 planejam, 4 tentam”

– Dado epidemiológico padrão da OMS.
– Mostra que o comportamento suicida ocorre em uma progressão em etapas:
1. Ideação suicida
2. Planejamento
3. Tentativa
4. Suicídio consumado
– Nem todo mundo que pensa ou tenta chega a morrer — mas todo pensamento ou ameaça deve ser levado a sério.

“Passam no Instituto Médico Legal”

– Lembra que suicídio consumado é caso médico-legal (óbito suspeito, necessita investigação).
– Toda morte por suicídio requer exame necroscópico.

“Homens: mais mortes (80%), agressivo → arma, forca”

– Os homens morrem mais por suicídio, apesar de tentarem menos que as mulheres.
– Usam métodos mais letais e violentos (arma de fogo, enforcamento, queda de altura).
– Também costumam procurar menos ajuda e apresentar maior impulsividade associada a abuso de substâncias.

“Mulheres: tentam mais, + brando → drogas, corte”

– Mulheres têm maior número de tentativas, porém com métodos geralmente menos letais.
– A tentativa pode ocorrer como um pedido de socorro emocional, sem intenção clara de morrer.
– Ainda assim, exige cuidado total, pois pode evoluir para tentativa letal ou suicídio verdadeiro.

“Pico: 70–79 de morte, 15–19 de tentativa”

– Pico de suicídio consumado em idosos (especialmente homens, pela solidão, doenças, desesperança).
– Pico de tentativas em adolescentes (impulsividade, crises de identidade, bullying, abuso).

“Idosos: mais violentos (vergonha)”

– Idosos tendem a usar métodos mais letais e a planejar com mais intenção.
– Existe também o fator da vergonha de ser dependente, ou medo de ser um “peso” para a família.

“Adolescentes: parasuicídio (se põe em risco)”

– Muitas vezes o comportamento suicida em adolescentes é impulsivo e relacional.
– “Parasuicídio” = atos que colocam o sujeito em risco real, mesmo sem intenção clara de morrer (ex: automutilações, overdose não letal, pular de lugares baixos etc.).

“1º desempregados, 2º médicos”

– Desemprego é fator de risco importante por perda de propósito, autoestima e segurança.
– Profissionais da saúde, especialmente médicos, têm acesso a meios letais, conhecimento técnico e maior carga de estresse e sofrimento mental.
– Outras profissões de risco: policiais, dentistas, veterinários, militares.

“Casamento ‘protege’ → filho em casa, gravidez (até nascer)”

– Fatores de proteção contra suicídio:
• Vínculo afetivo estável (casamento saudável)
• Gravidez, especialmente no 3º trimestre
• Ter filhos pequenos sob responsabilidade
– Mas atenção: não são barreiras absolutas — há casos mesmo com esses fatores presentes.

Outros fatores protetores (em azul):

– Religião: promove sentido existencial, redes de apoio, proibição moral.
– Vida boa: qualidade de vida, emprego, segurança
– Teste de realidade preservado: menor risco de agir impulsivamente em surto psicótico
– Acesso à saúde mental: atendimento precoce e efetivo reduz tentativas.

Mitos (importantíssimo para prova e clínica):

  1. “Quem fala, não faz”
    – Errado. A maioria dos pacientes que se suicidam sinalizou com palavras ou comportamentos antes.
    – Toda ameaça deve ser levada a sério.
  2. “Falar sobre isso induz”
    – Errado. Perguntar sobre suicídio não aumenta o risco — pelo contrário, abre espaço para acolhimento e prevenção.
  3. “Depressivo que melhora está fora de risco”
    – Errado. O risco pode aumentar quando há energia para agir, antes que o sofrimento diminua.
    – Ex: início de antidepressivo ou pós-internação são momentos críticos.

Fechamento esperto pro teu resumo de prova:

– Homens morrem mais, mulheres tentam mais.
– Adolescentes tentam, idosos morrem.
– Fatores protetores = vínculos, filhos, religião, saúde mental.
– Mitos sobre suicídio são falsos e perigosos.
– Sempre avaliar risco real, mesmo quando há aparente “teatro” ou banalização.

Se quiser, posso seguir com avaliação do risco suicida, escalas, intervenção em crise ou qualquer outro tema que tiver nos slides. Só mandar!

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Q

Classificação do Risco Suicida

A

Fechamento perfeito pra parte de risco suicida, Caio. Esse slide traz uma estratificação clínica de risco (leve, moderado e elevado), critérios objetivos para internação e fatores contextuais que impactam a conduta — tudo do jeitinho que costuma aparecer tanto em prova quanto em tomada de decisão real. Vamos destrinchar tudo, completando e organizando os conceitos:

Classificação do Risco Suicida

Leve: “Orientações”

– Paciente apresenta:
• Pensamento de morte transitório (ex: “queria dormir e não acordar”)
• Sem plano, sem intenção, sem ideação estruturada
• Boa crítica e vínculo com rede de apoio

– Conduta:
• Orientar e acompanhar
• Psicoterapia
• Avaliar comorbidades (ex: depressão, ansiedade)

Moderado: “Atenção básica”

– Características:
• Ideias persistentes, mas sem plano
• Possível ambivalência (“não sei se quero morrer ou chamar atenção”)
• Rede de apoio presente, mas paciente ainda com sofrimento psíquico importante

– Conduta:
• Acompanhamento intensivo na atenção básica ou CAPS
• Psicoterapia + farmacoterapia se necessário
• Manter vigilância ativa (ligação, visita domiciliar, acolhimento em grupo etc.)

Elevado: “Encaminhamento de urgência / internação”

– Aqui o risco é imediato e alto. Critérios:
• Ideação estruturada e persistente
• Plano definido e viável
• Histórico de tentativas
• Recusa de ajuda
• Falta de rede de apoio
• Desorganização familiar
• Alta recente de internação psiquiátrica
• Comorbidades graves (psicoses, depressão maior, dependência química)
• Quadro dos “5Ds”: desespero, desesperança, desamparo, depressão, dependência

– Conduta:
• Encaminhamento urgente para avaliação especializada
• Internação psiquiátrica se houver risco de suicídio iminente

Fatores contextuais que aumentam o risco (e que a prova cobra):

– Alta recente da internação psiquiátrica (1ª semana = risco altíssimo)
– Início de antidepressivo em depressão grave (energia sobe antes da melhora do humor)
– 5Ds (como citado no slide): são marcadores de gravidade emocional extrema
– História familiar de suicídio ou transtornos psiquiátricos: maior risco que tentativa prévia isolada

Critérios objetivos para internação (resumo direto):
• Ideação + plano + ausência de rede de apoio
• Tentativas múltiplas recentes
• Psicose ou transtorno do humor grave não compensado
• Recusa em aceitar ajuda ou negação de sofrimento intensa
• Alto risco associado a uso de substâncias
• Paciente sozinho em casa, sem vigilância possível

E lembrar sempre: se tiver dúvida, interna. O pior erro é subestimar o risco.

Fechamento com reforço esperto pra prova:

– Pensamento de morte ≠ risco real de suicídio
– Plano + viabilidade + desesperança + sem apoio = maior risco possível
– Atenção redobrada pós-alta psiquiátrica e em início de antidepressivo
– Ideação + sem plano + rede boa = risco moderado, mas requer acompanhamento intenso

Se quiser, posso agora montar um resumão de todo o eixo de comportamento suicida ou seguir para o próximo tema dos teus slides. Tamo juntos!

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Q

APG

A

Boa, Caio. Esse slide sobre avaliação psiquiátrica generalista traz conceitos psicodinâmicos e relacionais que são fundamentais para a prática clínica, especialmente em consultas de atenção primária ou acolhimento em saúde mental. Vamos destrinchar tudo com clareza e profundidade, como sempre:

TRANSFERÊNCIA

– É o deslocamento inconsciente de sentimentos antigos (geralmente da infância ou de vínculos afetivos primários) para o médico ou terapeuta.
– O paciente repete padrões emocionais que viveu com pais, cuidadores, figuras de autoridade.
– Pode se manifestar como:
• Idealização (“Você é o único que me entende”)
• Raiva ou resistência sem motivo aparente
• Sedução ou dependência emocional

– Reconhecer a transferência ajuda o profissional a lidar com as emoções do paciente sem se envolver excessivamente.

CONTRATRANSFERÊNCIA

– É a reação emocional do médico em relação ao paciente. Pode ser consciente ou inconsciente.
– Acontece quando o paciente “aciona” algo pessoal no profissional.
– Pode incluir:
• Evitação (“não gosto de atender esse paciente”)
• Raiva, pena, atração, impaciência
• Dificuldade em estabelecer limites

– O risco é agir motivado por essa reação (ex: tratar de forma desigual, perder neutralidade).
– Por isso, é essencial o médico perceber e refletir sobre seus próprios sentimentos.

RESISTÊNCIA

– Ocorre quando o paciente resiste à mudança ou à investigação interna.
– Frase do slide resume bem: “quer mudar o mundo, não a si mesmo”.
– Pode se manifestar como:
• Fugas de assunto
• Rejeição ao tratamento
• Dificuldade em se responsabilizar
• Ataques ao vínculo terapêutico

– Reconhecer a resistência ajuda a:
• Respeitar o tempo do paciente
• Evitar confronto direto (o que piora a resistência)

EMPATIA

– Capacidade do profissional de sentir com o paciente, de compreender seu sofrimento sem julgá-lo.
– Se não há empatia, pode surgir:
• Agressão, rejeição e desconfiança
• Quebra de vínculo e abandono de tratamento

Dificuldades para ter empatia (segundo o slide e teoria psicodinâmica):

– Não consegue se reconhecer no outro: dificuldade de ver o outro como alguém que também sofre.
– Separação corpo–mente: tratar só sintomas físicos, ignorando a dimensão subjetiva.
– Narcisismo: o profissional se coloca como superior, dono da verdade.
– Frases feitas, chavões: respostas automáticas que desumanizam (“isso é normal”, “você precisa ser forte”).
– Desumanização: ver o paciente como diagnóstico ou problema, não como pessoa.

FAMÍLIA

Disfuncional

– Relações com:
• Distância emocional
• Tensão constante
• Presença de depressão, raiva, ressentimento

Muito disfuncional

– Relações com:
• Alienação emocional completa
• Desesperança instalada
• Pessimismo crônico
• Ceticismo em relação à ajuda

Ninho vazio vs Luto letal

– Ninho vazio: sensação de perda/abandono após os filhos saírem de casa (comum em mulheres de meia-idade).
– Luto letal: quando o luto por perda de familiar se transforma em quadro depressivo grave, potencialmente suicida.

Fechamento clínico e de prova:

– A avaliação psiquiátrica não é só sobre sintomas, mas sobre vínculo, escuta e manejo relacional.
– Transferência e contratransferência são ferramentas clínicas e não “coisas só da psicanálise”.
– Ter empatia não é só ser simpático, mas conseguir compreender a dor do outro sem julgamento.
– Saber identificar famílias disfuncionais ajuda a entender muitos dos quadros de sofrimento emocional e recaídas.

Manda o próximo quando quiser — tô pronto!

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